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5 - Transtornos cognitivos e comportamentais

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Transtornos Cognitivos e Comportamentais 
_____________________________________________________ 
Transtorno do espectro autista (TEA) 
Definição 
- O TEA não é uma doença única, mas sim um distúrbio de desenvolvimento complexo, 
definido de um ponto de vista comportamental, com etiologias múltiplas e graus 
variados de severidade.
- Não tem prevenção, tratamento efetivo ou cura.
- Macrocefalia pode ser observada em 20% das crianças nos primeiros anos de vida.
- Tem uma grande heterogeneidade na apresentação fenotípica (tem crianças 
gravemente comprometidas e crianças que nem parecem ser autistas), apresentam 
uma ampla gama de severidade e prejuízos, sendo frequentemente a causa de 
deficiência grave, representando um grande problema de saúde pública.
- Quanto mais precoce o diagnóstico, mais rápido o tratamento pode ser iniciado e os 
resultados serão mais expressivos (devido a neuroplasticidade)
- Quanto antes tratar, menor a chance de ter problemas de fala
O Espectro 
- Espectro de comportamentos anormais que incluem (tripé do autismo): 
• Comprometimento na interação social
• Dificuldades na comunicação 
• Atividades e interesse restrito (repetitivo e estereotipado) 
Interação Social 
- Isolamento ou comportamento social impróprio (brinca sozinha)
- Pobre contato visual
- Dificuldade em participar de atividades em grupo
- Indiferença afetiva ou demonstrações inapropriadas de afeto (ex: ao invés de dar um 
abraço da um soco)
- Falta de empatia social ou emocional
- Nos adultos geralmente observa-se melhora do isolamento social, mas a pobre 
habilidade social e a dificuldade em estabelecer amizades persistem.
Comunicação 
- As dificuldades ocorrem em graus variados, tanto na habilidade verbal quanto na não 
verbal.
- Algumas crianças não desenvolvem habilidades de comunicação, outras tem uma 
linguagem imatura, caracterizada por uso de jargão, ecolalia, reversões de pronome, 
prosódia anormal, entonação monótona.
- Os déficits da linguagem e comunicação persistem na vida adulta, e vários 
permanecem não verbais.
- Aqueles que adquirem a habilidade verbal podem demonstrar déficits persistentes em 
estabelecer conversação (não entender ironia, gestos com a mão, linguagem 
conotativa, etc)
Padrões repetitivos e estereotipados 
- Essas crianças tem resistência a mudanças, insistência em determinadas rotinas, 
apego excessivo a objetos e fascínio com o movimento de peças (como rodas e 
hélices).
- Estereótipos motores e verbais, tais como se balançar, bater palmas repetitivamente, 
andar em círculos ou repetir determinadas palavras, frases ou canções são também 
manifestações frequentes.
Epidemiologia 
- Em 2016 a taxa era de 1 para cada 36 crianças americanas (taxa mais alta já 
registrada).
- Segundo a OMS: 1 para cada 160 crianças no mundo 
Nutrição 
- Todos os estudos tem evidência baixa ou insuficiente
- Nada justifica começar uma dieta restrita ou com suplementação para crianças com 
TEA.
Triagem 
- É obrigatória mesmo se não tiver sinais da doença.
- Para isso podem ser usados escalas, como o M-CHAT. 
- Os sinais tornam-se mais evidentes após os 18 meses. 
- A SBP recomenda que toda criança seja submetida a triagem do M-CHST para o TEA 
entre 18 e 24 meses de idade.
- O M-Chat demora menos de 2 minutos para ser feito, está disponível online e é 
composto por 23 perguntas que devem ser feitas aos pais e/ou educadores.
