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Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do 
Estado de São Paulo. 
 
Processo n.° 
 
 
RAEL, brasileiro, viúvo, médico e professor, residente e domiciliado na rua xxxxx, número 
xxxxxx, bairro xxxxx cidadeSão Paulo, estado de São Paulo, portador da cédula de identidade RG nº 
xxxxx E inscrito no CPF/MF sob o nº xxxxx, atualment cumprindo pena junto ao presídio estadual 
xxxxxx, por seu advogado, instrumento de procuração em anexo (doc. 01), inconformado com a 
respeitável sentença transitada em julgado da Ação Penal Condenatória que o condenou pelo crime 
do Art. 121, §2º, VI, do Código Penal, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor 
REVISÃO CRIMINAL com fulcro no artigo 6 21, III do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e 
de direito a seguir expostas: 
 
I. DA ADMISSIBILIDADE 
 
De acordo com art. 623 do CPP, são partes legítimas para ajuizar a Revisão Criminal, o réu e seu 
advogado constituído. 
Sobre os pressupostos da ação de revisão criminal, tem-se que: 
a) sentença penal condenatória transitada em julgado; 
b) após a sentença, surjam novas provas de inocência do condenado 
 
I – Dos Fatos 
 
Sr. Rael, casado, pai, médico e professor, viajou para Cuiabá, a trabalho, ficando longe de casa 
por dois dias, 11 e 12 de janeiro do ano xxxx. No dia 13 de janeiro de xxxx, quando retorna, teve sua 
carteira subtraída no aeroporto, em seguida, embarcou em um táxi e parte para casa. Ao chegar em 
casa, se depara com a porta de casa aberta e nota rastros de sangue pelas as escadas, diante disso, 
faz o trajeto até o quarto, chegando, se depara com a fatídica cena onde sua esposa fora assassinada, 
diante de tamanha emoção, o mesmo pega sua esposa nos braços e logo que vê sua arma no chão, a 
apanha a fim de identificar quando ocorreu o fato, ao pegar a arma, identifica, que sua própria arma 
foi usada para atingir sua esposa, a arma ainda estava quente, assim obteve certeza de que a tragédia 
não se dava há muito tempo. 
Então, a polícia, que fora chamada por vizinho, devido aos gritos e barulho de disparos de arma 
de fogo, adentra o quarto, e se depara com sr. Rael com a esposa nos braços, suj os de sangue e com 
a arma do crime nas mãos, logo, o vizinho, o apontou como autor dos disparos. Sr. Rael, não 
conseguira muitos argumentos para sua defesa, uma vez que, o mesmo, por ser muito resguardado 
em relação a sua imagem, não possuía registros de sua ministração, e menos ainda podia procurar 
alguém que tivera, uma vez que, o mesmo proibia, esse tipo de aparelhos em suas aulas. O taxista que 
lhe levou do aeroporto para casa não era sabido o seu paradeiro, nem mesmo qualquer documento 
que pudesse comprovar sua viagem, pois ele perdera, no momento que teve sua carteira subtraída 
no aeroporto. A empresa que lhe contratara para ministração tivera seu computador perdido em um 
incêndio, deste forma nada e ninguém contribuiu para comprovar sua inocência. Com isso, sr. Rael foi 
conduzido à delegacia para prestar depoimento onde negou ter assassinado sua esposa, disse estar a 
caminho de casa no momento do crime, e quando chegou o fato já estava consumado. A época 
afirmou ter dúvida quanto à lealdade da esposa e que vinha tento muitas desavenças com a mesma. 
O vizinho que apontou sr. Rael como suposto assassino, em seu depoimento, falou que o viu, e que 
aparentava ser sr. Rael pois coincidia com sua aparência física, relatou também, que, constantemente 
escutava sr. Rael e sua esposa discutirem, que o mesmo a ameaçava que a mataria, caso descobrisse 
estar sendo traído. Sr. Rael fora condenado pelo Tribunal do Júri pelo Crime de Feminicídio, recorreu 
da decisão, todavia, a mesma se manteve, sendo assim, o mesmo passou a cumprimento da pena no 
regime fechado. Sr. Rael cumpria sua pena, e lá era querido por todos, por sua presteza a muitos, 
sempre era solicito, ajudando e amparando os demais detentos. Passados dois anos, chegara à casa 
de detenção, um detento que chamavam de o clone do sr. Rael, sr. Fabio, a semelhança entre ambos 
era grande, logo, sr. Rael e o novo detento fizeram amizade, tinha um bom relacionamento, viviam 
bem em comunhão. Certa vez, este passou mal, e sr. Rael o socorreu, por sua ajuda sr. Fabio não 
perdeu a vida. Muito emocionado com atitude de sr. Rael, Fábio decidiu confessar que aquele que 
salvara sua vida, estava preso pelo que ele fizera, foi Fábio quem matou a esposa do sr. Rael, afirmou 
que sua intenção não era assassiná-la, mas, que no dia estava sobre farto efeito de drogas, não tinha 
pleno domínio de suas ações e acabara cometendo aquele devaneio, que resultou na morte da esposa 
do mesmo, estando este disposto a reparar seu erro e confessar aquilo que fizera, para liberdade do 
sr. Rael, que nada tinha a ver com o feminicídio. 
 
 
II – Dos Fundamentos Jurídicos 
 
Como visto na narrativa, injustiça pura é o que ocorre com o autor. Ele jamais cometeu o crime 
de feminicídio. Prevê o art. 121 da norma penal que só há ao matar alguém. Por outro lado, não 
havendo a conduta do autor, inexiste o feminicídio. 
Portanto, em razão da ação penal já ter transitado em julgado, o art. 621, III do Código de 
Processo Penal autoriza a revisão de processo findo, quando após a sentença, se descobrirem novas 
provas de inocência do condenado, como ocorrido no caso, visto que agora há prova testemunhal do 
Sr. Fábio, que confessou o crime. 
Inexistindo o fato criminoso, é de rigor a absolvição do acusado, conforme o art. 386, I do CPP 
c/c art. 626 do CPP. 
 III – Dos Pedidos 
 
Ante o exposto, requer que seja julgada procedente a presente ação revisional, para que se 
absolva o revisionando, com fulcro nos art. 386, I e 626, ambos do Código de Processo Penal. 
Ademais, requer a expedição do respectivo alvará de soltura em seu favor, bem como seja 
reconhecido o seu direito à indenização, a ser liquidada em momento posterior (art. 630, parágrafo 
1º do Código de Processo Penal) 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
São Paulo, dia do mês do ano 
 
Advogado 
 
OAB

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