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Coleção de Doenças

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
DEPARTAMENTO DE FITOPATOLOGIA
GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
TRABALHO PRÁTICO DE FITOPATOLOGIA II
LAVRAS – MINAS GERAIS
2022
Nícolas da Costa Alecrim
Turma: 1E 	201810957
TRABALHO PRÁTICO – FITOPATOLOGIA II
Coleção de doenças causadas por fungos
LAVRAS - MINAS GERAIS
 2022
Sumário
Murcha de Fusarium em Feijão	Ficha 1		
Ferrugem no Café 	Ficha 2
Míldio na Uva	Ficha 3		
Brusone do Arroz 	Ficha 4
Ferrugem da Soja	Ficha 5
Mofo Verde da Laranja	Ficha 6
Sigatoka Negra em Bananeira	Ficha 7
Penicillium em grãos de Milho	Ficha 8
Fusarium em Milho	Ficha 9
Cercosporiose em café 	Ficha 10
Podridão Vermelha em Cana de Açúcar	Ficha 11
Ferrugem Marrom em Cana de Açúcar	Ficha 12
Oídio em Algodão	Ficha 13
Ferrugem em Figo	Ficha 14
Verrugose em Limão	Ficha 15
INTRODUÇÃO
A fitopatologia é o ramo da ciência que estuda as doenças em plantas. Sendo definida como a ciência que estuda a interação entre planta, doença e meio ambiente, estabelecendo deste modo os métodos de prevenção e controle (CAROLLO, 2016). 
Doença de planta é entendida como qualquer alteração fisiológica causada por agentes bióticos (fungos, bactérias, etc.) e abióticos (seca, insolação, etc.).
As doenças provocam alterações fisiológicas que podem ser detectadas por meio dos sintomas. Segundo Bergamim et. al. (1995), sintomas são reações da planta (hospedeiro) ante qualquer manifestação de agentes nocivos. Sinais: são estruturas do patógeno quando exteriorizadas no tecido doente.
Alguns sintomas podem ser: Pústulas - pequena mancha necrótica, com elevação da epiderme, que se rompe por força da produção e exposição de esporos fúngicos; 	 Podridão – morte e desintegração de tecidos, decorrente da atividade enzimática de fitopatógenos; Verrugose – crescimento excessivo de tecidos epidérmicos e corticais, geralmente modificados pela ruptura e suberificação das paredes celulares, originando lesões salientes e ásperas, em frutos, tubérculos e folhas, entre outros.
A correta identificação das doenças nos trará um manejo mais assertivo de modo a reduzir o número de aplicações de fungicidas, aplicação no momento correto com dosagem correta, utilização de outra técnica para auxiliar no controle das doenças, entre outros.
 Nesse sentido este trabalho visa apresentar 15 doenças de plantas, coletadas de fevereiro a abril de 2022. São apresentados os ciclos completo de vida dos patógenos, fotos com a planta infectada e sintomas da doenças, classificação atual, recomendações de controle específicas. 
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 1
Ciclo e estruturas típicas do patógeno
 Material vegetal
Local de coleta: Painel de Grandes Culturas UFLA			Data da coleta: 20/03/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 1
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum): Phaseolus vulgaris (feijão) 
1b. Outros possíveis hospedeiros: feijão guandu, crotalária, estilosante.
2. Nome da Doença: Murcha-de-Fusarium
3. Classificação do agente etiológico:
3a. Filo: Ascomycota
3b. Ordem / família: Hypocreales / Nectriaceae
3c. Gênero / espécie: Fusarium oxysporum f.sp. phaseoli
4. Sintomatologia Característica:
Nas raízes e caule causa escurecimento dos vasos e em condições de alta umidade é possível visualizar estruturas do fungo (macroconídios e microconidios) de coloração rosada. As folhas amarelam e secam os sintomas apresentam-se em reboleira e afeta negativamente o enchimento de vagens.
5. 5. Condições favoráveis à ocorrência da doença:
Temperaturas entre 20 e 25°C e umidade relativa do ar alta.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo:
Sobrevivência em restos culturais e/ou plantas hospedeiras;
Disseminação por sementes, chuva, água de irrigação e mecânica (principalmente transito de máquinas). É capaz de sobreviver no solo por vários anos pela formação de estruturas chamadas clamidósporos.
