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Psicofarmacoterapia - Psiquiatria (Resumo)


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1 PSIQUIATRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
Psicofarmacoterapia 
INTRODUÇÃO 
• Conceitos: 
o Substâncias psicoativas → São aquelas capazes de alterar de forma quantitativa e qualitativa o funcionamento 
do sistema nervoso central 
▪ Substâncias psicotrópicas → São aquelas psicoativas que possuem propriedade reforçadora, sendo 
passíveis de autoadministração (o que, no cotidiano, chamamos de drogas, por exemplo maconha) 
▪ Outras substâncias psicoativas também podem se tornar drogas reforçadoras, como benzodiazepínicos 
o Droga → Toda substância que colocamos de fora para dentro do organismo (tudo que não foi produzido pelo 
organismo e sim ingerimos) no intuito de alterar nossa fisiologia de uma forma geral 
▪ Droga é uma palavra derivada do holandês que significa “folha seca” (pois eles tinham costume de pegar 
folhas secas para fazer medicamentos) 
▪ Quando as drogas agem no SNC, chamamos de drogas psicoativas 
o Fármaco → Droga com finalidade terapêutica (princípio ativo da medicação) 
o Medicamento → Fármaco preparado para o uso (tem uma concentração, uma forma farmacêutica, uma via de 
administração, uma posologia e uma indicação) 
▪ Medicamento de referência → Medicamento original, que foi registrado primeiro após comprovação de 
eficácia e segurança (Ex.: Prozac – o medicamento original da Fluoxetina) 
▪ Medicamento genérico → Após um tempo, o medicamento original perde a patente e a indústria pode criar 
novos medicamentos com o mesmo princípio ativo, podendo ser usado no lugar do de referência 
❖ Para ser genérico, ele tem que ter a mesma equivalência farmacêutica e biodisponibilidade do de 
referência, mas não possui nome de marca e geralmente é 40% mais barato (Ex.: Fluoxetina) 
▪ Medicamento similar → Passa pelos mesmos testes do medicamento genérico, porém possui uma marca e 
não é 100% equivalente ao de referência, apenas próximo (Ex.: Daforin – equivalente ao Prozac) 
❖ Existem indústrias muito boas que fazem medicamentos eficazes até mais baratos que o genérico 
▪ Medicamento manipulado → São medicamentos não industrializados, preparados por pedido direto do 
paciente ou médico 
❖ Como não passam pelos mesmos testes dos medicamentos industrializados, podem acabar tendo uma 
menor eficácia, então só recomendamos em alguns casos (por exemplo, quando não há disponibilidade, 
bom custo ou preparação desejada entre os industrializados) 
• Farmacocinética X Farmacodinâmica: 
o Farmacocinética → O que o organismo faz com a droga (vias de administração, absorção, distribuição e 
biotransformação) 
o Farmacodinâmica → O que a droga faz com o organismo (local de ação, mecanismo de ação e efeitos) 
• Princípios gerais do tratamento: 
o É necessário que façamos um diagnóstico adequado 
PROF. VALDIR CAMPOS 
 
2 PSIQUIATRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Focar nos sintomas alvo (queixa principal) 
o Mensuração da resposta clínica e avaliação do funcionamento do indivíduo (após a prescrição) 
▪ Ex.: Resposta terapêutica antidepressiva → Melhora de 50% dos sintomas 
• Escolha do medicamento: 
o Depende de fatores gerais 
▪ Experiência prévia do clínico 
▪ Escolha do paciente em relação ao seu tratamento 
▪ Disponibilidade de outros recursos terapêuticos existentes 
o Depende de fatores específicos do paciente 
▪ O diagnóstico 
▪ Perfil e gravidade dos sintomas 
▪ Idade do paciente → Não iremos passar a mesma dose para idosos e jovens 
▪ Presença de problemas físicos 
▪ Interação medicamentosa → Com outros medicamentos que o paciente esteja em uso 
▪ Características clínicas do paciente → Algumas patologias podem contraindicar o uso de um medicamento 
▪ Perfil de efeitos colaterais e tolerabilidade da medicação 
▪ História da doença mental prévia e resposta medicamentosa → Se o paciente já respondeu bem a 
tratamentos similares, qual dose foi usada etc. 
▪ História de resposta a tratamentos em familiares → Se familiares já usaram esse medicamento e tiveram 
boa resposta etc. (muitas vezes é genético) 
o Depende de fatores específicos do medicamento 
▪ Disponibilidade da medicação → Se tem disponível na rede pública e no mercado de forma geral 
▪ O custo → Avaliar a possibilidade de o paciente comprar o medicamento 
▪ Preparações disponíveis 
• Principais neurotransmissores e neuromoduladores: 
 
