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Seção 6 Direito Civil Recurso Especial MYRCELLA

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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA BAHIA
Autos nº XXXXXXXX
MYRCELLA LANNISTER, já devidamente qualificada nos autos em epígrafe que lhe move os irmãos JOFFREY LANNISTER E TOMMEN LANNISTER, vem, respeitosamente e tempestivamente, por seu advogado que esta subscreve, interpor o presente
RECURSO ESPECIAL
com fundamento no artigo 105, inciso III, alínea 'a' da Constituição da República e nos artigos 1.029 e seguintes do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015), contra o acórdão proferido pela Egrégia 14ª Câmara De Direito Privado do Tribunal De Justiça da Bahia, que negou provimento ao recurso de apelação interposto nos autos de número em epígrafe, em face dos  RECORRIDOS, também já qualificado, consubstanciado nos motivos de fato e de direito apresentados nas razões de recurso anexas.
O presente recurso é próprio, cabível, tempestivo, independe de preparo e de pagamento de custas, inclusive porte de remessa e retorno (por ser a parte recorrente beneficiária da justiça gratuita). Ademais, as partes são legítimas e estão devidamente representadas. Deste modo, preenche este recurso todos os pressupostos de admissibilidade, conforme razões juntadas.
Requer, pois, seja recebido e processado o presente recurso, declarando-se seus regulares efeitos e, após, seja intimada as partes recorridas para, se quiser, oferecer contrarrazões no prazo legal. 
Por fim, requer sejam os autos remetidos ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça para que, ao final, seja reformado o acórdão combatido.
Termos em que,
Pede deferimento.
LOCAL, DATA.
NOME DO ADVOGADO
OAB/XX nº XXXXXXXX
RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL
RECORRENTE: MYRCELLA LANNISTER 
RECORRIDOS: JOFFREY LANNISTER E TOMMEN LANNISTER
PROCESSO Nº XXXXXXXX
ORIGEM: 14ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA BAHIA
Egrégio Superior Tribunal De Justiça
Colenda Turma
Nobres Julgadores
O acórdão ora combatido merece reforma, pela relevância dos motivos jurídicos a seguir aduzidos.
1. DOS PRESSUPOSTOS GERAIS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL
1.1. Do preparo e do porte e remessa e retorno
A parte recorrente é beneficiária da justiça gratuita por ser pobre na acepção jurídica do termo, sendo isenta de taxas e custas. Por tal motivo, não se faz presente a necessidade do pagamento de preparo recursal.
Desta feita, deixa de juntar as guias referentes a estas despesas.
1.1.2. Da tempestividade
O recurso ora interposto preenche o requisito da tempestividade, conforme se passa a demonstrar.
O prazo para recurso especial é de 15 dias úteis, conforme determina o art. 219 c.c. art. 1.003, § 5º do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015).
O acórdão recorrido foi disponibilizado em XX/XX/20XX, considerando-se publicado em XX/XX/20XX, de modo o início do prazo (“dies a quo”) ocorreu em XX/XX/20XX.
Em XX/XX/20XX foram opostos embargos de declaração, havendo a interrupção do prazo para recurso especial, conforme prevê o art. 1.026 do Código de Processo Civil de 2015.
Desta forma, o “dies ad quem” para interposição do presente recurso especial é dia XX/XX/20XX, tendo em vista que os prazos processuais civis computam-se excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento, somente em dias úteis.
Portanto, a interposição desde recurso especial está sendo realizada em estrita obediência ao prazo de 15 (quinze) dias iniciado no primeiro dia útil subsequente ao da publicação do acórdão perseguido, tendo em vista as interrupções de prazo.
1.1.3. Do cabimento
O presente recurso é cabível porquanto a decisão recorrida nega vigência à lei federal, nos termos do artigo 105, inciso III, alínea 'a' da Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988:
“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
(...)
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;”
A decisão recorrida nega vigência ao Código Civil (especificamente, ao art. 1.782) ao deixar de aplicá-lo no caso concreto, ignorando por completo a sua disposição legal.
