Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Enzimas Imobilizadas 1 2 Utilização de enzimas na indústria: Proteases e Lipases Amilases Celulases e amilases Β-galactosidase, Amilases, Pectinases; Papaína. 3 Portanto, a principal vantagem da imobilização é a possibilidade de reutilizar a enzima! A imobilização consiste em confinar a enzima em um suporte que permite a sua separação ao final do processo catalítico. Enzimas são caras! Como tornar esse processo viável ?? 4 A descoberta da imobilização 1916: Nelson e Griffin. Demonstraram a viabilidade de se adsorver invertase (uso na hidrólise da sacarose) em carvão ativado, sem perda apreciável da atividade enzimática. Biocatalisadores Imobilizados Enzimas Células microbianas vegetais animais 1954: Pesquisadores alemães demonstraram que polímeros sintéticos poderiam ser usados para imobilizar enzimas diversas como pepsina, diástase, ribonuclease e carboxipeptidase. 5 Classificação: Kennedy e Roig (1995) consideraram a classificação da seguinte forma: ➢A natureza da interação responsável pela imobilização; ➢Tipo de suporte utilizado. Assim: a) Ligação em suportes – modificação da enzima, para torná-las imóveis no meio de reação e cross-linking (ligação cruzada intermolecular ou reticulação); b) Enzimas solúveis sem derivatização – utilizadas em reatores equipados com membranas semipermeáveis de ultrafiltração e fibras ocas que retêm a enzima no interior do reator. c) Enzimas solúveis com derivatização – Mobilidade restringida pela ligação com outra macromolécula, mas o complexo solúvel em água permanece. 6 ➢Necessidade da presença, ou não, de cofatores para a melhor atuação da enzima. a) Enzima sem cofator. b) Enzima com grupo prostético. c) Enzima com coenzima (moléculas orgânicas). d) Sistema multienzimático com dissociação de coenzima Outra forma de classificação 7 Vantagens da aplicação de enzimas imobilizadas - Separação facilitada da enzima ao final do processo; - Reutilização; - Possibilidade de aumento da estabilidade: faixas mais amplas de pH e temperatura (porém existem casos onde a imobilização diminui a estabilidade); - Possibilidade de operar em sistema contínuo; - Maior controle e uniformidade do processo; - Menor interferência de ativadores e inibidores. - Pode alterar as propriedades catalíticas da enzima: ✓maior estabilidade ao pH e à temperatura; ✓reduzir os efeitos de inibição pelo substrato e produto. - Facilitar a interrupção da reação quando se atinge um determinado grau de conversão. 8 Desvantagens da aplicação de enzimas imobilizadas - Custo adicional do suporte, reagentes e da operação de imobilização; - Perdas de atividade durante a imobilização; - Técnica pouco adequada a substratos insolúveis ou de alta massa molar; - Maiores riscos de contaminação na operação contínua de reatores; - Restrições difusionais e impedimento estérico (organização espacial). - Podem ocorrer alterações de orientação e acesso do substrato ao sítio ativo: ➢ Reduzindo a atividade da enzima; ➢ Redução aparente da especificidade ao substrato. - O custo da imobilização deve ser compensado pela longa vida do biocatalisador. - O suporte deve manter suas propriedades físicas. Efeitos da Imobilização sobre as enzimas 9 10 Efeito sobre a Atividade x Temperatura Em muitos casos a imobilização aumenta a faixa ótima de temperatura para atividades altas. 11 Tmáx livre Tmáx imobilizada Neste caso, a imobilização aumentou a atividade relativa para maiores temperaturas, o que pode estar relacionado ao efeito protetor do suporte contra o desdobramento da enzima. Exemplo: Influência da temperatura na atividade hidrolítica da lipase livre e imobilizada em celulignina 12 Efeito sobre a estabilidade x Temperatura 16:57 13 Efeito sobre a estabilidade x Temperatura 14 A imobilização também pode deslocar a faixa de pH ótimo da enzima para pHs mais básicos e/ou ácidos. Deslocamento da faixa ótima de pH Efeito sobre a Atividade x pH 15 Exemplo: Influência do pH na atividade hidrolítica da lipase livre e imobilizada em celulignina 16 A difusão do substrato do meio para o sítio ativo assim como a difusão do produto do sítio ativo para o meio pode ser dificultada devido à presença do suporte. Alteração de Km e Vmáx 17 Geralmente, a presença do suporte próximo à enzima diminui a sua atividade catalítica assim diminui a sua afinidade pelo substrato. vmax Km. Efeito sobre os parâmetros cinéticos 18 Métodos de Imobilização 19 -Envolve ligações entre os aminoácidos da enzima e grupos funcionais presentes no suporte de imobilização; -É o método de imobilização mais utilizado; -Geralmente confere maior resistência da enzima ao pH e à temperatura; -Melhor fixação da enzima ao suporte (menor dessorção); -Inconveniente: alteração da estrutura conformacional da enzima → menor atividade. -Tipos de suportes