Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI- UNIVATES CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS- URM Gelson Roberto Laux Daniel Souza da Cruz Rafael Benoitt Sontag Lajeado, junho de 2022 Lajeado/RS, junho de 2022 PESQUISA SOBRE O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS Estudo independente realizado na disciplina de Introdução às Ciências Farmacêuticas, do Curso de Farmácia da Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES. Professora Marinês P. M. Rigo. Lajeado/RS, junho de 2022 INTRODUÇÃO É consenso que há uso racional de medicamentos (URM) quando o paciente recebe medicamentos apropriados às suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado, no momento correto e ao menor custo para si e para a comunidade. Dentre os medicamentos, incluem-se, entre outros, os fitoterápicos, dinamizados e os biológicos (inclusive vacinas), mas também aplica-se o uso racional e todo seu conceito às plantas medicinais e às plantas de uso tradicional. A não observação e cumprimento dessas premissas são potenciais para riscos à saúde do paciente, à intoxicação individual ou coletiva, e ao desperdício de recursos financeiros. A promoção do URM é a atribuição dos profissionais da saúde, mas também é imprescindível a colaboração e a participação da sociedade. O tema é complexo e de interesse de toda a população, pois o URM envolve a disponibilidade, o acesso, a qualidade dos medicamentos, a informação e a educação sobre saúde de profissionais e de pacientes. O objetivo deste trabalho é verificar o Uso Racional de Medicamentos em suas famílias e relacionar com a teoria desenvolvida em aula. O grupo verificou cinco famílias a respeito do Uso Racional de Medicamentos, observando a quantidade de medicamentos vencidos ou em desuso, bem como os orientando para irem ao ponto de coleta mais próximo para realizar o descarte correto dos medicamentos. METODOLOGIA Escolhemos 5 famílias diferentes e verificamos todos os medicamentos vencidos ou que não estavam sendo mais utilizados. A coleta de dados foi obtida através de visitas nas casas dos familiares em diferentes municípios. Inicialmente numa conversa breve, solicitamos às pessoas para que pudéssemos analisar o seus estoques caseiros de medicamentos e nesse momento já começou a separação dos medicamentos que estavam vencidos. Foi orientado ao morador o descarte correto destes medicamentos e assim como a importância desse descarte consciente, explicando todos os efeitos colaterais se esses medicamentos ficassem em suas residências e também os efeitos do descarte incorreto. Os medicamentos que não estavam sendo mais utilizados, tínhamos por objetivo observar e analisar juntamente com as famílias o uso racional de medicamentos, o porquê deles estarem ali. É sobra de algum tratamento por motivo de ter esquecido de tomar em algum momento, por abandono do tratamento ou até por ter sido comprado quantidade a mais. Deste modo, orientamos as famílias que não se deve guardar sobras para as futuras doenças que possam surgir, evitando a automedicação e possíveis reações medicamentosas e intoxicações. RESULTADOS: Família 1: Medicamentos vencidos: MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO Sulfato de Salbutamol 14,5 mg Omeprazol 20 mg Ibuprofeno 400 mg Paracetamol 750 mg Loratadina 1 mg Óleo mineral Ibuprofeno 100 mg Cloridrato de Piridoxina 30 ml Medicamentos em desuso: MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO Loratadina 1 mg Hedera Helix 7 mg Azitromicina di-hidratada 500 mg Fosfato sódico de Prednisolona 3 mg Annita 20 mg Cloridrato de Bupropiona 150 mg Família 2: Medicamentos vencidos: MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO Belfaren 50 mg Hidroclorotiazida 25 mg Maleato de Enalapril 10 mg Paracetamol 750 mg Medicamentos em desuso: MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO Vonau Flash 4 mg Loratadina 10 mg Floratil 200 mg Buscopan 250 mg Família 3: Medicamentos vencidos: Nenhum medicamento vencido. Medicamentos em desuso: MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO Amoxicilina 875 mg Dexametasona 4,0 mg Dicloridrato de Hidroxizina 25 mg Família 4: Medicamentos vencidos: MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO Diazepam 5 mg Omeprazol 20 mg Decongex Plus Dolotrat Pro Lisador Dip (dipirona) 1 g Medicamentos em desuso: MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO Simeticona 40 mg Prednisolona 20 mg Rehidrat 50 Dexametasona 4 mg Família 5: Medicamentos vencidos: MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO Paracetamol 750 mg Buscopan 10 mg Medicamentos em desuso: MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO Amoxicilina 250 mg Ibuprofeno 400 mg Tylenol 32 mg DISCUSSÃO A Organização Mundial da Saúde diz que há uso racional de medicamentos quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e a comunidade. No entanto, a realidade apresentada é bastante diferente. Pelo menos 35% dos medicamentos adquiridos no Brasil são