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Ebook Ética e profissionalismo em psicologia 1

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15/06/2022 11:48 Ética e Profissionalismo em Psicologia
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=8%2bj9n0xU6UMHY23WwPVhFg%3d%3d&l=eOEggLEOuVlPmRBplFq9GQ%3d%3d&cd=… 1/22
ÉTICA	E	PROFISSIONALISMO	EM
PSICOLOGIA
E� TICA E DIREITOS HUMANOS
Saulo Santos Menezes de Almeida
15/06/2022 11:48 Ética e Profissionalismo em Psicologia
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=8%2bj9n0xU6UMHY23WwPVhFg%3d%3d&l=eOEggLEOuVlPmRBplFq9GQ%3d%3d&cd=… 2/22
Introdução
Nesta unidade trataremos de pontos cruciais para o ser-psicólogo. Você já parou para pensar no que é ser
psicólogo? Como deve ser a conduta de um psicólogo? Como distinguir a vida pessoal da vida de outra
pessoa/grupo/comunidade na qual o psicólogo vai atuar? Estas e outras perguntas é o que tentaremos ajudá-lo
a responder durante nosso estudo.
Vale pontuar que aqui se destaca o “ser-psicólogo” com o hı́fen, enfatizando que a construção individual é
indissociável da construção pro�issional. Para esta empreitada, vamos então pensar sobre os princı́pios da
ética pro�issional;	 ética e moral: aspectos �ilosó�icos e históricos; ética e direitos humanos e a trı́ade
conhecimento teórico: autoconhecimento/psicoterapia pessoal e supervisão.
Sobre os Princı́pios da E� tica pro�issional destaca-se a necessidade de se re(pensar) os valores centrais da vida
pessoal, a �im de entender que estes são responsáveis pelas ações do ser pro�issional. No tópico “E� tica e
Moral: aspectos �ilosó�icos e históricos” apresentam-se alguns dos principais �ilósofos que assinalam sobre a
discussão do que é E� tica e Moral. Posteriormente, acerca da E� tica e Direitos Humanos, ressalta-se a
importância de discorrer a construção dos Direitos Humanos na história da humanidade, destacando a
Declaração Universal dos Direitos Humanos e sua garantia dos direitos que resguardam a dignidade humana.
Por �im, reforça-se a necessidade da trı́ade conhecimento teórico, autoconhecimento/psicoterapia pessoal e
supervisão para o estabelecimento de uma prática sedimentada no respeito a diversidade e dignidade humana.
Vamos lá? Acompanhe esta unidade com atenção!
1.1 Princípios da Ética Profissional
Você sabe o que são os valores humanos e a sua importância para a construção de uma ética pro�issional?
Valores são construtos guias que nos orientam quanto as nossas ações e julgamentos; portanto, ao se pensar
nos valores que construı́mos como centrais para a nossa vida, permitimos também ter contato com o projeto
ou sentido da nossa vida. Isto desemboca diretamente nos propósitos e práticas pro�issionais. Assim, o
objetivo de aprendizagem deste tópico é o de conhecer os conceitos básicos de ética e entender o papel dela na
pro�issão do psicólogo.
1.1.1 Ética e valores humanos
A ética é a mola propulsora da conduta humana. Ela é um objeto da vontade humana, sendo “o bem”, ou seja,
aquilo que se arremete à vontade humana. (SA� , 2009). Vale ressaltar que a concepção de conduta humana aqui
defendida parte de uma concepção tripartite, tradicional na história da Psicologia, que aponta a
conduta/atitude como um conjunto de cognições, sentimentos e predisposições/volição para agir. O aspecto
volitivo, é, neste sentido, um aspecto que se associa aos pensamentos, ideias, emoções e sentimentos
presentes no indivı́duo. Ainda que se saiba que estas partes se estabeleçam na relação sujeito-mundo, ela se
encaixa na vida do indivı́duo através de uma normalização de pressupostos morais e valores humanos.
A E� tica é uma tipologia dos modos de existência imanentes; substitui a Moral, a qual relaciona
sempre a existência a valores transcendentais [...]. A oposição dos valores (Bem/Mal)
é substituı́da pela diferença qualitativa dos modos de existência (bom/mau). (DELEUZE, 2002. p.
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28-29)
Os valores humanos ocupam um lugar de importância no conjunto dos conceitos psicossociais considerados
essenciais para o entendimento dos fenômenos de interesse de estudos das ciências sociais. (ESTRAMIANA et
al, 2013). Segundo Gouveia (2003), os valores humanos são princı́pios norteadores que representam
cognitivamente as necessidades humanas, e atendem a critérios especı́�icos. Eles estão ligados às buscas de
necessidades de cada indivı́duo e servem para conduzir o homem no mundo, surgindo a partir das
experiências próprias de cada um.