utilizados: vidro, silica, celulose, nylon, poliestireno, etc. Ligações Químicas 20 Ligação a Suportes Insolúveis Tipo de ligações: enzimas e um suporte sólido; ➢ É o principal método de imobilização; ➢ Pode ser dividido em cinco categorias de acordo com o tipo de interação enzima- suporte (adsorção física, ligação iônica, ligação metálica, ligação covalente e ligações cruzadas e co-cruzadas). Adsorção física: A ligação de enzimas ao suporte é realizada por forças de ligação relativamente fracas. As principais ligações entre as moléculas de proteínas e o adsorvente são: pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas e forças de Van der Walls. Como não ocorre reação química, existe pouca mudança conformacional da enzima e não há destruição do seu centro ativo, assim obtém-se um derivado semelhante à enzima solúvel. 21 Ligação Iônica: ➢Método: baseado na ligação iônica entre a enzima- suporte. Pode ocorrer a imobilização por adsorção juntamente com a iônica. ➢Apesar de ser mais forte a ligação, as condições são brandas, em comparação com os métodos que envolvem as ligações covalentes e as mudanças de conformação produzidas são pequenas, implicando em uma atividade elevada em comparação à solúvel. Ligação Metálica: ➢Método: baseia-se em imobilizar enzimas empregando compostos de metais de transição ou óxidos metálicos precipitados a partir de seus sais; ➢Forma quelatos (composto químico) pela ativação da superfície do suporte por meio do metal ou por seu óxido. ➢Embora o tipo de ligação seja parcialmente covalente, observa-se o desprendimento da enzima do suporte em operações de longa duração. 22 Processo da ligação metálica Secagem de uma mistura do suporte com a solução do sal do metal de transição Os íons dos metais complexam o suporte e a enzima por meio dos radicais hidroxi e amino (grupos nucleofílicos). 23 Ligação Covalente: ➢Método de imobilização → consiste na formação de ligação covalente entre moléculas da enzima e o material do suporte. ➢As condições de reação requeridas para a formação dessa ligação geralmente não são brandas; ➢Em alguns casos, a ligação altera a estrutura conformacional da enzima e o centro ativo da mesma, resultando em diminuição da atividade e mudança de especificidade de substrato; Estrutura da enzima inalterada perante agentes desnaturantes como calor, solventes orgânicos, pH extremos. 24 Ligação Cruzada/Reticulação: ➢Método de imobilização→ Formação de ligações covalentes entre as moléculas da enzima. ➢Reagentes multifuncionais. ➢Ausência de um suporte sólido. Agregados enzimáticos tridimensionais insolúveis no meio aquoso. 25 Muitas vezes é necessário preparar a superfície do suporte para permitir ou facilitar a ligação da enzima. Isto pode ser feito utilizando agentes funcionais, que fazem a ponte de ligação E-Suporte. Ex.: glutaraldeído: ligação química entre o grupo aldeído (-COH) e o grupo amino (-NH2). Reticulação 26 • A molécula de glutaraldeído reage com o suporte e a enzima. • Os materiais inorgânicos mais comumente utilizados na imobilização de enzimassão: cerâmica, vidro, sílica e metais. Glutaraldeído Simplicidade dos métodos de ativação Preparações enzimáticas ativas e estáveis 27 É uma molécula que tem pelo menos duas extremidades reativas que se ligam a grupos específicos de aminoácidos. Ligação Cruzada/Reticulação: 28 Cristalização Cristais de enzima reticulados Cristais de enzimas Ligação Cruzada/Reticulação: 29 Agregação Agentes precipitantes: sais, ácidos, solventes orgânicos e polímeros não iônicos. Agregados enzimáticos reticulados Agregados enzimáticos Ligação Cruzada/Reticulação: 30 Secagem por atomização Enzima atomizada Enzimas atomizadas reticuladas Ligação Cruzada/Reticulação: 31 Enzima solubilizadas reticuladas Reticulação direta Ligação Cruzada/Reticulação: 32 Retenção Física -Processo simples que envolve apenas interações fracas (interações iônicas, ligações de hidrogênio, forças de Van der Waals) entre a enzima e o suporte. -Apresenta como vantagem pouca alteração da estrutura conformacional da enzima, o que faz com que a enzima imobilizada mantenha boa atividade catalítica. -Inconveniente: fácil dessorção da enzima -Tipos de suporte utilizados: géis, quitosana, alginato, resinas de troca iônica, etc. 33 Imobilização de enzimas por oclusão e membranas: ➢Método de imobilização → é baseado em retenção das enzimas nos espaços intersticiais, podendo ser feito em géis, fibras e por microencapsulação em membranas. O importante é reter as enzimas e permitir que as moléculas de substratos e produtos de pesos moleculares adequados possam se difundir através e dentro da rede polimérica; ➢Este método pode ser aplicado para qualquer tipo de enzima ou mesmo células, pois não há nenhuma ligação entre a enzima e a estrutura do suporte; ➢É um processo muito simples e as enzimas não sofrem modificações químicas. 