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Página 1 de 20 RESUMO PROVA DE PATOLOGIA MÉDICA II - 06/04/2022 Thaís Viana de Ávila Oliveira - FCMMG ÍNDICE 1. DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO SISTEMA GENITAL FEMININO 2. COLO UTERINO 3. CORPO UTERINO 4. OVÁRIOS 5. MAMAS 6. PLACENTA E GESTAÇÃO 7. PRÓSTATA 8. GLOMERULOPATIAS Doenças inflamatórias do sistema genital feminino PÓLIPO ENDOCERVICAL Hiperplasia/proliferação do estroma+mucosa, revestida por endocervice (colunar simples e mucossecretor). 40-60 anos PATOGÊNESE - Já deu tempo de ter várias inflamações no colo ao longo da vida → exposição a inflamação e citocinas → proliferação do tecido endocervical → organização em pólipo - Ciclos anovulatórios = proliferação do tecido endocervical → pólipos CLÍNICA: sangramentos (pólipos são bem irrigados) ou corrimento vaginal. MORFOLOGIA: lesões pediculadas, alongadas ou arredondadas, rósea-avermelhadas (ricas em vasos), esponjosas ou lisas no canal endocervical. ENDOMETRITES Inflamação do endométrio. PATOGÊNESE: Normalmente o endométrio é bem resistente às infecções (tem o MUCO que atua como tampão, barrando a ascensão de patógenos para o endométrio) → a presença de portas de entrada podem permitir essas inflamações → pode ascender e atingir tubas e ovários. CLÍNICA: sangramento, dor pélvica, secreção vaginal e infertilidade. ENDOMETRITE AGUDA: pós-parto, aborto (curetagem) e usuárias de DIU. MORFOLOGIA: infiltrado inflamatório (neutrófilos + plasmócitos). ENDOMETRITE CRÔNICA Seguintes às endometrites agudas OU são inflamações crônicas especificas MORFOLOGIA: presença de plasmócitos + IIMN (linfócitos) OBS: plasmócitos só estão presentes no endométrio em infecções = se tem plasmócito, tem processo patológico. DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA - DIP Inflamação do trato genital feminino superior (acima do orifício interno do colo do útero). Mais comum nas tubas uterinas → pode ser AGUDA (piogênicas) ou CRÔNICA (evolui das agudas). ESTÁGIOS I: salpingite aguda SEM peritonite (+ possível endometrite aguda) II: salpingite aguda COM peritonite III: salpingite aguda com sinais de oclusão tubaria ou abcesso tubo-ovariano. IV: clínica de ruptura de abcesso tubo-ovariano (+ GRAVE) 15-39 anos → muco cervical mais jovem é mais pérvio para passagem de MO e ainda não tem Ac contra Chlamydia. MOBIDADE GRANDE. CAUSAS: gonococos (Neisseria), Chlamydia, Strept, E. coli, anaeróbios. Tratamento laboratorial Tratamento hospitalar Página 2 de 20 VIAS: ascendente (a partir da vagina → 90% = via sexual), peritônio ou vasos linfáticos e sanguíneos. FATORES PREDISPONENTES: início precoce da atv sexual, tabagismo, alcoolismo e drogas, múltiplos parceiros, tipo de contraceptivo (ACO deixa o muco menos permeável), história prévia de IST ou de DIP, idade e imunodeficiência. CLÍNICA: assintomáticas ou dor pélvica crônica, sensibilidade de anexos, febre, secreção vaginal (corrimento purulento ou sanguinolento). MORFOLOGIA: tubas preenchidas por material amarelado e purulento + IIPMN. DIAGNÓSTICO: não há padrão ouro. PCR sérica elevada, leucocitose com desvio à esquerda, teste laboratorial cervical positivo para gonococo e clamídia, biópsia endometrial positiva, ecografia, ressonância e laparoscopia. DD: apendicite aguda, torção ou rotura de cistos ovarianos, ITU aguda, gravidez ectópica. SEQUELAS da inflamação nas TUBAS: piossalpinge ou hidrossalpinge, dor pélvica crônica (aderências), infertilidade (devido as sequelas na tuba) e gravidez ectópica. Aderências das fimbrias → oclusão tubaria → represa de pus na tuba = PIOSSALPINGE → pus é reabsorvido e substituído por líquido claro → tuba preenchida de líquido claro → dilatação da tuba + destruição e danificação do epitélio tubário = HIDROSSALPINGE Colo uterino ECTRÓPIO