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Aula-2---Provas---Fernando-Henrique-Santos-Terra

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL PENAL
Provas
Livro Eletrônico
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Fernando Terra
Sumário
Provas ................................................................................................................................................ 3
1. Aspectos Gerais e Conceitos ..................................................................................................... 3
1.2. Objeto da Prova ........................................................................................................................ 4
1.3. Sistemas de Avaliação ........................................................................................................... 11
1.4. Cadeia de Custódia .................................................................................................................13
2. Princípios Gerais .......................................................................................................................20
3. Ônus da Prova ............................................................................................................................24
3.1. Distribuição do Ônus da Prova ............................................................................................ 25
4. Provas Ilícitas ............................................................................................................................ 26
4.1. Hipóteses de Admissão da Prova Ilícita ............................................................................28
4.2. Prova Ilícita por Derivação .................................................................................................. 29
5. Meios de Prova ..........................................................................................................................34
Resumo ............................................................................................................................................46
Questões de Concurso .................................................................................................................49
Gabarito ........................................................................................................................................... 75
Referências ..................................................................................................................................... 76
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Fernando Terra
PROVAS
1. Aspectos GerAis e conceitos
Em primeiro lugar, é relevante estabelecer que o conceito de prova é variável, sendo, por-
tanto, não exclusivo da ciência jurídica. Assim, pode significar tantos os instrumentos pelos 
quais o juiz se vale para conhecer os fatos, como pode ser uma atividade lógica (indução ou 
dedução, por exemplo) para conhecimento dos fatos; pode, ainda, ser um procedimento pelo 
qual o sujeito cognoscente conhece o objeto a que se propõe, e, por fim, um resultado da refe-
rida atividade lógica.
Essencialmente, é o meio pelo qual se reconstrói um fato a partir de sua demonstração ao 
magistrado, tendo em vista a formação da convicção dele acerca de eventos ocorridos. Por-
tanto, prova é tudo o que permite levar o conhecimento de alguma coisa a alguém.
Nesse contexto, Liebman citado por Lima (2018) explica que provas são “os meios que 
servem para dar o conhecimento de um fato e por isso para fornecer a demonstração e para 
formar a convicção da verdade de um fato específico”.
Marinoni e Arenhart (XXXX) trazem que a prova, no direito processual em geral, constitui-se 
no “meio retórico, regulado pela lei, e dirigido, dentro dos parâmetros fixados pelo direito e de 
critérios racionais, a convencer o Estado-juiz da validade das proposições, objeto de impugna-
ção, feitas no processo”. 
A fim de sistematizar o sentido do termo prova normalmente empregado na legislação e 
doutrina brasileiro, adota-se a classificação de NUCCI (2020), segundo o qual prova é: a) ato 
de provar – meio pelo qual se verifica a correspondência ou a verdade de fato suscitado por 
qualquer das partes; b) meio – é o instrumento a partir do qual a verdade almejada é demons-
trada; c) resultado da prova – refere-se ao produto obtido pela análise do instrumento de prova 
disponibilizado.
Autores como Lima (2018) e Pacelli (XXXX) realizam distinção entre provas e elementos 
de informação conforme a sua produção ocorrer, respectivamente, no curso do processo ou 
da investigação, em vista das alterações pela Lei n.º 11.690/2008 no Código de Processo 
Penal (CPP).
Em verdade, e como já anotado, a finalidade (principal) da prova é formar a convicção do 
juiz. Afinal, ele é o destinatário final da prova produzida pelas partes, sendo quem deve estar 
convencido da validade ou não das proposições formuladas sobre um determinado fato. Há 
quem entenda, por outro lado, ser também o Ministério Público um dos destinatários da prova, 
especificamente a produzida na fase de investigações preliminares (no inquérito policial, por 
exemplo), uma vez que é quem detém a titularidade da ação penal pública.
Ainda com relação à finalidade da prova, quatro conceitos normalmente são apresenta-
dos quanto à idade de verdade: a) verdade processual – relaciona-se com a certeza obtida no 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
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contexto de um processo específico, servindo de base para o julgamento, podendo ou não 
corresponder à realidade; b) verdade real – corresponde à idealizada reconstituição exata dos 
fatos; c) verdade formal – refere-se à verdade resultante da relação de debate entre as partes; 
d) verdade material – em grau maior, é a decorrente da produção probatória, autorizando con-
vicções a partir da análise de dados ou elementos informativos.
1.2. objeto dA provA
Também referido como thema probandum, o objeto da se trata do fato, coisa, acontecimen-
to ou circunstância de cuja demonstração depende o processo. Em se tratando da acusação, 
relaciona-se com a veracidade da imputação feita contra o réu e as circunstâncias corres-
pondentes. 
Nesse cotejo, é interessante pontuar a perspectiva de BRASILEIRO (2018), segundo o qual 
o objeto da prova não são os fatos, por entender que jamais será possível obter a reconstru-
ção integral do que ocorreu, explicando o referido autor que “o objeto da prova é a verdade ou 
falsidade de uma afirmação sobre um fato que interessa à solução do processo [...] e da con-
trovérsia submetida à apreciação judicial”.
Diferentemente do processo civil, no processo penal não é usual a aplicação de que há 
fatos que não dependam de provas, tal como, vale dizer, conforme estabelece o art. 374, do Có-
digo de Processo Civil de 2015, não dependem de prova os fatos: a) notórios; b) afirmados por 
uma pare e confessados pela parte contrário; c) admitidos no processo como incontroversos; 
e d) em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
Nesses casos, a doutrina costuma apontar que somente os fatos notórios ou 
contra os quais milita presunção legal de veracidade não dependeriam de prova. Por outro 
lado, não se admitiram, a priori, fatos denominados incontroversos por força do princípio da 
presunção de inocência e porque, à vista do art. 156, II, do CPP, pode o juiz determinara reali-
zação de diligências para dirimir dúvidas no curso do processo ou antes de proferir a sentença.
Doutro norte, a doutrina (v. BRASILEIRO, 2018) trabalha com situações fáticas que, por sua 
natureza, podem ser considerados como não dependentes de prova. São os seguintes:
• 1. Fatos notórios: decorre da aplicação do adágio de que o que é notório dispensa prova. 
Relacionam-se a fatos culturais, sociais amplamente conhecidos e aceitos, como datas 
históricas, fatos políticos, algo de conhecimento amplo e irrestrito pelas pessoas;
• 2. Presunções legais: são juízos de certeza decorrentes da lei acerca de um fato que é 
existente ou verdadeiro, não dependendo de prova. Podem ser absolutas (ou jure et de 
jure) como os que não aceitam prova em contrário, ou relativas (juris tantum), que admi-
tem prova em contrário. Por exemplo, temos as hipóteses para cada caso, respectiva-
mente, da inimputabilidade do réu pela menoridade e a inimputabilidade pela insanidade 
do acusado (que pode ser eventualmente afastada);
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• 3. Fatos axiomáticos: podem também ser denominados de fatos indiscutíveis, induvido-
sos e que não admitem questionamentos por serem evidentes. Exemplificativamente, a 
prova da morte diante da evidência do cadáver;
• 4. Fatos inúteis: igualmente irrelevantes, são os fatos que não possuem relevância para 
a verificação da veracidade dos fatos, sendo, normalmente, incidentais.
