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Atividade 1 de normas e usos da língua portuguesa

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NORMA E USOS DA LÍNGUANORMA E USOS DA LÍNGUA
PORTUGUESAPORTUGUESA
SINTAXE DA COLOCAÇÃOSINTAXE DA COLOCAÇÃO
CLÍTICACLÍTICA
Autor: Me. Nahendi Almeida Mota
Rev isor : A ly Dav id Arturo Yamal l Ore l lana
IN IC IAR
introdução
Introdução
Nesta unidade, conheceremos a norma e os usos da colocação dos pronomes
oblíquos átonos no Português Brasileiro, observando o que a norma padrão
prescreve e o que é utilizado pelos falantes cultos da nossa língua. Além disso,
exploraremos as regras gerais e os casos especiais de acentuação grá�ca do
português.
Também analisaremos as mudanças e permanências ortográ�cas a partir do
Novo Acordo Ortográ�co, que mexeu em 0,5% da escrita dos brasileiros e,
mesmo assim, causou um certo “desespero” em seus usuários... Por �m,
trataremos dos sinais de pontuação e suas funções, observando a riqueza de
informações presentes em cada um deles.
Bons estudos!
Neste tópico, explicaremos a colocação dos pronomes oblíquos átonos,
também chamados de clíticos, no Português Brasileiro, inclusive em locuções
verbais. Para isso, discorreremos sobre a ênclise, a mesóclise e a próclise,
tanto de acordo com a gramática normativa quanto conforme pesquisas
linguísticas acerca do uso culto contemporâneo.
A Colocação Pronominal no PB: Ênclise,
Mesóclise e Próclise
Antes de tratarmos da colocação dos pronomes oblíquos, é interessante
de�nirmos os pronomes pessoais, que, conforme Bechara (1999, p. 164, grifo
do autor), são aqueles que “designam as duas pessoas do discurso e a não-
pessoa (não-eu, não-tu), considerada, pela tradição, a 3.ª pessoa”.
Tradicionalmente, são eles: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas. A essa lista,
Bagno (2012) acrescenta você(s) e a gente e retira vós, pois a�rma que este
entrou em desuso no Português Brasileiro.
Colocação dos PronomesColocação dos Pronomes
Oblíquos ÁtonosOblíquos Átonos
Essas formas funcionam como sujeito e são chamadas de retas. Cada uma
delas está associada a pronomes pessoais oblíquos, que podem ser átonos ou
tônicos. Aqui, interessam-nos os átonos. Vejamos, portanto, quais são eles.
Número Pessoa
PRONOMES
PESSOAIS
RETOS
PRONOMES
PESSOAIS
OBLÍQUOS
ÁTONOS
Singular
1ª pessoa: Eu me
2ª pessoa: Tu te
3ª pessoa: ele, ela lhe, o, a, se
Plural
1ª pessoa: Nós nos
2ª pessoa: Vós vos
3ª pessoa: eles, elas lhes, os, as, se
Quadro 3.1 – Quadro reduzido e adaptado dos pronomes pessoais 
Fonte: Bechara (1999, p. 164).
O uso – ou, mais necessariamente, a posição – dos pronomes átonos (ou
clíticos) é um dos pontos de con�ito entre a norma padrão e a norma culta,
isto é, entre o que prescreve a gramática normativa e o que os falantes cultos
da língua, de fato, produzem. Os clíticos podem vir antes, no meio ou após o
verbo, e cada uma dessas posições receberá um nome.
ÊNCLISE – é quando o clítico vem depois do verbo. De acordo com
Bagno (2012, p. 741, grifo do autor), “No PB, a ênclise só é usada
espontaneamente em fórmulas �xas ( danou-se, deixe-me ver, parece-
me ) ou em textos falados e escritos submetidos à monitoração
estilística e, muitas vezes, à hipercorreção”.
MESÓCLISE – é quando o clítico se posiciona entre o radical do verbo
e as desinências de modo, tempo e pessoa. Segundo Bagno (2012, p.
742, grifo do autor), “De fato, a mesóclise só pode ocorrer com
verbos no futuro do indicativo e no futuro do
pretérito/condicional. [...] No PB, a mesóclise soa absolutamente
estranha e até engraçada, quando não pedante. As grandes
empresas jornalísticas já baniram há algum tempo a mesóclise de
suas salas de redação”.
PRÓCLISE – quando o clítico ocorre antes do verbo. Para Bagno
(2012), essa é a regra única da colocação dos clíticos no Português
Brasileiro.
Esse debate sobre a posição dos clíticos não é algo tão recente assim, e há
diferenças entre os usos mais comuns no Português Europeu (PE) e no
Português Brasileiro (PB): aquele tende a ser predominantemente enclítico,
enquanto este é primordialmente proclítico – essa diferença se dá, entre
saiba mais
Saiba mais
Em 2016, o então Presidente da República
Michel Temer, em um de seus discursos,
utilizou a mesóclise, uma construção
incomum para os falantes do Português
Brasileiro. Esse uso gerou muitas discussões,
desde a “falta de cultura” do brasileiro que
não o entendeu até o pedantismo de quem
fala “difícil” só para parecer superior aos seus
ouvintes.
No vídeo “Português em Foco: A mesóclise de
Temer”, há uma breve explanação sobre esse
ocorrido. Vale a pena assistir!