 
3 PSIQUIATRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Principais efeitos adversos: 
o Sistema colinérgico → Visão turva, constipação, retenção urinária, diminuição da sudorese, diminuição da 
saliva, aumento da pressão ocular, taquicardia, confusão e delirium 
o Sistema histaminérgico → Hipotensão, sonolência, sedação, tontura, fadiga, náusea e ganho de peso 
o Sistema dopaminérgico → Hiperprolactinemia, disfunção menstrual, disfunção sexual e sintomas 
extrapiramidais (acatisia, distonia, parkinsonismo e discinesia tardia) 
o Sistema adrenérgico → Hipotensão postural, tontura, vertigens, taquicardia reflexa, tremores e disfunção erétil 
o Sistema serotoninérgico → Fadiga, tontura, náusea, diarreia, cefaleia, anorexia, disfunção sexual, ganho de 
peso, irritabilidade/ansiedade/agitação e alteração do sono 
o Outros mecanismos → Reações alérgicas, agranulocitose (discrasias sanguíneas), anormalidade da condução 
cardíaca e convulsões 
• Classificação dos psicofármacos: 
o Ansiolíticos (benzodiazepínicos e hipnóticos) 
o Antidepressivos 
o Estabilizadores do humor 
o Antipsicóticos 
o Anfetaminas 
ANSIOLÍTICOS 
• Características gerais: 
o Os benzodiazepínicos (BZD) agem estimulando o GABA (principal neurotransmissor inibitório do cérebro), mais 
especificamente os GABA-A (também alvo dos barbitúricos e do álcool) 
• Indicações: 
o Sedação 
o Transtorno de ansiedade generalizada 
o Transtorno do pânico 
o Fobia social 
o Insônia → Os BZDs geram quadro de sonolência 
o Dependência do álcool → Como atuam no mesmo receptor, podem ajudar na abstinência do álcool 
o Delirium tremens 
o Epilepsia 
o Acatisia (quadro neurológico de efeitos extrapiramidais que o paciente fica muito inquieto, secundário ao uso 
de medicamentos) 
• Parâmetro clínico: 
o A meia-vida de eliminação é um parâmetro clínico importante na escolha do BZD (isso altera a quantidade de 
tomadas diárias e pode influenciar na adesão ao tratamento, quanto menos tomadas maior a adesão) 
▪ Meia-vida curta → < 5 horas (são chamados de hipnóticos e precisam de mais de 1 tomada diária) 
 
4 PSIQUIATRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Meia-vida intermediária → 5 a 24 horas 
▪ Meia-vida longa → > 24 horas (são chamados de ansiolíticos) 
• Dependência química: 
o Há risco de dependência química de BZDs, particularmente em tratamentos no período de 4 a 6 semanas e 
especialmente em pacientes com história de abuso de outras substâncias 
o O BZD deve ser retirado de forma gradativa ou substitutiva, pois os pacientes podem apresentar sintomas de 
abstinência ao medicamento 
• Principais exemplos de BZDs: 
 
