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ANEXO 144 - PRT ULACP 003 Orientações para Coleta de Sangue 2020-2022 Validado_SVSSP (2)

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ORIENTAÇÕES PARA COLETA DE SANGUE Emissão: 17/09/2021 Próxima revisão: 
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SUMÁRIO 
1. SIGLAS E CONCEITOS ........................................................................................................................... 2 
2. OBJETIVOS.......................................................................................................................................... 2 
3. JUSTIFICATIVAS .................................................................................................................................. 2 
4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DE EXCLUSÃO ............................................................................................ 2 
4.1. Critérios de aceitação de amostras de sangue ............................................................................ 2 
4.2. Critérios de rejeição de amostras de sangue .............................................................................. 3 
5. ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS, RESPONSABILIDADES ...................................................................... 4 
6. PROCEDIMENTOS ............................................................................................................................ 4 
6.1. Procedimentos Básicos para Minimizar Ocorrências de Erro ....................................................... 4 
6.2. Generalidades sobre a punção venosa ....................................................................................... 5 
6.2.1. Posicionamento do paciente ............................................................................................. 6 
6.2.2. Precauções com o uso do torniquete ................................................................................ 7 
6.2.3. Higienização das mãos ...................................................................................................... 7 
6.2.4. Evidenciação das veias e higienização do local de punção .................................................. 8 
6.2.5. Procedimento de Coleta de sangue à vácuo ...................................................................... 8 
6.2.6. Procedimento de Coleta de sangue com seringa e agulha .................................................. 9 
6.2.7. Cuidados para uma punção bem-sucedida ...................................................................... 11 
6.2.8. Dificuldade para a coleta da amostra de sangue .............................................................. 12 
6.2.9. Boas práticas de pré-coleta para prevenção de hemólise ................................................. 12 
6.2.10. Boas práticas de pós-coleta para prevenção de hemólise ................................................ 13 
6.2.11. Recomendação da sequência de tubos à vácuo na coleta de sangue venoso segundo o CLSI
 14 
6.2.12. Coleta de Sangue para Provas Funcionais (curvas glicêmicas e hormonais) ....................... 15 
6.2.13. Coleta de sangue para gasometria .................................................................................. 17 
6.2.14. Coleta de amostras capilares .......................................................................................... 18 
6.3. Segurança do Paciente ........................................................................................................... 19 
6.4. Segurança do Flebotomista .................................................................................................... 20 
7. FLUXOGRAMA .............................................................................................................................. 21 
8. MONITORAMENTO ....................................................................................................................... 21 
9. REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 22 
10. HISTÓRICO DE REVISÃO .................................................................................................................. 22 
 
 
 
 
 
 
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1. SIGLAS E CONCEITOS 
 
• ULACP – Unidade Laboratório de Análises Clínicas e Patológicas 
• LACEN/MS– Laboratório Central de Saúde Pública – MS 
• PAGO – Pronto Atendimento Ginecológico e Obstétrico 
• PAC – Pronto Atendimento Clínico 
• CLSI - Clinical and Laboratory Standards Institute 
• PPE – Profilaxia pós-exposição 
• CCIRAS - Comissão de Controle de Infecções Relacionadas à Saúde 
 
2. OBJETIVOS 
 
Padronizar a coleta de sangue venoso para a garantia da qualidade analítica e manutenção 
da confiabilidade dos resultados dos exames realizados pelo laboratório, e assim contribuir para a segurança 
do paciente. 
 
3. JUSTIFICATIVAS 
 
A principal finalidade da coleta de sangue é a realização dos exames laboratoriais para a 
gestão clínica e avaliação da saúde do paciente. Inúmeras são as variáveis que podem ocorrer nas fases que 
antecedem a realização dos exames, inclusive durante a coleta de sangue, e que são responsáveis por um 
percentual alto de falhas capazes de comprometer a qualidade dos resultados obtidos. 
Dentre os erros que podem ocorrer cita-se: Falta de identificação ou identificação incorreta 
de amostras, escolha equivocada de tubos, volume inadequado, presença de coágulos e/ou hemólise, dentre 
outros. Sendo assim é necessário o conhecimento e/ou aprimoramento teórico/prático da técnica de coleta 
de sangue por parte dos profissionais flebotomistas, a fim de desenvolver ou aperfeiçoar habilidades básicas 
para evitar e minimizar possíveis erros durante a coleta que possam causar desconfortos ao paciente e 
prejudicar os resultados dos exames laboratoriais, que são fundamentais na tomada das decisões médicas. 
 
 
 
4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DE EXCLUSÃO 
 
4.1. Critérios de aceitação de amostras de sangue 
• Amostras devidamente identificadas, com nome, data de nascimento do paciente e setor 
hospitalar ou unidade de saúde de origem; 
https://www.escoladapaz.com.br/blog/como-escolher-carreira-profissional-de-acordo-personalidade
 
 
 
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• Amostras acompanhadas da solicitação devidamente carimbada e assinada pelo médico 
solicitante; 
• Amostras que serão encaminhadas ao LACEN acompanhadas da solicitação, ficha específica 
contendo os dados pessoais do paciente e ficha investigativa, fornecidas pelo laboratório de 
apoio e CCIRAS, devidamente preenchidas e assinadas pelo médico solicitante; 
• Amostras com solicitações de alguns exames específicos que serão encaminhadas ao 
laboratório Hermes Pardini acompanhadas de questionário preenchido e assinado pelo 
médico solicitante; 
• Amostras acondicionadas nos tubos corretos; 
• Amostras sem coágulos; 
• Amostras sem hemólise; 
• Tubos de sangue preenchidos adequadamente até a marca estabelecida pelo fabricante; 
• Tempo de coleta e processamento das amostras respeitados (a depender da forma de 
acondicionamento da amostra e da natureza do exame). 
 
4.2. Critérios de rejeição de amostras de sangue 
• Amostras sem identificação ou identificadas de forma inadequada (dados incompletos); 
• Amostras sem solicitação médica adequadamente preenchida; 
• Amostras coletadas em tubos incorretos; 
• Ausência das fichas/questionários que serão encaminhadas juntamente com as amostras ao 
laboratório de apoio, ou preenchimento inadequadodestes; 
• Amostras com coágulos ou microcoágulos; 
• Amostras fortemente hemolisadas; 
• Tubos coletados sem respeitar a proporção adequada entre sangue e anticoagulante, para 
mais ou para menos. 
• Amostras acondicionadas de forma incorreta; 
• Tempo de transporte das amostras prolongado (acima de 3h) (Tabela 01). 
 
Tabela 1 – Relação entre anticoagulantes, tempo e temperatura de armazenamento de amostras até a análise 
laboratorial. 
Amostra/Anticoagulante Tempo e Temperatura de Armazenamento até a Análise 
Sangue total/EDTA 4h à temperatura ambiente (18°C a 25°C), 24h sob refrigeração (2°C 
a 8°C) 
 
 
 
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Sangue total e 
plasma/citrato 
4h à temperatura ambiente (18°C a 25°C), 12 h sob refrigeração (2°C 
a 8°C); congelado: inferior a -18°C por duas semanas, -70°C por 12 
meses e nitrogênio por 6 anos. 
Sangue total/heparina lítica 15 min à temperatura ambiente (18°C a 25°C) ou 45 min sob 
refrigeração (2°C a 8°C) 
Sangue total/fluoreto 4h à temperatura ambiente (18°C a 25°C); 24h sob refrigeração (2°C 
a 8°C) 
Sangue sem anticoagulante 4h à temperatura ambiente (18°C a 25°C), 24h sob refrigeração (2°C 
a 8°C) 
Hemocultura 12h à temperatura ambiente (18°C a 25°C) 
Fonte: INSTITUTO DE SAÚDE E GESTÃO HOSPITALAR (ISGH) - Manual Coleta de Exames Laboratoriais. 
 
5. ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS, RESPONSABILIDADES 
 
A coleta de amostras de sangue pode ser realizada por profissionais de saúde devidamente 
treinados, como técnicos de laboratório, analistas clínicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos. 
É de responsabilidade da ULACP fornecer insumos como tubos e/ou microtubos de coleta e seringas de 
gasometria, bem somo dar suporte de informações ou auxílio na vigência de dificuldades durante a coleta 
por profissionais que não são do setor. 
 
6. PROCEDIMENTOS 
 
6.1. Procedimentos Básicos para Minimizar Ocorrências de Erro 
Para a execução de boas práticas em coleta de sangue (flebotomia) é necessário: 
• Planejamento antecipado da flebotomia; 
• Local apropriado para a prática; 
• Garantia de qualidade; 
• Normas para atendimento aos pacientes e aos profissionais de saúde; 
• Disponibilidade de material apropriado e equipamento de proteção; 
• Disponibilidade de profilaxia pós-exposição acidental (PPE) a amostras biológicas de potencial 
contaminante; 
• Uso de material estéril e descartável; 
• Treinamento apropriado em flebotomia; 
• Cooperação por parte dos pacientes. 
 
 
 
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O profissional de saúde responsável pelas coletas de sangue (flebotomista) deve assegurar 
que as amostras serão colhidas do paciente especificado na requisição de exames. Dessa forma é sempre 
necessário verificar a solicitação do médico ou o cadastro do pedido. É recomendável que o profissional se 
apresente ao paciente, estabelecendo comunicação para ganhar sua confiança. Além disso, é importante 
explicar ao paciente ou ao seu acompanhante o procedimento ao qual será submetido, seguindo a política 
institucional para a obtenção de consentimento para a realização do procedimento; 
• Pacientes adultos e conscientes: Pedir que forneça nome completo e data de nascimento. 
Comparar estas informações com as constantes na requisição de exames. 
• Pacientes internados: Em geral, os hospitais disponibilizam etiquetas pré-impressas com os 
dados de identificação necessários. Mesmo assim, o flebotomista deve verificar a 
identificação postada no leito (quando disponível). Em caso de dúvidas na identificação, 
buscar ajuda dos profissionais daquele setor com o propósito de assegurar a adequada 
identificação do paciente. 
• Pacientes muito jovens (ou crianças) ou com dificuldade de comunicação: O flebotomista 
deve questionar o (s) acompanhante (s) ou a equipe de enfermagem. Pacientes atendidos no 
PAGO ou PSA podem ser identificados pelo nome e número de entrada no cadastro da 
unidade de emergência. 
Observação: É indispensável que a identificação possa ser rastreada a qualquer instante do 
processo. Recomenda-se que os materiais não colhidos no laboratório sejam identificados como “amostra 
enviada ao laboratório”. 
Outros aspectos relevantes a considerar: 
✓ Tempo de jejum; 
✓ Abstenção de fumo e/ou álcool; 
✓ Uso contínuo de alguma medicação; 
✓ Realização de algum procedimento diagnóstico ou terapêutico prévio no paciente. 
Estas informações devem ser anotadas pelo flebotomista na solicitação médica. Para a 
maioria dos exames de sangue, é necessário apenas um curto período de tempo em jejum (3-4 horas). Para 
outros, há necessidade de jejum entre 8-12 horas (glicemia, lipidograma e curva glicêmica). No entanto, se 
houver a indicação de coleta imediata segundo critérios médicos a coleta deve ser realizada 
(urgência/emergência). Alguns exames requerem cuidados específicos quanto a dietas especiais, enquanto 
outros necessitam de repouso antes da coleta de sangue, como exigido para a dosagem de prolactina e 
cortisol. Um outro aspecto importante a considerar é sobre eventual alergia do paciente ao látex (para o uso 
de luvas e do torniquete adequados para essa situação). Lembrar que casos de hipersensibilidade ao látex 
podem ocorrer, e é dever do laboratório prevenir riscos. 
 
6.2. Generalidades sobre a punção venosa 
A punção venosa é um procedimento complexo, que exige conhecimento e habilidade, de 
forma que a escolha do local da punção representa uma parte vital da coleta de materiais biológicos. O local 
de preferência para as venopunções é a fossa antecubital, na área anterior do braço em frente e abaixo do 
cotovelo, onde está localizado um grande número de veias, relativamente próximas à superfície da pele. 
Embora qualquer veia do membro superior que apresente condições para coleta possa ser puncionada, as 
 
 
 
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veias cubital mediana e cefálica são as mais frequentemente utilizadas. Quando as veias desta região não 
estão disponíveis ou são inacessíveis, as veias do dorso da mão também podem ser utilizadas, sendo o arco 
venoso dorsal o mais recomendado por ser mais calibroso. Locais alternativos, tais como tornozelos ou 
extremidades inferiores, não devem ser utilizados sem a permissão do médico, devido ao potencial 
significativo de complicações médicas, por exemplo: flebites, tromboses ou necrose tissular. 
Áreas que devem ser evitadas para a coleta: 
• Membros onde estiverem instaladas terapias intravenosas. Hemólise, contaminação, 
presença de líquido intravenoso e medicação podem alterar os resultados dos testes 
laboratoriais; 
• Locais que contenham extensas áreas cicatriciais de queimadura; 
• Regiões onde ocorreu a mastectomia, em função das potenciais complicações decorrentes 
da linfostase. Nesses casos, caso haja dificuldade durante a coleta em locais apropriados, um 
médico deverá ser consultado previamente; 
• Áreas com hematomas, pois podem gerar resultados incorretos, qualquer que seja o 
tamanho do hematoma. Se outra veia, em outro local, não estiver disponível, a amostra deve 
ser colhida distalmente ao hematoma; 
• Fístulas arteriovenosas, enxertos vasculares ou cânulas vasculares não devem ser 
manipulados por pessoal não autorizado pela equipe médica para a coleta de sangue; 
• Veias trombosadas são pouco elásticas e têm paredes endurecidas, e tambémnão são 
indicadas. 
 