Fonte: Elaborado pela autora.
ASS I ST IR
outros fatores, por causa da dessemelhança entre a pronúncia lusitana e a
pronúncia brasileira.
Castilho (2014, p. 483) a�rma que ao “longo da história do português,
observou-se certa mobilidade de colocação dos clíticos, predominando
inicialmente a ênclise, até o século XIV, começando então o domínio da
próclise, até o século XVI”. Quanto ao que a gramática normativa prescreve, o
autor elenca o seguinte:
a. a ênclise é a colocação posição básica dos clíticos; 
b. a próclise é de regra quando ocorrem os seguintes elementos
atratores: (i) conjunção integrante ou pronome relativo; (ii) advérbio
de negação/tempo/focalização; (iii) sujeito quanti�cado; 
c. não se começa sentença com um clítico: (i) nas perífrases de
gerúndio e particípio, os pronomes se colocam antes ou depois do
verbo auxiliar, seguindo essas mesmas regras; (ii) em perífrases de
in�nitivo, o verbo é sempre enclítico, mesmo que ocorram atratores
(CASTILHO, 2014, p. 483).
Como é possível observar, estamos tratando a colocação dos pronomes
átonos tanto pela perspectiva tradicional quanto pela perspectiva mais atual,
que visa descrever a norma culta como ela realmente é. Você já conseguiu
notar algumas divergências entre elas?
A principal diz respeito ao embate entre próclise e ênclise, uma vez que nem
mesmo os defensores de um português “correto” utilizam espontaneamente a
mesóclise. Assim, de um lado, está a gramática normativa, que a�rma ser a
ênclise a colocação básica dos clíticos; de outro, estão estudos linguísticos
contemporâneos, como os de Bagno (2012), que constata ser a próclise a
regra principal de uso no Português Brasileiro.
reflita
Re�ita
Se diversos estudos linguísticos já provam que a próclise é a
regra que predomina entre os falantes - cultos ou não - do
Português Brasileiro, por que continuar ensinando a
colocação pronominal com base em noções de “certo” e
“errado”? Talvez seja mais interessante e produtivo
mostrarmos as diversas possibilidades de uso, levando em
consideração diferentes modalidades (escrita e oralidade),
situações (mais ou menos formais), gêneros textuais etc.
Dessa forma, o aluno dominará as variadas formas de
colocação do pronome sem nutrir a falsa ideia de que os
brasileiros não sabem falar/escrever. O que acha?
Fonte: Elaborado pela autora.
Como o estudante tem direito a conhecer todas as variedades da língua, é
pertinente que a ele sejam apresentadas todas as possibilidades, mirando,
sempre, no desenvolvimento de suas habilidades comunicativas.
A Colocação dos Pronomes Oblíquos
Átonos em Locuções Verbais
Neste subtópico, trataremos da colocação pronominal em locuções verbais.
Segundo Bechara (1999), é necessário considerar dois casos: (i) auxiliar +
in�nitivo ( quero falar ); (ii) auxiliar + gerúndio ( estou falando ) e (iii) auxiliar +
particípio ( tenho falado ). No que diz respeito aos dois primeiros casos, os
pronomes devem aparecer da seguinte maneira:
1.   Proclítico ao auxiliar: 
Eu lhe quero falar. 
Eu lhe estou falando. 
2.   Enclítico ao auxiliar (ligado por hífen): 
Eu quero-lhe falar. 
Eu estou-lhe falando. 
3.   Enclítico ao verbo principal (ligado por hífen): 
Eu quero falar-lhe. 
Eu estou falando-lhe (mais raro) (BECHARA, 1999, p. 590).
Quanto ao terceiro caso (auxiliar + particípio), ele a�rma:
1.   Proclítico ao auxiliar: 
Eu lhe tenho falado. 
2.   Enclítico ao auxiliar (ligado por hífen): 
Eu tenho-lhe falado (BECHARA, 1999, p. 590).
Isso é o que prega a tradição,porém, o mesmo autor, por sua vez, faz
algumas observações quanto ao uso entre os brasileiros, das quais
destacamos somente uma: seja na linguagem escrita ou falada, o pronome
átono proclítico ao verbo principal é mais frequente (Eu quero lhe falar).
praticar
Vamos Praticar
Neste tópico, estudamos as regras e os usos dos pronomes oblíquos átonos. Agora,
leia a tirinha abaixo, identi�que os pronomes e analise a sua posição em cada um
dos quadrinhos.
Figura 1 – A colocação pronominal no português
Fonte: Elaborada pela autora
Em seguida, leia as alternativas e escolha a que melhor explica a tirinha, levando em
consideração tanto a perspectiva da norma padrão quanto a da norma culta em
uso.
a) O rapaz usa o pronome após o verbo (nos dois primeiros quadrinhos, em
“abrace-me”, “beije-me” e “nunca deixe-me”), isto é, na posição enclítica, mas
isso está errado tanto para a norma padrão quanto para a norma do uso, por
isso a moça pede para que ele acerte o pronome, que, em todas as
sentenças, deveria vir anteposto ao verbo (“me abrace”, “me beije” e “nunca
me deixe”)
b) A colocação pronominal nas duas primeiras sentenças ditas pelo rapaz
está correta – tanto para a gramática normativa quanto para as regras do
uso, porém, na terceira sentença (“Nunca deixe-me”), ele deveria ter usado
“Nunca me deixe”, uma vez que “nunca” é um advérbio de negação, logo, um
elemento atrator, isto é, que pede que o pronome venha na posição
proclítica.
c) Os falantes cultos do Português Brasileiro nunca formulam frases com o
pronome posposto ao verbo (ênclise), portanto, todas as sentenças ditas pelo
rapaz da tirinha (“abrace-me”, “beije-me” e “nunca deixe-me”) estão erradas.