7. Principais medidas de controle:
A principal medida é evitar a entrada do patógeno em áreas isentas Genética – uso de cultivares resistentes;
Tratamento de sementes;
Rotações de culturas com espécies de braquiárias ou o milheto; Controle biológico.
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 2
 
 Ciclo e estruturas típicas do patógeno
 Material vegetal
Local de coleta: Cafezal - UFLA			Data da coleta: 20/02/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 2
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum): Coffea arábica (café)
1b. Outros possíveis hospedeiros: Não possui
2. Nome da Doença: Ferrugem do café
3. Classificação do agente etiológico:
3a. Filo: Basidiomycota
3b. Ordem / família: Uredinales / Pucciniaceae
3c. Gênero / espécie: Hemileia / H. vastatrix
4. Sintomatologia Característica:
Manchas cloróticas possíveis de serem vistas com a folha colocada contra a luz. Manchas na face inferior da folha de coloração amarelo – alaranjada.
Aparecimento sobre a mancha de massa pulverulenta de uredósporos. Necrose de partes do tecido foliar.
5. 5. Condições favoráveis à ocorrência da doença:
Alta umidade e temperatura entre 21 a 23°C, sombreamento, plantio adensado, maior período de molhamento foliar.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo:
Sobrevive em folhas contaminadas
Disseminada por meio de chuva, vento, tratos culturais e irrigação.
7. Principais medidas de controle:
Controle químico: protetores e sistêmicos
Controle culturas: escolha do cultivar, plantar com espaçamentos maiores para evitar o sombreamento.
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 3
 Ciclo e estruturas típicas do patógeno
 Material vegetal
Local de coleta: Pomar - UFLA			Data da coleta: 17/02/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 3
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum): Vitis vinifera L (uva)
1b. Outros possíveis hospedeiros: Este fungo infecta além das cultivares pertencentes à espécie Vitis vinifera, outros membros da família Vitaceae, incluindo todas as espécies de uvas americanas nativas, como Vitis labrusca, V. aestivales, V. rotundifolia, V. rupestris, V. vulpena, V. californica e outras. A severidade nessas espécies é menor do que nas uvas Vitis vinifera.
2. Nome da Doença: Oídio
3. Classificação do agente etiológico:
3a. Filo: Ascomycota
3b. Ordem / família: Erysiphales / Erysiphaceae
3c. Gênero / espécie: Uncinula necator
4. Sintomatologia Característica:
Manchas cloróticas em folha; Rachadura das bagas;
Sobre a superfície infectada ocorre a formação de uma massa branca acinzentada, constituída de micélio e estruturas reprodutivas do fungo.
5. 5. Condições favoráveis à ocorrência da doença:
O oídio é uma doença de clima fresco e seco, sendo a temperatura ótima para seu desenvolvimento em torno de 25ºC, embora os esporos germinem na superfície da folha a temperaturas entre 6ºC e 33ºC. A umidade tem pouco ou nenhum efeito sobre a germinação e desenvolvimento. Entretanto, a água livre, assim como chuva, orvalho ou água de irrigação, pode causar anormal ou fraca germinação dos esporos e pode lavar os esporos e micélio dos tecidos do hospedeiro.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo:
A disseminação dos esporos é facilitada pela ação do vento e o inóculo aumenta pela presença de extensivas plantações de videiras, ocasionando infecções secundárias, que se repetem muitas vezes durante o ciclo da cultura.
7. Principais medidas de controle:
O melhor controle do oídio é a prevenção.
Controle químico preventivo (principalmente a base de enxofre)
Usar cultivares com maior grau de resistência quando possível. Em regiões quentes e secas, pulverizações desde a brotação são recomendadas para as cultivares suscetíveis, repetindo-se a cada 14 dias até o início da maturação.