- Resultados superiores a 3 (falhas em 3 itens no total) ou em 2 itens considerados 
críticos (2, 7, 9, 13, 14 e 15) levantam suspeita de autismo 
- As respostas Sim/Não são convertidas em Passa/Falha
Sinais do Lactente 
- Crianças que tem atraso para adquirir o sorriso social e não se movimenta em direção 
aos objetos
- Pouco interesse pela face humana
- Olhar não sustentado ou ausente
- Preferência por dormir sozinho no berço (e não no colo)
- Fica irritado quando ninado no colo
- Ausência da ansiedade de separação e indiferença quando os pais se ausentam
Sinais de Alerta 
- Não responde ao chamado até os 12 meses
- Não aponta até os 14 anos
- Não brinca até os 18 anos
- Pouco seguimento com os olhos
- Atraso na linguagem e ecolalia
- Sem balbucio até os 12 meses
- Não fala palavras até os 18 meses
- Não fala frases até os 24 meses
- Interesses obsessivas
- Não acena ou bate palmas
- Hipersensibilidade a sons altos e tato
- Seletividade alimentar
- Apego a rotina
- Estereotipias
Habilidades Especiais 
- Capacidade de compreender conceitos concretos, regras e sequências
- Excelente memória de longo prazo
- Aptidão para matemática, informática, música e parte artística
- Capacidade de pensar através de imagens
- Capacidade de decodificar a escrita precocemente (hiperlexia) - lê e escreve mais 
cedo, mas nem sempre compreendem o que está lendo
- Honestidade (até demais)
- Grande capacidade de foco se estiverem trabalhando em algo que gostem
Causas 
- O autismo não é um transtorno mas sim um grupo comum de transtornos relacionados 
com muitas causas diferentes.
- Só metade dos casos está relacionado com causa hereditária
- É um transtorno geneticamente heterogêneo e complexo, o que torna o processo de 
aconselhamento genético difícil. 
- Testes moleculares só fornecem diagnóstico em uma minoria dos casos e não 
fornecem um tratamento diferente
- Fatores ambientais: estresse, infecções, exposição a substâncias químicas tóxicas, 
complicações na gravidez.
Associações 
- Doenças Congênitas/Adquiridas: 
• Rubéola; Toxoplasmose; CMV; Síndrome de Moebius
- Convulsões (39%) 
- Doenças Genéticas: 
• Cromossomopatias; Esclerose tuberculosa; Neurofibromatose 
• 10-15% tem uma condição neurogenética identificável (síndrome do X frágil, 
síndrome de Angelman, esclerose tuberosa, síndrome da duplicação do 
cromossomo 15 ou outra anormalidade cromossômica).
• A probabilidade da ocorrência dessas anormalidades é maior se a criança tiver um 
déficit cognitivo ou retardo mental.
- Transtornos gastrointestinais: 
• Constipação crônica ou diarréia (46 - 85%)
- Transtorno do sono: 
• Pode estar associada a apneia obstrutiva do sono ou refluxo gastroesofágico
• Quando não tem causa pode ser tratado com intervenções comportamentais 
(medidas de higiene do sono)
• Algumas evidências sugerem que crianças autistas tem regulação anormal de 
melatonina
- Distúrbios de integração sensorial (DIS): 
• Dificuldade em processar e integrar a informação sensória, reagindo de modo 
incomum aos estímulos sensoriais. 
• Estímulos normais para outras pessoas podem causar sensações dolorosas, 
desagradáveis
- Picamalácia:
• Ingestão de itens que não são alimentos. 
• As crianças entre os 18 e 24 meses, frequentemente, comem itens não comestíveis, 
como parte normal do seu desenvolvimento.
• Algumas crianças autistas continuam a ingerir terra, barro, giz ou lascas de tinta.
Diagnóstico 
- É essencialmente clínico, baseando-se em sinais e sintomas e critérios estabelecidos 
pelo DSM V como:
• Déficits clinicamente significativos e persistentes na comunicação social e nas 
interações
• Padrões restritivos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades, 
manifestados por pelo menos duas das maneiras
- Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade, sendo possível 
fazer o diagnóstico por volta dos 18 meses (sintomas mais evidentes).
- Segundo o DSM V o espectro inclui: 
• Autismo infantil precoce, autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de alto 
funcionamento, autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra 
especificação, transtorno desintegrativo da infância e transtorno de Asperger 
• Distinções de acordo com o nível de gravidade em relação à interação e 
comunicação:
• 1. Quando exige apoio
• 2. Quando exige apoio substancial
• 3. Quando exige muito apoio substancial.
- A avaliação multidisciplinar é importante para identificar outros desafios que 
acompanham o autismo:
• A equipe pode incluir um fonoaudiólogo,especializado em audiologia, para avaliar 
as perdas de audição em fala e em linguagem para determinar as habilidades e as 
necessidades de comunicação.
• Terapeuta ocupacional para avaliar as habilidades motoras e físicas.
Tratamento 
- Treinamento e educação dos pais
- Fonoaudiologia comportamental
- Terapia cognitivo e comportamental
- Análise comportamental aplicada (ABA) - padrão ouro!