6.2.1 Posicionamento do paciente 
O posicionamento inadequado do paciente também pode acarretar erros em resultados. O 
desconforto do paciente, agregado à ansiedade do mesmo, pode levar à liberação indevida de alguns analitos 
na corrente sanguínea. Sendo assim, as orientações são: 
Pacientes que podem ficar sentados: 
• Pedir ao paciente que se sente confortavelmente em uma cadeira própria para coleta de 
sangue; 
• Recomenda-se que a cadeira tenha apoio para os braços e previna quedas, caso o paciente 
venha a perder a consciência; 
• Recomenda-se também que no descanso da cadeira a posição do braço do paciente seja 
inclinada levemente para baixo e estendida, formando uma linha direta do ombro para o 
pulso; 
• O braço deve estar apoiado firmemente pelo descanso e o cotovelo não deve estar dobrado. 
Uma leve curva pode ser importante para evitar hiperextensão do braço. 
Pacientes no leito 
• Pedir ao paciente que se coloque em uma posição confortável; 
• Caso esteja em posição supina e um apoio adicional for necessário, coloque um travesseiro 
debaixo do braço em que a amostra será colhida; 
 
 
 
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• Posicione o braço do paciente inclinado levemente para baixo e estendido, formando uma 
linha direta do ombro para o pulso; 
• Caso esteja em posição levemente sentada, o posicionamento do braço para coleta torna-se 
relativamente mais fácil. 
 
6.2.2 Precauções com o uso do torniquete 
O torniquete é empregado para aumentar a pressão intravascular, o que facilita a palpação 
da veia e o preenchimento dos tubos de coleta ou da seringa, e seu uso adequado é de suma importância. 
No entanto, seu uso inadequado quando, por exemplo, a sua aplicação excede um minuto, pode ocorrer 
estase localizada, hemoconcentração e infiltração de sangue para os tecidos, gerando valores falsamente 
elevados para os analitos baseados em medidas de proteínas, alteração do volume celular e de outros 
elementos celulares. Dessa forma o uso inadequado pode levar à situação de erro diagnóstico (como 
hemólise, que pode tanto elevar o nível de potássio como alterar a dosagem de cálcio, etc.), bem como gerar 
complicações durante a coleta (hematomas, formigamento, etc). Havendo lesões de pele no local 
pretendido, deve-se considerar a possibilidade da utilização de um local alternativo ou aplicar o torniquete 
sobre a roupa do paciente. 
• Posicionar o torniquete com o laço para cima, a fim de evitar a contaminação da área de 
punção; 
• Não aplicar, no momento da seleção venosa, o procedimento de “bater na veia com dois 
dedos”. Esse tipo de procedimento provoca hemólise capilar e, portanto, altera o resultado 
de certos analitos; 
• Se o torniquete for usado para seleção preliminar da veia, fazê-lo apenas por um breve 
momento, pedindo ao paciente para fechar a mão. Localizar a veia e, em seguida, afrouxar o 
torniquete. Esperar 2 minutos para usá-lo novamente; 
• Aplicar o torniquete de 7,5 a 10,0 cm acima do local da punção, para evitar a contaminação 
do local. Não usar o torniquete continuamente por mais de 1 minuto; 
• Ao garrotear, pedir ao paciente que feche a mão para evidenciar a veia. Não apertar 
intensamente o torniquete, pois o fluxo arterial não deve ser interrompido. O pulso deve 
permanecer palpável. Trocar o torniquete sempre que houver suspeita de contaminação. 
 
6.2.3. Higienização das mãos 
Um aspecto importante a ser levado em consideração antes da coleta é a correta 
higienização das mãos, que deve ser feita seguindo as orientações do protocolo de Higienização das mãos 
(PRT. 001 da CCIRAS). 
• As mãos devem ser higienizadas antes e após o contato com cada paciente, evitando, assim, 
a contaminação cruzada. 
• A higienização pode ser feita com água e sabão, ou usando álcool em gel 70%. A utilização de 
gel alcoólico a 70% pode substituir a higienização das mãos com água e sabão, desde que 
estas não estejam visivelmente sujas. 
 
 
 
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• Após a higienização das mãos calçar as luvas para realizar a venopunção, com cuidado, para 
que não rasguem. Devem ficar bem aderidas à pele, para que o flebotomista não perca a 
sensibilidade no momento da punção. 
 
6.2.4. Evidenciação das veias e higienização do local de punção 
• Observar a presença de veias calibrosas; 
• Pedir ao paciente que movimente do braço, abaixando-o e fazendo movimentos de abrir e 
fechar a mão. Os movimentos de abertura das mãos reduzem a pressão venosa, com o 
relaxamento muscular; 
• Fazer massagens suaves no braço do paciente (do punho para o cotovelo); 
• O flebotomista deve realizar a palpação da veia pretendida com o dedo indicador. Esse 
procedimento auxilia na distinção entre veias e artérias pela presença de pulsação, devido à 
maior elasticidade e à maior espessura das paredes dos vasos arteriais; 
• Fixar as veias com os dedos, nos casos de flacidez; 
• A antissepsia previa do local da punção se faz necessária para prevenir a contaminação 
microbiana de cada paciente ou amostra. Recomenda-se usar uma gaze ou algodão 
umedecido com álcool 70%; 
• Limpar o local com movimentos do centro para fora; 
• Permitir a secagem da área por 30 segundos para prevenir hemólise da amostra e reduzir a 
sensação de ardência na venopunção; 
• Não assoprar, não abanar e não colocar nada no local; 
• Não tocar novamente na região após a antissepsia; 
• Se a venopunção for difícil de ser obtida e a veia precisar ser palpada novamente para efetuar 
a coleta, o local escolhido deve ser limpo novamente. 
 
6.2.5. Procedimento de Coleta de sangue à vácuo 
Os sistemas para coleta de sangue a vácuo reduzem o risco de exposição direta ao sangue e 
tornam mais fácil a coleta de múltiplas amostras através de uma única punção. Além de maior conforto para 
o paciente também proporciona maior segurança para o profissional que realiza a coleta e reduz as chances 
de contaminação da amostra. Os tubos de coleta a vácuo já contêm a quantidade de vácuo calibrado ao 
volume de sangue que deve ser colhido, assim é possível garantir a proporção correta de sangue e aditivo. 
• Conferir e ordenar todo o material a ser usado no paciente, de acordo com o pedido médico 
(tubo, gaze, torniquete etc.). A identificação dos tubos deve ser feita na frente do paciente; 
• Informar ao paciente como será o procedimento; 
• Abrir o lacre da agulha de coleta múltipla de sangue a vácuo em frente ao paciente; 
• Rosquear a agulha no adaptador do sistema a vácuo; 
• Higienizar as mãos; 
 
 
 