Herbário (Diagnose de doenças de plantas)– GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 4
 Ciclo e estruturas típicas do patógeno
 Material vegetal
Local de coleta: Fazenda Vitorinha - UFLA			Data da coleta: 06/03/2022
 (
Local
 
da
 
coleta
:
 
GRUPO
 
CULTIVAR,
 
AGROLINK
) (
Data
 
da
 
coleta
:
/
/
 
)
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 4
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum): Oryza sativa (arroz)
1b. Outros possíveis hospedeiros: milho, milheto, arroz, cevada, azevém e algumas gramíneas nativas
2. Nome da Doença: Brusone
3. Classificação do agente etiológico:
3a. Filo: Ascomycota
3b. Ordem / família: Diaporthales / Magnapothaceae
3c. Gênero / espécie: Magnaporthe / M. grisea e M. oryzae
4. Sintomatologia Característica:
Nas folhas: pequenos pontos de coloração castanha, que evoluem para manchas obliquas com centros esbranquiçados quando completamente desenvolvidas.
Nas sementes consistem em manchas e pontuações de coloração vermelho-amarronzado.
5. 5. Condições favoráveis à ocorrência da doença:
A temperatura ideal varia entre 20oC a 25oC, e o período mínimo de duração do orvalho (molhamento foliar) de seis a oito horas.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo:
Pode sobreviver em sementes infectadas, hospedeiros secundários ou em restos culturais, este último pode ser considerado a principal fonte de inóculo do patógeno. Seus esporos são pequenos e leves, facilmente dispersos pelo vento e podendo atingir áreas muito distantes da fonte de origem, parecido com o que ocorre com as ferrugens.
7. Principais medidas de controle:
Preparo do solo com aração profunda;
Tratamento preventivo de sementes com fungicida; Evitar o excesso de adubação nitrogenada; Controle químico;
Utilização de cultivares resistentes;
Janela de plantio: normalmente a doença se desenvolve menos nos plantios tardios;
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 5
Ciclo e estruturas típicas do patógeno
Material vegetal
Local de coleta: Fazenda Vitorinha - UFLA			Data da coleta: 06/03/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 5
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum):  Glycine max L. / Soja
1b. Outros possíveis hospedeiros: Trigo
2. Nome da Doença: Ferrugem asiática
3. Classificação do agente etiológico:
3a. Filo: Basidiomycota
3b. Ordem / família: Uredinales / Phakopsoraceae 
3c. Gênero / espécie: Phakopsora / Phakopsora pachyrhizi
4. Sintomatologia Característica: Os sintomas são observados em toda a parte aérea da planta, principalmente no terço inferior. Os sintomas iniciais são pontuações de coloração esverdeada a cinza-esverdeada. Na face abaxial das folhas é possível observar uréias que se rompem e liberam uredosporos. As lesões possuem formato geralmente angular, podendo atingir de 2 a 5 mm de diâmetro e aparecem nos pecíolos, vagens ou caules. Quando as plantas são severamente atacadas ocorre o desfolhe precoce, comprometendo o enchimento de grãos. A coloração das lesões pode ser de castanha a marrom-avermelhada, com manchas que podem apresentar uma ou mais pústulas. Com a evolução da doença ocorre o amarelecimento as folhas. 
5. 5. Condições favoráveis à ocorrência da doença: Temperaturas de 16 a 24 ºC, alta umidade (75-80%) e períodos prolongados de orvalho (a duração do período de molhamento foliar ideal para o desenvolvimento do fungo é de 16 horas).
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo: a principal forma de disseminação é através do vento. Por ser um parasita obrigatório, não sobrevive em restos culturais e nem na ausência de hospedeiros. Por essa razão, sua sobrevivência ocorre através de hospedeiros alternativos. 
7. Principais medidas de controle: Rotação de culturas, uso de cultivares precoces, vazio sanitário, eliminação de hospedeiros alternativos e controle químico.
