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Processos Grupais
Ciclo de Aprendizagem
BOOG, G. Manual de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007, Vol. 2. Cap 20.
Métodos vivenciais em T&D – Paula Falcão (236-245)
Dinâmica de grupo
● Estudo da interação entre as
pessoas e de como o movimento de
um dos membros de um grupo
interfere no movimento dos outros.
Dinâmica não é a atividade em si,
mas o que se observa e se aprende
a partir da atividade.
Jogo
● Toda e qualquer interação entre dois
ou mais sujeitos dentro de um
conjunto definido de regras.
Qualquer atividade humana pode
ser um jogo. EX: reunião de família,
jogo de futebol, treinamento,
paquera, etc.
Vivência
● Processo de viver; experiência
prática, conhecimento adquirido
no processo de viver uma
situação.
Fela Moscovici
⇢ Vivência como
● Um processo de ensino -
aprendizagem denominado
"educação de laboratório". Conjunto
metodológico que objetiva o alcance
de mudanças pessoais a partir de
aprendizagens baseadas em
experiências diretas ou vivências.
⇢ A vivência engloba
● O jogo como atividade que está
sendo vivenciada. A dinâmica de
grupo como o que se pode observar
e o aprendizado decorrido a partir
do jogo
Ciclo de aprendizagem vivencial (CAV) - garantir a conexão entre o jogo e a vida real, além
de ajudar o sujeito a elaborar um plano de ação para o seu dia-a-dia.
Estrutura do Ciclo de Aprendizagem Vivencial
Vivência
● Jogo ou atividade propriamente dito.
Relato
● Há o compartilhamento das reações,
sentimentos e emoções;
● Ao final da atividade é comum as
pessoas começarem a falar sobre o
assunto.
Processamento
● Descrição do que aconteceu durante
o jogo, análise do que ocorreu
durante a dinâmica. EX: avaliação
dos padrões de desempenho e o
nível de interação;
● O processamento e o relato
acontecem de forma mesclada;
● É importante que o coordenador da
atividade faça perguntas às
pessoas, fazendo conexão entre
comportamentos e sentimentos.
Generalização
● O grupo deve relacionar o que viveu
na atividade, com o seu dia-a-dia.
Aplicação
● Aplicar o que foi vivenciado e
discutido nas próximas atividades;
● Discussão dos comportamentos a
serem mudados e de elaboração de
um plano de ação;
● Fazer ação em grupo para que as
pessoas se comprometam com as
mudanças a serem implantadas.
Tipos de Aprendizagem
⇢ Aprendizagem Significativa
● Segundo Davis Ausubel o
aprendizado só é significativo
quando lembramos para a vida toda;
● A aprendizagem significativa
acontece em degraus, por meios de
conceitos ancorados uns sobre os
outros. O conceito que serve de
âncora para o próximo é chamado
subsunçor.
⇢ Aprendizagem Não Significativa:
1. Aprendizagem mecânica: coisa
que se aprende e logo esquece.
Não se ancora em algo relevante.
EX: os elementos químicos que não
são relevantes para boa parte das
pessoas.
2. Aprendizagem Significativa: ao
final de cada etapa de aprendizado
cabe ao focalizador fazer uma
reconciliação integradora – relação
entre o que foi aprendido e sua
aplicação prática
Economia de experiência
● Segundo esta teoria, se a experiência foi inesquecível, o aprendizado também
será. Quatro elementos necessários para tornar uma experiência inesquecível:
Entretenimento Estar passivamente absorvido pelos sentidos. EX: Como assistir televisão.
Educação Estar ativamente absorvido na atividade aprendendo. Experiência inesquecível deve proporcionar
algum aprendizado.
Estética A experiência deve acontecer em um ambiente que cause alto impacto nos participantes. Na
estética o ambiente envolve e deixa o participante maravilhado.
Evasão Quando nos envolvemos tanto que perdemos a noção do tempo. Atividade lúdica, em geral, tem
esse poder.
Sincronicidade
● Nome que Jung deu ao fato de que, quando o observador está aberto, observa uma
série de coincidências significativas que acontecem a todo momento. Durante uma
atividade vivencial a sincronicidade está presente o tempo todo.
Técnicas em Abordagem Vivencial
MINICUCCI, A. Técnicas do trabalho de grupo. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.(Capítulo 5)
⇢ Percepção e Comunicação
● Têm como objetivo avaliar como as pessoas se comunicam em grupo, investiga-se a
forma como as nossas necessidades pessoais contribuem para determinar o que vemos
e ouvimos, seletivamente. A identificação dos problemas de comunicação são
importantes para um desempenho eficaz do grupo.
⇢ Participação em grupo – sentimento de grupalidade
● Se uma pessoa se sente pertencente ao grupo - atraída pela grupalidade – mais
facilmente aceitará as responsabilidades do grupo, além de que será capaz de
participar mais ativamente das discussões e com mais segurança aceitará as
responsabilidades;
● Se o grupo é mais atraente o indivíduo está mais aberto à influência interpessoal e mais
perseverante em trabalhar em objetivos prolongados; torna-se mais disposto a escutar
os demais e ficará mais flexível a aceitar opiniões alheias
⇢ Normas, pressões e pautas de grupo
● O grupo estabelece normas como procedimentos de expectativas que se percebem
como as adequadas dentro de um determinado grupo;
● A infinidade de normas é ilimitada e isso às vezes impede a pessoa de compreender
bem este conceito. As normas devem ser apreendidas e algumas são interiorizadas
mais facilmente que outras.