Ensina o ilustre doutrinador e jurista Barbosa Moreira quanto ao cabimento do recurso especial que: 
“A rigor, só com o julgamento do recurso especial é que se verifica se a decisão recorrida contrariou ou não tratado ou lei federal: isso respeita ao mérito do recurso, não à sua admissibilidade. Do ponto de vista do cabimento, o recurso especial é admissível desde que o recorrente alegue a contrariedade. Tal alegação bastará para que se conheça do recurso; em etapa posterior, conforme seja ela procedente ou não, o resultado será o provimento ou o desprovimento.”
1.2 - DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE ESPECÍFICOS DO RECURSO ESPECIAL
1.2.1. Do esgotamento de recursos
A decisão recorrida foi proferida em segunda instância por um Tribunal, sendo esgotados todos os recursos ordinários possíveis (quais sejam: recurso de apelação e embargos de declaração).
Assim, a decisão recorrida já não comporta mais nenhum recurso no âmbito dos tribunais inferiores, de modo que a presente causa já foi decidida em última instância pela 14ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA BAHIA
1.2.2. Do efeito devolutivo limitado à matéria de direito
A análise da matéria deste recurso não implica o revolvimento de matéria fático-probatória, de modo que a decisão alvejada se amolda perfeitamente na alínea 'a', do inciso III, do art. 105, da Constituição da República.
1.2.3. Do prequestionamento
Como já se afirmou anteriormente, o presente recurso traduz irresignação em face do acórdão que contrariou lei federal, bem como lhe negou vigência, deixando de aplicá-la. 
A lei federal contrariada e negada em sua vigência foi o Código Civil.
In casu, o acórdão recorrido violou o art. 1.782 do Código Civil, quando acolheu os embargos de declaração, porém, no mérito, negou provimento ao recurso de apelação mantendo a sentença proferida pelo juízo de primeiro grau, registrando o seguinte: 
“O recurso de apelação foi interposto contra sentença proferida pelo juízo de primeiro grau, o qual julgou procedente a ação de Interdição, com a finalidade de “decretar a interdição de MYERCELLA LANNISTER, ante a seu histórico de PRODIGALIDADE, nos termos do art. 1.767, V do Código Civil”. Segundo consta da sentença, em que pese a interdição se dar em face de pródigo, a representação seria necessária para prática de todos os atos da vida civil da interditanda, sendo indeferida ainda, a nomeação de novo curador.” (fls. Xxx/xxx) (grifamos)
Exige-se, para acolhimento de Recurso Especial, que a matéria tenha sido prequestionada. Este requisito foi cumprido, já que, no julgamento dos embargos de declaração, o competente Tribunal a quo manifestou-se sobre a matéria. 
De qualquer forma, está assim disposto o artigo 1025 do CPC:
“Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.”
2 – BREVE SÍNTESE DA DEMANDA
Os recorridos ajuizaram ação de interdição em face de sua irmã Myrcella Lannister, ora recorrente, internada em uma clínica de recuperação desde o ano de 2004, devido a supostos problemas psiquiátricos, vício em substâncias tóxicas e, de acordo com os recorridos, irmãos da recorrente, um histórico recorrente de prodigalidade, com episódios onde, supostamente, gastou fortunas em uma única noite com drogas (fatos não comprovados). 
A recorrente apresentou contestação, alegando em sede de preliminares, a nulidade de citação, realizada eletronicamente em nome de sua prima. Quanto ao mérito, sustentou estar em pleno gozo de suas faculdades mentais, que não faz uso de drogas e tampouco tem episódios de prodigalidade e, ainda, que optou por viver na clínica devido ao acolhimento que semprelhe foi dado e os fortes laços de amizade que formou, desta forma, afirmou que está no local por livre e espontânea vontade e não por necessidade, razão pela qual, pediu a improcedência da ação ou, alternativamente, que fosse nomeado curador de sua confiança, o Senhor Dr. Ramsay Bolton, administrador da clínica de recuperação “Trono de Ferro”.
A preliminar foi negada. Após o regular tramite da ação, sobreveio sentença de procedência do pedido, tendo sido objeto de Recuso de Apelação que, após o recebimento, foi julgado improcedente.