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 6
Material vegetal
Local de coleta: Painel de Grandes Culturas - UFLA			Data da coleta: 18/04/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 6
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum): Citros / Citrus
1b. Outros possíveis hospedeiros: Milho 
2. Nome da Doença: Bolor verde
3. Classificação do agente etiológico:
3a. Filo: Ascomycota
3b. Ordem / família: Eurotiales / Trichocomaceae
3c. Gênero / espécie: Penicillium / Penicillium digitatum
4. Sintomatologia Característica: Os sintomas iniciais são uma mancha mole, aquosa, ligeiramente descolorida e, após algum tempo ocorre o surgimento dos micélios brancos e esporos de coloração verde oliva. A área de esporulação é circundada por um halo de micélio branco e outro de aspecto aquoso. Com o desenvolvimento da podridão, o fruto inteiro é tomado por uma massa de esporos, facilmente dispersos pelo movimento do ar
5. 5. Condições favoráveis à ocorrência da doença: Temperaturas entre 5,7ºC e 30ºC. Em geral, a medida que ocorre a diminuição da temperatura, o desenvolvimento do fungo é mais lento.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo: Vento e chuva. Sobrevivem saprofiticamente em pomares na forma de conídios.
7. Principais medidas de controle: O principal método de controle é a colheita e o manuseio dos frutos com cuidado, a fim de evitar ferimentos que favoreçam a entrada do patógeno. A eliminação dos frutos contaminados também é uma forma de controle. O controle químico pode ser uma medida complementar de controle.
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 7
Material vegetal
Local de coleta: Pomar - UFLA			Data da coleta: 18/04/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 7
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum): Banana / Musa spp.
1b. Outros possíveis hospedeiros: Heliconia 
2. Nome da Doença: Sigatoka-negra
3. Classificação do agente etiológico:
3a. Filo: Ascomycota
3b. Ordem / família: Mycosphaerellales / Mycosphaerellaceae
3c. Gênero / espécie: Mycosphaerella / Mycosphaerella fijiensis
4. Sintomatologia Característica: A infecção ocorre nas folhas mais jovens da planta. Os primeiros sintomas surgem na face abaxial das folhas evoluindo de estrias marrons para estrias negras, causando a necrose da folha.
5. Condições favoráveis à ocorrência da doença: Temperaturas elevadas e molhamento foliar.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo: Vento, chuva, utilização de mudas contaminadas e uso de materiais com o inóculo, como caixas, por exemplo.
7. Principais medidas de controle: A principal medida de controle é a utilização de cultivares resistentes, controle cultural para evitar a formação de microclimas que favoreçam o desenvolvimento do patógeno e controle químico. O controle químico deve ser direcionado principalmente às folhas mais novas e os grupos químicos mais indicados são os triazóis e as estrobirulinas.
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 8
Ciclo e estruturas típicas do patógeno
Material vegetal
Local de coleta: Pomar - UFLA			Data da coleta: 18/04/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 8
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum):  Café arábica (Coffea arabica)
1b. Outros possíveis hospedeiros: Espécies da família Rubiaceae
2. Nome da Doença: Cercosporiose
3. Classificação do agente etiológico:
3a. Filo: Ascomycota
3b. Ordem / família: Moniliales, Dematiaceae
3c. Gênero / espécie: Cercospora, Cercospora coffeicola
4. Sintomatologia Característica: Os sintomas nas folhas manifestam-se como manchas de configuração mais ou menos circular, com 0,5-1,5 cm de diâmetro, de coloração pardo-clara ou marrom-escura, com centro branco-acinzentado, envolvidas por anel arroxeado, dando a ideia de um olho. No centro das lesões, em estádio mais avançado, geralmentesão observadas pequenas pontuações pretas, que constituem as estruturas de frutificação do fungo. As folhas atacadas caem rapidamente, ocorrendo desfolha e seca dos ramos. A desfolha é causada pela grande produção de etileno no processo de necrose, bastando uma lesão" por folha para causar sua queda. Nos frutos, as lesões começam a aparecer quando estes estão ainda pequenos aumentando o ataque no início da granação. Às lesões permanecem até o amadurecimento dos frutos. Seu aparecimento ocorre principalmente nas partes mais expostas à insolação, na forma de pequenas manchas castanhas, deprimidas, que se alongam no sentido das extremidades. À medida que as manchas envelhecem, assumem um aspecto ressecado e escuro, fazendo com que a casca, nessa parte, fique aderente à semente, o que, em ataques mais" severos, causa seu chochamento
5. Condições favoráveis à ocorrência da doença: Umidade relativa alta e temperaturas entre 10º e 25º C e excesso de insolação ou maior luminosidade. Condições de baixas temperaturas, alta umidade relativa, encharcamento do solo, ventos frios e insolação intensa, além de precário estado nutricional, predispõem as mudas ao aparecimento e maior intensidade da doença. Plantas com deficiências nutricionais, especialmente de nitrogênio, são mais atacadas pelo patógeno.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo: A disseminação do patógeno entre plantas e na lavoura é feita por água (chuva ou irrigação) e insetos. A sobrevivência do fungo é por meio de conídios que permanecem viáveis em folhas de café que caem no solo.