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• Calçar as luvas; 
• Posicionar o braço do paciente, inclinando-o para baixo na altura do ombro; 
• Se o torniquete for usado para seleção preliminar da veia, pedir para que o paciente abra e 
feche a mão; em seguida, afrouxar o instrumento e esperar 2 minutos para utilizá-lo 
novamente; 
• Fazer a antissepsia; 
• Garrotear o braço do paciente; 
• Retirar a proteção que recobre a agulha de coleta múltipla de sangue a vácuo; 
• Fazer a punção numa angulação oblíqua de 30°, com o bisel da agulha voltado para cima. Se 
necessário, para melhor visualizar a veia, esticar a pele com a outra mão (longe do local onde 
foi feita a antissepsia); 
• Inserir o primeiro tubo a vácuo; 
• Quando o sangue começar a fluir para dentro do tubo, desgarrotearo braço do paciente e 
pedir para que abra a mão; 
• Realizar a troca dos tubos sucessivamente; 
• Homogeneizar imediatamente após a retirada de cada tubo, invertendo-o suavemente de 5 
a 10 vezes; 
• Após a retirada do último tubo, remover a agulha e fazer a compressão no local da punção, 
com algodão ou gaze secos; 
• Exercer pressão no local, em geral, de 1 a 2 minutos, evitando-se, assim, a formação de 
hematomas e sangramentos. Se o paciente estiver em condições de fazê-lo, orientá-lo 
adequadamente para que faça a pressão até que o orifício da punção pare de sangrar. 
• Descartar a agulha imediatamente após sua remoção do braço do paciente em recipiente 
para materiais perfurocortantes; 
• Fazer curativo oclusivo no local da punção; 
• Orientar o paciente a não dobrar o braço, não carregar peso ou bolsa a tiracolo no mesmo 
lado da punção (pacientes ambulatoriais) por no mínimo 1 hora e não manter a manga 
dobrada, pois pode funcionar como torniquete; 
• Verificar se há alguma pendência, fornecendo orientações adicionais ao paciente, se for 
necessário; 
• Certificar-se das condições gerais do paciente, perguntando se está em condições de se 
locomover sozinho e, em caso afirmativo, entregar o comprovante de retirada do resultado 
ao paciente para, em seguida, liberá-lo; 
• Colocar as amostras em local adequado ou encaminhá-las imediatamente ao processamento. 
Deve-se respeitar sempre o procedimento operacional do laboratório. 
 
6.2.6. Procedimento de Coleta de sangue com seringa e agulha 
 
 
 
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Para a realização da coleta com seringa deve-se sempre empregar dispositivos produzidos 
com materiais cuja superfície não seja ativadora (polipropileno) e de pequeno volume, para não haver 
formação de microcoágulos. 
• Conferir e ordenar todo o material a ser usado no paciente, de acordo com o pedido médico 
(tubo, gaze, torniquete). A identificação dos tubos deve ser feita na frente do paciente; 
• Informar ao paciente como será realizado o procedimento; 
• Abrir a seringa na frente do paciente; 
• Higienizar as mãos; 
• Calçar as luvas; 
• Posicionar o braço do paciente, inclinando-o para baixo, na altura do ombro; 
• Se o torniquete for usado para seleção preliminar da veia, pedir para que o paciente abra e 
feche a mão; em seguida, afrouxar o instrumento e esperar 2 minutos para utilizá-lo 
novamente. 
• Fazer a antissepsia; 
• Garrotear o braço do paciente; 
• Retirar a proteção da agulha hipodérmica; 
• Fazer a punção numa angulação oblíqua de 30°, com o bisel da agulha voltado para cima, se 
necessário, para melhor visualizar a veia, esticar a pele com a outra mão, longe do local onde 
foi feita a antissepsia; 
• Desgarrotear o braço do paciente assim que o sangue começar a fluir dentro da seringa; 
• Aspirar devagar o volume necessário, de acordo com a quantidade de sangue requerida na 
etiqueta dos tubos a serem utilizados (respeitar, ao máximo, a exigência da proporção 
sangue/aditivo). Aspirar o sangue, evitando bolhas e espuma, com agilidade, pois o processo 
de coagulação do organismo do paciente já foi ativado no momento da punção; 
• Retirar a agulha da veia do paciente; 
• Exercer pressão no local, em geral, de 1 a 2 minutos, evitando, assim, a formação de 
hematomas e sangramentos. Se o paciente estiver em condições de fazê-lo, oriente-o para 
que faça a pressão até que o orifício da punção pare de sangrar; 
• Tenha cuidado com a agulha para evitar acidentes perfurocortantes; 
• Descartar a agulha imediatamente após sua remoção do braço do paciente, em recipiente 
adequado, sem a utilização das mãos (de acordo com a normatização nacional – não 
desconectar a agulha – não reencapar). Caso esteja usando agulha com dispositivo de 
segurança, ativar o dispositivo e descartar agulha no descartador para objetos 
perfurocortantes; 
• De acordo com o Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), deve-se utilizar, após a 
coleta com seringa e agulha, um dispositivo de transferência de amostra; 
• Conectar o dispositivo de transferência na seringa, introduzir os tubos a vácuo e aguardar o 
sangue parar de fluir em direção ao interior do tubo; 
 
 
 
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• Cuidados maiores devem ser tomados na transferência do material da seringa, para os tubos 
de coleta. Deve-se manter um fluxo contínuo durante o processo de transferência 
particularmente evitando-se o turbilhonamento de sangue; 
• Realizar a troca dos tubos sucessivamente; 
• Homogeneizar o conteúdo imediatamente após a retirada de cada tubo, invertendo-o 
suavemente de 5 a 10 vezes. Recomenda-se que o processo de homogeneização do sangue 
ao anticoagulante citrato ocorra num intervalo inferior a 1 minuto, após a coleta; 
• Descartar o dispositivo de transferência de amostra e a seringa; 
• Fazer curativo oclusivo no local da punção; 
• Orientar o paciente a não dobrar o braço, não carregar peso ou bolsa a tiracolo no mesmo 
lado da punção por, no mínimo, 1 hora, e não manter a manga dobrada, pois pode funcionar 
como torniquete; 
• Verificar se há alguma pendência, dando orientações adicionais ao paciente, se necessário; 
• Certificar-se das condições gerais do paciente perguntando se está em condições de se 
locomover sozinho. Em caso afirmativo, entregar o comprovante de retirada do resultado ao 
paciente para, em seguida, liberá-lo; 
• Colocar as amostras em local adequado ou encaminhá-las imediatamente para 
processamento. Deve-se respeitar sempre o procedimento operacional do laboratório. 
 
6.2.7. Cuidados para uma punção bem-sucedida 
O ideal é que a punção seja única, proporcionando, assim, conforto e segurança ao paciente. 
Para se obter uma punção de sucesso, vários fatores devem ser observados antes de iniciar o procedimento. 
Após avaliar o acesso venoso, escolher os materiais compatíveis. Por exemplo, em caso de paciente com 
acesso venoso difícil, valer-se do uso de agulhas de menor calibre, escalpes ou tubos de menor volume. 
 
• Sempre puncionar a veia do paciente com o bisel voltado para cima; 
• Respeitar a proporção sangue/aditivo no tubo; 
• Introduzir a agulha mais ou menos 1 cm no braço; 
• Respeitar a angulação de 30° (ângulo oblíquo) em relação ao braço do paciente; 
• Em caso de colabamento venoso, retirar ou afrouxar o torniquete, para permitir o 
restabelecimento da circulação. Em seguida, retroceder um pouco a agulha, para permitir 
que o fluxo sanguíneo desobstrua; 
• Se, durante o ato da coleta, houver suspeita de colabamento da veia puncionada, recomenda-
se virar lenta e cuidadosamente o adaptador de coleta de sangue a vácuo para que o bisel 
seja desobstruído, permitindo a recomposição da luz da veia e liberação do fluxo sanguíneo; 
• Caso ocorra a perda do vácuo, substituir o tubo; 
 
 
 
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• Evitar movimentos de busca aleatória da veia. Esse procedimento induz a hemólise e resulta 
na formação de hematoma. Em muitos casos, é aconselhável realizar nova punção em outro 
sítio; 
• Punção acidental de artéria: o fluxo arterial é muito mais rápido que o venoso. O sangue 
arterial tende a uma cor avermelhada, mais “viva“, devido à maior oxigenação da 
hemoglobina. Ao puncionar acidentalmente uma artéria, recomenda-se retirar rapidamente 
a agulha e, em seguida, realizar compressãovigorosa no local da punção, até a parada do 
sangramento. 
Em pacientes com queimaduras, dependendo do seu estado, recomenda-se procurar uma 
veia íntegra. Além disso, esta coleta também requer agulhas de menor calibre, escalpes e tubos de menor 
volume. Caso não exista nenhuma via além do acesso do cateter, recomenda-se contatar o médico 
responsável. Essa coleta então deve ser feita por profissional qualificado. Em alguns casos, pode-se colher 
sangue por punção capilar, com lancetas e microtubos. 
 