Tais falantes usam, em toda e qualquer situação, os pronomes antepostos ao
verbo (próclise), portanto, deveria ser “me abrace”, “me beije” e “nunca me
deixe”.
d) A moça pede para o rapaz acertar o pronome porque o correto é “te” em
vez de “me”. Dessa forma, as frases �caram assim: “abrace-te”, “beije-te” e
“nunca deixe-te”, uma vez que o falante está direcionando as falas para outra
pessoa, isto é, para a moça que pede para que ele use corretamente o
pronome.
e) O rapaz coloca o pronome “me” após as três frases, isto é, após os verbos
“abraçar”, “beijar” e “deixar”, mas, de acordo com as normas e os usos cultos
da língua, o correto é colocar o pronome apenas após o último verbo da
sentença, quando esta for composta por mais de um verbo. Portanto, o
correto seria “abrace, beije e nunca deixe-me”.
Nosso alfabeto é composto por 26 letras – pois, após o Novo Acordo
Ortográ�co, as letras “k”, “w” e “y” passaram a fazer parte da escrita o�cial do
português. Para fazermos a acentuação grá�ca, recorremos a “pequenos
sinais que são acrescentados acima ou abaixo das letras convencionais para
que elas representem sons diferentes dos das letras simples” (BAGNO, 2012,
p. 369), os quais são chamados diacríticos. Algumas línguas utilizam muitos
deles, enquanto outras não utilizam nenhum, como é o caso do inglês. No
português, por sua vez, usam-se os seguintes: o acento grave, o acento agudo,
o acento circun�exo, o til e a cedilha. Vejamos algumas informações sobre
cada um deles.
Os Diacríticos
Os diacríticos fazem parte da escrita do português, por isso, é importante que
saibamos utilizá-los corretamente. Para tanto, a seguir, veremos suas
principais regras e algumas das exceções que circundam o seu uso.
Acentuação Grá�caAcentuação Grá�ca
A Cedilha
Conforme Ferrarezi Junior (2018, p. 31, grifo do autor),
a cedilha é um diacrítico que deve sua existência apenas à letra cê.
Essa letra representa dois sons bem diferentes na escrita do
português: som de "k", antes de ‘a’, ‘o’ e ‘u’ (‘cachorro’, ‘corpo’,
‘cuspir’) e som de ‘s’, antes de ‘e’ e ‘i’ (‘céu’, ‘circo’). Assim, para que
ela pudesse ter som de ‘s’ também antes de ‘a’, ‘o’ e ‘u’ (‘bênção’,
‘pescoço’, ‘açúcar’), criou-se o cê cedilhado, que, porém, não pode
ser utilizado na posição inicial da palavra.
O Til
Também segundo Ferrarezi Junior (2018, p. 39),
o til (~) não é um acento. [...] Na fala do português, algumas vogais
são nasalizadas por contaminação com o ambiente fonético em
que ocorrem. Isso é representado naturalmente na escrita, sem a
necessidade de usar o til. Junto de consoantes nasais, como ‘m’, ‘n’,
‘nh’, por exemplo, as vogais tendem a �car naturalmente
nasalizadas e, assim prescindem de ser marcadas com o til. É o
caso, por exemplo, do ‘o’ de ‘ontem’, do ‘a’ de ‘antes’ e do ‘u’ de
‘úmero’.
O Acento Grave
Embora ainda seja chamado de “acento”, Bagno (2012) e Ferrarezi Junior
(2018), entre outros, já constatam que sua função é meramente gramatical e
que ele não marca a sílaba tônica das palavras nem altera a sua pronúncia na
leitura. Logo, ele não é um acento; ele é um indicador de crase, ou
simplesmente crase, que signi�ca “junção”, “fusão”.
Em português, ele é “apenas o indicador de que dois sons ‘a’ foram juntados
em um só, o que nós fazemos costumeiramente na fala, mas que deve ser
indicado explicitamente na escrita” (FERRAREZI JUNIOR, 2018, p. 40). Este
mesmo autor ainda lista os três casos em que devemos usá-lo, que é quando
vamos juntar (i) um conectivo “a” com um artigo “a”; (ii) um conectivo “a” com
um demonstrativo “a”; e (iii) um conectivo “a” com o primeiro “a” de
demonstrativos como “aquele”, “aquela”, “aquilo” ou contrações como
“aqueloutro”, “aqueloutra”.