1.2.1. Meios de Prova, Meios de Obtenção da Prova e Fonte de Prova
Entende-se por meios de prova os instrumentos pelos quais é levado ao processo elemen-
to de informação relevante a alguma decisão judicial. São exemplos: o depoimento testemu-
nhal, laudo pericial de potencialidade lesiva etc. No caso, é a partir dos meios de prova que as 
fontes são incluídas na ação penal.
Já os meios de obtenção da prova, de certa maneira, confundem-se com os meios de inves-
tigação ou de pesquisa das provas, pois se constituem como instrumentos de colheita e fontes 
ou elementos de prova. São, portanto, procedimentos regulados por lei para conseguir provas.
Por sua vez, fonte de prova é de onde provém a prova, sendo tudo que for idôneo a fornecer 
um resultado avaliável pelo juiz. Pode ser um documento, uma pessoa ou uma coisa e, por essa 
natureza, tem de ser anterior à persecução penal. Classificam-se em: fontes reais (documentos 
lato sensu) e fontes pessoais (testemunhas, vítima/informantes, peritos, acusado etc.).
Por fim, dois conceitos relevantes no contexto ora apresentado é o de elemento de prova 
e resultado da prova. O primeiro corresponde ao dado do qual se extraia a fonte de prova pen-
dente de valoração pelo magistrado, constituindo-se nos dados objetivos que confirmam ou 
não uma asserção de um fato. Já o segundo tem relação com a conclusão acerca da credibi-
lidade da fonte e a compreensão (interpretação) do juiz acerca de uma afirmação de interes-
se à causa.
001. (CESPE/CEBRASPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SE/2020) Quanto aos princípios, 
meios e conceitos da investigação criminal, julgue o item a seguir.
Documento público que comprove determinado fato delituoso sob investigação e que seja 
apreendido no cumprimento de mandado de prisão funcionará como meio de prova, enquanto 
o mandado de busca será caracterizado como meio de obtenção de fontes materiais de prova.
A questão exige os conhecimentos do candidato quanto aos conceitos e diferenças entre 
meios de prova e meios de obtenção de provas.
Os meios de prova são instrumentos ou meios processuais por meio dos quais a prova é inse-
rida no processo (ex.: prova testemunhal, pericial, etc.). Por outro lado, os meios de obtenção 
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de provas são os meios utilizados para localizar, encontrar meios de provas (ex.: busca e apre-
ensão, interceptação telefônica, etc.).
Isto posto, conclui-se que um documento público pode ser considerado um meio de prova, 
ao passo que um mandado de busca e apreensão pode ser considerado um meio de obten-
ção de prova.
Certo.
1.2.2. Classificação
É comum que, doutrinariamente, a classificação das provas seja dividida: a) quanto ao 
objeto; b) quanto ao valor; c) quanto ao sujeito; d) quanto ao que se pretende demonstrar; e) 
quanto à previsão legal; f) nomenclaturas especiais. Vejamos uma a uma.
Classificação quanto ao Objeto
Denominam-se provas diretas aquelas que demonstram, por si sós, o fato objeto da per-
secução penal. É o caso, por exemplo, da testemunha presencial do crime, a qual, no caso, viu 
pessoal o ilícito ser cometido.
Um pouco mais complexas são as provas indiretas, compreendidas como aquelas não tem 
aptidão para demonstrar, por si sós, o fato, mas que, a partir das circunstâncias existentes, 
com o emprego de um caminho/raciocínio lógico (processos inferenciais), chega-se a uma 
determinada conclusão.
Exemplo de prova indireta ocorre quando a testemunha afirma ter visto o criminoso sair do 
exato local dos fatos portando a arma do crime logo após a infração penal ter sido cometida.
Classificação quanto ao Valor
Chamam-se provas plenas aquelas que permitem juízo de certeza acerca de um fato de 
interesse do processo, o que, em uma ação penal, diz respeito à ocorrência do fato e autoria 
com as suas circunstâncias.
Por outro lado, as provas não plenas incluem-se entre as chamadas provas circunstan-
ciais, uma vez que permitem o reforço da convicção sobre fato determinado, porém não a 
possibilidade de, por si sós, autorizarem juízo de certeza. São exemplos: o indício, a fundada 
suspeita etc.
Quanto ao Sujeito
Conforme o nome sugere, são provas reais as que não derivam de uma pessoa, mas de 
coisas e que têm a aptidão de comprovar a ocorrência do fato. Por exemplo: o cadáver, a arma 
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do crime, o ferimento, o projétil etc. Nessa esteira, as provas pessoais são as decorrentes da 
pessoa, tal como se dá com o interrogatório, os testemunhos, laudos periciais etc.
Quanto ao que se Pretende Demonstrar
Classificam-se em positivas e negativas. As primeiras, também denominadas diretas (não 
no mesmo sentido da letra A), destinam-se a demonstrar a existência de um fato ou algo relati-
vo sobre o fato principal. Por outro lado, ss segundas, igualmente chamadas de provas contrá-
rias, visam à prova da negação do fato ou de ponto acerca do fato principal.
Vale dizer, nesse contexto, que a denominada contraprova é aquela apresentada por uma 
das partes com o objetivo específico de refutar os elementos expostos pela parte contrária e in-
fluir no convencimento do juiz. Pode ser incluído nesse conceito a figura do assistente técnico.
Quanto à Previsão Legal
A classificação em comento diz respeito à previsão legal ou não do tipo de prova eventual-
mente empregado na persecução penal. Assim, a fim de compreender as premissas básicas, 
são consideradas provas típicas são aquelasque contam com previsão legal, especialmente 
quanto ao seu rito de produção. Sob outro viés, denominam-se atípicas as provas que não pos-
suem previsão legal, mas são admitidas pela legislação processual penal.
No entanto, os referidos conceitos não são uníssonos doutrinariamente. Isso porque, há 
quem defenda que as provas atípicas contam como sinônimos a prova anômala e prova irritual. 
Por isso, existem duas posições acerca do referido conceito, uma restritiva e outra ampliativa.
Pela posição restritiva, o conceito de provas atípicas guarda relação com a falta de pre-
visão da fonte de prova, e não com o procedimento probatório ou meio de prova previsto na 
legislação. 
Já para a posição ampliativa, a atipicidade probatória pode se dar a) quando a prova é 
prevista no ordenamento, mas não o seu procedimento; e b) quando nenhum dos dois (prova 
e procedimento) tem previsão legal. Esta última posição é a quem conta com maior adesão 
doutrinária.
Doutro giro, conceitos que guardam afinidade com os de prova típicas e atípicas é o de 
provas nominadas e inominadas, e o de provas anômalas e provas irrituais. Provas nominadas 
são aquelas cujo nomen iuris é previsto em lei (ainda que o seu procedimento não); ao revés, 
as provas inominadas vão em sentido oposto, isso é, sem nomenclatura definida legalmente.
A seu turno, a prova anômala é a que, não obstante siga um rito previsto em lei, o procedi-
mento adotado é de outra espécie probatória. Por isso, corre o risco de ser tachada de nula por 
desvirtuamento da forma.
Com relação à prova irritual, tem-se uma prova típica produzida em desconformidade com 
o rito próprio previsto em lei. Por esse motivo, pode também ser eivada de nulidade.
