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PRODUÇÃO DE MUDAS EM VIVEIROS Viveiros de mudas florestais Fornecer mudas em quantidade e qualidade, utilizadas na instalação de plantios comerciais restauração e arborização Apresentam diferentes níveis de tecnificação, dependendo da espécie e destino das mudas de enraizamento (ou de As principais estruturas são germinadores, jardins clonais, casas vegetação) e sombra e áreas a pleno sol. As mudas podem ser cultivadas em tubetes, sacos plásticos ou outros tipos de embalagens, utilizando sementes (mudas seminais) ou técnicas de propagação vegetativa (mudas clonais). O substrato para cultivo pode ser composto por solo, vermiculita ou outros compostos orgânicos. Germinador Germinador simples Germinador em caixas em bancadas suspensas Fonte: Heveagrol Fonte: Lastrop Jardim clonal Jardim clonal de eucalipto Jardim clonal de pinus Fonte: Embrapa Fonte: Kamajumudas Casa de enraizamento Condição de nevoeiro em casa de enraizamento Estaca de eucalipto enraizada Fonte: ViveiroAgriTerra Fonte: Revista Campo & Negócios Casa de sombra G Casa de sombra de eucalipto Fonte: Lwarcel Pleno sol Mudas de seringueira a pleno sol Mudas de mogno-africano a pleno sol Fonte: Ailton Vitor Pereira Fonte: Futuro Florestal Embalagens Fonte: Mercado Livre Muda formada em saco plástico Mudas formadas em tubetes Muda formada em embalagem biodegradável Fonte: Revista Campo & Negócios Fonte: Canal Agrícola Substrato Solo de barranco Turfa Casca de pinus Casca de arroz carbonizado Vermiculita Fonte: RB na Rede Fonte:Loja-a-tray Fonte:Mercado Livre Fonte:Microfesfera Fonte:Sorocabaorquideas Irrigação em viveiros Aspersores fixos no chão Aspersores fixos no teto Aspersores em barras móveis Fonte: Dacko A irrigação é feita principalmente com uso de aspersores localizados em diferentes pontos de acordo com a estrutura. Fonte: Naandanjain Fonte: Viveiro Boa Esperança Propágulos As duas principais vias de formação de mudas são através de sementes (mudas de origem seminal) ou propágulos vegetativos caulinares, produzidas em jardins clonais ou em condição de laboratórios. Sementes Estacas Fonte: Natturis Fonte: Flora Sinop Microclima Uma série da fatores tornam um viveiro um local propício ao surgimento e evolução de epidemias: 12 Alta umidade relativa: devido as irrigações constantes Abundância de tecidos jovens: devido ao estádio vegetativo das plantas Baixa variabilidade genética: principalmente em mudas oriundas de propagação vegetativa Temperaturas amenas: ideais também para o desenvolvimento das mudas Densidade de indivíduos: favorece condições de alta UR e baixa ventilação MacNew Ocorrência na fase de germinação e enraizamento Ocorrência nas fases de crescimento das mudas e no jardim clonal Podridões de sementes Importante em viveiros de nativas ou de espécies de madeira nobre. Impacta diretamente na porcentagem de germinação de sementes Sintomas de podridão dos tecidos internos das sementes (endosperma e embrião), causando a morte desse tecidos e, consequentemente, da semente. Ocasionado principalmente por fungos com ação necrotrófica. Fusarium, O principais gêneros Macrophomina, de fungos são Pestalotiopsis, Rhizoctonia, Botryosphaeria e Glomerella. Podridões de sementes Fonte: Alisson Rodrigo Souza Reis Fonte: James W. Muthomi Semente de mogno-brasileiro atacada por fungos apodrecedores Sementes de milho colonizadas por fungos apodrecedores Podridões de sementes Nas sementes colonizadas por fungos ocorre a presença de sinais do patógeno. Nos tecidos internos observamos total liquefação, quando em condição de alta umidade. processo de coleta, armazenamento