o OBS.: Nitrazepam, Flunitrazepam e Flurazepam são benzodiazepínicos chamados de indutores do sono (Ex.: 
Rohypnol, que é um Flunitrazpam, geralmente é usado no “boa noite cinderela”) 
o OBS. 2: No Brasil, Clordiazepóxido é um dos únicos BZDs que pode ser usado de forma intramuscular (nos EUA, 
tem disponível também o Lorazepam), além do Midazolam para crise de agitação psicomotora 
• Efeitos colaterais: 
o Sedação e sonolência → Muito relacionado com a dose indicada (procurar a dose) 
o Fadiga 
o Perda de memória 
o Incoordenação motora 
o Diminuição da atenção e da concentração 
o Desinibição e descontrole 
o Piora da apneia do sono 
• Intoxicação: 
o Raramente vemos um indivíduo intoxicado com benzodiazepínico 
o Os quadros de intoxicação são mais corriqueiros na clínica quando o paciente faz uso com álcool 
o Pacientes intoxicados podem manifestar sonolência, tonturas, ataxia, disartria e estado mentalalterado 
 
5 PSIQUIATRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Gestação: 
o A evidência é que a exposição à BZD no primeiro trimestre não acarreta malformações fetais 
o Porém, alguns estudos sugerem que possa ter um risco de malformação fetal principalmente de fenda palatina 
(estudos com resultados inconclusivos) 
▪ Por isso, não é muito recomendado o uso no primeiro trimestre da gestação (por segurança) 
o Para uso de BZDs durante a gestação, é sempre importante levar em conta o risco e o benefício em cada caso, 
e deve-se procurar utilizar a menor dose possível, durante o menor tempo possível 
o Amamentação → Os BZDs são excretados no leite e o recém-nascido tem capacidade limitada de 
metabolização (então pode ter sintomas como letargia, perda de peso e sedação), então deve-se avaliar caso 
a caso a necessidade do uso do medicamento e a possibilidade de interrupção da amamentação 
• Agentes hipnóticos não benzodiazepínicos (fármacos Z): 
o Zaleplon, Zolpidem, Zopiclona e seu enantiômero (eszopiclona) 
o São hipnóticos que possuem atividade no complexo receptor GABA 
o Aprovados para tratamento de insônia de curto prazo (insônia inicial, insônia intermediária etc.) 
• Receita: 
o Os BZDs devem ser receitados na receita comum (branca) com uma notificação de receita B (azul) 
ANTIDEPRESSIVOS 
• Histórico: 
o Os antidepressivos foram descobertos acidentalmente na década de 50 a partir de medicamentos que eram 
usados para tratar tuberculose, pois foi observado que os pacientes mostravam maior vitalidade e interesse 
em atividades sociais 
o O primeiro relato de evidência com depressão foi feito em 1958 na Suiça, onde foi observado que remédios 
que estavam sendo pesquisados para esquizofrenia (imipramina) elevavam o humor, mesmo sem aliviar o 
quadro de psicose 
• Mecanismo de ação: 
o Sem medicamento, um sujeito com depressão tem baixa quantidade de neurotransmissor na fenda sináptica 
(pouca serotonina) e o neurônio pós-sináptico fica sensibilizado (upregulation) 
o Com a medicação 
▪ O efeito imediato é bloquear da bomba de recaptação de serotonina (do neurônio pré-sináptico) 
▪ O efeito antidepressivo só vai acontecer depois de 2 a 4 semanas, regularizando o neurotransmissor, 
disponibilizando mais serotonina na fenda sináptica, que vai agir sobre os receptores pós-sinápticos, 
modulando (downregulation) e causando a melhora dos efeitos depressivos 
• Principais fármacos: 
o Antidepressivos tricíclicos (ADT) → Fazem o bloqueio de recaptação de serotonina e de noradrenalina 
o Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) → Normalmente é o primeiro medicamento que 
passamos para a depressão e apenas se não tiver eficácia vamos para os outros 
o Inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN) – Dual → Maior eficácia em 
depressões mais graves, com características melancólicas e depressões refratárias (não totalmente elucidado) 
 