Eversão da junção escamocolunar (JEC). O epitélio colunar simples mucossecretor (endocervice) começa a aparecer na ectocervice (epitélio escamoso não queratinizado). Pode virar metaplasia escamosa. METAPLASIA ESCAMOSA Após a eversão, a endocervice sofre pelas condições do meio vaginal e o epitélio tenta se adaptar. CISTO DE NABOTH: glândulas dilatadas com muco retido, pois o epitélio escamoso bloqueia a saída desse conteúdo (muco). TESTE DE SCHILLER: iodo gruda só na ectocervice, deixando uma parte de iodo negativa na endocervice aparente. NEOPLASIA CERVICAL Displasia do colo uterino → alteração não fisiológica e não controlada do genótipo OBS: DISPLASIA = alteração da diferenciação celular + distúrbio do crescimento. 3º tumor mais incidente em mulheres. “IST”. Fatores de risco: HPV (dependendo do tipo), tabagismo, ISTs, imunossupressão, HSexual. Como reduzir a mortalidade: EXAME COLPOCITOLÓGICO = PAPANICOLAU = preventivo ≠ biópsia; tratamento de lesões precursoras de alto grau; programas de prevenção. HPV VÍRUS DE DNA. BAIXO GRAU: tipos 6, 11, 42 e 44. NIC I = neoplasia intraepitelial cervical de grau I Condiloma acuminado e raramente lesões de alto grau A proteína E6 (inibição da apoptose) não se liga a níveis detectáveis a p53 = baixa inibição da apoptose e da redução do reparo ao DNA. Mas a E7 está ativa. ALTO GRAU: tipos 16, 18, 31 e 33. → números mais “altos” VACINA: tipos 6, 11, 16 e 18 Página 3 de 20 Integram ao DNA Lesões de alto grau → Carcinoma invasor Aumento de E6 e de E7 = maior sinais de CA PATOGÊNESE Lesões no colo uterino → HPV entra via sexual → HPV fica na camada basal do colo → HPV latente ou início das alterações displásicas (NIC = neoplasia intraepitelial cervical): 1. Displasia 2. NIC I = BAIXO GRAU: 1ª camada epitelial = displasia leve → CONDILOMA ACUMINADO NA MACRO = efeito citopático (COILOCITOSE (halo claro em volta de núcleo atípico) + BINUCLEAÇÃO) 3. NIC II = ALTO GRAU: 2 terços do epitélio = displasia moderada 4. NIC III = ALTO GRAU / CA IN SITU (não é invasor): 3 terços do epitélio = displasia acentuada 5. NIC IV = CA microinvasor ou invasor → mais perto dos vasos = metástase OBS: a evolução das NICs é em ± 10 anos = preventivo tem tempo A proteína E2, que inibe expressão das oncoproteínas E6 e de E7, é bloqueada (transcrição interrompida ou sua sequência é deletada) = → de E6 e de E7 = RESPECTIVAMENTE: inibição da apoptose e redução do reparo do DNA de células tumorais e Estímulo à proliferação celular. Preferência de localização é na JEC (> atv celular). CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS - CCE Neoplasia epitelial invasiva → 85-90% dos casos. 40-50 anos de idade. Associado ao tipo 16 de HPV (alto grau). PAPANICOLAU ou SCHILLER (ectrópio). ORIGEM = Ectocervice → colunar simples mucossecretor vira escamoso não queratinizado (ectocervice vira endocervice) → lesões vegetantes + úlceras CCE = PÉROLAS CÓRNEAS → ninhos de células escamosas invasivas que produzem queratina Quanto mais pérolas, mais bem diferenciado é o tumor = melhor PROGNÓSTICO OBS: PPP = neoplasias Pouco diferenciadas = Pior Prognóstico EVOLUÇÃO: INVASÃO do útero e dos anexos vizinhos (bexiga, reto), METÁSTASES. ADENOCARCINOMA Neoplasia epitelial invasiva glandular Associado ao tipo 18 de HPV (alto grau) (em sua maioria). ORIGEM = Endocervice (há proliferação glandular no estroma adjacente)→ escamoso não queratinizado vira colunar simples mucossecretor (ectocervice vira endocervice) → massa esponjosa. Proliferação de glândulas revestidas por células atípicas e em estratificação no colo uterino PROGNÓSTICO → ESTADIAMENTO TNM. Pior que CCE = não epidermoides <2cm = sobrevida de 95% em 5 anos 2-3cm = sobrevida de 79% em 5 anos >4cm = sobrevida de 47% em 5 anos Corpo uterino OBS: ciclos anovulatórios = mais tempo em fase