7. Principais medidas de controle: Deve-se iniciar o controle da doença com cuidados na formação das mudas, procurando-se evitar condições favoráveis à doença através de práticas culturais, como formação de viveiros em local bem drenado e arejado, utilização de substratos balanceados em nutrientes, com boas propriedades físicas, controle da irrigação e do excesso de insolação nas mudas. Para o controle químico, deve-se fazer, quinzenalmente, aplicações preventivas de fungicidas cúpricos alternados com ditiocarbamatos, na concentração de 0,3%, gastando em média 10 litros de calda fungicida para 20.000 mudas. As pulverizações devem ser iniciadas a partir do primeiro ou segundo par de folhas, fazendo-se, no máximo, duas a três aplicações com cúpricos, para evitar toxidez ao sistema radicular das plantas. Em viveiros já atacados, pode-se utilizar fungicidas sistêmicos como benomyl, propiconazole ou similares a 0,1%. Nos plantios novos, havendo períodos de seca, é recomendável efetuar pulverizações com uma mistura de fungicidas e nutrientes. Nesse caso, pode-se empregar fungicidas cúpricos a 0,5% ou benomyl a 0,1 % com ureia a 1 % ou, ainda, outro adubo foliar completo.
Nos cafezais de segundo e terceiro anos, se a doença for grave, recomenda-dotar programas de pulverizações preventivas, usando-se fungicidas cúpricos, que coincidem em termos de produto e época com o controle simultâneo da ferrugem. O período de maior incidência de cercosporiose no campo vai de janeiro a abril, devendo-se iniciar o controle em dezembro-janeiro, no começo da granação dos frutos, com duas
aplicações até março. Os fungicidas sistêmicos do grupo dos triazóis, eficientes no controle da ferrugem, têm
também apresentado boa eficiência no controle de cercosporiose, quando utilizados em pulverizações
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 09
Ciclo e estruturas típicas do patógeno
Material vegetal
Local de coleta: Painel de Grandes Culturas - UFLA			Data da coleta: 20/04/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 09
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum):  Milho (Zea Mays L.)
1b. Outros possíveis hospedeiros: Algodão, Arroz, Arroz irrigado, Aveia Pastagens, Seringueira (Floresta implantada), Sorgo, Soja.
2. Nome da Doença: Podridão de colmo causada por fusarium
3. Classificação do agente etiológico:
3a. Filo: Ascomycota
3b. Ordem / família: Hypocreales, Nectriaceae
3c. Gênero / espécie: Fusarium, Fusarium fujikuroi Nirenberg
4. Sintomatologia Característica: Os sintomas internos caracterizam-se por uma alteração na cor da medula, que pode variar de esbranquiçada a marrom. Em estádios mais avançados da doença, pode ocorrer a quebra do colmo. O patógeno afeta, geralmente, as raízes e os internódios inferiores, podendo atingir também os internódios superiores e causar podridão de espiga.
5. Condições favoráveis à ocorrência da doença: Após a polinização, quando esta fase é antecedida por período seco e seguido por período chuvoso.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo: Esse fungo de solo é capaz de sobreviver nos restos de cultura na forma de micélio e apresenta várias espécies vegetais como hospedeiras o que torna a medida de rotação de cultura pouco eficiente. Frequentemente pode ser encontrado associado às sementes. A disseminação dos conídios se dá através do vento ou da chuva. Sobrevive como clamidósporos também.