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Nomenclaturas Especiais
No contexto das nomenclaturas especiais, apresentam-se os conceitos de prova empres-
tada, provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. As provas emprestadas assim são defi-
nidas aquelas produzidas em um determinado processo e é aproveitável/aproveitada em outro 
de mesma natureza ou não (tal como dispõe a súmula n.º 591, do Superior Tribunal de Justiça: 
“é permitida a prova emprestada no processo administrativo disciplinar, desde que devidamen-
te autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e ampla defesa”). 
Nesse caso, o objetivo é atender a escopos de economia processual e porque o objeto da 
prova no processo original possui pertinência (ou é idêntico) ao de outros. Para que a prova 
seja emprestada, é necessário: a) que no processo original e no processo em que a prova será 
utilizada tenham participado as mesmas partes a quem interessam a prova; b) que tenha sido 
produzida ou submetida ao crivo do contraditório, bem como assegurada a ampla defesa.
Em determinadas ocasiões, o próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ) já admitiu prova 
emprestada mesmo em processo do qual não participaram as partes do processo para o qual 
a prova seria trasladada, desde que tenha sido oportunizada a manifestação das partes sobre 
o conteúdo da prova juntada (v. EREsp n.º 617.428/SP, 4/6/2014; AgRg no AREsp 1.104.676/
SP, 11/12/2018).
Ainda com relação à prova emprestada, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem entendi-
mento (que é perfilhado pelo STJ) de que não é vedada a utilização de prova emprestada do 
procedimento fiscal em processo penal para a persecução de crimes contra a ordem tributária.
O STJ possui o entendimento de ser válida a utilização de provas produzidas no estrangeiro 
em processo penal em trâmite no Brasil, desde que observado o disposto na Lei de Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n.º 4.657/42; v. APn 856/DF, 18/10/2017), notada-
mente os arts. 13 e 17:
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao 
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira 
desconheça.
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não te-
rão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
002. (VUNESP/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-SP/2018) A respeito da prova, é correto afirmar:
a) não se admite a produção de provas não disciplinadas em lei, sob pena de violação do prin-
cípio da taxatividade.
b) a produção da chamada prova emprestada deve obedecer ao procedimento previsto no CPP, 
sob pena de seu não aproveitamento.
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c) fonte de prova é o instrumento por meio do qual se introduzem no processo os elementos 
probatórios.
d) meio de prova é tudo que é idôneo a fornecer o resultado apreciável para a decisão do juiz.
e) elemento de prova é o dado bruto que se extrai da fonte da prova, ainda não valorado pelo juiz.
a) Errada. Segundo o princípio da liberdade probatória, é admissível a produção de qualquer 
prova, desde que não seja ilícita.
b) Errada. Inexiste procedimento específico quanto à produção de prova emprestada no Códi-
go de Processo Penal. De acordo com a doutrina e a jurisprudência, a prova emprestada deve 
apenas se submeter ao crivo do contraditório e da ampla defesa.
c) Errada. Fonte de prova é tudo que é idôneo a fornecer o resultado apreciável para a deci-
são do juiz.
d) Errada. Meio de prova é o instrumento por meio do qual se introduzem no processo os ele-
mentos probatórios.
e) Certa. O elemento de prova é o dado bruto que se extrai da fonte da prova, ainda não valo-
rado pelo juiz.
Letra e.
Por conseguinte, são provas cautelares as produzidas a fim de evitar o perecimento diante 
de uma situação de urgência e incompatibilidade com o aguardar do momento apropriado 
para sua produção. Isso é, há um risco de perda da prova pelo decurso do tempo, de modo 
que, nesse caso, o contraditório será deferido (postergado ou adiado), pois a prova é produzida 
inaudita altera parte, tal como se dá, por exemplo, a busca e apreensão.
As provas não repetíveis são aquelas que, uma vez produzidas, não podem ser reproduzi-
das ou repetidas. Ou seja, assim que confeccionadas, não há como fazê-las outra vez em razão 
da sua natureza, dado que a fonte de prova desaparece, perece ou se destrói (naturalmente 
inclusive), inviabilizando que seja refeita.
Por fim, provas antecipadas são as produzidas antes do momento fixado em lei. Isso é, o 
marco/momento legal é o que define sua caracterização. Assim, em situações excepcionais, 
pode haver a necessidade de produzir a prova antes do momento usual (geralmente, a fase de 
instrução) por razões de urgência e relevância. No caso, aplica-se analogicamente o disposto 
no Código de Processo Civil (CPC):
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I – haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos 
fatos na pendência da ação;
II – a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado 
de solução de conflito;
III – o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
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Provas Cautelares
Produzidas a fim de evitar o 
perecimento diante de urgência 
e impossibilidade de aguardar 
o momento usual de produção 
probatória.
Provas Não Repetíveis Produzidas uma vez, não podem ser reproduzidas ou repetidas.
Provas Antecipadas Produzidas antes do momento fixado em lei em situações excepcionais.
003. (NUCEPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-PI/2018) Em relação às provas no processo pe-
nal é CORRETO afirmar que:
a) O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judi-
cial, podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos 
na investigação conforme jurisprudência.
b) A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício orde-
nar, somente depois de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas 
urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida.
c) O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de 
diploma de curso superior. Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pes-
soas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, 
dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
d) São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim en-
tendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais, e as provas derivadas das 
ilícitas, apenas na hipótese de não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras.
e) Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito direto, 
podendo supri-lo a confissão do acusado e o laudo pericial será elaborado no prazo máximo 
de 10 (dez) dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento 
dos peritos.
a) Errada. Art. 155 do CPP: “O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova pro-
duzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repe-
tíveis e antecipadas”.
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b) Errada. Art. 156 do CPP: “Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, po-
rém, facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção 
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequa-
ção e proporcionalidade da medida; (...)”.
c) Certa. Art. 159, § 1º, do CPP: “Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão re-
alizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. § 1º Na falta de perito oficial, 
o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior 
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada 
com a natureza do exame.”
d) Errada. Art. 157, § 1º, do CPP: “Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucio-
nais ou legais. § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando 
não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem 
ser obtidas por uma fonte independente das primeiras”.
e) Errada. Art. 158 do CPP: “Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável 
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”.
Letra c.
1.3. sistemAs de AvAliAção
Sucintamente, os sistemas de avaliação dizem respeito à relação entre o julgador e as 
provas existentes em um processo. Constituem-se em três: a) sistema da íntima convicção; b) 
sistema da prova tarifada; e c) sistema do convencimento motivo (ou da persuasão racional).
Sistema da Íntima Convicção
Também denominado de sistema da livre convicção ou da certeza moral do juiz, refere-se à 
bastante ampla liberdade de o julgador para apreciar as provas e proferir um julgamento. Con-
forme o próprio nome do sistema sugere, a convicção é formada de maneira íntima e, por isso, 
sigilosamente, não existindo qualquer necessidade de motivação acerca das razões de decidir 
num determinado sentido ou outro (até mesmo sobre se a conclusão guarda alguma relação 
com elemento ou circunstância de prova existente no processo).
Não é o sistema adotado como regra no Brasil, por força do teor do art. 93, IX, da Constitui-
ção Federal (CF), segundo o qual todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. A exceção fica por conta 
das decisões dos jurados no Tribunal do Júri, tendo em vista até mesmo a garantia do sigilo 
das votações (de caráter fundamental, portanto) previsto no art. 5º, XXXVIII, b, da Constituição. 