proliferativa/primeira fase = estrógeno = proliferação exagerada do endométrio = possível hiperplasia endometrial e possível neoplasia. Página 4 de 20 ENDOMETRIOSE Presença de glândulas/estroma endometriais fora da cavidade uterina = inflamação crônica. É uma lesão inflamatória não neoplásica. Sobrevivência desse tecido fora do útero depende de estrógeno → PREVALÊNCIA NA IDADE FÉRTIL. OBS: SEDES MAIS COMUNS: ovário, tuba uterina, ligamentos uterinos, peritônio, cicatriz de laparotomia (sangramento na cicatriz no período menstrual), bexiga (disuria) e reto (constipação ou obstrução). PATOGÊNESE: não definida → conjunto de fatores. Melhor hipótese = REFLUXO CELULAR TUBÁRIO: CICLO NORMAL: há refluxo tubário do endométrio que descama durante a menstruação e o sistema imune limpa todo esse tecido em mulheres sem endometriose. CICLO EM ENDOMETRIOSE: em algumas mulheres o sistema não limpa → endométrio chega na tuba ou em outros lugares pra onde refluiu → endométrio se implanta → estrógeno durante o período menstrual permite a sobrevivência desse endométrio ectópico → endométrio é capaz de exercer sua função de menstruar → menstruação = sangue = tóxico/inflamatório pro abdome → “abdome agudo” toda vez que há menstruação → dismenorréia e inflamação → inflamação crônica → fibrose → sangue é digerido por macrófagos = pigmento de hemossiderina. OBS: Homens podem ter endometriose: reposição ou terapia hormonal para CA de próstata → altas doses de estrógeno → se tiver células celômicas = vão ser responsivas ao estrogênio. DIAGNÓSTICO HISTOLÓGICO: tem que ter 2 de 3 elementos no corte: Glândulas endometriais Estroma endometrial Macrófagos com pigmento de hemossiderina FATORES DE RISCO Dismenorréia: é fator de risco e consequência ao mesmo tempo. Durante a menstruação tem: atv inflamatória + contrações uterinas mais vigorosas (também da risco > de refluxo tubário = risco > de endometriose) + sangramento dos implantes ectópicos (sangue = tóxico). Nuliparidade: predomínio de estrogênio Menarca precoce Ciclos <27 dias: maior número de ciclos/ano Fluxo de alto volume Dieta gordurosa: pode ser que aumente a gordura periférica → mais chance de conversão periférica de estrógeno História familiar: 8-11x > quando há parentes de 1º grau CLÍNICA → 4 Ds + sangramento irregular Dismenorréia, metrorragia; Dispareunia, gravidez ectópica, infertilidade: inflamação crônica → fibrose → aderências entre órgãos → imobilidade desses órgãos. MORFOLOGIA: lesões macroscópicas podem ser: ATIVAS INICIAIS: mais avermelhadas = sangramento ativo = sangue vivo ATIVAS AVANÇADAS: mais marrom/preta = sangramento mais antigo INATIVAS: mais branco = fibrose Endometriose no ovário = CISTO ACHOCOLATADO → implante vira cisto (sangue já digerido) revestido com cápsula (tecido fibroso, tecido endometrial com glândulas). ADENOMIOSE OBS: ADENO = glândula e MIO = músculo. > tempo de atuação do estrógeno = proliferação = > chance de refluxo tubário Página 5 de 20 Presença de glândulas e estroma endometriais > 2,5 mm de profundidade no miométrio. CAUSA: ainda desconhecida → mas tem relação com a endometriose. CLÍNICA: dismenorreia, metrorragia, aumento do fluxo, dor pélvica. MORFOLOGIA: glândulas no miométrio. Corpo do útero aumentado → miométrio espessado + trabeculação aumentada LEIOMIOMA MIOMA. Crescimento hiperplásico do miométrio. Tumor benigno mais comum do útero (poucas atipias e raras mitoses). ORIGEM: monoclonal → mutação de uma única célula → leiomiócitos (célula muscular lisa) Crescimento é hormônio-dependente → há aumento do nº de receptores na célula muscular lisa para estrógeno e para progesterona → na gravidez há aumento de tamanho e na menopausa há redução de tamanho. MORFOLOGIA: nódulos brancacentos ou pardacentos, circunscritos e de superfície fasciculada (não é completamente