7. Principais medidas de controle: Plantio de cultivares resistentes é o método mais eficiente. Adubação equilibrada, principalmente de potássio, densidade de plantio adequada e colheita na hora apropriada minimizam os danos causados pela doença.
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 10
Ciclo e estruturas típicas do patógeno
Material vegetal
Local de coleta: Painel de Grandes Culturas - UFLA			Data da coleta: 25/04/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 10
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum): Milho (Zea mays L.)
1b. Outros possíveis hospedeiros: Soja
2. Nome da Doença: Podridão da Espiga causada por Penicillium
3. Classificação do agente etiológico
3a. Filo: Ascomycota
3b. Ordem / família: Eurotiales, Aspergillaceae
3c. Gênero / espécie: Penicillium, Penicillium oxalicum Currie & Thom
4. Sintomatologia Característica: A principal característica de espigas infectadas por Penicillium é uma coloração verde-azulada entre os grãos e sobre a superfície do sabugo. Pode ocorrer escurecimento do grão na região do embrião, chamado de “olho azul” do milho. Estrias brancas na superfície dos grãos podem ser observadas. 
5. Condições favoráveis à ocorrência da doença: Os sintomas são comuns em grãos armazenados sob condições de alta umidade.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo: Podem sobreviver no solo ou no interior das sementes.
7. Principais medidas de controle: Plantio de cultivares resistentes é o método mais eficiente. Adubação equilibrada, principalmente de potássio, densidade de plantio adequada e colheita na hora apropriada minimizam os danos causados pela doença.
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 11
Ciclo e estruturas típicas do patógeno
Material vegetal
Local de coleta: Painel de Grandes Culturas - UFLA			Data da coleta: 15/04/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 11
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum):  Cana de Açúcar (Saccharum spp.)
1b. Outros possíveis hospedeiros: Lírio da paz, milho, Sigônio, Feijão fradinho e Sorgo
2. Nome da Doença: Podridão Vermelha
3. Classificação do agente etiológico
3a. Filo: Ascomycota
3b. Ordem / família: Glomerellales, Glomerellaceae
3c. Gênero / espécie: Colletotrichum, Colletotrichum falcatum Went
4. Sintomatologia Característica: Esta doença pode se manifestar na cana-de-açúcar sob diferentes formas, de acordo com os órgãos afetados e estádio vegetativo. Durante a germinação do tolete, causa a morte das gemas e redução na germinação. Nos colmos, o patógeno causa, internamente, uma podridão vermelha que dá nome à doença. Na nervura central das folhas aparecem lesões vermelhas que mais tarde ficam com o centro mais claro. O tamanho das lesões é variável, mas em folhas velhas pode atingir toda a extensão da nervura. Em variedadessuscetíveis, as lesões aprofundam-se na nervura. Os sintomas podem ser confundidos com deficiência de potássio. Em variedades altamente suscetíveis, à medida que a planta se desenvolve e amadurece, as folhas do palmito amarelecem e paralisam o crescimento. As bainhas das folhas de cor palha ficam com a superfície recoberta de pontuações negras, que correspondem a frutificações do fungo. Na região nodal aparecem áreas necrosadas, de bordos definidos, que evoluem rapidamente até a completa necrose do entrenó que passa a exibir coloração pardo-escura e acérvulos do fungo. Internamente, nos colmos, surgem bandas transversais brancas que caracterizam a podridão vermelha. Nestas bandas, o fungo cresce livremente e pode ser isolado com facilidade. Em solos secos, raízes e colo da planta são atacados e exibem podridão seca semelhante aos colmos.
5. Condições favoráveis à ocorrência da doença: ocorre em épocas quentes e chuvosas
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo: O fungo sobrevive no solo e em restos culturais em formas de clamidósporos, conídios e micélio
7. Principais medidas de controle: O uso de variedades resistentes é o único método econômico de controle.
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 12
Ciclo e estruturas típicas do patógeno
Material vegetal
Local de coleta: Painel de Grandes Culturas - UFLA			Data da coleta: 15/04/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 12
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum):  Cana de Açúcar (Saccharum spp.)
