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Aluno: Bruna Carvalho da Cunha // Matrícula: 20191302632 Curso: Letras- Literatura // Disciplina: História da Língua Portuguesa no Brasil O Brasil, país extremamente miscigenado e que sofreu influência de vários países e processos de colonização ao longo de sua existência, vive há tempos um embate na área da linguística, outro campo bastante rico culturalmente. De um lado linguistas que acreditam que seja necessária a independência do português do brasil. Por outro lado linguísticas e profissionais da área que argumentam ser desnecessário a autonomia desejada. Se torna, então, importante a observação dos argumentos das duas correntes citadas. Em 1532 com o início da colonização portuguesa, inicia-se a inserção da língua portuguesa no brasil, que até então era escrita e falada em Portugal. Ao longo do tempo a língua passa a dividir espaço com línguas de outros povos, como a indígena que aqui já se encontrava, o holandês e as línguas gerais (tupi), falada pela maior parte da população, inclusive pelos portugueses e seus descendentes. Enquanto isso a língua portuguesa originária de Portugal era usada em documentos oficiais e praticada por aqueles que estavam ligados à administração da colônia. O desejo de declarar a independência linguística do Brasil surgiu logo após a independência, mas, precisamente em 1822, quando intelectuais começaram a divulgar a ideia, e lá atrás já havia a pergunta, deveria chamar a língua de português ou brasileiro? Estudiosos contrários essa “corrente” argumentam o não incentivo exagerado a linguagem cotidiana, e que há uma grande confusão em relação ao que é “falar errado” e a teoria sociolinguística que reconhece o linguajar popular. Esse pensamento diz que na língua culta está presente muito mais qualidades e valores comparado a linguagem popular, esta considerada “pobre” em vocabulário e estrutura gramatical. Argumentam que a língua culta é instrumento de ascensão social, e que ao privar os indivíduos do contato com a mesma, estão sendo impedidos de ascender socialmente, pois somente essa estrutura os permite evoluir. Além disso, ao serem questionados em relação a independência a língua portuguesa falada em Portugal, dizem não evidenciar diferenças significativas que justifiquem essa questão. Entretanto, existem linguistas favoráveis e que acreditam plenamente na autonomia da língua, visto que, segundo eles, já existe outro sistema linguístico totalmente diferente do português lusitano no brasil. Mesmo as variedades consideradas de “prestígio” já se mostram muito diferentes da norma padrão da língua. Em relação as variedades linguísticas existentes no brasil, defendem suas importâncias na construção da identidade cultural e linguística do país. Ambos os movimentos evidenciam questões importantes a serem consideradas. É sim necessário que as variedades que aqui existem sejam valorizadas e entendidas, pois nada mais são do que a forma de comunicação dos indivíduos no dia-a-dia, a mais usada e que é amplamente ignorada, marginalizada e classificada como “errada”, “inferior”, e “prejudicial”. É entendível o pensamento de que a norma padrão é a única capaz de ajudar na ascenção social, já que desde cedo é exaustivamente ensinada e colocada em um lugar de prestígio pela sociedade. Afinal, como um indivíduo poderá ser inserido num movimento letrado nos dias atuais se não obtendo o domínio da norma que esse mesmo grupo intelectual/social tanto preza? Em relação a criação da língua brasileira, já foi reconhecido há tempos a necessidade de que sejam criados instrumentos descritivos e até mesmo normativos, que apresentem, da maneira mais honesta possível, a língua que realmente importa, que é a falada no cotidiano, (Bagno,2015). Em contrapartida, não se pode esquecer a importância do ensino da norma padrão, é extremamente necessário que no início de sua vida o indivíduo tenha contato com a estrutura da em sua forma mais tradicional, para que, assim, tenha em suas mãos as ferramentas para o desenvolvimento da comunicação, e ao passo que seja incluído outras variedades ao longo da vida, ele tenha capacidade de comunicação em diversas situações comunicacionais. Questões que envolvem a língua causam grande impacto na sociedade, e a polarização é inevitável. Antes de mais nada é preciso que o preconceito em geral seja diminuído para que o linguístico possa ser revisto. Se faz necessário a mudança na estrutura da sociedade para que discussões como essas não causem prejuízo para a comunicação, e que o debate seja o mais sadio possível. As comunicações do dia-a-dia necessitam ser levadas em consideração para que assim a língua não seja estagnada, afinal, ao contrário do que muitos pensam, ela permite sim mudanças. Referências bibliográficas: CASTILHO,A. T. Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014 p. 92-96 CASTILHO,A. T. Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014 p. 171- 182 BAGNO, Marcos. Português ou brasileiro?. Blog da parábola Editorial. P - https://parabolablog.com.br/index.php/ar/blogs/portugues-ou-brasileiro-portugues-brasileiro acesso em: 15/03/2021 Cienc.Cult. volt.57 no. 2 São Paulo Apr/June 2005. http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252005000200015 Acesso em: 15/03/2021 https://www.jornalopcao.com.br/entrevistas/o-portugues-brasileiro-precisa-ser-reconhecido- como-uma-nova-lingua-e-isso-e-uma-decisao-politica-37991/ acesso em: 15/03/2021 http://direitopraquemfazdireito.blogspot.com/2012/02/conteudo-livre-entrevista-evanildo.html acesso em: 15/03/2021 https://parabolablog.com.br/index.php/ar/blogs/portugues-ou-brasileiro-portugues-brasileiro http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252005000200015 https://www.jornalopcao.com.br/entrevistas/o-portugues-brasileiro-precisa-ser-reconhecido-como-uma-nova-lingua-e-isso-e-uma-decisao-politica-37991/ https://www.jornalopcao.com.br/entrevistas/o-portugues-brasileiro-precisa-ser-reconhecido-como-uma-nova-lingua-e-isso-e-uma-decisao-politica-37991/ http://direitopraquemfazdireito.blogspot.com/2012/02/conteudo-livre-entrevista-evanildo.html
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