Foram interpostos embargos de declaração, uma vez que o acórdão embargado estava eivado de omissão e contradição.
A 14ª Câmara de Direito Privado do Egrégio Tribunal de Justiça da Bahia acolheu os embargos de declaração, alterando o acordão anteriormente prolatado, mas, quanto ao mérito da apelação proposta, decidiu pelo DESPROVIMENTO DO RECURSO, mantendo-se a sentença atacada por seus próprios fundamentos.
Desta forma, faz-se necessário a reforma do acórdão prolatado conforme será, a seguir, demonstrado.
3 - DO DIREITO
RAZÕES JURÍDICAS PARA A REFORMA DA DECISÃO RECORRIDA
O acórdão recorrido merece ser revisto, eis que prolatado com negativa de vigência à lei federal, nos termos do art. 105, III, a, da CRFB/88, com relação ao artigo 1.782 do Código Civil. 
O acórdão ora guerreado põe em risco a segurança jurídica do tema e desrespeita este Superior Tribunal de Justiça que já pacificou o assunto.
Desta forma, por respeito às normas processuais, de rigor o conhecimento e provimento do presente recurso especial, por ser medida de Adequação à Lei e à Justiça.
3.1. NEGATIVA DE VIGÊNCIA À LEGISLAÇÃO FEDERAL
Segundo Rodolfo Camargo Mancuso, “contrariamos a lei quando nos distanciamos da mens legislatoris, ou da finalidade que lhe inspirou o advento; e bem assim quando a interpretamos mal e lhe desvirtuamos o conteúdo”. 
Por outro lado, ainda conforme o autor, negamos-lhe vigência “quando declinamos de aplicá-la, ou aplicamos outra, aberrante da fattispecie”, ou quando “o aplicador da norma atua em modo delirante, ignorando a real existência do texto de regência”.
Para Daniel Amorim Assumpção Neves, “contrariar” significa distanciar-se da mens legislatoris ou da finalidade da norma, incluindo uma má interpretação que importe o desvirtuamento de seu conteúdo, enquanto “negar vigência” significa deixar de aplicar a norma correta no caso concreto.
Na espécie, o acórdão recorrido negou vigência ao art. 1.782 do Código Civil, quando acolheu os embargos de declaração, porém, no mérito, negou provimento ao recurso de apelação mantendo a sentença proferida pelo juízo de primeiro grau, registrando o seguinte: 
“O recurso de apelação foi interposto contra sentença proferida pelo juízo de primeiro grau, o qual julgou procedente a ação de Interdição, com a finalidade de “decretar a interdição de MYERCELLA LANNISTER, ante a seu histórico de PRODIGALIDADE, nos termos do art. 1.767, V do Código Civil”. Segundo consta da sentença, em que pese a interdição se dar em face de pródigo, a representação seria necessária para prática de todos os atos da vida civil da interditanda, sendo indeferida ainda, a nomeação de novo curador.” (fls. Xxx/xxx) (grifamos)
3.1.2. Negativa de vigência ao Código Civil.
A lei federal contrariada e negada em sua vigência foi o artigo 1.782 do Código Civil que diz que “A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.”
O acórdão recorrido decidiu que “(...)em que pese a interdição se dar em face de pródigo, a representação seria necessária para prática de todos os atos da vida civil da interditanda(...)”.
Como se vê, Nobres Ministros, é nítido que o acórdão recorrido negou vigência ao art. 1.782 do Código Civil, devendo ser reformado o aresto ora impugnado.
4 – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, a parte Recorrente requer aos Eminentes Ministros que seja dado conhecimento e PROVIMENTO ao presente Recurso Especial, pois estão presentes todos os pressupostos de sua admissibilidade, para o fim de reformar “in totum” o acórdão recorrido, proferido pela 14ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA BAHIA, para que se anule a condenação de 1º grau de jurisdição, em razão do quanto articulado nas razões recursais.
Por fim, requer a inversão do ônus da sucumbência, condenando-se a parte contrária ao pagamento das custas e honorários advocatícios, nos termos do art. 82, § 2º do Código de Processo Civil de 2015.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data.
NOME DO ADVOGADO
OAB/XX nº XXX

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