Segundo Gouveia (2003), a primeira função psicológica dos valores seria guiar as ações do ser humano numa
orientação pessoal, voltada para o indivı́duo; social, voltada para a sociedade, a coletividade; ou central, alvos
compatı́veis com o individual e o social. A segunda função diz respeito ao tipo de necessidade que é expressa
pelos valores: necessidades materialistas ou pragmáticas, ligadas a ideias práticas e imediatas, como
sobrevivência e aspectos normativos; e necessidades idealistas ou humanitárias, de origem universal, ligadas
a princı́pios abstratos e ideias imateriais. Os valores materialistas evidenciam ideias práticas, e possuem um
pensamento mais voltado no agora, visando resultados imediatos. Já os valores humanitários focam mais no
futuro e são baseados em princı́pios e ideias abstratas.
De acordo com estas tipologias, estima-se que as pessoas guiadas por valores pessoais tendem a ser mais
egocêntricas, de maneira geral, enquanto aquelas que são guiadas por valores sociais priorizam a vida em
sociedade e possuem um foco interpessoal. Neste sentido, tomando como base esta teoria dos valores
humanos aqui descrita, e olhando para a formação ética do pro�issional, identi�ica-se que os valores humanos
priorizados pelos pro�issionais podem coadunar com atuações mais egocêntricas, ou mais sociais e
interpessoais, na sua atuação.
1.1.2 Ética profissional e valores humanos
VOCÊ SABIA?
Até a Idade Média, pensadores como Santo Tomás de Aquino (1225-1274),
a�irmavam que a felicidade só seria encontrada na união com Deus. Desta forma,
os valores seriam transcendentais e viriam de Deus, por isso o homem precisava
teme-Lo; para alcançar a felicidade. Se quiser saber mais, leia o artigo “Premissas
do pensamento ético de Tomás de Aquino”, neste link
<https://revistas.pucsp.br/reveleteo/article/download/7696/5634>.
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A ética pro�issional pode ser entendida como o estudo da conduta humana no exercı́cio de uma pro�issão.
Neste caso, segundo Amendola (2014), ao se pensar na prática do psicólogo, faz-se importante uma postura
fundamentalmente ética. Um pro�issional que possui no seu bojo de práticas demandas morais, deve
questionar suas ações para que não transforme o exercı́cio de sua pro�issão em uma prática opressiva,
adestradora ou de normalização das relações sociais vigentes.
Os valores humanos, portanto, devem se posicionar como um componente essencial na formação
pro�issional, uma vez que o curso de graduação em Psicologia, a partir das Diretrizes Curriculares, publicadas
em 15 de março de 2011, prevê em seu Art. 3º que o curso de graduação deve assegurar uma formação
baseada na
compreensão crı́tica dos fenômenos sociais, econômicos, culturais e polı́ticos do Paı́s,
fundamentais ao exercı́cio da cidadania e da pro�issão; atuação em diferentes contextos,
considerando as necessidades sociais e os direitos humanos, tendo em vista a promoção da
qualidade de vida dos indivı́duos, grupos, organizações e comunidades; respeito à ética nas
relações com clientes e usuários, com colegas, com o público e na produção e divulgação de
pesquisas, trabalhos e informações da área da Psicologia. (p. 1).
Bernardes (2012) propõe que o desa�io na formação do pro�issional da Psicologiaestá vinculado à superação
da ideia de que o currı́culo não se reduz a uma lista ou à grade de disciplinas, mas é implementado no campo
das relações de poder e na produção de cultura. Segundo Witter e Ferreira (2005), a formação do psicólogo
deve acompanhar a mudança constante da sociedade e do mercado de trabalho. Ressalta-se, assim, que
analisar a ética e os valores humanos mais privilegiados pelos pro�issionais é compreender que estes podem
afetar a maneira em que percebem o mundo, suas decisões, preferências e suas ações, in�luenciadas pelos
contextos sociais, além de re�letir as soluções que os mesmos podem desenvolver para responder aos
desa�ios da existência.
Desta forma, problematiza-se se o pro�issional tem se aproximado de uma formação crı́tica voltada para a
busca de uma sociedade democrática, com uma ampla visão do ser humano e comprometida com a melhoria
da qualidade de vida do homem, preparando-o para se inserir na sociedade como um ser consciente de que
sua participação efetiva, contribuindo para um mundo mais humano e mais cooperativo. Assim, não se
sustentam ‘verdades’ pré-estabelecidas em uma prática pro�issional baseada em uma ética ligada a valores
humanos, pois a verdade está na existência cotidiana (existência aqui de�inida como a indissociabilização
sujeito-mundo). A verdade existencial é uma construção da experiência que se dá a partir de signi�icantes que
existem no mundo e coexistem com a vida cotidiana. Essa consolidação de uma prática pro�issional ética
acontece ao se assumir que há uma responsabilidade de se lançar no mundo, sendo capturado e responsável
pelas suas condutas. 
A responsabilidade, inclusive pelo outro, que estará sendo auxiliado pelo trabalho pro�issional, dá-se a partir
do momento que se entende que, como sujeitos livres para expressar a suas singularidades, permite-se que o
outro também possa exprimir as suas. Como ser lançado no mundo, a normatividade é um lugar impróprio.