O Acento Agudo e o Acento Circun�exo
De acordo com Ferrarezi Junior (2018), o acento tem dupla função nas
palavras: de�nir o timbre (aberto ou fechado) das vogais sobre as quais ele é
aplicado e indicar a sílaba tônica da palavra. Essa acentuação na escrita do
português depende da posição da sílaba tônica nas palavras, que podem ser
proparoxítonas (quando a antepenúltima sílaba é a tônica), paroxítonas
(quando a sílaba tônica é a penúltima) e oxítonas (quando a sílaba tônica é a
última). Esse mesmo autor organizou as regras – e suas exceções – de
maneira bastante didática e pontual, e iremos disponibilizá-las a seguir, todas
conforme o disposto em sua obra intitulada Guia de acentuação e pontuação
em português brasileiro (2018).
Para palavras monossílabas:
As palavras monossílabas são acentuadas quando consideradas “tônicas”,
desde que terminadas em “a”, “e”, “o”, “éu”, “ói” e “éi”, seguidos ou não de “s”.
Usa-se o acento agudo ou circun�exo de acordo com o timbre da vogal que
será acentuada. Para ser considerada tônica, uma palavra monossílaba deve
fazer referência a palavras nocionais, isto é, aquelas que nomeiam algo no
mundo, como substantivos, verbos e adjetivos, enquanto as monossílabas
átonas, por sua vez, são palavras com função meramente gramatical ou não
referencial, como artigos, preposições e pronomes oblíquos.
Os verbos “ter” e “vir” recebem o acento circun�exo para diferenciar sua
forma plural de sua forma singular: “Ele tem/Eles têm”, “Ela vem/Elas vêm”, da
mesma forma que os verbos com essas terminações, como “deter”, “intervir”
etc. O acento circun�exo também é utilizado para diferenciar o verbo “pôr”
(com acento) da preposição “por” (sem acento).
Para palavras oxítonas:
São acentuadas as palavras que terminam em:
1. “a”, “e” ou “o” seguidas ou não de “s”, como “sofá”, “sofás”; 
2. “em” ou “ens”, como “também”, “vinténs”; 
3. “éi”, “ói” e “éu” seguidos ou não de “s”, como “anéis”, “herói”,
“chapéu”; 
4. bem como o “a”, “e” e “o” tônicos das composições verbais com
pronomes �nais “la(s)”, “lo(s)”, como “comê-lo”, “propô-la” etc.
Para palavras paroxítonas:
As palavras paroxítonas são as mais numerosas do português, logo, seus
casos de acentuação também são igualmente numerosos. São acentuadas as
vogais tônicas paroxítonas, mesmo que seguidas do “s” de plural, quando
terminadas em: “l” (“réptil”), “n” (dólmen”), “r” (âmbar”), “x” (“córtex”), “os”
(fórceps”), “ã” (“órfã”), “ão” (“bênção”), “ei” (“hóquei”), “is” (“oásis”), “i” (“júri”),
“um” (“álbum”), “uns” (“fóruns”), “us” (“vírus”).
Duas observações:
➔ O verbo “poder” é um casodiferenciado, pois nele usa-se o circun�exo na
terceira pessoa do passado (“pôde”) para diferenciá-la da terceira pessoa do
presente (“pode”).
➔ Antes, todas as vezes em que um “i” ou um “u” eram tônicos e não
nasalizados em um hiato, eles recebiam acento. Agora, são acentuados
apenas nestes casos: (a) quando constituem uma sílaba sozinhos ou
acompanhados de “s” (“ba-í-a”, “fa-ís-ca”, “gra-ú-do”), exceto quando forem
precedidos de ditongo (por isso, “bai-u-ca” e “chei-i-nho”, entre outras, não
têm mais o acento); e (b) quando constituem uma sílaba �nal da palavra,
sozinhos ou acompanhados de “s” (“Pi-au-í”, “sa-ís”, “tei-ú”, “tui-ui-ús”).
Para palavras proparoxítonas:
Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas (“plástico”, “cínico”,
“exército” etc.).
O autor conclui a�rmando que todas “as demais palavras que não se
enquadrem em nenhuma dessas regras de aplicação de acentos não são
acentuadas, mesmo que um dia tenham sido (FERRAREZI JUNIOR, 2018, p. 38).
Notamos, portanto, que não são poucas as regras, da mesma forma que não
são poucas as exceções. Porém, é importante que estejamos sempre
estudando, visando sempre o domínio de todo esse leque de informações
acerca da escrita do português. 
praticar
Vamos Praticar
Neste tópico, aprendemos um pouco sobre os diacríticos utilizados na escrita do
português. As dúvidas mais frequentes dizem respeito à utilização (ou não) do
acento agudo e do acento circun�exo. Para veri�carmos o seu nível de
aprendizagem das regras e suas justi�cativas, observe as palavras a seguir, veri�que
se o uso dos acentos está correto ou não e escolha a alternativa que melhor
explique a presença/ausência dos acentos.
detêm (plural) / café / prendê-lo / pá
a) Todas as palavras receberam a acentuação correta, conforme o Novo
Acordo Ortográ�co.
b) Todas as palavras receberam a acentuação correta, porém, após o Novo
Acordo Ortográ�co, essas regras mudaram, então todas elas passam a ser
escritas sem acento.
c) Todas as palavras estão acentuadas corretamente, exceto os verbos
(“detêm” e “prendê-lo”), pois nenhum verbo do português é acentuado.
d) Nenhuma dessas palavras deveria estar acentuada.
e) Todas as palavras estão acentuadas corretamente, exceto “pá”, pois
palavras monossílabas em português não recebem acento.