- Integração sensorial/terapia ocupacional
- Medicação para sintomas, como depressão, ansiedade, déficit de atenção ou 
hiperatividade
Análise Comportamental Aplicada (ABA) 
- TÉ o melhor tratamento para essas crianças
- Ensina comunicação, brincadeiras, habilidades sociais, habilidades acadêmicas, 
cuidados pessoais, habilidades para o trabalho e habilidades da vida em comunidade. 
- É eficaz para melhorar resultados das crianças, especialmente habilidades cognitivas 
linguísticas
- É específica para cada criança.
- Processo de 3 etapas para ensinar com a terapia ABA:
1. Antecedente: estímulo verbal ou físico, pode vir do ambiente ou de outra pessoa.
2. Comportamento resultante: reação ou falta de reação da criança
3. Consequência: que depende do comportamento, pode incluir reforço positivo ao 
comportamento desejado ou nenhuma resposta para a reação incorreta.
- Resumindo, você escolhe o comportamento que você quer excluir e faz um reforço 
negativo. 
- Ex: Criança chorar com os cachorros da praça, o reforço negativo é falar que não vai 
mais para a praça porque a criança vai chorar
- O reforço negativo é mais eficiente que o positivo
_____________________________________________________ 
Deficiência Intelectual 
Definição 
- É um dos transtornos neuropsiquiátricos mais comuns em crianças e adolescentes. 
- No CID-10 utiliza a pontuação do QI como aspecto importante. 
- É caracterizada pelo funcionamento cognitivo que não corresponde a média 
esperada. 
- Também se observa déficits no comportamento adaptativo, manifestados durante o 
período de desenvolvimento da criança e adolescente.
• Exemplos de habilidades adaptativas:
• Conceituais: linguagem, leitura e escrita, raciocínio matemático, autodirecionamento 
e memória
• Sociais: interpessoais, responsabilidade, autoestima, seguir regras, obedecer leis, 
credibilidade
• Práticas: atividades de vida diária (usar o banheiro, por exemplo)
- As limitações devem estar presentes antes dos 18 anos.
Diagnóstico 
- A deficiência intelectual deve ser diagnosticada após os 5 anos, quando é possível 
mensurar a inteligência pelos testes de QI. 
- Antes dos 5 anos o termo usado para as crianças abaixo da media é “atraso no 
desenvolvimento psicomotor”
- O critério de QI não é característica central do diagnóstico, ele também é baseado no 
nível das funções adaptativas, domínio social, conceitual e habilidades práticas.
Severidade 
- Há 4 níveis de severidade: 
1. Leve: QI 50-70
2. Moderada: QI 36-50
3. Grave: QI 20-35
4. Profunda: QI < 20
_____________________________________________________ 
Transtorno dos Games 
Definição 
- Vício em jogos eletrônicos passou a ser considerado um transtorno mental pela OMS.
- Exposição excessiva a telas:
• O uso excessivo de telas está associada a crise epiléptica fotossensível, crises de 
enxaqueca, miopia, menor controle emocional, baixo limiar de frustrações, falha 
escolar e desempenho cognitivo prejudicado, obesidade, tendinite de polegar e TVP. 
• Além disso, está relacionado com o afastamento das relações interpessoais.
_____________________________________________________ 
Transtorno de Escoriação (Automutilação) 
Definição 
- É a escoriação recorrente da pele resultando em lesões cutâneas
- Deve-se iniciar tentativas para diminuir ou parar de escoriar repetidamente a pele
- A escoriação da pele causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no 
funcionamento funcional ou outras importantes áreas de funcionamento.
- A escoriação da pele não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou 
patologia
- A escoriação da pele é melhor explicada por sintomas de transtorno mental
Fatores de risco 
- Sexo feminino
- Abuso físico/sexual 
- Bullying
- Consumo excessivo de álcool ou 
drogas
- Termino de relacionamentos
- Baixa qualidade de relacionamento com 
a mãe ou falta de apoio familiar
- Conhecer outra pessoa que se 
automutila
- Distúrbios do sono 
- Impulsividade
- Baixa autoestima
- Baixo nível econômico
- Autocrítica
- Dificuldade de solucionar problemas
- Não possuir identificação religiosa ou 
espiritual

Tratamento 
- Terapias familiares e dialéticas
- Também pode ser usados inibidores da receptação de serotonina (ISRS), apesar do 
risco aumentado de suicídio nos primeiros meses de tratamento.

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