1b. Outros possíveis hospedeiros: Gênero Saccharum e Bambu
2. Nome da Doença: Ferrugem Marrom
3. Classificação do agente etiológico:
3a. Filo: Basidiomycota
3b. Ordem / família: Pucciniales, Pucciniaceae
3c. Gênero / espécie: Puccinia, Puccinia melanocephala Syd. & P. Syd.
4. Sintomatologia Característica: Pústulas na página inferior das folhas são amareladas a marrom-escuro, medem de 2 a 7 mm de comprimento por 1 mm de largura e mostram a formação de esporos subepidérmicos com ruptura da epiderme para sua liberação (Prancha 19.6). Em variedades muito suscetíveis, as pústulas agrupam-se, formando placas de tecido necrosado (Prancha 19.7). Plantas muito atacadas têm crescimento retardado com folhas queimadas e sem brilho.
5. Condições favoráveis à ocorrência da doença: temperatura entre 21 e 26°C e umidade relativa
alta no verão e alternância de calor e frio no outono, além de 8 horas de molhamento foliar.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo: É disseminada pelo vento principalmente, mas também pela água, insetos, máquinas e equipamentos. Sobrevive na planta e pelos esporos urediniósporos.
7. Principais medidas de controle: Variedades resistente, diversificação de variedades em pelo menos 15% da área e aplicação de fungicidas a base de Estrubirulinas + Carboxamidas – fluxapiroxade.
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 13
Ciclo e estruturas típicas do patógeno
Material vegetal
Local de coleta: Painel de aulas práticas de agricultura geral - UFLA		Data da coleta: 15/04/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 13
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum): Girassol (Helianthus annuus)
1b. Outros possíveis hospedeiros: Abóbora, Alface, Gérbera, Pepino, Quiabo
2. Nome da Doença: Oídio
3. Classificação do agente etiológico
3a. Filo: Ascomycota
3b. Ordem / família: Helotiales, Erysiphaceae 
3c. Gênero / espécie: Golovinomyces cichoracearum (DC.) V.P. Heluta
4. Sintomatologia Característica: 
Esta doença caracteriza-se pelo aparecimento de estruturas aveludadas de coloração branca ou cinza sobre a parte aérea da planta, principalmente em folhas, mas ocasionalmente na haste e em brácteas. As lesões podem crescer e coalescer, tomando grande parte da superfície da planta. Com a evolução do ciclo da cultura, podem ser observadas pontuações negras distribuídas ao acaso nas áreas aveludadas.
5. Condições favoráveis à ocorrência da doença: As condições ótimas para a infecção são temperatura ao redor de 18ºC e umidade relativa de 95% a 98%.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo: A transmissão é feita principalmente por cleistotécios, que sobrevivem de uma safra para outra. Em alguns casos, os conídios também podem sobreviver. A disseminação é feita principalmente pelo vento, que leva os conídios a longas distâncias. As condições ótimas para a infecção são temperatura ao redor de 25°C e umidade relativa de 95%. A doença é favorecida em períodos quentes e secos.
7. Principais medidas de controle: A adoção de plantio espaçado, eliminação de restos de cultura e adubação balanceada contribui no controle da doença. Uso de cultivares resistentes e livres da doença
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 14
Ciclo e estruturas típicas do patógeno
Material vegetal
Local de coleta: Pomar - UFLA			Data da coleta: 17/02/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 14
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum): Figo (Ficus carica)
1b. Outros possíveis hospedeiros: Plantas do género Ficus
2. Nome da Doença: Ferrugem do figo
3. Classificação do agente etiológico:
3a. Filo: Basidiomycota
3b. Ordem / família: Pucciniales, Phakopsoraceae
3c. Gênero / espécie: Cerotelium, Cerotelium fici (Castagne) Arthur
4. Sintomatologia Característica: Se inicia nas folhas com pequenas manchas angulares verde-amareladas que aumentam e se tornam pardas, com presença de pústula. As esporulações são isoladas na face abaxial podendo ocasionar desfolha da planta. Há também a presença de manchas amarelas na face abaxial de tamanhos variados e na face adaxial a pontuações necróticas pequenas distribuídas no Limbo.
