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2 - Infeccoes das Vias Aereas Superiores Agudas na Infancia

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Infecções das Vias Aéreas Superiores Agudas na 
Infância 
Introdução 
- As IVAS são as queixas mais comuns na infância 
- Vias aéreas superiores é tudo aquilo que está acima da laringe 
- Incluem:
• Resfriado comum
• Faringoamigdalites
• Laringites 
• Epiglotes
• Rinossinusite 
• Otites* 
Resfriado Comum (Rinofaringite Viral) 
- Doença infecciosa pediátrica mais comum 
- Crianças <5 anos apresentam um média de 6 a 12 episódios/ano 
- Etiologia —> mais de 100 vírus diferentes:
• Rhinovírus (principal agente etiológico. Responsável por >50% dos casos)
• VSR (vírus sincicial respiratório), metapneumovírus, adenovírus, Influenza, 
parainfluenza, coronavírus, etc 
- Ocorre o ano todo (mais no começo do inverno ao final da primavera)
- Inoculação por: 
• Contato direto pelas mãos
• Micro aerossóis pela tosse
• Grandes aerossóis pelo espirro 
- Clínica:
• Rinorréia
• Congestão nasal
• Febre mínima ou ausente
• Dor de garganta
• Tosse 
• Olhos vermelhos
- Duração dos Sintomas:
• Duração média de até 14 dias (mais que 
isso indica complicação da doença)
• Febre: pico no 2º dia (duração até 7 dias)
• A tosse pode durar até 20 dias 
• Secreção nasal: pico no 3-4º dia 
- Lactentes:
• Podem apresentar quadro mais grave:
• Febre de maior intensidade (38-39ºC)
• Irritação 
• Obstrução nasal interfere com sono e alimentação
• Vômitos e diarréia
- Complicações:
• Otite média (com ou sem efusão)
• Amigdalite
• Sinusite
• Infecção do trato respiratório baixo (ex: pneumonite) 
- Diagnóstico:
• É clínico 
• Para fins de estudos pode-se realizar a pesquisa do vírus 
• Diagnóstico diferencial:
• Rinite alérgica 
• Corpo estranho 
• Coqueluche/pertussis (tosse súbita e persistente por >20 dias)
• Sífilis congênita (rinorréia persistente desde o 1º a 3º mês de vida)
• Faringite, sinusite, adenoidite 
- Tratamento:
• É sintomático
• Não funciona:
• Vitamina C
• Guaifenesina
• Echinacea
• Inalação com soro morno ou humidificadores são placebo 
Faringoamigdalites 
- Principal manifestação é dor de garganta
- A etiologia mais comum é viral 
- Etiologia Bacteriana: Streptococco grupo A (pyogenes)
• Pode causar febre reumática em 0,3 a 3% dos casos
- Acomete nasofaringe, úvula e palato mole 
- Clínica:
• Duração de 4 - 10 dias
• É autolimitada 
- Diagnóstico diferencial: 
• Abscesso periamigdaliano (sialorréia, trismo, etc)
• Abscesso retrofaríngeo (ocorrem em crianças com 5 anos ou menos e pode causar 
meningismo)
- Etiologia viral X bacteriana:
- Tratamento:
• Viral:
• Antitérmico e analgésico
• Bacteriana: 
• Antitérmico e analgésico
• ATBterapia: 
• Opções:
• Amoxicilina 50mg/Kg/dia (máximo de 1000mg) por 10 dias
• Penicilina Benzatina 600.000 UI (até 17kg) ou 1.200.000 UI (> 17kg) 
• Opção para alérgicos: Azitromicina 12mg/kg no dia 1 e depois 6mg/kg do 
2 a 5º dia 
• Apenas até 9 dias após a infecção consegue-se prevenir a febre reumática 
• A criança deve ficar afastada por 24h a partir do início do ATB antes de voltar 
para a escola 
Epiglotite / Supraglotite 
- Etiologia: H. Influenzae tipo B (principal), parainfluenzae, S 
aureus, pneumococo 
- Praticamente desapareceu após a vacinação para H. 
Influenzae tipo B
- Pode evoluir para parada respiratória 
- Clínica:
• Início súbito
• Toxemia 
• Palidez
• Insuficiência respiratória