Politicamente, deve-se assumir um lugar de luta para saber como lidar com o diferente, o que foge a norma.
Isso é acolhimento. Isso é ética pro�issional.
Neste sentido, a ética pro�issional respalda-se na concepção de que todo conhecimento é inválido, uma vez
que nasce no mundo e atravessa o ser, capturando-o. Ao ser capturado pela experiência, todo modo de
existência é possı́vel e, portanto, validado. Se toda verdade sobre a existência humana é apenas uma limitação
ou recorte, todas as formas de existência devem ser possı́veis, ainda que limitadas ou circunscritas por algum
pressuposto ou teoria. Ninguém pode falar de si, a não ser o próprio sujeito. Ninguém pode falar da
diversidade, a não ser o diverso. Ou seja, cada um constitui uma singularidade que não pode ser
compreendida, apenas experienciada. Nisso se faz diversidade e ética. Pensando nisso, diga então, quem é
você?
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Qualquer categoria ou enunciado lançado sobre si será incapaz de dizer do Ser próprio, daquele que possui
uma indeterminação ontológica. Toda e qualquer forma de entendimento é limitante; é violência; não é ética. A
existência é singular, apesar dos diversos signi�icantes que o circulam. A única possibilidade é compreender a
si e aos outros como seres abertos, e só isso. Usando de Sedgwick (1993), o sujeito é “uma trama aberta de
possibilidades, brechas, sobreposições, dissonâncias e ressonâncias, lapsos e excessos de signi�icados”.
(p.8).
1.1.3 Ser ético
Ser ético, incluindo no campo pro�issional, é entender que toda e qualquer forma de aparato que tente
controlar, reverter e dizer de que forma se deve viver a existência transforma-se em uma violência, uma vez
que esta tem origem complexa em uma combinação de fatores inatos e contextuais, signi�icados a partir da
relação com o mundo. Nem mesmo as suas expectativas podem ser correspondidas, pois a existência escapa
ao domı́nio da consciência. Isto equivale a dizer que não encontramos na consciência nenhum sujeito, nem o
sujeito psicológico, que já é objeto para a consciência, nem o sujeito transcendental, que é apenas uma �icção
ope rada a partir do sujeito psı́quico.
Neste sentido, pensando a prática pro�issional e a ética, respalda-se aqui a concessão de que o corpo é mais do
que um instrumento de ação no mundo; ele é nossa expressão no mundo, a �igura visı́vel de nossas intenções.
Perceber e interpretar o mundo, é tornar algo presente a si com a ajuda do corpo, e consistindo a decifração
em colocar cada detalhe nos horizontes perceptivos que lhe convenha. Há a necessidade de se construir um
espaço habitável para as vivências e narrativas. Isso é acolhimento. Isso é ética.
Como sujeitos avarentos, busca-se defender as suas próprias crenças, suas “verdades”, e mesmo que elas
sejam derrubadas, isso pode, numa tentativa de manter-se em estabilidade, não fazer repensar. Busca-se
sustentar uma suposta identidade constituı́da por imagens que se tem de si e dos outros, ou encontrar um
lugar para sustentar a sua existência. Isso demonstra o quanto somos construı́dos para sermos submissos e
idolatrarmos verdades pré-estabelecidas que violentam as existências possı́veis.
Na presença dessas ideias, é uma falta de ética adotar práticas inócuas e que são aviltantes a uma
população especı́�ica e manter critérios interventivos ou diagnósticos que servem de matriz para tais práticas.
Então, o que fazer? Pensar, junto com este indivı́duo/grupos/sociedade, que os sofrimentos e determinações
nascem na relação com o mundo. As escolhas precisam ser autênticas quando pensadas pelo próprio sujeito a
partir das múltiplas possibilidades de expressar os seus desejos.	Importa como ele vai experienciar a sua
existência cotidiana. Isso é acolhimento, isso é cuidado, isso é ética.
1.2 Ética e moral: aspectos filosóficos e históricos
A ética e a moral são temas que pautam discussões desde a antiguidade até a contemporaneidade, pois pensar
a conduta humana é algo que intriga os pensadores humanos. Mas, o que é ética? ética e moral são a mesma
coisa? O que representa um comportamento ético? Para responder estas perguntas, os objetivos de
aprendizagem deste tópico são os de diferenciar os conceitos de ética e moral; analisar os aspectos �ilosó�icos
e históricos dos conceitos apresentados; e relacionar ética aos direitos humanos.
1.2.1 Ética e moral: alguns dos principais autores
E� tica (do grego ethos), originalmente tinha o sentido de “morada”, ganhando o signi�icado posterior de
“caráter”, “modo de ser” adquirido ao longo da vida. (Cortina e Martı́nez, 2005). Diferenciando de Moral, diz-
se que “a Moral ordena; a E� tica aconselha. A Moral responde à pergunta: “o que devo fazer? ”; a E� tica, à
pergunta: “como devo viver? ”. (COMTE-SPONVILLE, 1998).