ou Os patógenos podem ser oriundos do do próprio local de semeadura. A morte das sementes antes da sua germinação, devido a ação de patógenos, recebe o nome de podridões de pré emergência. Podridões de sementes Para manejo das podridões de sementes: Momento da coleta: evitar coletar sementes diretamente do solo e realizar uma pré seleção de sementes visivelmente contaminadas ambiente de baixa UR e/ou Armazenamento: estocar baixa temperatura, em evitando a propagação dos patógenos Limpeza do substrato de germinação: empregar técnicas de erradicação Tratamento das sementes: realizar a higienização externa das sementes com hipoclorito de sódio, seguido ou não da aplicação de produtos com ação antimicrobiana com ação protetora e erradicante Damping off O damping off ocorre em sementes já germinadas (plântulas) É causada por fungos com ação necrotrófica, que causam podridões tipicamente no caulículo das plântulas, levando ao seu tombamento. Os gêneros de patógenos associados são os mesmos das podridões de sementes (baixa especificidade), sendo os mesmo veiculados através das sementes contaminadas ou do substrato. Os cuidados devem ser praticamente os mesmos para o manejo das podridões de sementes, contudo podendo se fazer a aplicação de protetores após a formação da plântula. Damping off Damping off em plântula Comprometimento da base da plântula Fonte: TreeProject Fonte: Bayer Damping off Damping off em plântulas de pinus Damping off em plântula de pinus Fonte: Auer, C. G. Fonte: Auer, C. G. Podridões de estacas Ocorre em viveiros que realizam produção de mudas via propagação vegetativa através de ramos caulinares jovens, como viveiros de eucalipto, pinus, teca, mogno-africano, e outros. Os sintomas de podridão tipicamente iniciam na base das estacas, no local onde foi feito o corte com tesoura e, após o seu estaqueamento, no ponto de contato com o substrato, levando também a sintomas de tombamento. O tombamento pode ocorrer também após o enraizamento da estaca, até o momento em que a planta apresente a formação de tecidos lignificados. Podridões de estacas Os fungos são os principais causadores de podridões de estacas, resultando em um menor rendimento de mudas/milheiro de estacas colhidas. Os principais gêneros de fungos associados são Fusarium, Glomerella (Colletotrichum), Calonectria (Cylindrocladium), Pythium, Botrytis, Rhizoctonia, entre outros. A disseminação dos patógeno ocorre principalmente por respingos de água da irrigação via aspersores. A dispersão do patógeno ocorre na forma de reboleira. Podridões de estacas Podridão de estaca em eucalipto Reboleiras de plantas doentes Podridão de estaca em pinus Fonte: Auer, C. G. Fonte: Auer, C. G. Fonte: Auer, C. G. Podridões de estacas O manejo envolve principalmente medidas preventivas e de erradicação. Coleta de estacas: somente deve se coletar estacas de plantas sadias e com tesouras e luvas devidamente higienizados. Sanidade do substrato a ser empregado: deve se utilizar substrato livre de possíveis patógenos Eliminação de plantas doentes: vistorias periódicas na estufa de enraizamento e casa de sombra Aumento do espaçamento das plantas: reduz a formação de microclima favorável a doença Aplicação de produtos protetores: visando impedir a infecção (baixa eficácia) Lesões caulinares lignificação dos tecidos das Incidem mudas, principalmente resultando na após redução no crescimento da muda e na mortalidade de plantas susceptíveis e/ou severamente atacadas Lesões caulinares resultam no comprometimento da translocação da seiva bruta e elaborada, devido ao comprometimento do floema e xilema. Caso ocorra o quase ou total