⇢ Fatores que influenciam o processo de tomada de decisão:
● Necessidade de elaboração de metas claras, o que pode levar a conflitos e
desentendimentos, desconfiança e falta de credibilidade.
⇢ Etapas para eliminar as dificuldades em resolver problemas de grupo:
● Identificação do problema; diagnóstico do problema; formulação de alternativas; seleção
de soluções; execução da alternativa escolhida; avaliação e ajustamento.
Grupos Operativos: Oficina de Dinâmica de Grupo
AFONSO, M.L.M. Oficinas em Dinâmica de Grupo: um método de intervenção psicossocial. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2006.
⇢ Oficina
● É uma prática de intervenção psicossocial, seja em contexto pedagógico, clínico,
comunitário ou de política social, porém não deve ser comparada a um grupo de terapia;
● Oficina - dimensão ou potencialidade terapêutica – facilita o insight e a elaboração
sobre questões subjetivas, interpessoais e social;
● Oficina - dimensão ou potencialidade pedagógica – desencadeia um processo de
aprendizagem a partir da reflexão sobre a experiência;
● Trabalha também com os significados afetivos e as vivências relacionadas com o tema
a ser discutido.
⇢ Demanda
● Nem sempre aparece como um pedido explícito de realização de um grupo; e também
nem sempre é possível trabalhar com o ideal de uma demanda formulada pelo grupo,
mas é preciso, a partir de um diálogo com o grupo, construir uma proposta da Oficina.
⇢ Pré-Análise
● Levantamento de dados e aspectos importantes que poderão ser relevantes para o
trabalho na Oficina;
● Coordenador deve inteirar-se da problemática a ser discutida, refletir, coletar dados e
informações;
● A pré-análise possibilita o levantamento de “temas geradores”, que poderão ser
abordados no grupo;
● Por serem sujeitos psicossociais, os participantes da Oficina estarão vinculados a esse
contexto cotidiano.
⇢ Foco
● Em torno do foco surgirão temas geradores que ajudarão a compor o trabalho;
● Essencial que os temas geradores tenham relação com o cotidiano do grupo e que não
sejam apresentados de forma intelectualizada.
⇢ Enquadre
● Deve ser pensado em termos de facilitar a expressão livre dos participantes, a troca de
experiências, a relação com o coordenador, a privacidade dos encontros e o espaço e
tempo para levar a uma reflexão sobre o tema.
⇢ Planejamento Flexível
● O planejamento global dá a possibilidade de visão mais ampla do trabalho, mas tem
maior risco de rigidez;
● O planejamento passo - a - passo pode ser mais flexível, mas pode gerar uma visão
fragmentada.
⇢ Estrutura Básica de Encontro
● Momento inicial – aquecimento
● Momento intermediário – grupo se
envolve em atividades variadas que
facilitem a reflexão e elaboração do
tema (técnicas lúdicas, conversas,
exposição e análise de informação
sobreo tema);
● Momento de sistematização e
avaliação do trabalho – o grupo
pode visualizar melhor sua produção
como grupo de trabalho;
● Planejamento – é útil para o
coordenador, deve ser visto como
referência e não como
obrigatoriedade.
⇢ Condução da Oficina
● Papel do coordenador – papel ativo, mas não intrusivo, pode propor, mas não impor
uma condução; papel de acolhimento e incentivo ao grupo;
● Estará atento para as manifestações de angústia no grupo (excessiva dispersão ou
coesão, disputa pela liderança, escolha de bode-expiatório, dificuldade de comunicação
e expressão, “bagunça” – facilitar a compreensão e possibilidade de controle);
● Sugere significados para ações e interações; pode fazer perguntas, sugerir atividades;
fazer interpretações, pode oferecer material informativo, respeitando a demanda do
grupo;
● Coordenador está atento aos fenômenos transferenciais e contratransferenciais, mas
deve tratar deles apenas na relação com o foco ou tarefa do grupo.
⇢ Fases do Processo Grupal
⤹ Formação de sentimento de identidade do grupo
● Grupo deve aceitar o desafio de deixar de ser um agrupamento para construir a sua
rede de significações e definir melhor seus objetivos;
● As diferenças aparecem e são mal suportadas e o grupo pode tentar excluir ou
discriminar quem for diferente, criando o “bode expiatório”;
● Nessa fase ocorre movimentos de identificação no interior do grupo – os membros
procuram pares, pois os laços de intimidade ainda são precários. O coordenador indica
ao grupo que é possível construir laços e caminhar para um trabalho conjunto.
⤹ Surgimento de diferenças e construção de condições de produtividade do grupo
● Coordenador começa a sublinhar as diferenças, enfatizando o que trazem de produtivo
para o grupo (as experiências e reflexões de cada um servem à experiência e reflexão
dos outros);
● O aparecimento da diferença também provoca defesas e angústias – o coordenador
procura explicitar essas dificuldades, escolhendo a forma e o momento de intervenção;
● Quando o grupo enfrenta o desafio de suas diferenças, também está envolvido com o
ECRO GRUPAL - é indicativo que a aprendizagem num grupo se estrutura como um
processo contínuo e com oscilações.
⤹ Fim do Grupo
● Necessário se trabalhar com esse fim para que a Oficina possa ser sentida como
positiva pelo grupo, como algo que os participantes possam levar para outras situações
do cotidiano;
● O final de um grupo pode estar associado com sentimentos de satisfação ou
insatisfação com a produtividade em torno da tarefa, ou ainda, sentimentos de
ansiedade, melancolia e dificuldade de perceber os desdobramentos da Oficina;
● Trabalho do grupo será avaliado em relação ao processo grupal.

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