6.2.8. Dificuldade para a coleta da amostra de sangue 
Quando houver dificuldade para a obtenção da amostra de sangue, procedimentos 
suplementares podem ser necessários: 
• Trocar a posição da agulha: se a agulha penetrou profundamente na veia tracione-a um 
pouco para trás; se não penetrou o suficiente, avance-a até atingir a veia; 
• Se durante o ato da coleta houver suspeita de colabamento da veia puncionada, recomenda-
se virar lenta e cuidadosamente a agulha para que o bisel fique desobstruído, permitindo a 
recomposição da luz da veia e a liberação do fluxo sanguíneo. Realocação lateral da agulha 
nunca deve ser tentada para se alcançar a veia basílica, devido à sua proximidade com a 
artéria braquial; 
• Tentar coletar o material com outro tubo, se o utilizado inicialmente falhar por qualquer 
defeito (por exemplo, por falta de vácuo); 
• Não são recomendados os movimentos de busca aleatória da veia. Este tipo de movimento 
pode ser doloroso e pode produzir perfurações arteriais, resultando em: hematoma, 
compressão do nervo ou lesão direta do nervo; 
• Não é recomendável que o mesmo flebotomista tente mais de duas vezes uma venopunção. 
Se possível, outra pessoa deve ser acionada para completar a coleta no paciente ou o médico 
deve ser notificado. 
 
6.2.9. Boas práticas de pré-coleta para prevenção de hemólise 
A Hemólise é definida como a “liberação dos constituintes intracelulares para o plasma ou 
soro”, quando ocorre a ruptura das células do sangue (hemácias, granulócitos e plaquetas), o que pode 
interferir nos resultados de alguns analitos. Ela é geralmente reconhecida pela aparência avermelhada do 
soro ou plasma após a centrifugação ou sedimentação, causada pela hemoglobina liberada durante a ruptura 
dos eritrócitos. Desse modo, a interferência pode ocorrer mesmo em baixas concentrações de hemoglobina, 
invisíveis a olho nu. 
Os fatores que aumentam o risco de hemólise incluem: 
 
 
 
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• Usar agulha de calibre pequeno (23 ou menos) ou muito grande para o vaso; 
• Pressionar o êmbolo da seringa para forçar a entrada de sangue no tubo, aumentando assim 
o cisalhamento dos eritrócitos; 
• Coleta de sangue de um cateter intravenoso ou central; 
• Encher um tubo de forma insuficiente, de tal modo que a razão anticoagulante /sangue seja 
maior que 1:9; 
• Reutilização de tubos que foram preenchidos com quantidades impróprias de 
anticoagulantes; 
• Misturar um tubo de forma excessivamente vigorosa; 
• Não esperar que o álcool seque após a antissepsia do local de punção; 
• Usar tubo para coleta muito grande. Por exemplo, usar tubo grande para um paciente 
pediátrico, ou usar seringa grande (10–20 ml); 
A fim de evitar a hemólise algumas ações podem ser adotadas: 
• Após a higienização do local de coleta deixar o álcool secar antes de iniciar a punção; 
• Evitar usar agulhas de menor calibre. Usar esse tipo de material somente quando a veia do 
paciente for fina ou em casos especiais; 
• Evitar colher o sangue de área com hematoma; 
• Em coletas a vácuo, puncionar a veia do paciente com o bisel voltado para cima. Perfure a 
veia com a agulha a um ângulo oblíquo de inserção de 30 graus ou menos. Assim, evita-se 
que o sangue se choque com força na parede do tubo, hemolisando a amostra, e previne-se 
também o refluxo do sangue do tubo para a veia do paciente; 
• Seguir as orientações descritas pelo fabricante do tubo e colher o volume adequado de 
amostra; 
• Em coletas com seringa e agulha, verificar se a agulha está bem adaptada à seringa, para 
evitar a formação de espuma; 
• Não puxar o êmbolo da seringa com muita força. Ainda em coletas com seringa, descartar a 
agulha e passar o sangue deslizando-o cuidadosamente pela parede do tubo, cuidando para 
que não haja contaminação da extremidade da seringa com o anticoagulante ou com o 
ativador de coágulo contido no tubo; 
• Não executar o procedimento de espetar a agulha na tampa de borracha do tubo para a 
transferência do sangue da seringa para o tubo, pois poderá criar uma pressão positiva, o que 
provoca, além da hemólise, o deslocamento da rolha do tubo, levando à quebra da probe de 
equipamentos. 
 
6.2.10. Boas práticas de pós-coleta para prevenção de hemólise 
• Homogeneizar a amostra suavemente por inversão de 5 a 10 vezes, de acordo com as 
instruções do fabricante. Não chacoalhar o tubo; 
 
 
 
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• Não deixar o sangue em contato direto com gelo, quando o analito a ser dosado necessitar 
desta conservação; 
• Embalar e transportar o material de acordo com as determinações da Vigilância Sanitária 
local, das instruções de uso do fabricante de tubos e do fabricante do conjunto diagnóstico a 
ser analisado; 
• Usar, de preferência, um tubo primário. Evitar a transferência de um tubo para outro; 
• Não deixar o sangue armazenado por muito tempo refrigerado antes de fazer os exames. 
 
6.2.11. Recomendação da sequência de tubos à vácuo na coleta de sangue venoso segundo 
o CLSI 
Por existir a possibilidade de contaminação com aditivos de um tubo para outro, durante a 
troca dos tubos no momento da coleta de sangue uma ordem de coleta foi estabelecida pelo CLSI. Essa 
contaminação numa coleta de sangue venoso pode ocorrer quando: 
• Na coleta de sangue a vácuo o sangue do paciente entrar no tubo e se misturar ao ativador 
de coágulo ou anticoagulante, contaminando a agulha distal (recoberta pela manga de 
borracha da agulha de coleta múltipla de sangue a vácuo) quando ela penetrar a rolha do 
tubo; 
• Na coleta com seringa e agulha, pelo contato da ponta da seringa com o anticoagulante ou 
ativador de coágulo na parede do tubo, quando o sangue for colocado dentro do tubo; 
• Na coleta com seringa e agulha, usar o dispositivo de transferência para tubos a vácuo; onde 
o sangue que estiver dentro da seringa entra no tubo e se mistura ao ativador de coágulo ou 
anticoagulante, podendo contaminar a agulha distal (recoberta pela manga de borracha do 
dispositivo de transferência) quando ela penetrar e perfurar a rolha do tubo; 
Em dezembro de 2003, a ordem de coleta do CLSI foi reformulada, contemplando também a 
coleta em tubos plásticos. Isso ocorreu porque os tubos plásticos para soro (tampa vermelha ou amarela com 
gel separador) contêm ativador de coágulo em seu interior, o que pode alterar os resultados dos testes de 
coagulação. Devido a este componente, estes tubos devem ser colhidos depois do tubo para coagulação 
(tampa azul). 
A sequência de coleta para os tubos plásticos são (Figura 1): 
• Frascos para hemocultura; 
• Tubos com citrato para provas da coagulação (tampa azul-claro); 
• Tubos com citrato para VHS (tampa preta); 
• Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador (tampa vermelha ou 
amarela); 
• Tubos com heparina com ou sem gel separador de plasma (tampa verde); 
• Tubos com EDTA (tampa roxa); 
• Tubos com fluoreto (tampa cinza). 
 