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Para Cortina e Martı́nez (2005), o que se pode destacar da E� tica e da Moral é que, enquanto a Moral responde à
pergunta: “O que devemos fazer? ”, a E� tica responde: “Por que devemos? ”. Esta compreensão associa-se aos
pressupostos de que a ética não pode se identi�icar com nenhum código moral, ainda que seja responsável
pela crı́tica dos costumes morais, esclarecer e fundamentar a moralidade, e aplicar aos diferentes âmbitos da
vida social os resultados obtidos destas crı́ticas (Cortina e Martı́nez, 2005). Neste sentido, clique nos itens a
seguir e veja os pensadores que destacam-se quando associados a história da discussão ética e seus
argumentos:
Aristóteles com os seus argumentos empıŕico-
racionais.
Immanuel Kant com seu racionalismo
transcendental.
Friedrich Hegel com uma vertente dialética-absoluta.
Karl Marx dentro de uma perspectiva dialético-
materialista.
VOCÊ QUER VER?
Aproveite este momento e re�lita a partir da música “Metal contra as Nuvens” - Legião
Urbana, 1991. Para acessar, clique neste link <https://www.youtube.com/watch?
v=_vV44b2HiQo>. Após ouvi-la, responda a seguinte pergunta: a educação familiar,
escolar e social tem como ponto mais forte a moral ou a ética?
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Friedrich Nietszche alicerçado em construções
genealógicas e desconstrutivas.
Edmund Husserl radicalizando a relação homem-
mundo através da intencionalidade e
fenomenologia transcendental.
Aristóteles defendia a ciência empı́rica, a ética e a polı́tica. Perguntando sobre o �im ultimo do homem, a ética,
sendo um saber prático, se daria através do uso correto da razão, de um exercı́cio de conhecimento de suas
ações e escolhas, e da felicidade (eudaimonia), esta alcançada através das virtudes e moderação. Destacam-se
três obras sobre a ética e da moral. Clique nos números a seguir para conhecê-las.
Na �igura a seguir, veja o busto de Aristóteles:
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1 E� tica a Nicômaco. 
2 E� tica a Eudemo.
3 Grande E� tica, compêndio das duas precedentes. 
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Immanuel Kant destaca a razão como guia das ações humanas, porém, sendo esta limitada, pode despertar
contradições. A razão humana, incapaz de alcançar o modelo ideal de realização da felicidade, do existir, do
querer e do escolher eticamente, deve ser restrita a uma razão prática de�inidora dos limites da conduta
humana, ou seja, através da autonomia há a liberdade da razão enquanto faculdade prática, e o ser humano
deve agir de acordo com o dever. Esta é a ética Kantiana. A pergunta, então, que norteia a conduta humana é:
“isso fará o bem do coletivo? ”. Se sim, é uma atitude ética, se não, é antiético. Assim, o ser humano deve agir,
segundo uma máxima tal, que possas querer ao mesmo tempo que sua ação se torne lei universal (Imperativo
Categórico).
Figura 1 - Busto de Aristóteles.
Fonte: MidoSemsem, Shutterstock, 2019.
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Neste mundo, e até mesmo fora dele, nada é possı́vel pensar que possa ser considerado como
bom sem limitação a não ser uma só coisa: uma boa	vontade. [...] Poder, riqueza, honra, mesmo a
saúde, e todo o bem-estar e contentamento com a sua sorte, sob o nome de felicidade, dão ânimo
que muitas vezes por isso mesmo desanda em soberba, se não existir também a boa vontade que
corrija a sua in�luência sobre a alma e juntamente todo o princı́pio de agir e lhe dê utilidade geral.
[...] e assim a boa vontade parece constituir a condição indispensável do próprio facto de sermos
dignos de felicidade. (KANT, 2004. p. 21).
Também de forma racional, Hegel defende a ética, porém de forma contextualista. Diferentemente de Kant, que
foca na intenção, Hegel propõe que se analise a ação e a julgue a partir do contexto em que o indivı́duo esteja
inserido para a realização desta. 
Em resumo, Hegel a�irma que considerar a intenção do indivı́duo para um julgamento ético não é su�iciente.
Da mesma maneira, determinar regras universais (imperativo categórico) para reger as ações
dos indivı́duos traz este mesmo problema. Pensa-se assim, em uma ética de caráter subjetivo e de caráter
contextual, considerando uma determinada cultura, seus hábitos e crenças e o momento histórico em que elas
Figura 2 - Pintura de Immanuel Kant.
Fonte: Nicku, Shutterstock, 2019.
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são praticadas. A ética envolve, assim, uma relação dos indivı́duos com o Estado: ética subjetiva/pessoal
(manifestada através de cada indivı́duo); e objetiva/do Estado (que diz respeito às normas, leis e costumes,
responsáveis por moldar a natureza do homem).