O Novo Acordo Ortográ�co, assinado em Lisboa em 1990, é uma tentativa de
uni�car a ortogra�a, isto é, o modo de escrever a língua, em todos os países
que fazem parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que
são: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Vale destacar, como bem o faz Bagno (2012, p.
382, grifo do autor), que “ninguém jamais pensou numa ‘uni�cação fonética’
nem numa ‘uni�cação morfossintática’ da língua, porque essa tarefa é
simplesmente impossível: a heterogeneidade é da natureza de qualquer língua
humana, de modo que a variação é inevitável”. Além disso, o autor deixa claro
também que as alterações estipuladas pelo Acordo não chegam a ser uma
“reforma”, a�nal, elas afetam aproximadamente 0,5% das palavras escritas do
Português Brasileiro e 1% das palavras do Português Europeu, um número
muito baixo, insu�ciente para con�gurar uma reforma.
Novo Acordo Ortográ�ico: O que Mudou e o
que Permanece
O Novo Acordo Ortográ�coO Novo Acordo Ortográ�co
Castilho (2014, p. 94-96), em sua Nova gramática do português brasileiro , listou
as principais mudanças do Acordo para os brasileiros, as quais iremos elencar
a seguir. Elas tratam da inserção de novas letras no alfabeto, do uso de letras
maiúsculas, do uso do hífen e das alterações sofridas na acentuação.
A Inserção de Algumas Letras no Alfabeto
As letras k, w e y, que já eram utilizadas antes, passaram a fazer parte
o�cialmente do alfabeto da língua portuguesa, que agora tem 26 letras.
O uso de Letras Maiúsculas
O uso obrigatório das letras maiúsculas �ca restrito a:
i. nomes próprios de pessoas ( João , Maria , Thiago );
ii. lugares ( Rio de Janeiro, Curitiba, Bahia );
iii. instituições ( Ministério da Educação, Universidade Federal do Rio de
Janeiro );
iv. seres mitológicos ( Zeus, Netuno );
v. nomes de festas ( Natal, Páscoa );
vi. na designação dos pontos cardeais quando se referem a grandes
regiões ( Nordeste, Sudeste, Sul );
vii. nas siglas ( ONU, USP );
viii. nas iniciais de abreviaturas ( Sr., V. Exª );
ix. e nos títulos de periódicos ( Folha de S. Paulo, Gazeta do Povo ).
E seu uso torna-se facultativo nas seguintes situações:
i. em nomes que designam os domínios do saber ( português ou
Português );
ii. em títulos ( doutor ou Doutor Ataliba Castilho , santa ou Santa Bárbara
);
iii. e nas categorizações de logradouros públicos ( praça ou Praça da
Liberdade ), de tempos ( igreja ou Igreja do Bon�m ) e edifícios ( edifício
ou Edifício Cruzeiro ).
O uso do Hífen
Castilho (2014), assim como Bagno (2012) e outros, destaca a falta de
sistematização do uso do hífen, mostrando que o Acordo tentou organizar
algumas regras a �m de tornar esse uso mais simples. Vejamos.
i. não há alteração no uso do hífen nas palavras e expressões
compostas. Determinou apenas que sejam grafadas de forma
aglutinada palavras que já perderam a noção de composição, como
mandachuva e paraquedas ;
ii. palavras formadas por pre�xação sofreram as seguintes alterações:
➔ Só se emprega o hífen quando:
- o segundo elemento começa com h, como pré-história , semi-hospitalar etc.
*Exceção: a regra que descarta o hífen nas palavras formadas com os pre�xos
des- e in -, nas quais o segundo elemento perde o h inicial, como desumano ,
inumano etc., se mantém;
- o pre�xo termina com a mesma vogal com que se inicia o segundo
elemento, como em auto-observação, micro-ondas etc.
*Exceção: a regra em relação ao pre�xo co-, mesmo em elementos que se
iniciam com o, como em cooperação , coordenação etc., que se aglutina com o
segundo elemento, se mantém.
➔ E o hífen é abolido quando:
- o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser
duplicadas, como em antirreligioso , contrarregra etc.
*Exceção: quando os pre�xos terminam com r, como super- e hiper -,
mantém-se o hífen, como em super-revista .
- o pre�xo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal
diferente, como em autoestrada , agroindustrial etc.
As demais regras de uso do hífen permanecem iguais.
A Acentuação
Embora tenham sido poucas as alterações sofridas devido ao Acordo, é
importante que estejamos atentos, a�nal, muitas dessas palavras são de uso
rotineiro e devem ser escritas conforme a ortogra�a o�cial – pelo menos em
momentos que pedem um grande cuidado com a escrita. No tocante à
acentuação, nosso último subtópico, vejamos a breve apresentação
organizada por Castilho (2014):
i. o trema foi abolido ( lingüiça agora é linguiça , cinqüenta agora é
cinquenta );
ii. o acento circun�exo do primeiro o em palavras terminadas em oo
desaparece ( vôo , enjôo agora são grafadas voo, enjoo );
iii. o acento circun�exo das formas verbais da terceira pessoa do plural
terminadas em -eem desaparece ( lêem , vêem agora são grafadas
leem , veem );
iv. os ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas deixam de ser
acentuados ( idéia , paranóico etc. agora são grafadas ideia , paranoico
etc.);
v. o acento agudo é abolido no i e no u tônicos quando precedidos por
ditongo ( feiúra agora é grafada feiura );
vi. o acento agudo do u tônico precedido de g ou q e seguido de e ou i é
abolido nas formas verbais rizotônicas (que têm o acento tônico na
raiz) (verbos como averiguar e apaziguar , antes escritas averigúe e
apazigúe , agora são grafadas averigue e apazigue );
vii. o acento agudo ou circun�exo usado para distinguir palavras
paroxítonas que, tendo respectivamente vogal tônica aberta ou
fechada, são homógrafas de palavras átonas, deixa de existir. Logo,
não há mais distinção entre para (preposição e verbo), pela
(substantivo e �exão do verbo pelar e preposição) etc.