 
 
 
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Figura 1- Sequência correta de tubos para coleta de sangue. 
 
 
 
 
 
Fonte:KASVI. https://kasvi.com.br/tubos-de-coleta-vacuo-analise-sangue-cores-beneficios/. 
Nota: Se houver solicitação de hemocultura, as garrafas devem a ser as primeiras a receber a amostra. 
 
Observação: É de extrema importância que, imediatamente após a coleta, todos os tubos 
sejam homogeneizados por inversão. Não se deve homogeneizar tubos de citrato vigorosamente, sob o risco 
de ativação plaquetária e interferência nos testes de coagulação. A falha na homogeneização adequada do 
sangue em tubos com anticoagulantes precipita a formação de microcoágulos. Além disso, na coleta com 
escalpe em que o primeiro tubo for o de citrato (tampa azul claro) ou de demais tubos com volumes de 
aspiração menores, é importante que se tenha um tubo de descarte, uma vez que é necessário desprezar o 
sangue que vem do espaço do escalpe, assegurando assim a proporção correta de sangue que irá para o tubo 
de coleta. 
 
6.2.12. Coleta de Sangue para Provas Funcionais (curvas glicêmicas e hormonais) 
Provas funcionais são aquelas em que o organismo do paciente é estimulado ou suprimido, 
de alguma forma, antes da coleta do exame por meio de ingestão de medicamento ou substância, exercícios 
ou, até mesmo, permanecendo por um período em repouso etc. Recomenda-se que esses testes tenham 
acompanhamento médico e que o laboratório disponha de um local separado para a realização dos mesmos. 
Devido à particularidade de se fazer coleta seriada de sangue para as provas funcionais, o 
uso de escalpe neste caso é o mais indicado, assim punciona-se uma só vez esse paciente. Em coletas de 
provas funcionais, é necessário manter o acesso venoso do paciente viável para as coletadas seriadas. Isso 
pode ser feito por meio da injeção de uma solução de heparina ou salina no escalpe, conforme protocolo do 
hospital ou laboratório, para evitar a formação de coágulos no tubo vinílico do escalpe. 
Materiais utilizados: 
• Seringa descartável de 10,0 mL; 
• Heparina (conforme protocolo do laboratório ou hospital); 
• Seringas estéreis preenchidas com solução de cloreto de sódio 0,9% ou heparina, pois evitam 
a contaminação do paciente e garantem a esterilidade da solução; 
• Tubo para coleta de sangue a vácuo (tampa vermelha), siliconizado, de 10,0 mL, ou um tubo 
de descarte; 
https://kasvi.com.br/tubos-de-coleta-vacuo-analise-sangue-cores-beneficios/
 
 
 
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• Tubos específicos para as provas a serem testadas; 
• Escalpe para coleta múltipla de sangue a vácuo, ou cateter; 
• Bandagem oclusiva. 
Técnica: 
• Conferir o material a ser usado no paciente; 
• Informar ao paciente sobre o procedimento; 
• Higienizar as mãos; 
• Calçar as luvas; 
• Posicionar o braço do paciente, inclinando-o para baixo, na altura do ombro; 
• Se o torniquete for usado para seleção preliminar da veia, pedir para que o paciente abra e 
feche a mão; afrouxar o torniquete e esperar 2 minutos para usá-lo novamente; 
• Fazer a antissepsia; 
• Garrotear o braço do paciente; 
• Retirar da embalagem o escalpe para coleta múltipla de sangue a vácuo e rosqueá-lo no 
adaptador; 
• Fazer a punção com o bisel da agulha voltado para cima. Se necessário, para melhor visualizar 
a veia, esticar a pele com a outra mão (longe do local onde foi feita a antissepsia); 
• Colocar um esparadrapo ou similar para prender o butterfly no braço do paciente; 
• Em geral, solicitar repouso de 30 minutos antes das coletas hormonais; 
• Inserir o tubo para a coleta da primeira amostra da prova e colher o (s) exame (s) basal (s); 
• Desgarrotear o braço do paciente; 
• Conectar a seringa de 10,0 mL no adaptador, de forma que o bico da seringa empurre a 
borracha da agulha; 
• Injetar cuidadosamente a solução preparada até que a extensão do escalpe se apresente 
limpa (1,0 a 2,0 mL), tomando cuidado para não injetar a solução na veia do paciente; 
• Desconectar e reservar a seringa; 
• Administrar a medicação ou substância específica (dextrosol, clonidina) à prova do paciente 
e marcar o tempo; 
• Na próxima coleta, introduzir o tubo siliconizado (ou tubo de descarte) e aspirar de 1,0 mL a 
2,0 mL de sangue, com a finalidade de limpar a extensão do escalpe; 
• Inserir o tubo para a coleta da 2a amostra da prova; 
• Novamente, injetar cuidadosamente a solução preparada até que a extensão do escalpe se 
apresente limpa (1,0 a 2,0 mL). Tomar cuidado para não injetar a solução na veia do paciente, 
proceder assim até o final da prova; 
 
 
 
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• Tanto a seringa como o tubo siliconizado (ou de descarte) devem ser identificados e 
separados em uma cuba ou recipiente similar, e descartados ao final da prova. 
 