Com Karl Marx, discute-se uma ética baseada em uma crı́tica às teorias éticas de fundamentação especulativa,
idealista, utilitarista, religiosa e ao modo de produção capitalista e sua maneira de conceber, pensar, agir,
organizar as relações homem-sociedade. Portanto, esta ética sustenta-se na concepção de homem como ser
concreto, social e histórico. (SOUZA, 2017).
São os homens que produzem suas representações, suas ideias etc., mas os homens reais, atuantes, tais como
são condicionados por um determinado desenvolvimento de suas forças produtivas e das relações que a elas
correspondem, inclusive as mais amplas formas que estas podem tomar. A consciência nunca pode ser mais
que o ser consciente; e o ser dos homens é o seu processo de vida real. (MARX; ENGELS, 2002, p. 18-19).
Figura 3 - Retrato de Karl Marx.
Fonte: Everett Historical, Shutterstock, 2019.
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A ética marxista, portanto, é uma ética baseada em uma sociedade de classes, e para que haja a transformação
do homem e da sociedade como possibilidade histórica e real, faz-se necessário um questionamento das
determinações e condicionamentos do modo de produção capitalista através de uma educação revolucionária
da classe trabalhadora. (SOUZA, 2017).
Pensando também que os valores morais são produtos histórico-culturais, impostos pelos homens,
Nietszche, numa perspectiva genealógica, propôs um repensar da formação histórica dos valores morais.
Criticando, inclusive as éticas kantiana e cristã, supõe que a proposta de ética universal leva a um processo de
“desindividuação”. Ao contrário, deve-se apresentar a humanidade os valores “a�irmativos da vida”, como a
vontade, a criatividade e o sentimento estético, ao mesmo tempo em que “nega que a moral disponha de uma
boa razão para reivindicar nossa adesão, como também insiste que ela é nociva e deveria ser superada”.
(CLARK, 2017).
A ética Husserliana em um conceito de responsabilidade e a partir de uma inacabável prática de autorre�lexão
ou explicitação de si, defende que em um retorno ao originário do eu humano, livre e transcendental, ocorre
um envolvimento de uma redução de signi�icados e pressupostos, tornando a realização do sujeito um
compromisso com a racionalidade. Um compromisso ético. Ainda que discorde do imperativo categórico de
Kant, pelo fato de defender uma realização pessoal do sujeito que busca o bem e não simplesmente a
necessidade de obedecer uma norma ao integrar o racional, o volitivo e o contingente, concorda com este ao
provocar uma discussão ética em direção a uma humanidade melhor e a uma autêntica cultura. (GUBERT,
2015).
Figura 4 - Imagem de Edmund Husserl.
Fonte: Marusya Chaika, Shutterstock, 2019.
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A partir do que já estudamos, há de se convir que a ética pode ser considerada a ciência da conduta, ou
“causas” da conduta humana. (ABBAGNANO, 1998). 
Assim, agir eticamente é agir de acordo com uma moral instituı́da, sustentando as nossas ações no mundo.
Estudar ética é pensar como as ações no mundo podem ser vistas e revistas, de forma a se questionar sobre o
bem comum e a construção de valores coerentes com a realidade pessoal e/ou coletiva.
1.3 Ética e Direitos HumanosVocê já se perguntou o que é ser humano? Já parou para se questionar sobre como você se de�ine? Há humanos
superiores e inferiores? Somos todos iguais? Essas questões assolam a humanidade desde as primeiras
civilizações. A partir do momento em que as relações pessoais e sociais foram se estabelecendo, estas
questões começam a despertar diversas compreensões do que pode e do que não pode, mas, muito mais do
que isso, estabeleceram-se hierarquias sociais, onde algumas pessoas ou grupos passam a se sentir
superiores e tirar a “humanidade” de outras pessoas/grupos consideradas inferiores.
O conceito de ser humano é algo que demanda um aprofundamento das diversas discussões ontológicas e
epistemológicas, porém a proposta deste tópico é um passeio sobre alguns apontamentos históricos da
evolução dos “humanismos”, analisar os conceitos de ética e moral relacionando-os aos direitos humanos, e
compreender a ética da pro�issão do psicólogo à luz dos direitos humanos na contemporaneidade. 
1.3.1 Os Humanismos
Antes de adentrar a discussão sobre ética e direitos humanos, tem-se que se questionar “o que é o Humano? ”,
ou ainda, como o �ilósofo Heidegger, “o que é o Ser? ”. Para tanto, se faz necessária uma aprofundada discussão
ontológica. A importância de entender que a discussão sobre direitos humanos está justamente pautada na
provocação sobre possı́veis diferenças ou essências humanas.