5. Condições favoráveis à ocorrência da doença: elevada umidade temperatura entre 25 °C e 30 °C pluviosidade bem distribuída e umidade relativa do ar elevada. Inverno não é muito quente muito frio e seco.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo: disseminação pelo vento e pelos respingos de chuva e a sobrevivência do inóculo ocorre em folhas doentes remanescentes no pé até a época de poda. 
8. Principais medidas de controle: o controle deve ser realizado no período vegetativo eliminando os órgãos que podem servir de inóculo primário e também as folhas afetadas no chão. Pode-se usar calda bordalesa, fungicidas a base de cobre de contato ou sistêmico. Dentre todas as medidas a calda, por sua capacidade de aderir fortemente ao tecido toda planta, é preferida e vale salientar que esses cuidados também devem ser feitos no período reprodutivo.
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 15
Ciclo e estruturas típicas do patógeno
Material vegetal
Local de coleta: Painel de Grandes Culturas - UFLA		Data da coleta: 17/04/2022
Herbário (Diagnose de doenças de plantas) – GFP 102 – FITOPATOLOGIA – 2 Ficha Nº 15
1a. Nome do hospedeiro (científico e comum): Limão Cravo (Citrus limonia Osbeck)
1b. Outros possíveis hospedeiros: Citros em geral
2. Nome da Doença: Verrugose
3. Classificação do agente etiológico:
3a. Filo: Ascomycota
3b. Ordem / família: Myriangiales, Elsinoaceae
3c. Gênero / espécie: Elsinoe, Elsinoe fawcettii Bitanc. & Jenkins
4. Sintomatologia Característica: em todos os órgãos infectados as lesões e são superficiais não se aprofundam no interior dos tecidos. Em frutos as lesões são irregulares, salientes, corticosas, de coloração palha ou cinza escura em todos em tecidos novos e no início da infecção as lesões são maiores e provocam deformações onde infectam.
5. Condições favoráveis à ocorrência da doença: Alta umidade e temperaturas amenas, tendo seu período crítico na floração e em frutos recém-formados.
6. Forma de disseminação e sobrevivência do inóculo: Feita pelo vento a longas distâncias e por respingos de água a curtasdistâncias. Conídios também podem ser dispersos por insetos, homens, máquinas e etc. Em períodos secos sobrevivem sobre as lesões por períodos curtos e em órgãos afetados o fungo pode sobreviver de um ano para outro
 
7. Principais medidas de controle: Produtos a base de cobre pulverizados na pós florada. Utilização de benzimidazol ou ditiocarbamatos com aplicação na florada, onde dois terços das pétalas estejam caídas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Mycology - Scientific Figure on ResearchGate. Available from: https://www.researchgate.net/figure/Life-cycle-of-Penicillium-sp_fig58_326207059 [accessed 1 May, 2022]
Vale, Paula Adrielly Souza. Caracterização de Cercospora coffeicola por filogenia molecular multigênica / Paula Adrielly Souza Vale. – Lavras: UFLA, 2016. 64 p.: il.
Slides da disciplina de Fitopatologia II – Edurado e Jorge
Pest categorisation of Colletotrichum plurivorum - Scientific Figure on ResearchGate. Available from: https://www.researchgate.net/figure/General-life-cycle-of-Colletotrichum-species-from-de-Silva-et-al-2017_fig1_356114751 [accessed 1 May, 2022]
Cezar, Juliatti & Professor, Juliatti & Marinho Juliatti, Breno & Fernanda, Cristina & Juliagro, Ltda & Daine, Eng & Fazenda, Anderlei & Cruzeiro, Estância & Irmãos, Frangiosi & Florido, M & Márcio, Eng. (2020). Evolução das doenças fúngicas na cana de açúcar no Brasil. Como e quando usar fungicidas. 1.
Carollo, Eliane Mazzoni. Manual básico de técnicas fitopatológicas / Eliane Mazzoni Carollo, Hermes Peixoto Santos Filho.– Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura BA, 2016.

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