6.2.13. Coleta de sangue para gasometria 
A coleta de sangue arterial ou venoso para análise dos gases sanguíneos requer cuidados na: 
• Escolha do material adequado a ser utilizado na coleta; 
• Conservação da amostra; 
• Transporte imediato ao laboratório. 
A análise dos gases no sangue arterial é fundamental no tratamento de pacientes críticos, 
sendo, em geral, necessária quando a amostra venosa não permite a medição de todos os parâmetros 
requeridos pelo médico-assistente. 
Recomenda-se o uso de seringas plásticas preparadas com anticoagulante apropriado, 
preferencialmente, a heparina liofilizada. A seringa pode ser mantida à temperatura ambiente, por, no 
máximo, 30 minutos após a coleta. Na coleta com seringa de plástico, não se indica a manutenção da amostra 
em ambiente refrigerado. Nas situações em que houver a possibilidade de atraso significativo na análise 
(mais de 30 minutos), recomenda-se a coleta em seringas de vidro e conservação em gelo e água. 
A melhor opção é utilizar as seringas de plástico previamente preparada com heparina de 
lítio jateada na parede, com “balanceamento” de cálcio. Esse tipo de material é facilmente obtido no 
mercado e apresenta uma relação custo/eficiência satisfatória. A seringa de gasometria deve conter 50 UI de 
heparina lítica balanceada com cálcio por mL de sangue total. 
O uso de seringa, de preparação “caseira”, utilizando heparina líquida com “baixa 
concentração” de sódio também é aceitável, porém aumenta a possibilidade de interferência na dosagem de 
cálcio iônico, pois existe a possibilidade da heparina ligar-se quimicamente ao cálcio, resultando em valores 
falsamente mais baixos do que o real. A introdução do cálcio em concentração “balanceada” nas seringas 
destinadas especificamente para coleta de gasometria e eletrólitos tem por finalidade minimizar os efeitos 
da queda deste íon na amostra. A heparina líquida em excesso, pode ainda causar diluição da amostra, 
resultando em valores incompatíveis com a situação clínica do paciente. 
Já as seringas específicas para a análise de gases sanguíneos, além de eliminarem o risco de 
diluição da amostra, asseguram a proporção exata entre volume de sangue e anticoagulante, evitando, assim, 
a formação de microcoágulos que podem produzir resultados errôneos, bem como obstruir os equipamentos 
analisadores de gases sanguíneos. A heparina utilizada para fins terapêuticos para anticoagulação sistêmica 
não deve ser utilizada como agente anticoagulante na análise de gases sanguíneos. A elevada concentração 
de heparina por mL pode alterar o pH da amostra e o resultado decálcio ionizado. 
Os locais usuais para a realização da punção arterial são as artérias radial, braquial ou 
femoral. Em situações especiais, como, por exemplo, recém-nascidos, pode-se optar pelas artérias umbilicais 
durante as primeiras 24 a 48 horas de vida. Após a obtenção da amostra arterial ou venosa, despreza-se a 
agulha, esgota-se o ar residual, veda-se a ponta da seringa com o dispositivo oclusor e homogeneíza-se 
suavemente, rolando-a entre as mãos. O material necessita ser encaminhado imediatamente ao laboratório, 
e o ideal é que não exceda o prazo de 15 minutos. 
 
Fatores importantes a considerar: 
 
 
 
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• Se o paciente estiver consciente, é importante que seja informado sobre o procedimento ao 
qual será submetido; 
• O consentimento deve ser obtido previamente à coleta; 
• Deve-se ter atenção especial com pacientes em terapia com anticoagulantes; 
• Observar o estado do paciente em relação à temperatura, ao padrão de respiração e à 
concentração de oxigênio inalado; 
• O paciente deve estar numa condição ventilatória estável por aproximadamente 20 a 30 
minutos antes da coleta, quando em respiração espontânea; 
• Os outros pacientes (por exemplo, em ventilação mecânica, em uso de máscara de oxigênio 
etc.) necessitam de 30 minutos ou mais para alcançar o equilíbrio após alteração nos padrões 
ventilatórios. 
 
6.2.14. Coleta de amostras capilares 
A coleta de amostra capilar de um dedo, calcanhar ou (raramente) do lóbulo de uma orelha 
pode ser feita em pacientes de qualquer idade, para testes específicos que pedem pequenas quantidades de 
sangue. O dedo geralmente é o sítio de preferência para o teste capilar em paciente adulto. Os lados do 
calcanhar são usados somente em pacientes pediátricos e neonatais. Os lóbulos das orelhas são às vezes 
usados na triagem em massa ou em estudos de pesquisa. A escolha do local para a coleta de amostras 
capilares em pacientes pediátricos geralmente baseia-se na sua idade (± 6 meses) e peso (± 3-10 Kg). Nas 
punções de calcanhar, a profundidade da perfuração não deve passar de 2,4 mm. Para os recém-nascidos 
prematuros, usar uma lanceta de 0,85 mm. A profundidade recomendada para uma punção de dedo é: 
• Para criança maior de 6 meses e menor de 8 anos – 1,5 mm; 
• Para criança maior de 8 anos – 2,4 mm. 
Em pacientes adultos a profundidade da punção será algo maior do que o comprimento da 
lanceta. Os comprimentos variam segundo o fabricante (de 0,85 mm para recém-nascidos até 2,2 mm). Numa 
punção digital, a profundidade não deve passar de 2,4 mm, e assim, uma lanceta de 2,2mm é a tipicamente 
utilizada. 
Nas coletas capilares, colhe-se primeiro amostras para hematologia, seguidas das amostras 
para bioquímica, e para o banco de sangue. Essa ordem de coleta é essencial para minimizar os efeitos da 
aglutinação de plaquetas. A ordem usada para as punções cutâneas é o oposto da usada para a coleta por 
venopuntura. 
Observação: É importante não usar escalpe para fazer a perfuração da pele e não puncionar 
a pele mais de uma vez com a mesma lanceta, ou puncionar um mesmo sítio mais de uma vez, porque isso 
pode causar contaminação bacteriana e infecção. 
 
Em pacientes adultos: 
• Aplique álcool no ponto escolhido para a perfuração e deixe secar ao ar; 
• Puncione a pele com um golpe rápido, contínuo e deliberado, para obter um bom fluxo de 
sangue e evitar a necessidade de repetir a punção; 
 
 
 
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• Limpe a primeira gota de sangue, porque pode estar contaminado com líquido tissular ou 
debris (esfacelamento da pele); 
• Evite espremer o dedo com muita firmeza, pois isso dilui a amostra com líquido tissular 
(plasma) e aumenta a probabilidade de hemólise; 
• Depois de completar o procedimento, aplique pressão firme ao local para sustar o 
sangramento. 
Em pacientes pediátricos: 
Primeiro imobilizar a criança pedindo à mãe (acompanhante) ou a um auxiliar de coleta para: 
• Sentar-se na cadeira de flebotomia com a criança no colo. Se a criança estiver no leito, segurá-
la com firmeza com o braço esticado, e o dedo para a punção esticado; 
• Imobilizar os membros inferiores do paciente colocando as pernas ao redor da criança 
formando uma cruz; 
• Estender um braço por cima do tórax da criança e prender firmemente o braço dela, 
prendendo-o debaixo do seu; 
• Pegar o cotovelo da criança (ou seja, o braço da punção cutânea) e segurá-lo com firmeza e 
usar seu próprio braço para prender firmemente o pulso da criança, mantendo-o com a palma 
para baixo; 
• Higienizar o local de punção com álcool 70% e deixar secar; 
• Puncionar a pele com um golpe rápido, contínuo e deliberado, para obter um bom fluxo de 
sangue e evitar a necessidade de repetir a punção; 
• Peça à mãe ou acompanhante que aperte e solte ritmicamente o pulso da criança, para 
assegurar que haja suficiente fluxo de sangue; 
• Mantenha a criança aquecida, removendo o mínimo possível de suas roupas, enrolando o 
lactente num cobertor, pedindo à mãe que sustente a criança deixando exposta só a 
extremidade do local da coleta de amostra capilar; 
• Evite massagear excessivamente ou espremer os dedos, pois isso causa hemólise e obstrui o 
fluxo sanguíneo; 
• Após o procedimento, limpe o sangramento e aplique pressão no local para estancá-lo; 
• Observe o limite do número de vezes que um paciente pediátrico pode ser puncionado. Se 
não foi coletada nenhuma amostra satisfatória após duas tentativas, busque uma segunda 
opinião para decidir se fará outra tentativa ou cancele os exames; 
• Recolha todo o equipamento usado no procedimento, tomando o cuidado de remover todos 
os objetos do leito do paciente para evitar acidentes. 
 