6 PSIQUIATRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Venlafaxina em 75 mg é apenas inibidor de recaptação da serotonina e a partir de 150 mg é dual, atuando 
também na noradrenalina (se aumentar para 225 mg ela atua também na recaptação de dopamina) 
▪ Duloxetina foi aprovada para o tratamento de condições relacionadas à dor crônica (Ex.: Fibromialgia) 
o Inibidores da recaptação de noradrenalina e dopamina → Bom para pacientes desmotivados, com baixa libido 
▪ Temos 3 apresentações da Bupropiona (a comum – tem que ser tomada 3x por dia; a SR – pode ser tomada 
2x por dia; a XR – pode ser tomada apenas 1x por dia) 
o Inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina (ISRN) 
o Inibidores da Monoaminaoxidase (IMAO) → Não tem ação tão específica antidepressiva, mas inibem a MAO 
em vários órgãos, com mais efeitos na MAO-A, a qual a noradrenalina e a serotonina são substratos primários 
▪ Deve-se ter cuidado ao usar, pois tem algumas interações, podendo gerar quadro de hipertensão 
o Outros antidepressivos → Mirtazapina, Trazodona e Agomelatina são usadas nos distúrbios do sono 
o Moduladores serotoninérgicos (antagonistas e agonistas de receptores 5HT) → Classe nova de antidepressivos 
com ação multimodal, recomendada para pacientes com disfunções cognitivas (Ex.: Vortioxetina) 
 
 
7 PSIQUIATRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Indicações: 
o Depressão 
o Transtorno do pânico 
o Transtorno do ansiedade generalizada (TAG) 
o Fobia social 
o Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e condições relacionadas 
o Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) 
o Bulimia e anorexia 
o Síndrome do intestino irritável 
o Enurese 
o Dor neuropática 
o Fibromialgia 
o Enxaquecas 
• Efeitos colaterais mais comuns: 
o Na primeira semana é comum ter um pouco de dor de cabeça e náuseas, que passam facilmente 
o Geralmente os efeitos colaterais são quadros de tontura, vertigem, náuseas etc. 
o Outros efeitos comuns → Boca seca, constipação intestinal, retenção urinária, visão turva, hipotensão 
ortostática, sedação, ganho de peso, sudorese, distúrbios de memória, ansiedade e inquietude, náuseas, dor 
epigástrica, vômitos e diarreia, diminuição do apetite, disfunção sexual, aumento da pressão arterial, cefaleia, 
síndrome de retirada, insônia, tontura e tremores 
ESTABILIZADORES DO HUMOR 
• Principais fármacos: 
 
o Carbonato de lítio é o principal estabilizador de humor, utilizado em casos de mania (fases da mania do 
transtorno bipolar) 
▪ Quando usado, deve ser feita a dosagem laboratorial para evitar efeitos colaterais e intoxicação (janela 
terapêutica em torno de 0,6 a 1,2 mEq/L) 
▪ Pacientes com dieta hipossódica são mais propensos à intoxicação 
o Os antipsicóticos atípicos são usados como estabilizadores de humor de 2ª geração 
 
8 PSIQUIATRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Receita: 
o A prescrição de estabilizadores de humor deve ser feita em receita de controle especial 
ANTIPSICÓTICOS 
• Principais classes: 
o Antipsicóticos de 1ª geração (antipsicóticos típicos) → Ponto principal é o bloqueio do sistema dopaminérgico 
D2 (responsável pelo efeito antipsicótico, pelos efeitos colaterais extrapiramidais e pela hiperprolactinemia) 
o Antipsicóticos de 2ª geração (antipsicóticos atípicos) → Têm uma ação simultânea balanceada nos sistemas 
dopaminérgico D2 e serotoninérgico 5HT2 (esta última que melhora sintomas negativos) 
 
• Mecanismo de ação: 
o Os de 1ª geração agem fundamentalmente no sistema dopaminérgico, que é constituído por 4 vias principais 
▪ Mesolímibica → A ação dos antipsicóticos na via mesolímbica seria responsável pela melhora dos sintomas 
psicóticos (pois nessa via do doente há hiperfunção dopaminérgica) 
▪ Mesocortical → O bloqueio da via mesocortical pelos antipsicóticos seria responsável pela piora (ou 
ausência de melhora) de sintomas negativos e cognitivos na esquizofrenia, uma vez que se postula que 
nessa doença há uma hipofunção dopaminérgica dessa via 
▪ Nigroestriatal → O bloqueio da via nigroestriatal é responsável pelos sintomas extrapiramidais (efeitos 
colaterais do antidepressivos) 
▪ Hipotálamo-hipofisária (trato tuberoinfundibular) → O bloqueio da via hipotálamo-hipofisária leva ao 
aumento da prolactina sérica (gera galactorreia, amenorreia etc.) 
• Indicações: 
o Esquizofrenia 
o Transtornos delirantes persistente 
 