Assim, é possível afirmar que o sistema aplicável aos jurados (juízes de fato no Tribunal do 
Júri) é o da íntima convicção.
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Sistema da Prova Tarifada
São sinônimos do sistema da prova tarifada o da prova legal, da certeza moral do legis-
lador, da verdade legal e da verdade formal. No caso, significam que a apreciação da prova é 
preestabelecido; isso é, seu valor é definido de forma antecipada e de maneira abstrata pelo 
legislador, de modo que não é o juiz quem valora e estabelece a legitimidade do conteúdo pro-
batório, restando-lhe apenas a tarefa de considerar a prova em si e atribuir-lhe o valor já fixado 
pela lei. 
É majoritário o entendimento de que esse sistema não foi adotado no Brasil, em que pese a 
doutrina aponte que o art. 158 do CPP como um resquício desse sistema, ainda que mitigado 
pelo teor do art. 167, também do CPP. Veja-se:
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto 
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a 
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Sistema do Convencimento Motivado/Persuasão Racional
A partir do art. 155, do CPP, o sistema da persuasão racional é o adotado pela legislação 
processual penal brasileira. A parte inicial do dispositivo estabelece que o juiz formará sua 
convicção pela livre apreciação da prova, o que implica na conclusão de que as provas os-
tentam, em geral, o mesmo valor abstrato, cabendo ao juiz decidir pelo cotejo do conjunto de 
provas produzido no caso.
Com isso, a prova não possui valor absoluto, a priori; o magistrado, pois, deve valorar todas 
as provas produzidas, ainda que para refutá-las, para o que deverá apresentar sua fundamenta-
ção. Ademais, somente se consideram válidas aquelas provas constantes do processo.
Vale dizer, nesse contexto, que o art. 155, do CPP, também limita a livre persuasão do ma-
gistrado, uma vez que o proíbe de fundamentar suas decisões exclusivamente com base nos 
elementos de informação colhidosna investigação preliminar. A justificativa para a vedação é 
a de que, nessa fase, as provas não são formuladas sob o contraditório.
004. (CESPE/CEBRASPE/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/PRF/2021) Durante uma abor-
dagem em via pública, tendo suspeitado do comportamento de determinado condutor e cons-
tatado rasura na carteira nacional de habilitação (CNH) por ele apresentada, o policial rodoviá-
rio, após efetuar busca no veículo e apreender mercadoria proibida, deu-lhe voz de prisão, em 
razão da prática de crime de ação penal pública.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
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O policial poderá ser arrolado como testemunha, caso em que seu depoimento terá valor pro-
batório superior ao do interrogatório do condutor.
Nos termos do art. 202 do CPP, “toda pessoa pode ser testemunha”, porém, o sistema proces-
sual penal brasileiro adota o princípio da íntima convicção, tendo superado o modelo de prova 
tarifada ou tabelada, de modo que todas as provas são relativas, de modo que nenhuma delas 
tem maior prestígio ou valor que as outras.
Errado.
1.4. cAdeiA de custódiA
Caro aluno(a), a cadeia de custódia das provas, considerado meio de obtenção de provas 
(e não prova em si), ganhou bastante relevância em razão de ter sido positivado com o advento 
do Pacote Anticrime (Lei n.º 13.964/2019).
Na verdade, isso também se deve em razão de sua própria importância (uma vez que afeta 
diretamente a credibilidade das provas, seu tratamento e acondicionamento, questões essas 
bastante sensíveis, especialmente no processo penal), ou mesmo porque foi incluída na prin-
cipal legislação processual penal: o CPP.
Portanto, concurseiro(a), recomenda-se redobrada atenção dos dispositivos do Código de 
Processo Penal que passaram a dispor sobre o assunto. Vejamos um pouco sobre eles.
A importância do tema se deve à questão da preservação dos vestígios, que poderão pos-
teriormente se constituir em provas na persecução penal (por exemplo, o corpo de delito), bem 
como por se lhes garantir sua integridade e idoneidade, uma vez que permite verificar todo o 
caminho percorrido até a conclusão da perícia realizada.
Nesse contexto, o art. 158-A, do CPP, estabelece como cadeia de custódia a conjunção 
de todos os procedimentos adotados para manter e documentar o histórico cronológico do 
vestígio coletado em locais ou em vítimas de infrações penais, a fim de rastrear sua posse, 
manuseio desde o seu reconhecimento até o descarte.
CADEIA DE CUSTÓDIA
(Art. 158-A, CPP)
1. Conjunção de procedimentos;
2. Destina-se à manutenção e documentação do histórico 
cronológico do vestígio coletado em locais ou em vítimas de 
infrações penais;
3. Para rastrear sua posse, manuseio desde o 
reconhecimento até o descarte.
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Ponto que possui grandes chances de ser cobrado em provas é a definição de vestígios, o qual, 
nos termos do §3º do art. 158-A, é “todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado 
ou recolhido, que se relaciona à infração penal”.
Vale, ainda, colacionar o que dispõe os §§1º e 2º do referido dispositivo, que trazem infor-
mações diretamente relacionadas ao início da investigação e ao agente público que reconhe-
cer um vestígio:
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedi-
mentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. (Incluído pela Lei n. 
13.964, de 2019)
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da 
prova pericial fica responsável por sua preservação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Passada a fase de constatação e de reconhecimento da condição de vestígio, o CPP esta-
belece as etapas em que o elemento deve ser submetido (isso é, a cadeia de custódia propria-
mente dita). Conforme o art. 158-B:
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da 
prova pericial; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o am-
biente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; (Incluído pela Lei n. 13.964, 
de 2019)
III – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo 
de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou 
croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo 
atendimento; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas carac-
terísticas e natureza; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma 
individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior 
análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequa-
das (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas 
características originais, bem como o controle de sua posse; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado 
com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária 
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relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natu-
reza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu; (Incluído 
pela Lei n. 13.964, de 2019)
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia 
adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado de-
sejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 
2019)
IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser 
processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vincula-
ção ao número do laudo correspondente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
X – descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, 
quando pertinente, mediante autorização judicial. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Em verdade, a leitura dos dispositivos colacionados proporciona a visão geral acerca dos 
principais aspectos que devem integrar acadeia de custódia. Os artigos seguintes (158-C a 
158-F, do CPP) determinam, de forma mais detalhada, os aspectos que devem ser observados 
no processo da custódia, seja sob a perspectiva do agente responsável, seja pelo órgão pericial 
ou de criminalística competente, dentre outros. Recomenda-se a leitura atenta dos referidos 
dispositivos (que constarão do anexo deste material, item 1), os quais, eventualmente, podem 
vir a ser explorados em provas em face de sua novidade.
Caro aluno(a), dentre os dispositivos em comento, de antemão, é interessante destacar 
que a coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial (ou seja, 
não é uma obrigatoriedade), nos termos do art. 158-C, caput, e que, por seu §1º, a cadeia de 
custódia não é de observância exclusiva do inquérito policial, mas igualmente do processo 
propriamente dito.