Destaca-se, neste texto, a prerrogativa de que o que caracteriza a existência individual, ou mesmo o ser
humano, é a possibilidade do ser em escolher-se a si mesmo com autenticidade; construir o seu destino, num
processo dinâmico de vir-a-ser; e ser capaz de fazer escolhas livres e intencionais. (TEIXEIRA, 2006). Para
tanto, faz-se necessário que o indivı́duo tenha condições de estabelecer-se no mundo através de suas várias
dimensões integradas (fı́sica, social, psicológica e espiritual), onde a dignidade humana está em permitir que
o indivı́duo possa sentir-se seguro e bem na relação com os outros, consigo próprio, e com o desconhecido.
[...] o homem ligado por um compromisso e que se dá conta de que não é apenas aquele que
escolhe ser, mas de que é também um legislador pronto a escolher, ao mesmo tempo que a si
próprio, a humanidade inteira, não poderia escapar ao sentimento da sua total e profunda
responsabilidade. (SARTRE, 1946. p. 7.)
Desde a antiguidade o pensar sobre o que é o ser humano se faz presente, mas é na modernidade que começa a
ganhar maior repercussão pelos dilemas éticos presentes em um mundo onde a tradição deu lugar a
processos novos de mercado, e o coletivo foi suplantado pelo individual. Gomes, Holanda e Gauer (2004),
apontam que um humanismo clássico, no inı́cio da idade moderna, ocasionou um nascimento de uma áurea
de individualidade, singularidade e expressividade irrestrita, abrindo também espaço para um humanismo
romântico de defesa da expressão plena dos sentimentos, focando, neste caso, na intuição e no sentimento.
Já o humanismo individual, surgido principalmente após as duas guerras mundiais, na busca por uma maior
liberdade humana, destaca um ser humano independente, hedonista, tolerante e com capacidade de
autoexpressão, em um horizonte de liberdade de expressão e da convivência social, defesa da democracia e
das minorias na polı́tica. Ainda mais radical, o humanismo social, caracterizado pela revolta contra as
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injustiças, as desigualdades, e as diferenças de classe, desperta uma luta contra a alienação dos processos
dominadores das forças econômicas e históricas, através da autonomia e da tomada de consciência. (GOMES,
HOLANDA E GAUER, 2004).
Essas perspectivas ainda convivem com um humanismo crı́tico, que nega todos os humanismos, entendendo
que o ser humano deve cuidar-se para não ser tragado pelo mundo-dos-outros e isentar-se da
responsabilidade individual de escolher seu existir. Assim, o ser-no-mundo vive numa ambivalência: a
existência condicionada pelo mundo, e a existência da liberdade absoluta de escolha e transcendência (dentro
de e junto com o mundo). (GOMES, HOLANDA E GAUER, 2004).
1.3.2 Os Humanismos e os Direitos Humanos
Neste caminho, a discussão sobre Direitos Humanos vai ganhando espaço em meio a conquistas e princı́pios
históricos, ora a partir de uma compreensão de que as leis são impostas e devem ser dirigidas pelo Estado,
ora exaltando os valores grupais e leis naturais como balizadores de direitos. Essas compreensões respaldam-
se em uma ordem jusnaturalista ou juspositivista.
VOCÊ QUER VER?
Em meio a esta discussão sobre Humanismos, assista ao �ilme “Laranja Mecânica”, que
nos conta a história de um jovem que, ao ser preso, passa por uma técnica de
modi�icação de comportamento para ter de volta sua liberdade. Re�lita após assistir:
Como pensar uma sociedade sem que todos os homens sejam dotados de liberdade e
respondam por seus atos? 
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Dentre as mais importantes conquistas de Direitos Humanos, temos a Declaração de Independência dos
Estados Unidos e Declaração dos Direitos da Virgı́nia (1776), a mais antiga constituição nacional escrita que
está em vigor.
Nesta declaração, os poderes do governo federal são limitados para que os direitos de todos os cidadãos
sejam protegidos. Clique nas abas a seguir e conheça as proteções e proibições desta declaração:
Já na declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, da Revolução Francesa, encontramos os seguintes
direitos para todos os cidadãos: direitos de liberdade, propriedade, segurança e resistência à opressão.
Quadro 1 - Diferenças entre o Jusnaturalismo e o Juspositivismo.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
Dentre as proteções, encontram-se:
 
- liberdade de expressão e de religião;
- direito de guardar e usar armas;
- liberdade de assembleia;
- liberdade de petição. 
Como proibições, encontramos:
 
- busca e a apreensão sem razão alguma;
- castigo cruel e insólito;
- autoinculpação forçada. 
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Proteções
Proibições
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Estas declarações servem como parâmetro para a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH),
proclamada no dia 10 de dezembro de 1948, na Assembleia Geral das Nações Unidas, frente aos desrespeitos a
dignidade humana, produzidos, em especial, pelas duas guerras mundiais. A�irma a Declaração Universal dos
Direitos Humanos (1948): 
A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o
ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada
indivı́duo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta declaração, se esforce, através
do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de
medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a
sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios estados-membros, quanto
entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. (p. 4).