Além dessa listagem, o autorfaz duas observações: uma diz respeito à
permanência do acento circun�exo na forma verbal pôde e ao uso facultativo
de tal acento na palavra fôrma ; e a outra é referente à duplicidade de
acentuação (uso do acento circun�exo ou do acento agudo) em palavras
como econômico/económico , acadêmico/académico etc. Como essa acentuação
re�ete o timbre fechado, mais comum no Brasil, e mais aberto, mais comum
em Portugal, optou-se por manter ambas. Logo, nós brasileiros, assim como
todos que forem escrever em língua portuguesa, podemos usar tanto uma
quanto outra gra�a.
Por �m, quando houver dúvidas, consulte o VOLP (Vocabulário Ortográ�co da
Língua Portuguesa): http://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-
vocabulario . 
praticar
Vamos Praticar
Após a leitura das alterações sofridas na ortogra�a do português após o Novo
Acordo Ortográ�co, leia as sentenças abaixo e escolha a alternativa que melhor
explica a gra�a das palavras destacadas. Atente-se aos usos facultativos e
obrigatórios e também ao que mudou e ao que permanece.
a.   “Eu estou com uma ideia muito legal e preciso contar para o João!”
b.   “Ela é iper legal! A sua mãe irá gostar muito dela!”
c.   Eu moro na rua principal de Copacabana, então você conseguirá me encontrar
rapidamente.”
a) As palavras em destaque nas letras (a) e (b) estão corretas, porém, na letra
(c), a palavra “rua” deveria ser escrita com inicial maiúscula.
b) Conforme o Novo Acordo Ortográ�co, todas as palavras em destaque nas
sentenças estão corretas.
http://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-vocabulario
c) As palavras “ideia” (letra a) e “rua” (letra c) estão grafadas corretamente,
mas “iper” (letra b) está grafado erroneamente, pois o correto é “hiper”.
d) Conforme o Novo Acordo Ortográ�co, todas as palavras em destaque nas
sentenças estão incorretas.
e) As palavras “iper” (letra b) e “rua” (letra c) estão grafadas incorretamente,
pois o correto é “hiper” e “Rua” (por ser um logradouro público, deve ser
iniciado com letra maiúscula), respectivamente, mas “ideia” (letra a) está
grafada de maneira correta.
Como sabemos, fala e escrita são modalidades diferentes da língua. Quando
estamos falando, diversos são os recursos que utilizamos para nos fazermos
entender, como a entonação (para que quem nos ouve identi�que a nossa
fala como uma pergunta, uma a�rmação, uma ordem etc.), gestos
(apontamos, olhamos para um ou outro lugar etc.), postura, entre outros. Já
na escrita, não temos todas essas ferramentas, logo, precisamos nos munir
do que está ao nosso dispor, e é aí que entram os emoticons (em conversas na
internet ), as informações não verbais (como imagens, fotos, vídeos etc.) e,
também, os sinais de pontuação, que nos ajudam a diferenciar uma frase
a�rmativa de uma interrogativa, por exemplo. Neste tópico, trataremos de
alguns sinais de pontuação, bem como de suas funções em um texto.
Sinais de Pontuação
Trataremos, neste subtópico, dos seguintes sinais de pontuação, todos eles
fundamentados nas explicações de Bechara (2010) e Ferrarezi Junior (2018):
ponto, ponto de interrogação, ponto de exclamação, reticências, dois pontos,
A Aprendizagem e oA Aprendizagem e o
Ensino da PontuaçãoEnsino da Pontuação
ponto e vírgula, travessão, parênteses, aspas e, por último, a vírgula – que
merece uma atenção maior. Vale ressaltar, antes da leitura, que todos eles
devem ser observados, sempre, em consonância ao texto que acompanha,
uma vez que é dentro do conjunto textual que eles tomam forma e sentido.
Ponto (.): “O ponto simples �nal, que é dos sinais o que denota maior
pausa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo
de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as
reticências” (BECHARA, 1999, p. 606). 
Essa não é a sua única função, a�nal, o ponto assume diversos papéis
dentro de um texto, porém, por ora, essa de�nição nos é su�ciente –
e, aqui mesmo, durante a leitura deste texto, você pode observar o
uso desse sinal.
Ponto de interrogação (?): posiciona-se no �nal de uma oração
interrogativa ou que tem um caráter de incerteza. Em poemas,
entretanto, ele pode aparecer mais livremente.
Ponto de exclamação (!): ele pode contribuir para a expressão de
diversos sentimentos, como a raiva, o susto, o medo, o entusiasmo,
embora, sozinho, não seja su�ciente. Por isso, como já foi dito, é
sempre importante observar o contexto, a �m de alcançar uma
interpretação completa, não arti�cial.