Com efeito, a partir do que passou a prever a legislação processual penal e para os fins 
de melhor visualização, é possível dividir a cadeia de custódia em duas fases: uma externa, 
ainda no local do crime ou nas áreas ligadas a ele, que abrange a preservação do local ou a 
apreensão dos elementos de prova e a chegada dos vestígios para o órgão responsável pelo 
processamento da perícia; e outra interna, relativa às etapas entre o ingresso do vestígio no 
órgão pericial até sua devolução com o laudo pericial (FERREIRA, p. 71/72).
FASES DA CADEIA DE CUSTÓDIA
EXTERNA INTERNA
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FASES DA CADEIA DE CUSTÓDIA
1. Preservação do local do crime;
2. Busca do vestígio;
3. Reconhecimento do vestígio;
4, Fixação do vestígio;
5. Coleta do vestígio;
6. Condicionamento;
7. Transporte e recebimento do vestígio.
1. Recepção e conferência do vestígio;
2. Classificação, guarda e/ou distribuição 
do vestígio;
3. Análise pericial propriamente dita;
4. Guarda e devolução do vestígio de 
prova;
5. Guarda do vestígio para contraperícia 
(v. art. 170, CPP);
6. Registro da cadeia de custódia.
Como dito anteriormente, o tema da cadeia de custódia é de suma importância, pois inte-
ressa à Justiça a integridade de tudo aquilo que possa contribuir para a descoberta da verdade 
de um determinado fato ocorrido no mundo real, seja sob a perspectiva de envolver o interesse 
do Estado em assegurar uma idônea persecução penal, seja porque eventual contaminação da 
prova em prejuízo do investigado afeta, diretamente, um direito fundamental dele: a liberdade.
A legislação processual penal sempre teve em vista a relevância da integridade probatória 
quando do conhecimento da ocorrência de um crime, tanto que, no art. 6º, I, e no art. 169, am-
bos do CPP, prevê-se que:
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, 
até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
(Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, 
deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido 
a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perí-
cias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar 
aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua 
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quais-
quer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma defici-
ência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa 
presa. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
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Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade pro-
videnciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, 
que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. (Vide Lei n. 
5.970, de 1973)
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, 
no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei n. 8.862, 
de 28.3.1994)
É cediço que, à luz do art. 5º, LVI, da Constituição Federal de 1988, são inadmissíveis, no 
processo, as provas obtidas por meios ilícitos. De modo semelhante, dispõe o art. 157, do CPP, 
que estabelecer serem compreendidas entre as provas ilícitas aquelas obtidas com violação 
às normas constitucionais ou legais.
Com efeito, e apenas para que se contextualize o tema para você, aluno(a), tem-se que a 
prova será ilegítima quando seu processo de obtenção ocorre com violação a normas proces-
suais. Será, no entanto, (propriamente) ilícita quando obtida com violação a preceitos de direito 
material (penal ou constitucional, por exemplo). Em qualquer dessas hipóteses, se verificado 
que a prova é eivada de vício, em regra, deve ser declarada sua nulidade.
Nesse lume, a chamada quebra da cadeia de custódia pode se dar: a) tanto em relação a 
elemento, vestígio que dá ensejo à análise pericial (portanto, uma mácula anterior à própria 
cadeia de custódia); e b) como no próprio processo da cadeia de custódia (a quebra propria-
mente dita).
No primeiro caso, cuida-se de hipótese certamente mais complexa, uma vez que envolve 
a verificação do quanto a prova maculada afeta outros elementos probatórios, ou mesmo a 
própria investigação ou processo penal. Para tanto, o Código de Processo Penal prevê, nos §1º 
e 2º, do art. 157, como a questão deve ser tratada. 
Sinteticamente:
a) se a prova viciada contamina outras, devem todas ser consideradas inadmissíveis e, por-
tanto, excluídas, ao que se aplica a chamada teoria dos frutos da árvore envenenada;
b) se as demais são dela independentes ou se ela, por si só, seria descoberta de qualquer 
maneira por outros meios, não há, em regra, prejuízo à cadeia de custódia, caso em que se faz 
referência, respectivamente, às teorias da fonte independente e da descoberta inevitável; e
c) em se tratando da teoria do encontro fortuito de provas (ou serendipidade), a questão da 
validade da cadeia de custódia dependerá da forma como o encontro fortuito ocorreu.
Já no segundo caso, pode-se aventar hipótese de nulidade relativa por violação a formali-
dade que constitua elemento essencial do ato, conforme exegese do art. 564, IV, combinado 
com o art. 572, do CPP.
Como visto, a cadeia de custódia, como meio de obtenção de provas, nada mais é do que 
a sucessão de atos com vistas à apreciação de um elemento correspondente a um fato deli-
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tuoso sob investigação. Em suma, se não houve prejuízo à finalidade pretendida com a prova, 
tendo sido o mesmo resultado alcançado, pode a eventual mácula ser afastada.
005. (MP-DFT/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MP-DFT/2021) Sobre a cadeia de custódia, assina-
le a alternativa incorreta:
a) Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se 
relaciona à infração penal.
b) Isolamento é o ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o 
ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime.
c) Coleta é o procedimento por meio do qual cada vestígio é embalado de forma individualiza-
da, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, 
com anotação da data, hora e nome de quem realizou o ato.
d) Armazenamento é o procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do mate-
rial a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, 
com vinculação ao número do laudo correspondente.
e) Descarte é o procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigen-
te e, quando pertinente, mediante autorização judicial.
A questão exige os conhecimentos do candidato quanto à cadeia de custódia, prevista no art. 
158-A e seguintes do CPP.
a) Errada. Art. 158-A, § 3º, do CPP: “§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou 
latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal”.
b) Errada. Art. 158-B, inciso II, do CPP: “II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das 
coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e 
local de crime;”.
c) Certa. Art. 158-B, inciso IV, do CPP: “IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submeti-
do à análise pericial, respeitando suas características e natureza;”.
d) Errada. Art. 158-B, inciso IX, do CPP: “IX – armazenamento: procedimento referente à guar-
da, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de con-
traperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente;”.
e) Errada. Art. 158-B, inciso X, do CPP: “X – descarte: procedimento referente à libe-
ração do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante 
autorização judicial”.
Letra c.
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006. (CESPE/CEBRASPE/ESCRIVÃO/POLÍCIA FEDERAL/2021) Com relação ao direito penal 
e ao direito processual penal, julgue o item que se segue.
Armazenamento consiste no procedimento de embalar, de forma individualizada, cada vestí-
gio coletado, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para análise 
posterior.
A questão exige os conhecimentos do candidato quanto à cadeia de custódia, especificamente 
sobre o processo de armazenamento.
Segundo o art. 158-B, inciso IX, do CPP: “IX – armazenamento: procedimento referente à guar-
da, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de con-
traperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente;”.
Errado.
007. (INSTITUTO AOCP/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-PA/2021) A respeito da cadeia de cus-
tódia, assinale a alternativa correta.
a) O início da cadeia de custódia dá-se com o ato de transferir o vestígio de um local para o 
outro, utilizando as condições adequadas.
b) Uma das etapas da cadeia de custódia, o armazenamento, consiste no procedimento por 
meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas 
características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, 
hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento.
c) É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de lo-
cais de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude 
processual a sua realização.
d) O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do material 
e só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise, pela autoridade policial e, motiva-
damente, por pessoa autorizada.
e) Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia, devendo 
nela iniciar o procedimento de descarte.
a) Errada. Art. 158-A, § 1º, do CPP: “§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preserva-
ção do local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a 
existência de vestígio”.
b) Errada. Art. 158-B, inciso IX, do CPP: “IX – armazenamento: procedimento referente à guar-
da, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de con-
traperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente;”.