anelamento do trecho afetado da planta, podemos observar o surgimento de brotações abaixo do local afetado, com ocorrência ou não da morte dos tecidos superiores. Em algumas culturas observamos a ocorrência de seca do ponteiro em mudas doentes. São ocasionadas principalmente por fungos (Gêneros Calonectria, Fusarium, Pestalotiopsis, Botrystis, Glomerella, Botryosphaeria, Diplodia e outros). Lesões caulinares Lesão caulinar em eucalipto Seca do ponteiro em pinus Fonte: Auer, C. G. Fonte:Agrolink Lesões caulinaresO manejo envolve principalmente medidas preventivas e de erradicação. Cuidado no manuseio das mudas: evitar o surgimento de ferimentos nas plantas Eliminação de plantas doentes e folhas caídas: reduzir fonte de inóculo Redução da densidade de mudas: reduz a formação do microclima favorável a doença Uso de substrato livre de patógenos Podridão de raízes Afeta mudas em diferente idades, comprometendo raízes jovens e adultas da planta afetada. Como sintoma reflexo temos a seca e morte da planta afetada. A doença é ocasionada principalmente por fungos, como aqueles pertencentes aos gêneros Calonectria e Fusarium. A disseminação ocorre através de substrato e embalagens contaminadas e/ou respingos de água. É observada a formação de reboleiras. O manejo envolve o uso de substrato livre de patógenos e eliminação de plantas doentes. Podridão de raízes Fonte: Auer, C. Doenças em viveiros de mudas florestais 29 G. Fonte: Auer, C. G. Podridão de raízes em pinus Sintomas em reboleiras de pinus Murchas vasculares As murchas vasculares são associados tanto a fungos, principalmente do gênero Ceratocystis, quanto bactérias, como do gênero Ralstonia. Esses patógenos podem infectar plantas no jardim clonal, podendo ser transmitidas para estacas devido ao uso de tesouras contaminadas ou da colonização sistêmica do patógeno. As mudas doentes podem permanecer assintomáticas em viveiro, somente apresentando sintomas na situação de campo. Os sintomas típicos são murchas, seguidas da seca e morte da planta. Muda de eucalipto doente Presença de pús bacteriano Plantas doentes em jardim clonal Murchas vasculares Fonte: Clonar Fonte: Revista Opinião Fonte: Douglas Lau Murchas vasculares O manejo da doença deve ser feito por meio da: Eliminação de plantas doentes: detectadas através de testagem rotineira Uso de substrato livres de patógenos Coleta de estaca somente de cepas sadias Limpeza periódica do jardim clonal Higienização das tesouros e luvas empregadas na coleta de estacas Manchas foliares Relacionados a fungos e bactérias, que apresentam comportamento necrotrófico, biotrófico ou hemibiotrófico. Podem reduzir a área fotossinteticamente ativa das plantas hospedeira, e, em materiais susceptíveis, interferir no desenvolvimento e forma da muda, causando a morte de tecidos tenros do caule. A dispersão pode ser feita via água ou vento. Os principais gêneros de fungos associados são Calonectria, Glomerella, Botrytis, Alternaria, Diplodia, Rhizoctonia, Austropuccinia e Podosphaera. As principais bactérias são Pseudomonas e Xanthomonas. Manchas foliares Sinais típicos de oídio Sinais típicos de ferrugem Fonte: Agrolink Fonte: Clonar Manchas foliares Mancha foliar em eucalipto Mancha foliar em Khaya senegalensis Mancha foliar em Khaya grandifoliola Fonte: Agrolink Manchas foliares Mancha foliar bacteriana em eucalipto Mancha foliar bacteriana em eucalipto Fonte: CIFlorestas Fonte: Clonar Manchas foliares O manejo de doenças foliares pode ser feito por meio da: Aplicação de produtos antimicrobianos com ação protetora ou sistêmica Remoção de folhas doentes das mudas e da superfície das bandejas ou