6.3. Segurança do Paciente 
Cabe ao flebotomista tranquilizar o paciente antes da coleta, para que esta seja realizada 
com sucesso. Caso o paciente esteja preocupado com a intensidade da dor decorrente do procedimento, 
deve-se agir com honestidade, explicando que a sensação dolorosa produzirá um leve desconforto, porém, 
 
 
 
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de curta duração. Recomenda-se que a coleta seja realizada com o paciente acomodado confortavelmente, 
sentado ou deitado, orientando-o sobre a importância da manutenção do membro superior imóvel durante 
todo o ato da coleta. Nas coletas infantis e em casos de portadores de condições especiais, recomenda-se 
que a orientação seja transmitida também para os acompanhantes. Não existe um procedimento que facilite, 
com eficiência, uma coleta infantil, porém, artifícios relativamente simples podem auxiliar neste tipo de 
coleta. Ao lidar com crianças, pode-se solicitar sua colaboração, convidando-as a participar ativamente do 
processo da coleta, por exemplo, segurando o algodão, gaze ou o curativo adesivo. O uso de curativos 
estampados com figuras e temas infantis também auxilia, transmitindo uma impressão positiva da coleta de 
sangue. Sempre pedir auxílio ao responsável pela criança, ou a outros colaboradores caso precise contê-la. 
Embora sejam raros, os eventos adversos relacionados com flebotomia podem incluir: 
• Perda dos sentidos com crises convulsivas clônico tônicas; 
• Hematomas no local da punção; 
• Dor no sítio da punção; 
• Ansiedade e desmaio; 
A padronização de condutas e os treinamentos frequentes dosfuncionários que fazem coleta 
de sangue contribuem para a redução de riscos e complicações, e, desse modo, o serviço seja reconhecido 
como seguro e confiável. 
 
6.4. Segurança do Flebotomista 
Lesões por material perfurocortante (como agulhas ou objetos com projeções capazes de 
lacerar ou perfurar a pele) geralmente ocorrem entre o uso e o descarte da agulha ou dispositivo semelhante. 
Para minimizar as exposições e acidentes a adoção de boas práticas em flebotomia protegem tanto os 
profissionais de saúde como pacientes. Uma maneira de reduzir as lesões acidentais e a exposição sanguínea 
entre os profissionais de saúde é usar dispositivos de segurança (cientificamente construídos) tais como 
lancetas retráteis, seringas com agulhas cobertas ou retráteis e os tubos plásticos de coleta. 
Outro enfoque é eliminar a retirada de agulhas das seringas usando as duas mãos e a 
desmontagem manual de dispositivos, e, em vez disso, descartar o material perfurocortante de forma 
completa em locais específicos (lixeiras de segurança) imediatamente após o uso. A boa prática é descartar 
a agulha e a seringa, ou a agulha e o tubo de suporte, como uma unidade única, no recipiente para material 
perfurocortante que seja claramente visível e esteja ao alcance da mão. O tamanho do recipiente (lixeira) 
deve permitir o descarte de todo o dispositivo, e não somente da agulha. 
Em paralelo, na ocorrência de tais intercorrências a instituição deve efetuar a vigilância das 
lesões causadas por material perfurocortante e exposição acidental a sangue, para que fatores evitáveis 
possam ser identificados. Devem estar disponíveis serviços de apoio para os profissionais de saúde 
acidentalmente expostos a sangue e líquidos biológicos, já que a profilaxia pós exposição (PPE) pode ajudar 
a evitar as infecções pelos vírus HIV e da hepatite B. 
O serviço também deve oferecer a imunização contra hepatite B a todos os profissionais de 
saúde antes destes assumirem as funções que incluam possíveis exposições a sangue e líquidos corporais. 
Todas as dependências sanitárias devem exibir instruções claras para procedimentos a seguir em caso de 
exposição acidental a sangue e líquidos corporais. 
 
 
 
 
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7. FLUXOGRAMA 
 
Não se aplica. 
 
8. MONITORAMENTO 
 
As coletas de dados para o levantamento de indicadores da implementação deste protocolo, 
devem ser realizadas pelas unidades assistenciais que realizam a coleta de sangue, quinzenalmente (Dia “D”), 
utilizando-se a ficha de coleta de dados COLETA DE SANGUE. Os indicadores abaixo deverão ser monitorados 
pelas unidades assistenciais a fim de proporcionar a análise crítica e implementação de melhorias: 
• Número de coletas ____________________. 
• Prevalência de erros durante a coleta__________________. 
• Descrição do erro durante a coleta____________________. 
• Número de amostras inadequadas _______________. 
• Número de recoletas ________________________. 
 
 
 
 
 
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9. REFERÊNCIAS 
 
CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE (CLSI/ NCCLS). Procedures for the Collection of 
Diagnostic Blood Specimens by Venipuncture; Approved Standard - Sixth Editi on. CLSI/NCCLS document H3-
A6 Vol.27 Nº26 (Replaces H3-A5 Vol.23 32). Wayne, PA USA:NCCLS, 2008. 
 
INSTITUTO DE SAÚDE E GESTÃO HOSPITALAR (ISGH). Manual Coleta de Exames Laboratoriais. 1. ed. 
Disponível em: https://www.isgh.org.br/intranet/images/Servicos/Manuais/2017/ 
ISGH_MANUAL_COLETA_310817.pdf. Acesso em: 01/12/2020. 
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/ MEDICINA LABORATORIAL. Recomendações da Sociedade 
Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial Para Coleta de Sangue Venoso. 2. ed. Barueri, SP: 
Minha Editora, 2010. Disponível em: http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/320090814145042.pdf. 
Acesso em: 30/11/2020. 
 
WORLD HEALTH ORGANIZATION (OMS). Diretrizes da OMS para a Tiragem de Sangue: Boas Práticas em 
Flebotomia. Genebra-Suíça. Disponível em: https://www.who.int/infection-
prevention/publications/Phlebotomy-portuges_web.pdf. Acesso em: 30/11/2020. 
 
 
 
 
10. HISTÓRICO DE REVISÃO 
VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO 
01 10/12/2020 Elaboração do Protocolo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.who.int/infection-prevention/publications/Phlebotomy-portuges_web.pdf
https://www.who.int/infection-prevention/publications/Phlebotomy-portuges_web.pdf
 
 
 
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Elaboração 
Ana Paula Avenia Silvestre 
 
Data: 10/12/2020 
Validação 
 
Fernanda Alves Luiz Rodrigues – GTPMA - Ofício - SEI 20 
(15252521) 
 
Fuad Fayez Mahmoud - SVSSP - Despacho - SEI 
SVSSP/GAS/HU-UFGD (16097381) 
 
Viviane Regina Noro – Chefe ULACP - Despacho - SEI 
ULACP/SAD/DADT/GAS/HU-UFGD (15904261) 
 
 
Paulo Serra Baruki – Chefe DADT - Despacho - SEI 
DADT/GAS/HU-UFGD (15907194) 
 
Data: 05/08/2021 
 
 
 
 
Data: 08/09/2021 
 
 
 
Data: 30/08/2021 
 
 
 
Data: 30/08/2021 
Aprovação 
 
Thaisa Pase – Gerente de Atenção à Saúde 
 
 
Data: 17/09/2021