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c) Certa. Art. 158-C, § 2º, do CPP: “§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a 
remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito res-
ponsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização”.
d) Errada. Art. 158-D, caput e § 3º, do CPP: “Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do 
vestígio será determinado pela natureza do material. (...) § 3º O recipiente só poderá ser aberto 
pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa autorizada”.
e) Errada. Art. 158-F do CPP: “Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à 
central de custódia, devendo nela permanecer”.
Letra c.
2. princípios GerAis
Em que pese o tema dos princípios não seja propriamente novo, o estudo do sistema proba-
tório requer a abordagem particularizada de no que os princípios gerais do processo penal o in-
formam, assim como daqueles princípios específicos aplicáveis ao regime das provas penais.
Vejamos.
Princípio da Proporcionalidade
Como já visto, a proporcionalidade é vinculada ao devido processo legal, seja no âmbito 
processual – observância das garantias e direitos fundamentais do processo –, seja no âmbito 
substancial – vedação a comportamentos imoderados e não razoáveis do Poder Público, da 
atividade legislativa à judicante. 
No contexto das provas, o princípio da proporcionalidade autoriza o abrandamento da inad-
missão das provas obtidas por meios ilícitos (garantia constitucional; art. 5º, LVI, CF) nos ca-
sos em que a prova é o único meio de provar a inocência do acusado; ou seja, a prova ilícita 
pro reo. Isso não significa, todavia, que essa admissibilidade poderá ocorrer em qualquer caso 
(uma coisa é uma prova da inocência obtida por interceptação telefônica irregular, outra é a 
obtida com o emprego de tortura).
Discute-se, ainda, a sobre a admissibilidade ad prova ilícita prosocietate, como pode se dar, 
por vezes, em casos de criminalidade organizada, como uma medida de defesa social. Nor-
malmente, defende-se que seja aplicada a teoria do interesse preponderante, de origem alemã, 
ponderando-se os interesses em jogo. No entanto, a jurisprudência e a doutrina em geral não 
acolhem essa possibilidade de aplicação do princípio da proporcionalidade.
008. (FAPEMS/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-MS/2017) A Constituição Federal de 1988, no 
artigo 5º, inciso LVI, prevê expressamente a inadmissibilidade da utilização no processo de 
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provas obtidas por meios ilícitos. De acordo com as teorias adotadas pelo legislador brasileiro 
e recente entendimento jurisprudencial, descarta-se a ilicitude da prova na seguinte situação.
a) Juca está sendo acusado de crime, porém alega que é inocente e tudo não passa de um 
plano vingativo elaborado por seu desafeto político. No intuito de provar sua inocência, Juca 
contrata investigador particular, o qual instala sistema de captação de imagem e som clandes-
tinamente no escritório do seu desafeto. Por meio das imagens e som gravados, Juca conse-
gue extrair conversa que prova indubitavelmente não ser ele autor do crime denunciado e faz a 
juntada nos autos do processo judicial.
b) Um grupo de policiais civis estava executando operação contra o tráfico na cidade de Cam-
po Grande-MS, quando suspeitou que Arnolgildo estaria filmando toda ação policial. Por esse 
motivo, Arnolgildo foi então abordado pelos policiais civis, os quais, sem a existência de man-
dado judicial, efetuaram uma busca na sua residência e localizaram 9 gramas de crack e 0,4 
gramas de cocaína. Arnolgildo foi preso em flagrante pela acusação de tráfico de drogas.
c) Autorizada interceptação telefônica em face de Diná Sabino de acordo com os ditames 
legais, ao término, é extraída prova da prática de delito por esta. No entanto, as conversas de 
cunho probatório são aquelas que haviam sido realizadas entre Diná Sabino e seu advogado, 
quando a primeira confessa a prática de crimes e requer orientação de como proceder para ser 
inocentada.
d) Ao cumprir mandado de busca e apreensão em investigação de crime de homicídio, os 
policiais acessam os computadores da residência do investigado e levantam diversos dados 
que demonstram a coautoria do vizinho. Dessa forma, os policiais estendem informalmente o 
mandado judicial e cumprem a diligência, também, na residência do vizinho, em observância 
ao princípio da celeridade processual.
e) Chegou ao conhecimento da autoridade policial que determinado caminhão estava trans-
portando alta quantidade de drogas. Em cumprimento de mandado judicial, foram realizadas 
busca e apreensão do veículo, confirmando-se o fato. No decorrer do processo judicial, cons-
tatou-se que o crime havia sido descoberto no 16º dia do início de interceptação telefônica, 
deferida judicialmente pelo prazo inicial de 30 dias. Verificou-se, ainda, que houve pedido de 
prorrogação após um dia do término do prazo inicial.
a) Certa. A alternativa refere-se à teoria da proporcionalidade, segundo a qual poderá admitir-se 
a utilização de prova ilícita em processo judicial para demonstrar a inocência de acusado. A 
teoria da proporcionalidade se utiliza da ponderação de bens jurídicos de grande relevância, 
dando-se prevalência aos mais fundamentalmente relevantes (como liberdade e presunção 
de inocência), relativizando, assim, a possibilidade de admissão de prova ilícita. Apesar da 
ausência de previsão legal, é majoritariamente aceita pela doutrina e jurisprudência brasileiras, 
mas de forma excepcional, apenas em favor do réu inocente, que produziu a prova para a sua 
absolvição.
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b) Errada. A prova é ilícita, tendo em vista a ausência de fundadas razões que evidenciem a 
situação de flagrante delito, bem como a ausência de mandado judicial.
c) Errada. A prova é ilícita, tendo em vista que o diálogo interceptado entre o cliente e o advo-
gado era de cunho profissional, relativo ao exercício da defesa, de tal modo que essa comu-
nicação deve ser protegida pelo sigilo profissional, de acordo com o art. 7º, inciso II, da Lei 
8.906/94 (Estatuto da OAB).
d) Errada. A prova é ilícita, tendo em vista que a eficácia do mandado de busca e apreensão 
se encerra no local em que foi determinado o seu cumprimento, de modo que a realização da 
diligência em outro local depende de nova autorização judicial.
e) Errada. A prova é ilícita, tendo em vista que foi obtida no 16º dia da interceptação telefônica, 
fora do prazo legal (15 dias). Destaque-se que o prazo de 15 dias é prorrogável, devendo o pe-
dido de prorrogação ser apresentado dentro do mesmo prazo, de acordo com o entendimento 
sedimentado pela jurisprudência.
Letra a.
Princípio da Comunhão da Prova
Pelo princípio em questão, tem-se que a prova, uma vez produzida, ela passa a pertencer 
a todos os participantes no processo de modo indistinto e independentemente de quem foi a 
iniciativa de produzi-la. Dessa forma, a prova produzida pela defesa, uma vez integrada ao pro-
cesso, pode ser aproveitada pela acusação, assim como por outra parte defensiva, caso haja 
mais de uma.
Princípio da Autorresponsabilidade das Partes
O referido princípio guarda relação com o tema do ônus da prova (a ser visto posteriormen-
te), pois pressupõe que as partes têm responsabilidade pela ação ou omissão na produção da 
prova, ou mesmo pelos equívocos nesse processo, e dos efeitos naturalmente esperados.