Alguns eventos são importantes para a criação da Convenção dos Direitos Humanos, que legitima a
Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Figura 5 - Ilustração de Direitos Humanos.
Fonte: magic pictures, Shutterstock, 2019.
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Em suma, ações como as guerras mundiais,em especial os fascismos e o nazismo, produziram uma
necessidade urgente de se pensar o respeito à dignidade humana. Efetivar os direitos humanos é potencializar
a capacidade humana de realização pessoal, favorecida pelas circunstâncias externas defendidas pelo Estado e
por todos que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária. 
Figura 6 - Eventos que antecedem a criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
VOCÊ O CONHECE?
Eleanor Roosevelt, envolvida com causas ligadas aos direitos humanos, foi presidente
da Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas e agente da criação da
Declaração Universal dos Direitos do Homem, foi inclusive, denominada “primeira -
dama do mundo” pelo presidente Truman, graças às suas realizações humanitárias ao
longo de toda a sua vida. 
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Os direitos naturais do homem, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos são a liberdade e
igualdade, propriedade, segurança e o direito de resistir à opressão. Além disso, algumas outras
caracterı́sticas são importantes:
universalidade: os direitos prescritos são de todos os homens;
a Declaração Universal dos Direitos Humanos supera os direitos
naturais: apesar de responder a uma necessidade de valores
humanos universais, estes devem ser efetuados e protegidos pelo
Estado. Nisto, são necessárias condições objetivas para se
efetivarem, entendendo as políticas públicas como a
operacionalização dos Direitos Humanos. Portanto é necessário
que haja a promoção, controle e garantia dos direitos;
foi assinada por 48 países: Afeganistão, Argentina, Austrália,
Bélgica, Bolívia, Brasil, Burma, Canadá, Chile, China, Colômbia,
Costa Rica, Cuba, Dinamarca, República Dominicana, Equador,
Egito, El Salvador, Etiópia, França, Grécia, Guatemala, Haiti,
Islândia, Índia, Irã, Iraque, Líbano, Libéria, Luxemburgo, México,
Países Baixos, Nova Zelândia, Nicarágua, Noruego, Paquistão,
Panamá, Paraguai, Peru, Filipinas, Tailândia, Suécia, Síria, Turquia,
Reino Unido, Estados Unidos, Uruguai e Venezuela. Atualmente,
todos os 193 países-membros da ONU assinam a Declaração
Universal dos Direitos Humanos. O Brasil foi um dos 48 países que
votaram a favor desta, durante a Assembleia de 1948.
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A Declaração Universal dos Direitos Humanos visa a proteção à vida em sua plenitude e os Direitos Humanos
são a base da democracia, tendo a paz como pressuposto de sua proteção. Sendo escrito por não juristas, há a
importância da luta para sua garantia, e a união entre o Estado e a Sociedade Civil. Para tanto, faz-se necessário
implementar medidas e�icientes que alcancem a efetivação, mantenham a história viva das lutas históricas,
trazendo a concepção de direitos humanos para o cotidiano, e saindo do individualismo para a solidariedade.
Consonante a tudo isso, nota-se que sustentar os direitos humanos na sua prática pro�issional é de suma
importância. Não há como pensar nas relações humanas demarcadas por situações de opressão,
discriminação e/ou marginalização, uma vez que “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
dignidade e direitos, são dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espı́rito
de fraternidade. ” (DECLARAÇA� O UNIVERSAL DOS DIRETOS HUMANOS, 1948. p. 4).
VOCÊ QUER LER?
Descubra um pouco mais sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Vale a
pena baixar este documento que serve de referência para o exercıćio da cidadania,
disponıv́el neste link	 <https://nacoesunidas.org/wp-
content/uploads/2018/10/DUDH.pdf (https://nacoesunidas.org/wp-
content/uploads/2018/10/DUDH.pdf )>. Leia-o e associe em uma folha de papel, o
que você imagina que cada artigo pode impactar na atuação do pro�issional da
Psicologia.
1.4 O fazer ético: sustentação na tríade “conhecimento
teórico, autoconhecimento e psicoterapia
pessoal/supervisão”
A apresentação do Código de E� tica Pro�issional do Psicólogo (2005) relata que as pro�issões são construı́das a
partir de um corpo de práticas. Estas práticas devem ser norteadas por aparatos técnicos e normas éticas,
garantindo uma relação positiva com os outros pro�issionais da área ou de outras áreas e com a sociedade
como um todo.
https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf
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Neste sentido, a exigência de uma prática pro�issional ética só pode ser efetivamente elaborada a partir de um
rebuscado conhecimento teórico de sua prática e de uma busca constante por um autoconhecimento e
psicoterapia pessoal. O objetivo deste tópico é, portanto, analisar, a partir dos conhecimentos adquiridos, um
caso de dilema ético, considerando as necessidades de cuidado com a formação teórica e prática, além do
autocuidado pessoal na atuação do psicólogo.