comprados por automedicação. Os medicamentos são responsáveis por 27% das intoxicações no Brasil, e 16% dos casos de morte por intoxicações são causados por medicamentos. Além disso, 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou usados inadequadamente, e os hospitais gastam de 15 a 20% de seus orçamentos para resolver as complicações causadas pelo mau uso dos mesmos. O uso irracional ou inadequado de medicamentos é um dos maiores problemas em nível mundial. A OMS estima que mais da metade de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada, e que metade de todos os pacientes não os utiliza corretamente. Exemplos do uso irracional de medicamentos incluem; uso de cinco ou mais medicamentos por paciente ("polifarmácia"), uso inadequado de antimicrobianos com dosagem incorreta ou para infecções não bacterianas, excesso de uso de injeções quando formulações orais seriam mais apropriadas, prescrição ilegível ou faltando dados para correta dispensação, automedicação, aquisição de medicamentos tarjados sem apresentação da devida receita e não adesão ao tratamento, tomando a medicação em menores quantidades, não respeitando os intervalos de dose e não seguindo as orientações farmacológicas ou não realizando o tratamento prescrito. Já o uso domiciliar de medicamentos possui como exemplos; a manutenção de quantidade desnecessária de medicamento, pode favorecer o uso excessivo, indevido ou em doses insuficientes, manutenção de medicamentos válidos, mas já utilizados, para reutilização posterior, pode favorecer o uso de produtos impróprios para o consumo, armazenamento de medicamentos de maneira inadequada, causando possibilidade de acesso por pessoas com dificuldades cognitivas de compreensão ou com dificuldades de manuseio, e por fim a conservação inadequada, mantendo em local muito úmido, não ventilado, fora da faixa de temperatura preconizada para o produto, sob incidência de luz solar direta. Quanto ao acesso de medicamentos pela população, ele ocorre por três modelos principais: Sistema Único de Saúde (SUS): principalmente em farmácias públicas, unidades de dispensação em UBS, nos ambientes ambulatoriais e hospitalares, na atenção domiciliar e por meio do Programa Farmácia Popular do Brasil. Saúde Suplementar: principalmente nos ambientes ambulatoriais, hospitalares e na atenção domiciliar. Serviços Privados: principalmente em farmácias comerciais, nos ambientes ambulatoriais, hospitalares e na atenção domiciliar. Em relação ao acesso a medicamentos por meio de farmácias comerciais, um grave problema enfrentado na sociedade, e que afeta o URM, é a lógica de mercado em que as empresas oferecem bonificações e estipulam metas de vendas de medicamentos para os funcionários. Esta prática induz o consumidor à compra de medicamentos e produtos desnecessários, o que se contrapõe à concepção da farmácia como estabelecimento de saúde, definida pela Lei Federal número 13.021 de 2014. Além disso, quando cometido por um profissional farmacêutico fere a éticaprofissional já que o foco são as vendas em detrimento da saúde. CONCLUSÃO Com a realização deste estudo independente foi possível concluir que grande parte da população não pratica o Uso Racional de Medicamentos, os quais ao observar foi possível encontrar um grande número de medicamentos vencidos ou em desuso. Considerando que o URM é um tema que envolve diferentes públicos, é importante criar mecanismos que facilitem a compreensão do conteúdo que se pretende comunicar. A decodificação do discurso científico, assim como a utilização de infográficos, ilustrações, tabelas e gráficos são ferramentas que podem contribuir para uma comunicação efetiva, seja no caso de jornais, revistas especializadas, TV, rádio, mídias digitais, vídeos, podcasts, cartilhas voltadas para pacientes, entre outros. REFERÊNCIAS https://www.crfrs.org.br/noticias/urm-uso-racional-de-medicamentos-e-seus-aspectos-d e-relevancia https://www.scielo.br/j/csc/a/ZqY8ZMrdQnVZNtdLNjQsFvM/?lang=pt&format=html https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sctie/daf/u#:~:text=De%20acordo%20com %20a%20Organiza%C3%A7%C3%A3o,si%20e%20para%20a%20comunidade. https://ensaioseciencia.pgsskroton.com.br/article/view/2821 https://ensaioseciencia.pgsskroton.com.br/article/view/2821 https://www.crfrs.org.br/noticias/urm-uso-racional-de-medicamentos-e-seus-aspectos-de-relevancia https://www.crfrs.org.br/noticias/urm-uso-racional-de-medicamentos-e-seus-aspectos-de-relevancia https://www.scielo.br/j/csc/a/ZqY8ZMrdQnVZNtdLNjQsFvM/?lang=pt&format=html https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sctie/daf/u#:~:text=De%20acordo%20com%20a%20Organiza%C3%A7%C3%A3o,si%20e%20para%20a%20comunidade. https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sctie/daf/u#:~:text=De%20acordo%20com%20a%20Organiza%C3%A7%C3%A3o,si%20e%20para%20a%20comunidade. https://ensaioseciencia.pgsskroton.com.br/article/view/2821 https://ensaioseciencia.pgsskroton.com.br/article/view/2821
Compartilhar