Como exemplo, o Ministério Público deixa de apresentar a prova da materialidade quando 
o crime for material (v.g., tráfico de drogas, que requer o laudo definitivo de constatação de 
substância). A consequência dessa falta é a absolvição do acusado por falta de provas.
Princípio da Oralidade
O princípio da oralidade, corolário do sistema acusatório no processo penal, pressupõe a 
substituição do emprego da palavra escrita na produção dos atos relevantes em um processo. 
Do referido princípio, derivam outros dois (subprincípios): concentração e imediatidade (ou 
imediatismo).
Pela concentração entende-se que as provas serão produzidas, primordialmente, em uma 
só ocasião. O objetivo é reduzir o tempo entre a ocorrência da infração penal e o julgamento e 
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aplicação da pena. A concentração foi consagrada, em um primeiro momento, na sistemática 
dos Juizados Especiais Criminais e, no Código de Processo Penal, pela Lei n.º 11.719/2008:
Art. 400, § 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as considera-
das irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
A seu turno, o subprincípio da imediatidade requer que as provas sejam produzidas perante 
a autoridade julgadora, mormente pelo contato direto com o meio de prova e com as partes. 
Atualmente, a possibilidade de inquiriçãopor videoconferência mitiga o princípio em comento, 
cuja previsão é dada, principalmente, pelo art. 217, do CPP, a saber:
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério cons-
trangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a 
inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada 
do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.
Efetivamente, em função das restrições da pandemia de COVID 19, não só em hipóteses 
como a definida pelo dispositivo colacionado, mas o Poder Judiciário brasileiro como um todo 
se adaptou a fim de continuar viabilizando não só o acesso à Justiça, mas a continuidade 
da prestação da atividade jurisdicional durante esse período crítico. Para tanto, a maior par-
te dos atos de instrução judicial passou a ser realizado de forma virtual, ao que tudo indica, 
com sucesso.
Princípio da Identidade Física do Juiz
Pelo princípio da identidade física do juiz, entende-se que o magistrado deva estar em con-
tato (preferencialmente, de modo físico) com o momento da produção das provas, em contato 
também com as partes que a produzem, tendo em vista a expectativa de uma melhor análise 
quando proferir o julgamento.
Nesse sentido, o §2º, do art. 399, do CPP, estabelece que “o juiz que presidiu a instrução 
deverá proferir a sentença” (inclusão feita pela Lei n.º 11.719/08). Como se nota, o princípio 
da identidade física do juiz guarda estreita relação com a ideia de oralidade e de imediatidade.
Princípio da Liberdade Probatória
De forma mais ampla que no processo civil, as partes dispõem, no processo penal, de maior 
liberdade na produção probatória em função dos interesses envolvidos: a liberdade do acusa-
do e o jus puniendi estatal. Conforme já salientado, há limitações a essa liberdade, como se viu 
nas excepcionais situações de provas vinculadas (art. 155, parágrafo único, e art. 158, CPP).
Quanto ao momento da produção da prova, o CPP autoriza que poderá ocorrer a qualquer 
tempo, salvo quando expressamente não autorizado (art. 231). Nesse último caso, como exem-
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plo, tem-se a obrigação de apresentar o rol de testemunhas quando da apresentação da peça 
acusatória (art. 41) ou na resposta à acusação (art. 396-A), ou, ainda, juntada de documentos 
a serem utilizados em plenário por ocasião do julgamento no Tribunal do Júri (art. 479).
Doutro norte, a liberdade probatória quanto ao tema da prova é igualmente ampla, desde 
que lícito. Naturalmente, deve existir pertinência de relevância entre o que se quer produzir e 
o fato ao qual se vincula, sob pena de indeferimento, conforme dispõe o §1º, do art. 400, já 
colacionado; isso é, quando a prova for irrelevante, impertinente ou protelatória, a qual será 
indeferida.
Por fim, a liberdade em estudo quanto os meios de prova é também significativamente 
aberta sempre que forem lícitos e não violem direitos ou garantias fundamentais da pessoa 
humana. Portanto, não há taxatividade, isso é, utilização apenas das provas previstas de forma 
específica em lei. Exemplo comum é o procedimento de reconhecimento de pessoa por meio 
fotográfico, pois o CPP somente prevê o reconhecimento presencial (arts. 226 a 228).
Há, no entanto, casos específicos em que a lei estabelece algumas restrições, exigindo 
meio específico para comprovar determinado fato. É o que se dá com o já mencionado art. 155, 
parágrafo único do CPP, e nos arts. 207 e 243, §2º, a saber:
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, 
devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu teste-
munho.
Art. 243, § 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, 
salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
3. Ônus dA provA
Entende-se por ônus da prova (ônus probandi) como o encargo de prova nas questões 
judiciais – isso é, quanto a quem cabe a produção da prova. No caso, a regra é a de que incum-
bência de provar cabe a quem alega.
É importante distinguir que o ônus probatório não se confunde com a ideia de obrigação, de 
dever. Isso porque, o descumprimento de um dever enseja consequências para a parte a quem 
corresponde. Por sua vez, a natureza do ônus constitui em uma faculdade de a parte exercer 
ou não, sem que a isso corresponda alguma penalidade caso o ônus venha ser exercido.
Em termos de classificação, o ônus da prova pode ser dividido em objetivo e subjetivo. É 
objetivo o ônus relativo ao juiz, constituindo-se como regra de julgamento a ser efetivada em 
caso de dúvida. Já o ônus subjetivo corresponde ao encargo das partes de perquirir as fon-
tes de prova e apresentá-las no processo pelos meios de prova existentes; é, portanto, regra 
de conduta.
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3.1. distribuição do Ônus dA provA
Conforme o Código de Processo Penal, art. 156, “a prova da alegação incumbirá a quem 
a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício”. Efetivamente, a regra em questão se apli-
ca à fase judicial da persecução penal, uma vez que a investigação preliminar (majoritaria-
mente o inquérito policial) é conduzido unilateralmente por autoridade diversa (o Delegado, 
por exemplo).
O referido dispositivo, lido em conjunto com os incisos II e V do art. 386, CPP, permite 
perceber que existe ônus diferenciado à acusação. Assim, além da regra do art. 156, cabe à 
acusação ônus de provar a acusação formulada, raciocínio o qual não se aplica à defesa (que 
não tem a obrigação de provar a inocência do réu, bastando a insuficiência de provas para 
absolvê-lo).
Em geral, a distribuição do ônus da prova é realizada da seguinte forma: a) à acusação 
cabe a prova da materialidade e da autoria – em outras palavras, o fato típico, ilício e culpável, 
com todas as suas variáveis; b) à defesa cabe a prova dos fatos impeditivos, modificativos ou 
extintivos do que foi apresentado pela acusação – como uma excludente de ilicitude ou de 
culpabilidade, por exemplo.
Diante dessas considerações, nota-se que o nível de prova exigido das partes corresponde 
ao seguinte: a) à parte acusadora cabe o ônus de demonstrar e comprovar a culpa lato sensu 
do acusado acima de qualquer dúvida razoável; b) o réu, por outro lado, não tem o ônus de 
provar sua inocência, de modo que, se houver dúvida razoável, a escolha política criminal bra-
sileira é a de que, diante da incerteza (dúvida), prevalece a absolvição. Nesse sentido, o art. 