9 PSIQUIATRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Psicoses agudas 
o Transtornos esquizoafetivos 
o Episódios agudos de mania com sintomas psicóticos ou agitação 
o Transtorno bipolar 
o Depressão psicótica 
o Psicoses induzidas por drogas 
o Psicoses cerebrais orgânicas 
o Controle da agitação e da agressividade em pacientes com retado mental ou demência 
o Transtorno de Tourette 
o Transtorno de personalidade Borderline 
• Manejo clínico: 
o Os antipsicóticos de 2ª geração são considerados mais eficazes do que os de 1ª geraçãonum primeiro episódio 
psicótico, mas são mais caros 
o A medicação para a esquizofrenia é administrada em monoterapia, com dose adequada, por cerca de 4 a 6 
semanas → É necessário aguardar esse tempo para considerar que não houve resposta satisfatória 
▪ Se não houver resposta terapêutica satisfatória, o antipsicótico é substituído por um segundo antipsicótico 
de grupo farmacológico diferente e se espera novamente 4 a 6 semanas para observar a resposta 
▪ Se mesmo com a mudança de antipsicótico não houver melhora significativa do quadro, o paciente é 
considerado refratário e está indicado o uso da clozapina 
• Efeitos colaterais: 
o Os antipsicóticos típicos podem gerar os sintomas extrapiramidais por sua ação no trato nigroestriatal 
▪ Distonia aguda → Contrações musculares intensas 
▪ Síndrome parkinsonoide (parkinsonismo medicamentoso) 
▪ Acatisia → Inquietação intensa 
▪ Discinesia tardia → Ocorre em paciente com uso prolongado do medicamento, são movimentos 
hipercinéticos principalmente de boca e língua 
▪ Hiperprolactinemia → Associada à disfunção sexual, além de aumento de mamas, galactorreia e alterações 
menstruais na mulher e ginecomastia no homem (pode ser revertido diminuindo dose ou trocando remédio) 
▪ Síndrome neuroléptica maligna → Síndrome gravíssima caracterizada por febre, rigidez muscular e 
alteração da enzima creatinoquinase (CK) 
▪ Sedação 
▪ Ganho de peso e alterações metabólicas 
▪ Alterações eletrocardiográficas (aumento do intervalo QT) 
▪ Alterações hematológicas → Ex.: Clozapina tem risco elevado de granulocitopenia, agranulocitose ou 
plaquetopenia (medicamento que requer hemogramas periódicos quando utilizado) 
▪ Diminuição do limiar convulsígeno → Principalmente antipsicóticos de baixa potência (Ex.: Clorpromazina) 
 
10 PSIQUIATRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Receita: 
o Os antipsicóticos devem ser prescritos em receita de controle especial 
ANFETAMINAS 
• Características gerais: 
o Foram criadas principalmente para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), obesidade 
mórbida e narcolepsia 
• Principais fármacos: 
o Femproporex, metilfenidato, mazindol, metanfetamina e dietilpropiona 
o Para tratar o TDAH, além da ritalina, temos a lisdexanfetamina (Venvanse), que foi autorizado recentemente 
também para tratar transtorno do comer compulsivo 
o Modafinila é um medicamento utilizado para tratar principalmente casos de narcolepsia 
• Receita: 
o As anfetaminas devem ser receitadas na receita comum (branca) com uma notificação de receita A (amarela) 
• Efeitos adversos: 
o Quadros de disforia, quadros de euforia, quadros de hesitação, quadros maniformes 
▪ Principalmente se o paciente for bipolar 
• Gestação: 
o É indicado evitar o uso no primeiro trimestre, mesmo sem evidências que causam problemas