• Paciente fica quieto, com a boca aberta, sem engolir saliva
• Tórax projetado para frente 
• “Sinal do dedão” no RX (epiglote edemaciada) 
- Tratamento: hospitalização 
Laringite (“Subglotite”) 
- Pode ser: 
• Viral:
• Etiologia: parainfluenza
• Clínica: insidiosa, tosse ladrante (“de cachorro”), rouquidão e estridor inspiratório 
• Espasmódica:
• Etiologia: alergia
• Clínica: súbita, tendência e recorrência, insuficiência respiratória aguda 
- Tratamento:
• Primeira escolha —> Dexametasona VO dose única 
• Em casos mais importante:
• Inaloterapia com adrenalina (possui risco moderado de efeitos adversos)
• Budesonida (menos efeitos adversos)
- Exame de imagem: 
• “Sinal da ponta de lápis” no RX 
Otite Média Aguda 
- Epidemiologia:
• Idade: ocorre entre 1 e 2 anos (80% das crianças terá pelo menos 1 OMA até 3 
anos)
• Genero masculino > feminino
• Genético
• Raça negra possui maior prevalência
• Leite materno
• Tabagismo passivo
• Sazonalidade
• Creches
• Anormalidades congênitas (ex: fenda palatina e sd de down)
• Estado vacinal 
• Uso de mamadeiras em posição supina 
- Causa frequente de cirurgia e perda auditiva em crianças 
- Diagnóstico difícil (costuma ser super ou subdiagnosticada) 
- Etiologia:
• Viral é mais comum: Rinovírus e Vírus sincicial respiratório
• Bacteriana: S. pneumoniae (principal), H. influenza; Mcayarrhalis, S. pyogenes;, S. 
aureus (em neonatos), Gram negativos, Alloicoccus otitidis
- Clínica:
• Lembra uma faringoamigdalite bacteriana
• Febre
• Otalgia e otorréia
• Irritabilidade
• Vômito e diarréia
• Meningismo
• Na otoscopia: abaulamento, hiperemia e perda da transparência da membrana 
- Tratamento:
• Analgésico e antitérmico
• Desobstrução nasal com soro fisiológico 0,9%
• Se otorréia limpar com pano limpo.
• ATBterapia: 
• Dar para todos os pacientes abaixo de 2 anos ou com aparência toxica, febre (> 
ou = 39ºC) ou dor por mais de 48h.
• O ATB de escolha é a amoxicilina 80-90 mg/Kg/dia 12/12h por 10 dias, se não 
tiver melhora associar ácido clavulânico ou utiliza cefalosporina de 2ª geração
• De modo geral abaixo se 2 anos sempre dar atb e acima deve-se considerar dar o 
ATB ou fazer observação pois a OMA se torna autolimitada.
Otite Média Supurativa 
- Clínica:
• Supuração visível no ouvido
• Ausência de sinais e sintomas de infecção aguda
• Na otoscopia: otorréia 
- Tratamento:
• Não precisa ser sistêmico
Otite Média com Efusão 
- Clínica:
• Normalmente otite pós infecção viral
• Secreção no ouvido médio
• Ausência de sintomas de infecção aguda
• Hipoacusia 
• Na otoscopia: 
• Membrana timpânica íntegra e/ou opacificada
• Pode haver retração ou aumento da vascularização
 
- Tratamento
• Não há TTO específico (pode ser ATB, corticoide, etc)
• Acompanhar por 3 meses (em 3 meses o quadro deve melhorar)
Mastoidite 
- Clínica:
• Costuma ser uma complicação grave da OMA
• Febre
• Otalgia
• Abaulamento retroauricular (abscesso intra-ósseo)
• Eritema de pavilhão 
- Tratamento: hospitalização 
Rinossinusite Aguda 
- Clínica:
• Febre alta (>39ºC)
• Rinorréia saro-purulenta prolongada 
• Tosse prolongada e normalmente noturna
 
- Tratamento:
• Analgésico e antitérmico
• Desobstrução nasal com soro fisiológico 0,9%
• Antibióticoterapia: A 1ª escolha é amoxicilina por 14 dias, sem melhora associar 
ácido clavulânico
• Casos crônicos encaminhar ao especialista 
IVAS X Rinossinusite

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