386, VI, CPP:
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 
e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; 
[...]. (grifo nosso)
Por fim, diferentemente do processo civil (art. 373, CPC), não é admissível a inversão do 
ônus da prova no processo penal brasileiro. Vale dizer, o fato de pontualmente ser aplicável o 
princípio do in dubio pro societate (como no Tribunal do Júri) não significa a inversão do ônus 
probatório.
Há, no entanto, ressalva quanto à Lei de Lavageme Ocultação de Bens, a Lei n.º 9.613/1998, 
cujo art. 4º, caput, e §2º, preveem a possibilidade de o juiz criminal determinar a constrição 
cautelar de bens e valores e somente diante da comprovação da origem lícita que poderá ocor-
rer a liberação.
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009. (FUMARC/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-MG/2018) Em matéria de provas no processo 
penal, é CORRETO afirmar:
a) A absolvição independe de o acusado provar o alegado.
b) A declaração de ilicitude de uma prova necessariamente implica nulidade absoluta de todo 
o processo.
c) A prova testemunhal não poderá ser determinada de ofício pelo juiz.
d) Não há contaminação da prova quando ficar evidenciado seu nexo causal com a prova 
originária.
a) Certa. “A prova da alegação incumbirá a quem a fizer”, segundo o art. 156, primeira parte, 
do Código de Processo Penal. Na ação penal, o ônus da prova é da acusação e relaciona-se 
com todos os fatos constitutivos do poder-dever de punir do Estado. Logo, o acusado pode ser 
absolvido independente de provar a sua inocência.
b) Errada. De acordo com a teoria dos frutos da árvore envenenada, se não for demostrado nexo 
de causalidade entre uma prova ilícita e as demais provas, a prova ilícita não tem o condão de 
contaminar as demais provas e assim não haverá nulidade do processo. Art. 157, caput e § 
1º, do CPP.
c) Errada. Art. 209 do CPP: “O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, 
além das indicadas pelas partes”.
d) Errada. Vide o comentário da alternativa “B”.
Letra a.
4. provAs ilícitAs
Dentre os princípios aplicáveis às provas no processo penal, a liberdade probatória ganha 
especial relevância (especialmente em concursos públicos!), uma vez que é a partir dela que 
se tem as premissas que permitem a livre e ampla busca de elementos relativos à infração 
penal e aspectos correlatos. Contudo, para que isso ocorra, há de se ter em vista sua regula-
mentação e limites de ordem material e processual (constitucionais e legais).
Nesse caso, o art. 5º, LVI, da CF/88, define um dos limites mais significativos ao direito 
probatório, que é o da inadmissão, no processo, das provas obtidas por meios ilícitos. As-
sim, com a referida vedação, pretendeu a Constituição sancionar tanto no direito processual, 
como no material o eventual emprego de provas ilícitas, proibindo-as de ter qualquer eficácia 
no processo.
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Os contornos da inadmissibilidade da prova ilícita foram primeiramente delineados na ju-
risprudência da Suprema Corte Norte Americana a partir de interpretação da 4ª Emenda à 
Constituição norte-americana. Revela-se, com base nesse entendimento, da regra de exclusão 
(exclusionary rule), equivalente ao princípio pátrio da inadmissibilidade das provas obtidas por 
meios ilícitos.
Antes da Lei n.º 11.690/2008, não existia clara definição sobre o que se entendia como pro-
va ilícita. Doutrinariamente, diferenciava-se entre prova ilícita e prova ilegítima, espécies do gê-
nero “prova vedada” (ou “prova ilegal”). Em primeiro lugar, será abordada essa distinção doutri-
nária para, na sequência, tratar da distinção legislativa presente no Código de Processo Penal.
Conforme a doutrina, entende-se por provas ilícitas, de caráter extra-processual, aquelas 
cuja produção violariam norma de direito material, notadamente quanto a aspectos de obten-
ção ou coleta da prova, como, por exemplo, declarações do réu ou do indiciado obtidas me-
diante tortura (que é crime na Lei n.º 9.455/97).
Já as provas ilegítimas, com caráter intra-processual, são as que violam norma de direito 
processual, relacionando-se com a produção da prova. Exemplificativamente, quando o réu é 
interrogado sem a presença do seu advogado.
Eventualmente, é possível que a prova viole tanto normas de direito material, quanto de 
direito processual, de forma que serão problemáticas tanto na sua obtenção, quanto na sua 
produção. Exemplo normalmente apresentado pela doutrina (LIMA, 2018) é o da busca e apre-
ensão domiciliar cumprida por autoridade policial sem prévia autorização judicial e fora das 
hipóteses constitucionalmente admitidas, como a de flagrante delito (art. 5º, XI, CF/88).
Em que pese a conclusão sobre as provas vedadas (ilícitas e ilegítimas) ser pela sua inad-
missibilidade, a diferenciação se torna relevante quanto ao regime jurídico aplicável a cada 
uma das hipóteses. Em outras palavras, as consequências, conforme o caso, variam, de acor-
do com a teoria das nulidades.
Diante disso, em se tratando de ilicitude probatória, a sua inadmissibilidade implica no de-
sentranhamento da prova dos autos do processo, de modo a que não possa servir de base para 
alguma decisão ou sentença. Confirma essa conclusão o teor do art. 157, §3º, CPP:
Art. 157, §3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será 
inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
Do ponto de vista legislativo, o CPP estabelece, no caput do art. 157, que são inadmissíveis, 
devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim compreendidas aquelas 
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. Como se nota, a redação legal inclui 
sob a mesma alcunha de “prova ilícita” qualquer tipo de prova que, conforme a definição dou-
trinária, poderia ser tanto a ilícita propriamente dita, como a prova ilegítima. Logo, o que antes 
era espécie (conforme a doutrina), agora é gênero (de acordo com o CPP).
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Diante da inovação legislativa, a doutrina se divide: há posição no sentido de que a distin-
ção deve ser mantida, de maneira que a redação do art. 157, CPP, deve ser interpretada à luz do 
entendimento doutrinário anterior. Outra posição, no entanto, entende superada a diferencia-
ção feita pela doutrina e acolhe, na íntegra, o disposto na lei processual penal.
4.1. Hipóteses de Admissão dA provA ilícitA
Consoante pontuado anteriormente, há hipóteses (excepcionais) em que o ingresso ou 
manutenção da prova ilícita é consentido, conforme os interesses e as circunstâncias do caso. 
São as seguintes:
• 1. Exceção de boa-fé: de origem norte-americana, adota-se como critérios boa-fé a cren-
ça razoável na legalidade da conduta por parte de quem produziu a prova, de forma 
que a prova ilícita pode ser admitida, desde que quem a obteve a tenha produzido em 
situação de erro ou ignorância. Até o momento, não houve o emprego desta exceção na 
jurisprudência pátria;
• 2. Exceção de impugnação: de proveniência estadunidense, esta hipótese só tem aplica-
bilidade em função da mentira do acusado. Como nos EUA o réu não é obrigado a depor, 
mas se o fizer, não pode mentir sob pena de crime de perjúrio, admite-se a prova para 
demonstrar que suas declarações são falsas, ainda que ilícitas;
• 3. Exceção de erro inócuo: refere-se ao caso de erros

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