canaletes Eliminação de hospedeiros alternativos em torno do viveiro Redução na densidade das mudas Medidas gerais de manejo A análise da qualidade da água deve uma das primeiras medidas no planejamento do manejo de doenças em viveiros de mudas florestais. A água utilizada na irrigação mesma deve ser isenta de patógenos, sendo coleta preferencialmente de poços artesianos. O substrato empregada deve ser certificado quanto a sua isenção de patógenos prejudiciais a cultura. Deve se evitar ao máximo o uso de solo como meio para formação das mudas. Medidas gerais de manejo Como condição ideal, as bancadas, onde são mantidas as mudas, devem ser suspensas e o solo coberto de brita. Bancadas suspensas e solo coberto de brita Bancadas suspensas e solo coberto de brita Fonte: IAC Fonte: Ibirá Medidas gerais de manejo Podem ser instalados rodolúvios na entrada do viveiro e pedelúvios na entrada das estruturas. Rodolúvio Pedilúvio Fonte: Alma Equipamentos Fonte: UFRGS Medidas gerais de manejo Deve-se evitar ao máximo o trânsito de veículos no interior do viveiro. Em torno das imediações do viveiro podem ser instalados quebra ventos, com uso de espécies arbóreas não hospedeiras de patógenos da espécie que esta sendo cultivada no viveiro. Linha quebra- vento Uso entre propriedades Fonte: DSC.UC Fonte: DSC.UC Medidas gerais de manejo Como uma das partes mais importantes, os funcionários do viveiro devem ser sempre bem instruídos sobre as medidas sanitárias de higiene e de monitoramento das doenças. Deve se empregar níveis de irrigação e fertilização adequados. Deve se fazer a higienização de bandejas e tubetes antes do reuso. Não deve-se reutilizar substrato ou água de irrigação sem algum tratamento prévio. Plantas espontâneas devem ser eliminadas periodicamente. Medidas gerais de manejo Fonte: Auer, C. G. Doenças na cultura do eucalipto Podridão de estacas do eucalipto Podridão de estacas do eucalipto Hospedeiro: Eucalyptus spp. Patógeno: Botrytis cinerea, Calonectria spp., Rhizoctonia solani Ocorrência: todas as regiões cultivadas . Fonte: Auer, C. G Fonte: Auer, C. Fonte: Auer, C. G. Morte de estacas Reboleira devido a incidência da doença Estaca doente com presença de esporulação de Botrytis Mancha foliar bacteriana do eucalipto Mancha foliar bacteriana do eucalipto Hospedeiro: Eucalyptus spp. Patógeno: Pseudomonas spp. e Xanthomonas spp. Ocorrência: todas as regiões cultivadas Fonte: CIFlorestas Fonte: Clonar Mancha foliar bacteriana Mancha foliar bacteriana Mancha foliar fúngica do eucalipto Mancha bacteriana do eucalipto Hospedeiro: Eucalyptus spp. Patógeno: Calonectria spp., Rhizoctonia solani e Botrytis cinerea Ocorrência: todas as regiões cultivadas Fonte: Clonar Fonte: Agrolink Fonte: Revista Campo & Negócios Mela foliar de Botrystis Mancha foliar de cylindrocladium Mancha foliar de cylindrocladium Oídio do eucalipto Oídio do eucalipto Hospedeiro: Eucalyptus spp. Patógeno: Podosphaeria pannosa Ocorrência: todas as regiões cultivadas Sinais típicos de oídio Fonte: Agrolink Sinais típicos de oídio Fonte: UFV Ferrugem do eucalipto Ferrugem do eucalipto Hospedeiro: Eucalyptus spp. Patógeno: Austropuccinia psidii Ocorrência: todas as regiões cultivadas Sinais típicos de ferrugem Sintomas e sinais típicos de ferrugem Fonte: Clonar Murcha bacteriana do eucalipto Murcha bacteriana do eucalipto Hospedeiro: Eucalyptus spp. Patógeno: Ralstonia solanascearum Ocorrência: todas as regiões cultivadas Muda de eucalipto doente Presença de pús bacteriano Plantas doentes em jardim clonal Fonte: Clonar Fonte: Revista Opinião Fonte: Douglas Lau
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