34 Critérios para avaliação de um sistema enzima-suporte ➢ Estabilidade de fixação - a enzima deve estar bem fixa ao suporte. ➢ Estabilidade enzimática - a enzima não deve sofrer modificações, como desnaturação. ➢ Resistência mecânica - a enzima deve resistir a várias condições desfavoráveis como, o peso do suporte dentro do reator. ➢ Capacidade de carga - o suporte deve fixar um número elevado de unidades enzimáticas por unidade de área. 35 Tipos de suportes Requisitos: • Elevada área superficial; • Permeabilidade; • Estabilidade química e mecânica; • Custo; • Morfologia e composição; • Natureza hidrofílica ou hidrofóbica; • Alta densidade de grupos reativos presentes em sua superfície. 36 ➢ Podem ser orgânicos, inorgânicos, porosos, não porosos e de estrutura em gel; ➢ Os materiais porosos tem como vantagem uma elevada área superficial interna disponível para a imobilização de enzimas; Diâmetro dos poros devem ser suficientemente grandes para acomodar a enzima e permitir o acesso do substrato; ➢ Suporte não poroso - Acomodação das moléculas de enzima apenas na sua superfície externa, o que facilita a interação. No entanto, a pequena área superficial exibida por esses suportes é sua mais notória desvantagem. - Ex:Vidro,sílica e aço Tipos de suportes 37 ➢ Os materiais orgânicos, em especial os polímeros, podem ser naturais ou sintéticos; ➢ Os polímeros sintéticos: - Várias formas e estruturas; - Origina um suporte de acordo com as características desejadas. ➢ Polímeros naturais: - Baixo custo; - Não causa danos ao meio ambiente. Tipos de suportes 38 Eficiência da Imobilização A eficiência de imobilização(η): η=AEi/AEs Em que: - AEi = atividade da enzima imobilizada; - AEs =atividade da enzima em solução; - η=eficiência de imobilização, geralmente é menor que 1. 39 Aplicação de Enzimas Imobilizadas 40 Vidro Silica Fibra de casca de coco Tipos de suportes 41 Exemplo: Hidrólise da lactose por β-galactosidase imobilizada em resina de troca iônica (Duolite A-568). Foram realizados diversos experimento para a otimização deste processo Enzima β-galactosidase de Aspergillus oryzae Fonte: Dissertação de Mestrado de Carla Zanella Guidini 42 Comparação da Estabilidade da Enzima Imobilizada com e sem ligação cruzada Sem ligação cruzada Com ligação cruzada ou 43 Comparação da Estabilidade da Enzima Imobilizada com e sem ligação cruzada Sem ligação cruzada Com ligação cruzada 44 Comparação da Estabilidade da Enzima Imobilizada com e sem ligação cruzada 45 S S v + = 07,12 .71,0 Definição dos parâmetro Km Vmáx para a enzima imobilizada Fonte: Dissertação de Mestrado de Carla Zanella Guidini 46 Estudo da inibição para a enzima imobilizada max ( ) ( ) 1 ( ) P m I v S r v I K S K = = + + Fonte: Dissertação de Mestrado de Carla Zanella Guidini Modelos de inibição Vm Ki α β e (V-Vmodelo) 2 R2 I = Galactose (UI) (g/L) Competitiva 0,77 4,94 - - 0,0436 98% Não Competitiva 0,76 20,66 - - 0,1229 93% Acompetitiva 0,73 17,09 - - 0,1882 89% Mista Linear 1 - 7318316 23421 - 0,3911 76% Parcialmente Não Competitiva 1 1848874 - - 43066 0,1446 92% 47 Estabilidade da enzima Invertase Livre e Imobilizada em Duolite A-568 em Relação ao pH Fonte: Dissertação de Mestrado de Líbia Diniz Santos Marquez Enzima Imobilizada Enzima Livre 48 Estudo da inibição para a enzima invertase imobilizada em Duolite A-568 (resina de troca iônica) Fonte: Dissertação de Mestrado de Líbia Diniz Santos Marquez Inibição pelo substrato 49 REATORES ENZIMÁTICOS ➢A princípio, era disponível apenas de enzima na forma livre e solúvel, o único tipo de reator utilizável era o de batelada; ➢Contudo, como advento das enzimas imobilizadas, surgiu a possibilidade de se utilizar outros tipos de reatores. Batelada Em processos onde, terminada a reação, a enzima imobilizada pode ser separada da mistura final com relativa facilidade Exemplo: filtração e decantação. 50 Contínuo ➢Entrada e saída contínua de fluido. ➢Eventualmente uma certa quantidade de enzima pode ser arrastada no efluente, devendo-se, por isso, acoplar na saída um sistema que permita recuperá-la. Exemplo: filtração, decantação. Leito Fixo A enzima imobilizada é empacotada, permanecendo estacionária, enquanto a solução de substrato é bombeada através dela. 51 Leito Fluidizado ➢A enzima imobilizada nesse caso encontra-se em suspensão no interior do reator, sendo a solução de substrato bombeada através dela. ➢A velocidade de fluxo da solução de substrato é tal, que impede a deposição das partículas no fundo do reator, e é fraca o suficiente para evitar que as mesmas sejam arrastadas no efluente. Obrigado! 52 Enzimas Imobilizadas Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Efeitos da Imobilização sobre as enzimas Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Obrigado!
Compartilhar