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Amenorreia e Anovulação crônica Amenorreia: ausência ou cessação da menstruação Amenorreia Primária: paciente que nunca menstruou. Classificação: ● Não há ocorrência de menarca até os 16 anos COM caracteres secundários. ● Não há ocorrência de menarca até os 14 anos SEM caracteres secundários (nem pelos, nem mamas). Amenorreia Secundária: Paciente que já menstruava normalmente e derrepente parou. Classificação: ● Ausência de menstruação por mais de 3 ciclos consecutivos em mulheres com ciclos regulares ou por 6 meses em mulheres com ciclo irregular. Ciclo menstrual: Integridade anatômica e fisiológica do sistema reprodutor feminino. Investigação das amenorréias Primárias As causas mais comuns são: ● Anormalidades Genéticas ● Defeitos Anatômicos ● 50% Disgenesia Gonadal (mal funcionamento ou não funcionamento do ovário). ● Hipogonadismo Hipotalâmico → Problema no hipotálamo ● 15% Alterações anatômicas (ausência de vagina, colo, útero) ● 5% septo vaginal, doença hipofisária. Avaliar: ● Presença ou ausência de caracteres sexuais secundários ● Presença ou ausência de útero ● Níveis de FSH ● Não há mama: Atraso no desenvolvimento puberal (FSH baixo ou normal) Disgenesia gonadal (FSH elevado) Amenorreia e Anovulação crônica ● Telarca = E2 Sem útero - agenesia Mulleriana e insensibilidade androgênica Com útero - mesma etiologia da amenorréia secundária apenas ocorrendo antes que a adolescente tenha menstruado. Descartar gravidez (caso a paciente já tenha tido relações antes de ter menstruado, já que a ovulação ocorre antes da menstruação) e criptomenorréia (menstruação retida). Amenorréia Primária ● Disgenesia Gonadal (Gônadas em fita, pouco desenvolvida) … 50% Não tem mama FSH elevado Tem útero FSH elevado = fazer cariótipo → 46 XY= síndrome Swyer: ● disgenesia gonadal pura, não é uma gônada fita ou ovário mal desenvolvido e, sim a presença de um testículo ● gônada = testículo - não produz AMH ● genitália interna e externa feminina ● infantilismo genital, conduta: gonadectomia, pois tem risco de malignizar. → 45 X0: Síndrome de Turner: ● gônada em fita ● Útero infantil ● baixa estatura, pescoço alado, hipertelorismo mamário, 4° e 5° metacarpos curtos, uso de GH, estrogênio. Hipogonadismo Hipotalâmico . . . 20% ● Secreção anormal do GnRH - altera o pico do Lh (ausência de crescimento folicular, anovulação). ● FSH baixo ● Estradiol baixo Amenorreia e Anovulação crônica ● Cariótipo Normal ● Causas: funcionais, estresse, exercício físico, perda de peso excessiva, anorexia, desnutrição. ● Hipotalâmica - Síndrome de KALLMANN - deficiência completa do GnRH, anosmia, ligada ao X ● Hipofisária - neoplasia/ microadenoma Ausência de útero/ vagina (raro 1: 5000, 46XX, causa desconhecida/ colo - 15% ● Todas essas pacientes devem fazer o cariótipo ● 46,XX - Síndrome de Mayer - Rokitansky- Kuster - Hauser Anomalia Mulleriana gônada= ovário = têm desenvolvimento sexual 2° Genitália interna ausente = ausente Hormônios = normais Pelos normais Tratamento = neovagina ● 46, XY - Síndrome de Morris / insensibilidade completa aos androgênios Gônada = testículo (tem AMH) Genitália interna ausente Hormônios = testosterona aumentada em relação ao estrogênio. pêlos = escassos ou ausentes Tratamento = neovagina + terapia de reposição + gonadectomia ● Causas Hipofisárias - 5% Tumores - Prolactinomas, craniofaringioma Amenorreia e Anovulação crônica Lesões de sela túrcica - sela vazia Necrose - pan- hipopituitarismo Septo vaginal / hímen imperfurado - 5% Outra causa menos comum é se o útero apresenta algum tipo de alteração: útero septado ou septo vaginal Amenorréias Secundárias ● Causa mais comum é gravidez ● 40% - alterações ovarianas - irradiação, QTx, pós Cx, SOP ● 35% - Disfunções hipotalâmicas - estresse, anorexia, PRL elevada ● 19% - Alterações hipofisárias - tumores, síndrome de Sheehan (ocorre uma necrose hipofisária, geralmente no pós parto quando há alguma atonia uterina ● 5% - Patologias Uterinas - Sinéquias, infecções pélvicas, manipulação (alguma curetagem exagerada que possa causar sinéquias depois). Investigação das Amenorréias Secundárias ● 1° Passo: Diagnóstico: B-HCG Anamnese → estresse, perda de peso, exercício extenuante, peso excessivo, hiperandrogenismo, acne, sintomas e sinais neurológicos, galactorréia, curetagem, endometrite, hemorragia pós parto (Sin. Sheehan) Síndrome de Asherman, conhecida pelas sinéquias uterinas causadas. Amenorreia e Anovulação crônica Exame Físico: IMC (>30 - 50% SOP < 18,5 Amenorréia hipotalâmica funcional ● 2° Passo: Solicitar Prolactina ↑ → investigar Hiperprolactinemia, TSH se aumentado ou reduzido, investigar hipo e hipertireoidismo, FSH: ↑ pensar em causa ovariana (cariótipo < 30 anos), FSH ↓= neuroimagem/ funcional **Se sinais de hiperandrogenismo → S - DHEA, 17 OHP, testosterona total ● 3° Passo: Teste da Progesterona - avalia E2 circulante - 10 mg progesterona 14 dias + anovulação - gestação, obstrução, ausência de atividade estrogênica. ● 4° Passo: Teste da Progesterona negativo E + P Avaliar proliferação endometrial 21 dias do estrogênio + 5 dias de progesterona → se negativo causa uterina Se positivo (tem menstruação): cavidade endometrial normal procede-se a investigação →5° Passo: neuroimagem Anovulação Crônica ● Não há pico do LH → NÃO há formação do corpo lúteo → não tem produção de progesterona → endométrio não vira secretor → não há menstruação ● Normal: primeiros anos de maturação do eixo Climatério A maior parte das mulheres com anovulação enquadra-se na SOP (níveis de LH aumentados, a maioria com sinais de hiperandrogenismo, amenorréia, subfertilidade SOP - Critérios de Rotterdam Amenorreia e Anovulação crônica Oligomenorreia e/ou anovulação Hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial Ovários policísticos 2 ou mais folículos medindo entre 2 e 9mm de diâmetro ou volume ovariano aumentado (>10 cm) ● Dosar testosterona total, SDHEA, 17-OHP ● Caso a paciente tenha os ovários policísticos no US e não tenha a clínica da SOP, ela tem apenas ovários policísticos sem SOP. ● Tendo 2 dos 3 critérios já é diagnóstico, não é necessário ter confirmação com US Manejo ● Tratamento conforme desejo reprodutivo ● Controle das manifestações clínicas associadas ● Teste de Progesterona - tranquilizar a paciente ● Resolver irregularidade menstrual Hiperandrogenismo Infertilidade SNC - Hiperprolactinemia ● Alteração endócrina mais comum do eixo hipotálamo - hipófise ● Inibe a secreção de GnRH ● Prolactina - Quando pedir ? Galactorréia Oligo / Amenorréia Disfunção sexual Tumor hipofisário A dopamina é o principal fator regulador do PRL e tem atividade inibidora ● Causas Hiperprolactinemia: Amenorreia e Anovulação crônica ● Fisiológica - Estímulo excessivo, estresse excessivo ● Farmacológicas→ sulpirida, quetiapina, risperidona, domperidona, metoclopramida( utilizadas para estimulação de leite em mães que estão amamentando), metildopa. ● Patológicas Doença Hipotalâmica - tumor Rtx Doença Hipofisária - Prolactinomas Doenças sistêmicas - autoimunes → LES, AR, celíaco Causas Patológicas: prolactinomas - adenomas hipofisárias funcionantes Micro-prolactinomas = menores de 10 mm (PRL 100 - 200) Macroprolactinoma = 10 mm ou mais (PRL > 250) ● Tratamento - Agonista dopaminérgico → sintomáticos com microprolactinomas, mandatório nos macroprolactinomas ● Medicamentos: Cabergolina - 0,5 mg VO Bromocriptina 2,5 mg VO ou via vaginal ● Seguimento: Micro - repetir exame de imagem se sinais de expansão do tumor PRL aumentar os níveis > 200 Macro - campimetria - exame de imagem para controle após 6 meses do início do tratamento e após anualmente A dose do agonista pode ser reduzida gradualmente após 1 ano de normalização da PRL nos pacientes com micro ou macro inicialmente < 1,5 cm Suspensão após 2 anos de normalização da PRL e exame de imagem negativo Repetir PRL 3 meses após a suspensão e apósanualmente. Amenorreia e Anovulação crônica
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