1.4.1 A importância da tríade
A formação em Psicologia é teórica, mas também uma formação enquanto sujeito no mundo. Neste ponto, o
psicólogo em formação deve ser capaz de sentir e viver o trabalho, para assim ser capaz de discernir, observar
e identi�icar o momento oportuno de intervir. (KICHLER E SERRALTA, 2014). Contudo, apesar do
autoconhecimento construı́do na psicoterapia, ela ainda é buscada mais no �inal do curso atrelando-se a
chegada do estágio pro�issional e aos con�litos internos decorrentes desse processo. O tripé formador do
psicoterapeuta (conhecimento teórico, manejo da técnica/supervisão e autoconhecimento) é responsável pela
constituição do ser-psicólogo, como pessoa e como pro�issional. Além disso, Passos (2007) sustenta que a
relação entre o psicólogo e seus usuários de serviços deve ser de aceitação do conhecimento deste, a partir de
uma relação de sujeito-sujeito, respeitando emoções e sentimentos. Leia o caso a seguir:
VOCÊ QUER LER?
Aproveite e já tenha em mãos o nosso Código de E� tica Pro�issional. Ele é nosso guia
para nossa conduta pro�issional. Clique neste link	 <https://site.cfp.org.br/wp-
content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf (https://site.cfp.org.br/wp-
content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf )> para fazer o download e
leia o documento na ıńtegra. 
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf
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Coimbra (2000) a�irma que “nossas práticas produzem efeitos no mundo, e que só quando ao articularmos
Psicologia, Polı́tica e Direitos Humanos é que poderemos contribuir para uma transformação social”. (p. 147).
Em um momento na Psicologia brasileira, no qual os psicólogos lutam pelo espaço de discussão sobre
relações mais humanas e procuram se organizar em torno dos direitos humanos, polêmicas acerca da
laicidade da Psicologia, sobre questões de gênero e sexualidade, racismo, direito das mulheres, luta
antimanicomial, às quais se misturam questões e práticas pessoais com atuação em Psicologia, contrariando
o que preconiza o Conselho Federal de Psicologia, tornam-se muito presentes. (RECHTMAN et al, 2013), ou
seja, deve-se questionar se as ações pro�issionais não estão sendo balizadas por vontades pessoais ou
institucionais, sem considerar o outro em sua singularidade. (MEDEIROS, 2002).
CASO
Um psicólogo passou recentemente por uma situação pessoal muito difıćil. Sua tia,
irmã de sua mãe, foi assassinada pelo seu companheiro. Estasituação de violência
doméstica causou um desconforto emocional intrapessoal e interpessoal. Na última
semana, ele atendeu, numa primeira consulta, uma senhora que foi violentada
�isicamente pelo seu companheiro. Para tomar a decisão de encaminhar ou atender o
cliente, quais questões precisam estar incluıd́as na re�lexão deste psicólogo, como
componentes fundamentais da prática clıńica?
Re�lita:
Agora leia a descrição abaixo:
postura ética esperada no caso: o psicólogo passou por uma perda importante em sua
vida. Apesar de precisar ser empático, a sua postura não deve ser de envolvimento
afetivo-emocional a ponto de não separar sua vida pessoal da história narrada pelo
cliente. Essa di�iculdade de certa neutralidade deve ser trabalhada em psicoterapia
pessoal e autoconhecimento. O trabalho pessoal é fundamental! Todos nós temos
nossos princıṕios morais. Nós os carregamos pela vida e por onde quer que
estejamos. O caso nos confronta com princıṕios morais que muitos carregam: os
princıṕios da �idelidade, da famıĺia como algo sagrado etc. Não precisamos nos
desvencilhar dos nossos princıṕios, porém, não podemos impor nossos princıṕios
morais ou religiosos aos nossos pacientes. Precisamos respeitar a subjetividade e o
modo de estar no mundo de outras pessoas e oferecer ao outro a neutralidade
necessária ao acolhimento. E� natural que muitos tenham se sentido incomodados,
porém, é importante que um pro�issional da Psicologia seja capaz de acolher essa
subjetividade com ética e respeito.
Quais seus sentimentos ao ler o caso?
Quais habilidades comportamentais o caso lhe convoca a
desenvolver?
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Conclusão
Concluı́mos a unidade introdutória relativa à E� tica e Direitos Humanos. Agora, você já conhece um pouco
sobre a importância de se re�letir sobre os valores humanos e os cuidados com a dignidade humana, sempre
pautando no que preconiza a Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
compreender os princípios da ética profissional através da ótica
dos valores humanos;
identificar condutas de um ser ético;
verificar o conceito de ética e moral, junto a alguns aspectos
filosóficos e históricos de alguns pensadores;
identificar a associação entre a ética e os direitos humanos,
especialmente com os direitos garantidos na Declaração Universal
dos Direitos Humanos;
verificar a importância de um fazer ético sustentado na tríade
(conhecimento teórico, autoconhecimento e psicoterapia
pessoal/supervisão).
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