Reticências (...): são duas as principais situações em que se utilizam
as reticências. Vejamos.
a. com �nalidade fonológico-semântica, indicando, por exemplo,
ironia, expectativa, dúvida, silêncio e hesitação, entre outros
sentidos possíveis, geralmente, com consequências na
periodização; 
b. como indicador de continuidade textual, seja antecedente,
intermediária ou sucedente (FERRAREZI JUNIOR, 2018, p. 70-71).
Dois pontos (:): tanto Bechara (2010) quanto Ferrarezi Junior (2018)
destacam os usos mais recorrentes desse sinal. Aqui, selecionamos
os dois mais rotineiros: (i) indicar o início de uma explicação – como
você pode observar após o nome de cada sinal, nesta lista de sinais,
antes do início da explanação sobre cada um deles –, enumeração,
citação, listagem, sequência e (ii) sinalizar o início de uma fala, em
diálogos.
Ponto e vírgula (;): sua função mais comum é a de aparecer para
auxiliar na enumeração. Nesta lista de sinais e usos, por exemplo, há,
em muitos casos, a sua ocorrência, uma vez que estamos fazendo
uma lista de sinais e dos usos de cada um deles.
Travessão (–): “pode substituir vírgulas, parênteses, colchetes, para
assinalar uma expressão intercalada” (BECHARA, 1999, p. 612), isto é,
uma explicação, um comentário etc. Além disso, pode indicar a
transcrição de um discurso direto.
Parênteses (()): “assinalam um isolamento sintático e semântico mais
completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior
intimidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do
parêntese é assinalada por uma entonação especial” (BECHARA,
1999, p. 612). Alguns de seus usos também são listados por Ferrarezi
Junior (2018, p. 112). Conforme o autor, eles são utilizados
a. para explanação ou con�rmação de valores expressos em
algarismos, elucidação de siglas, fórmulas ou outros elementos
quaisquer que demandem explicação adicional ou con�rmação
(dois parênteses); 
b. para inserção, no período, de uma explicação sobre algum
ponto do conteúdo que foi apresentado (dois parênteses); 
c. como indicador de uma abertura de sequências indiciadas (um
único parêntese); e 
d. em usos técnico-metodológicos especí�cos como, por exemplo,
para indicação de datas e páginas de uma citação bibliográ�ca.
Observe que para destacar quantos parênteses devem ser usados, se um ou
dois, o autor utiliza os próprios parênteses e acrescenta a informação ao
término de cada um dos tópicos: (dois parênteses) ou (um único parêntese).
Aspas (“”): “são empregadas para dar a certa expressão sentido
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação
especial)” (BECHARA, 1999, 613). Além disso, elas servem também (i)
para solicitar uma atenção especial do leitor, (ii) para destacar uma
citação, isto é, algo que é de autoria de outra pessoa, e não da que
está escrevendo e (iii) para indicar que a palavra não pertence à
língua portuguesa. No início desta explicação, por exemplo, ao
citarmos Bechara, utilizamos aspas no início e no �m de um trecho
retirado de sua gramática, para marcar aquele trecho como de sua
autoria, não nossa.
Vírgula (,): a vírgula assume muitas funções em um texto, todas
listadas por Bechara (2010, p. 657-660, grifo do autor). Vejamos.
i. para separar termos coordenados, ainda quando ligados por
conjunção (no caso de haver pausa);
ii. para separar orações coordenadas aditivas, ainda que sejam
iniciadas pela conjunção e, proferidas com pausa;
iii. para separar orações coordenadas alternativas ( ou, quer, etc. ),
quando proferidas com pausa, mas somente quando ou exprimir
reti�cação;
iv. nas aposições,exceto no especi�cativo, principalmente quando o
aposto está representado por uma expressão de certa extensão;
v. para separar as repetições (quando não têm efeito superlativante);
vi. para separar ou intercalar vocativos; nas cartas a pontuação é vária
(em geral, vírgula) e na redação o�cial usam-se dois pontos;
vii. para separar as orações adjetivas de valor explicativo;
viii. para separar, quase sempre, as orações adjetivas restritivas de certa
extensão, principalmente quando os verbos de duas orações
diferentes se juntam;
ix. para separar o pronome relativo de oração adjetiva restritiva do
termo mais próximo já que seu antecedente é o termo mais distante;
x. para separar as orações intercaladas;
xi. para separar, em geral, adjuntos adverbiais que precedem o verbo e
as orações adverbiais que vêm antes ou no meio da sua principal;
xii. para separar, nas datas, o nome do lugar;
xiii. para separar as partículas e expressões de explicação, correção,
continuação, conclusão, concessão;
xiv. para separar as conjunções e advérbios adversativos ( porém, todavia,
contudo, entretanto ), principalmente quando pospostos;
xv. para assinalar a interrupção de um seguimento natural das ideias e
se intercalar um juízo de valor ou uma re�exão subsidiária;
xvi. para desfazer possível má interpretação resultante da distribuição
irregular dos termos da oração, separa-se por vírgula a expressão
deslocada.
Vale lembrar, após toda essa explanação, que os usos dos sinais também
estão a serviço da criatividade dos usuários. Logo, é possível que outras
funções sejam assumidas por eles.
Quanto ao seu ensino, é pertinente que sempre esteja voltado para o uso
real, isto é, em textos escritos reais, pois decorar listas e usos
descontextualizados torna o ensino mecânico e impede o aluno de aplicar
seus conhecimentos nas diversas situações comunicativas.
praticar
Vamos Praticar
Após a leitura do material deste tópico, muitos esclarecimentos acerca dos sinais de
pontuação e seus usos foram feitos. Agora, observe a imagem abaixo e escolha a
alternativa que melhor explique a diferença (ou não) entre a frase da esquerda e a
da direita. Além disso, atente-se também ao uso das reticências e à sua função.
Figura 2 – Sinais de pontuação em uso
Fonte: Elaborada pela autora
a) A diferença entre as sentenças se deu pelo uso da exclamação após a
palavra “basta” na frase da esquerda, pois essa interrupção gera uma
interpretação diferente da frase da direita: na primeira, o sujeito pede para o
Estado não intervir na economia, já na segunda, ele sugere que o Estado
intervenha, sim, na economia. Já as reticências no �nal da frase indicam
ironia.
b) A diferença entre as sentenças se deu pelo uso da exclamação após a
palavra “basta” na frase da esquerda, pois essa interrupção gera uma
interpretação diferente da frase da direita: na primeira, o sujeito pede para o
Estado intervir na economia, já na segunda, ele sugere que o Estado pare
com essa intervenção. Quanto às reticências, sua função é sinalizar
continuidade textual.
c) A diferença entre as sentenças se deu pelo uso da exclamação após a
palavra “basta” na frase da esquerda, pois essa interrupção gera uma
interpretação diferente da frase da direita: na primeira, o sujeito pede para o
Estado não intervir na economia, já na segunda, ele sugere que o Estado
intervenha, sim, na economia. Quanto às reticências, seu uso está
equivocado, pois o único sinal possível ali é o ponto �nal.
d) A diferença entre as sentenças se deu pelo uso da exclamação após a
palavra “basta” na frase da esquerda, pois essa interrupção gera uma
interpretação diferente da frase da direita: na primeira, o sujeito pede para o
Estado não intervir na economia, já na segunda, ele sugere que o Estado
intervenha, sim. E as reticências no �nal de ambas as frases sinaliza que
haverá uma continuidade na fala do personagem.
e) As sentenças têm o mesmo signi�cado, isto é, ambas solicitam o �m da
intervenção do Estado, pois o ponto de exclamação não tem o poder de
interferir no seu signi�cado; os únicos sinais de pontuação que alterariam o
sentido da sentença seriam a interrogação, as reticências ou os dois-pontos.
Quanto às reticências, elas sinalizam que haverá uma continuidade na fala do
personagem.
indicações
Material
Complementar
LIVRO
Guia de acentuação e pontuação em
português brasileiro
Celso Ferrarezi Junior
Editora: Contexto
ISBN: 978-85-520-0033-4
Comentário: Neste livro, o autor traz, com riqueza de
detalhes, diversos exemplos e explicações, informações
sobre acentuação e pontuação no português brasileiro -
tudo isso sem esquematizar, mecanicamente, os
conteúdos, de modo que �ca mais fácil aprender e,
melhor ainda, entender como e por que é necessário
acentuar palavras e pontuar frases e textos.
FILME
Central do Brasil
Ano: 1998
Comentário: Neste �lme, indicado ao Oscar em 1999,
Fernanda Montenegro interpreta uma ex-professora
que ganha a vida escrevendo cartas para pessoas
analfabetas, que ditam para ela o que gostariam de
contar aos familiares distantes. Vale a pena assistir a
ele e observar as diversas nuances que giram em torno
da escrita das cartas.
TRA ILER
conclusão
Conclusão
Nesta unidade, apresentamos e explicamos a colocação dos pronomes
oblíquos átonos, tanto na abordagem da gramática normativa quanto na
perspectiva do uso. Com isso, objetivamos mostrar diferentes olhares sobre
um mesmo fenômeno sem, contudo, gerar juízos de valor infundados perante
um ou outro.
Além disso, expomos as regras e os casos especiais de acentuação grá�ca na
nossa língua, bem como as mudanças e permanências após o Novo Acordo
Ortográ�co - que já não é mais tão novo assim. Por �m, tratamos dos sinais
de pontuação, descrevendo seus usos e funções.
Assim, esperamos contribuir para a formação de pro�ssionais capazes de
dominar aspectos gramaticais e de aplicar tais conhecimentos no seu fazer
docente.
referências
Referências
Bibliográ�cas
BAGNO, M. Gramática pedagógica do português brasileiro . São Paulo:
Parábola Editorial, 2012.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa . 37 ed. ver. e ampl. Rio de
Janeiro: Lucerna, 1999.
BECHARA, E. Gramática escolar da língua portuguesa . 2. ed. ampl. e atual.
pelo novo Acordo Ortográ�co. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
CASTILHO, A. T. de. Nova gramática do português brasileir o. 1. ed. 3ª
reimpr. São Paulo: Contexto, 2014.
FERRAREZI JUNIOR, C. Guia de acentuação e pontuação em português
brasileiro . São Paulo: Contexto, 2018.

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