lisa). CLASSIFICAÇÃO: a localização é importante: INTRAMURAIS: mioma cercado de miométrio SUBMUCOSOS: contato direto com pelo menos uma parte do endométrio. São mais sintomáticos → pq estão em contato com o endométrio → sangramento SUBSEROSOS: 50% do volume está fora do útero. DEGENERAÇÕES: substituição dos leiomiócitos HIALINA: a mais comum. Substituição de parte dos leiomiócitos por material amorfo e acelular. RUBRA ou VERMELHA ou CARNOSA: mais comum na mulher gravida com mioma. Pode gerar dor, hipertermia e ruptura + abdome agudo. SARCOMATOSA: transformação MALIGNA → tumores que eram pequenos começam a crescer rápida e agressivamente, mais no período pós-menopausa. É rara. HIPERPLASIA ENDOMETRIAL Proliferação de glândulas e estroma endometriais. Aumento da proporção glândula/estroma (mais glândula proliferando). PATOGÊNESE Estrógeno alto (anormal) + progesterona normal → devido a maior tempo na fase proliferativa (EX: perimenopausa, SOP, tumores produtores de estrógeno, obesas, hormonioterapia) 20% dos casos = inativação de PTEN (supressor de tumor) = proliferação celular e inibição da apoptose CLÍNICA: metrorragia. MORFOLOGIA: endométrio espessado difusamente ou em diferentes graus (diferentes nivelações = aspecto polipoide) ou com cistos (glândulas proliferadas dilatam) SEM ATIPIAS: menos espessa. Ainda há estroma = glândulas + distantes. COM ATIPIAS: atipias + mitose + glândulas proliferam muito mais que o estroma → justaposição de glândulas irregulares. ADENOCARCINOMA DE ENDOMÉTRIO Tumor maligno. Proliferação do epitélio das glândulas. CLÍNICA: sangramento, corrimento e dor pélvica. TIPO I: endometrióide. Mais comum (70-80%). ESTROGÊNIO DEPENDENTE → estimulação estrogênica exagerada → fatores de risco tem a ver com predomínio da fase proliferativa POSSIBILIDADE DE EVOLUIR PARA ADENOCARCINOMA ENDOMETRIAL: 1-3% 40% Página 6 de 20 Mutação do PTEN (a + comum). Bem diferenciado → prognóstico melhor. OBS: Tamoxifeno → quimioterápico para certos CA de mama. Na mama ele é antiestrogênico e no endométrio ele é pró-estrogênico!!! GRADUAÇÃO arquitetural: GI: bem diferenciado → mais glândulas GII: moderadamente diferenciado → glândulas/áreas sólidas GIII: Pouco diferenciado → mais áreas sólidas OBS: áreas solidas ainda correspondem ao epitélio glandular, o que muda é o arranjo. TIPO II: seroso. NÃO depende de estrogênio. Mutação de p53 Pouco diferenciado = Prognóstico Pior Ocorre em mulheres 10 anos + velhas que as do tipo I PROGNÓSTICO: estadiamento (infiltração e metástases) + tipo histológico + diferenciação Ovários Patologias não neoplásicas CISTOS FOLICULARES Formados a partir de folículos que não foram recrutados e que deveriam sofrer atresia, mas que permaneceram na superfície de corte ovariano. MORFOLOGIA: semelhante à de um folículo normal → células da granulosa e da teca. CISTO LÚTEO Restante do folículo com sangue represado → pq fechou muito rápido após sua rotura para liberar o óvulo durante a ovulação. DD: cisto endometrióico. SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS OVÁRIOS ESCLEROCÍSTICOS + OLIGOMENORREIA E CICLOS ANOVULATÓRIOS + SINAIS DE ANDROGENISMO = CRITÉRIOS DE ROTHERDAM (precisa de pelo menos 2). Cistos = folículos → OVÁRIOS ESCLEROCÍSTICOS = tem que ter ≥12 folículos entre 2-9 mm (pequenos → não maturam) + ovário >10cm3 (grande). Androgenismo → clínico (hirsutismo, acne, alopecia) ou laboratorial PATOGÊNESE: várias explicações: secreção androgênica pelo ovário = mais difícil pros folículos crescerem = não tem folículos dominante + atrésicos = folículos permanecem todos iguais e pequenos = aspecto policístico = não há corpo lúteo = ESCLEROSE Hiperandrogenismo Excesso de andrógeno no tec adiposo periférico = conversão de Andrógeno para ESTRONA (forma de estrógeno). - Progesterona permanece normal = relação Estrógeno/Progesterona = FASE PROLIFERATIVA DO ENDOMÉTRIO = possível hiperplasia ou CA. - Estrona reduz a produção de FSH = folículos não são recrutados = anovulação + infertilidade. Atipias Página 7de 20 - Estrona aumenta a produção LINEAR de LH (não há pico) = produção ovariana de andrógeno. CLÍNICA Oligo/amenorréia Hirsutismo Acne Alopécia Infertilidade anovulatória Aborto recorrente - Elevação dos androgênios Elevação basal de LH Elevação de estrogênios Elevação de Prolactina - Obesidade Dislipidemia Alto risco de intolerância a glicose Risco aumentado para DM2 RESISTÊNCIA PERIFÉRICA A INSULINA → da produção de insulina → HIPERINSULINEMIA → de andrógeno, atividade de LH, síntese hepática de SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais → forma ativa/livre dos hormônios), acantose nigricans (estímulo das células produtoras de melanina). Patologias neoplásicas FATORES DE RISCO Genética → BRCA 1, BRCA 2, Síndrome de Lynch nos ovários, nas mamas e no cólon. Nuliparidade Não-uso de ACO História Familiar Disgenesia gonadal DIAGNÓSTICO 1ª abordagem = Clínica + USS + Doppler + Marcadores tumorais CLASSIFICAÇÃO Origem histogenética - EPITÉLIO DE SUPERFÍCIE: seroso, mucinoso, endometrióide; - CORDÕES SEXUAIS / ESTROMA: de células da granulosa e tecoma; - CÉLULAS GERMINATIVAS: teratoma; - METÁSTASES. Comportamento biológico - BENIGNO - BORDERLINE: comportamento instável. Se evoluem pra maligno, é pro tipo I só - MALIGNO TIPO I: baixo grau (B de Bonzinho) → KRAS e BRAF TIPO II: alto grau → p53 Aspecto funcional - FUNCIONANTES: produtor de hormônio - NÃO FUNCIONANTES: não tem relação com hormônio MORFOLOGIA: podem ser CÍSTICOS, MISTOS ou SÓLIDOS. OBS: MACRO/APARÊNCIA → aparência cística indica possível benignidade e aparência sólida indica possível malignidade OBS: EPITÉLIO CELÔMICO = epitélio simples cúbico em sua maior extensão e pavimentoso em certas áreas. Reveste o ovário. OBS: BILATERALIDADE nos ovários é mais indicativa de malignidade! ovulação = ruptura do ovário → fechada por proliferação = risco Página 8 de 20 OBS: MARCADOR ca 125 → pode estar aumentado em todos os de tumores de superfície do ovário, mas + nos TU SEROSOS! Não é específico de tumor ovariano. TUMORES SEROSOS TU DE EPITÉLIO DE SUPERFÍCIE, NÃO FUNCIONANTES Epitélio celômico vira colunar ciliado (tubário), que produz material seroso (+ líquido). Maioria dos tumores primários do ovário. Maioria BENIGNA → Císticos ou mistos; 20-60% Bilateral. OBS: critérios de MALIGNIDADE: - INVASÃO do estroma → determinante de metástase = malignidade. - PAPILAS COMPLEXAS = papilas ramificadas + várias camadas de células epiteliais (com atipias) → determinante de malignidade, porém depende da invasão do estroma MARCADOR: ca 125 (não é específico). MORFOLOGIA - CISTOADENOMA SEROSO MACRO: paredes finas, cístico, multilobulado e com líquido amarelo clarinho MICRO: cística revestida por única camada de células epiteliais (+ rosinhas) ciliadas e sem atipias - CISTOADENOCARCINOMA SEROSO MACRO: aparência cística, mas cheia de projeções sólidas → essa macro indica que é pelo menos borderline ou é maligna. MICRO: papilas complexas + várias camadas epiteliais com atipias - TUMOR SEROSO BORDERLINE MICRO: papilas complexas e sem invasão do estroma. TUMORES MUCINOSOS TU DE EPITÉLIO DE SUPERFÍCIE, NÃO FUNCIONANTES Epitélio celômico vira colunar simples e mucossecretor (+ gelatinoso). Maioria BENIGNA → císticos; 10-15% Bilateral. OBS: PROGNÓSTICO Seroso X Mucinoso → Melhor = Mucinoso MORFOLOGIA - CISTOADENOMA MUCINOSO MACRO: lesão grande, pesada, com líquido MICRO: única camada de células epiteliais mais transparentes (muco), sem papilas complexas e sem invasão do estroma. - CISTOADENOCARCINOMA MUCINOSO - TUMOR MUCINOSO BORDERLINE MACRO: superfície brilhante + áreas sólidas MICRO: várias camadas de células epiteliais com ou sem citoplasma vacuolado (atipias) revestindo papilas complexas, mas sem invasão do estroma PSEUDOMIXOMA PERITONEAL: tipo de ascite gelatinosa. TU mucinoso ovariano se rompe → gelatina na cavidade peritoneal. Não é específico para TU ovarianos. TUMORES ENDOMETRIÓIDES TU DE EPITÉLIO DE SUPERFÍCIE, NÃO FUNCIONANTES Epitélio celômico vira epitélio com glândulas tubulares semelhantes às do endométrio. Mais frequentes em mulheres com endometriose do que nas que não tem → mas é na MINORIA das que tem endometriose. Página 9 de 20 Maioria MALÍGNA → 20% dos CA de ovário. TUMOR DE CÉLULAS DA GRANULOSA TU ESTROMAL / DE CORDÕES SEXUAIS, FUNCIONAIS (estrógeno) CLÍNICA: efeitos feminilizantes ADULTAS: espessamento endometrial MENINAS: puberdade precoce Marcador: α-inibina Maioria BENIGNA OBS: critérios de MALIGNIDADE → pleomorfismo nuclear, mitoses atípicas, necrose, recorrência pélvico-abdominal e metástases MORFOLOGIA MACRO: possível → pesado, sólido e amarelado. MICRO: células da granulosa com núcleos em GRÃOS DE CAFÉ, formando arranjos foliculares = corpúsculos de Call-Exner (lembram folículos ovarianos). TECOMA TU ESTROMAL / DE CORDÕES SEXUAIS, FUNCIONAIS (estrógeno) Tumor células da teca. Marcador: α-inibina MORFOLOGIA MACRO: sólido, firme, encapsulado, amarelado com áreas brancacentas. MICRO: células alongadas em feixes com gotículas lipídicas (teca produz estrógeno, que é lipídico). TERATOMA TU DE CÉLULAS GERMINATIVAS, FUNCIONAIS (EX: tec tireoidiano → estruma ovarie) ou NÃO FUNCIONAIS Pode conter células dos 3 folhetos embrionários. Mais frequente em CRIANÇAS → quanto menor, maior a chance de malignidade. OBS: critério de MALIGNIDADE → grau de diferenciação tecidual histológico : madura = benigna → imatura = maligna (células gastam + energia proliferando/invadindo do que diferenciando) Marcador = α-fetoproteína MORFOLOGIA: pelo, sebo, dentes... É a microscopia que determina o grau de diferenciação. TUMORES METASTÁTICOS OVARIANOS Grupo mais importante é o do tubo digestivo (Krukenberg): principalmente COLO e ESTÔMAGO. TUMOR DE KRUKENBERG Origem = tubo digestivo MACRO: bilateral e com áreas brancas (metástase) MICRO: células em ANEL DE SINETE (vem das glândulas mucosas e produzem muco como as células normais). Mamas OBS: CLÍNICA: dor (mastite), massas palpáveis e descarga mamilar (fazer citologia). OBS: EXAMES DE IMAGEM Página 10 de 20 - Mamografia: para pacientes não jovens e com mamas pouco densas. - USS: para pacientes muito jovens e com mamas muito densas. - RNM: pouco acessível → boa para ruptura de próteses e avaliação de CA mamários ocultos. OBS: BIÓPSIA: diagnóstico. Análise de células → tecido - PAAF: punção aspirativa por agulha fina → retira grupo de células → vão pro exame citológico. - CORE BIOPSY: agulha grossa que tira tecido filiforme → vai pro exame de imuno-histoquímica. Se for negativa, mas a clínica e a mamografia forem indicativas, pode ser um falso negativo! Imuno-histoquímica: painel de Ac que define o perfil molecular tumoral → mutações genéticas e proteínas expressas → bom pra definir terapêutica. Ac para: RE (receptor de estrógeno), RP (receptor de progesterona) e HER-2 (receptor do fator de crescimento epidérmico humano → proto-oncogene). - Ki67 = marcador de imuno-histoquímica → Ki67 baixo = muito RE = Luminal A; Ki67 alto = pouco RE = Luminal B (prognostico pior que o A) - MAMOTOMIA: biópsia a vácuo → agulho e fragmentos são mais grossos. Pouco difundido. - BIÓPSIA CIRÚRGICA EXCISIONAL: retira toda a lesão. OBS: tumores TRIPLO NEGATIVOS → tumores BASAIS → relacionados a BRCA1 e BRCA2. OBS: BI-RADS: gradua de 1-5 a MAMOGRAFIA de rastreio e indica conduta para o diagnóstico (não indica qual tratamento): - 1 e 2: sem lesões ou lesões benignas. - 3: provavelmente é benigno → 2% ou menos de chance de ter câncer. - 4: lesão anormal → 30% de chance de ser câncer → investigar o nódulo. - 5: maligna → 90% de chance de ser câncer. - 6 *: só pode estar presente quando o pacientejá tem o diagnostico confirmado pela biópsia e faz a mamografia para acompanhamento. OBS: TERAPÊUTICA → cirurgia, radioterapia, QT (adjuvante, neoadjuvante e paliativa), Tamoxifeno (para RE+ e/ou RP+ → mais efetivo que o Trastzumabe) e Trastzumabe (para HER2+). OBS: FATORES PROGNÓSTICOS E PREDITIVOS - METÁSTASES LINFONODAIS; - Tamanho do tumor; - Subtipo histológico (ductal é pior que lobular); - Grau histológico (Pouco diferenciado = Pior Prognóstico) - Índice de Nottingham; - Receptores hormonais (imuno- histoquímica); - HER2/neu (imuno-histoquímica); - Índice proliferativo; - Invasão linfática e sanguínea; - Angiogênese e linfangiogênese. Lesões epiteliais benignas não neoplásicas e não proliferativas ALTERAÇÕES FIBROCÍSTICAS Desequilíbrio na resposta ao estímulo hormonal → áreas que respondem diferentemente aos estímulos → formação de cistos (metaplasia apócrina) → fibrose. 30-45 anos. MORFOLOGIA: massa PALPÁVEL. PALPAÇÃO: mamas nodulosas e irregulares IMAGEM: mama densa e com cistos (pode causar descarga papilar) Página 11 de 20 NÃO HÁ RISCO DE EVOLUÇÃO MALÍGNA → mas pode ter ADENOSE (proliferação benigna dos ductos → SIMPLES ou ESCLEROSANTE) ou involução de ducto. Lesões benignas não neoplásicas HIPERPLASIAS EPITELIAIS 2 ou + camadas de células epiteliais (em contato com o lúmen do ducto). MORFOLOGIA: microcalcificações nas áreas de hiperplasia. HÁ RISCO DE EVOLUÇÃO MALÍGNA. Lesões benignas neoplásicas FIBROADENOMAS Tumor benigno proliferativo do tecido fibroadiposo mamário (ductos e tec fibroso). 20-35 anos. RELAÇÃO HORMONAL → na gravidez aumenta e na menopausa regride (progesterona?). MORFOLOGIA: lesão sólida, nodular, delimitada por cápsula fibrosa, com ductos alongados irregulares e comprimidos pelo tec fibroso, e fibrose. RISCO PEQUENO DE EVOLUÇÃO MALÍGNA → mais quando os cistos são > 3mm. TUMOR PHYLLODES Lesão benigna proliferativa do tecido fibroadiposo → PORÉM, pode ser: BENIGNO (maioria), LOCALMENTE AGRESSIVO ou MALIGNO → se houver suspeita que é Phyllodes, tem que retirar pra prevenir recidiva. 50 anos. ≠ DO PHYLLODES MALÍGNO PRO FIBROADENOMA: lesões maiores, margens não delimitadas e irregulares, atipias no estroma fibroso, necrose e mitoses. Cresce rápido e em grande extensão. MORFOLOGIA: lesão sólida, com fendas, com estroma mais celular (rico em fibroblasto). TEM MENOS EPITÉLIO QUE O FIBROADENOMA. Carcinoma de mama in situ IN SITU = Não ultrapassou/infiltrou a membrana basal ainda = não tem capacidade metastática → diagnóstico é bom pq ainda tem tempo pra curar. DUCTAL IN SITU - CDIS Intraductal → proliferação epitelial (inúmeras camadas de células luminais/epiteliais) contida pela membrana basal dos ductos (fica apenas no interior do ducto). Lesões NÃO palpáveis. Página 12 de 20 MAMOGRAFIA: detecta a maioria desses CAs → microcalcificações agrupadas (não é patognomônica → pode ser benigna). GRADUAÇÃO: de acordo com: atipias e necrose no interior do ducto. - BAIXO GRAU: sem necrose e poucas atipias → probabilidade baixa de virar invasor. - GRAU INTERMEDIÁRIO: necrose focal (poucas) e poucas atipias → probabilidade intermediaria de virar invasor. - ALTO GRAU: COMEDOCARCINOMA. Necrose extensa e atipias acentuadas → probabilidade alta de evoluir para invasor. LOBULAR IN SITU - CLIS Lesão NÃO palpável, NÃO identificável pela mamografia e nem pela HISTOPATOLOGIA → achado microscópico é acidental. MORFOLOGIA: proliferação tubular atípica, com células epiteliais pequenas no interior dos ácinos. TRATAMENTO Biópsia excisional + acompanhamento Sugestão de mastectomia profilática bilateral OBS: FATORES DE RISCO PARA CA DE MAMA - >50 anos de idade; - HF: parentes de 1º grau e pré-menopausa → hereditariedade de BRCA1 e BRCA2; - HPP: CA de ovário ou de endométrio; - Exposição à radiação ionizante; - Reposição hormonal; - Etilismo; - Obesidade pós-menopausa; - Hiperplasia atípica; - Estimulação estrogênica prolongada. Carcinoma de mama invasor Proliferação ultrapassa a membrana basal → pode espalhar (metástase) DUCTAL INVASIVO 50-75% dos CA invasores. MAIS FREQUENTE, MAIS AGRESSIVO e com SOBREVIDA MENOR (60% em 5 anos). Proliferação tubular, revestida por epitélio atípico, e infiltrativa → formação de muitos DUCTOS infiltrando o estroma. MAMOGRAFIA e MACRO: nódulo espiculado → mal delimitado. LOBULAR INVASIVO Proliferação de células pouco atípicas do lóbulos. SOBREVIDA: 80-90% em 10 anos. Bilaterais, multifocais e com alta taxa de recidiva sistêmica tardia (metástase). Perda da expressão de E-caderina (proteína de coesão celular) → NÃO FORMA DUCTOS, os lóbulos → células são pouco atípicas e ficam arranjadas em fileiras (espiral) no estroma. Carcinoma de mama inflamatório INFLAMATÓRIO É apenas uma forma CLÍNICA → pode ser decorrente de qualquer tipo histológico de CA mamário. NÃO É INFLAMAÇÃO VERDADEIRA → vasos linfáticos da pele são embolizados/bloqueados por células neoplásicas = drenagem linfática impedida. Mama em CASCA DE LARANJA → volumosa, avermelhada, irregular. Página 13 de 20 Nódulo palpável presente ou não. Metástase linfática regional e à distância. Placenta e gestação GRAVIDEZ ECTÓPICA Gravidez fora da localização normal (cavidade uterina). 98% são na tuba. FATORES DE RISCO DIP + salpingite Cirurgias prévias Endometriose Gravidez ectópica prévia CLÍNICA: rotura → sangramento extenso; EXAMES: BHCG elevado, porém mais lentamente que uma gravidez normal; Massa alterada no USS. MORFOLOGIA: identificação de pelo menos as vilosidades coriônicas da PLACENTA. ABORTAMENTO Perda do concepto antes que seja viável (500g ou 20-22 semanas). CAUSAS FETAIS: anomalias cromossômicas → trissomia do 16 = a + comum MATERNAS: mioma, infecções, síndrome do Ac fosfolípide MOLA HIDATIFORME Doença trofoblástica gestacional benigna (proliferação de vilosidades coriônicas ou de trofoblasto). Fertilização anormal → proliferação trofoblástica → desenvolvimento embrionário comprometido MOLA COMPLETA: material genético vem todo do pai (não gera nem partes do feto). - Espermatozoide 23X + óvulo vazio → 46XX. - 2 espermatozoides 23X ou Y + óvulo vazio → 46XX ou 46XY. - MORFOLOGIA Cacho de uva = vilosidades inchadas (hidrópicas e avasculares) + trofoblasto proliferado/hiperplásico (troncos vilosos). Aspecto em floco de neve → vilosidades + cisternas - Trofoblasto produz BHCG → hiperplasia do trofoblasto → BHCG altíssimo - a mola Completa pode evoluir para Coriocarcinoma. MOLA PARCIAL: com Partes do feto. - Dois espermatozoides 23X ou Y + óvulo 23X → 69XX, 69XY ou 69XYY. - MORFOLOGIA Pode haver partes do feto + placenta normal associada as vesículas das vilosidades (placenta esponjosa). MOLA INVASIVA: corioadenoma destruens. Invasão das vilosidades hidrópicas no miométrio → destruição é local, não dá metástases e tem vilosidades proliferadas (≠ do coriocarcinoma). Pode ser de molas completa (mais comum) ou incompleta. Responsiva à QT. OBS: CORIOCARCINOMA: não há proliferação de vilosidades → o que prolifera são as células trofoblásticas. 50% dos casos originam em molas completas. Necrose do trofoblasto = sangramento + BHCG elevado, mas não tanto. PLACENTA PRÉVIA Aderências → semi-obstrução Página 14 de 20 Placenta de implantação baixa depois de 28-32 semanas. OBS: a placenta normalmente fica mais baixa no início e depois vai subindo em direção ao fundo do útero, mas para no corpo. Não existe decídua nesse caso. Pode estar relacionada com acretismo placentário. TIPOS MARGINAL: próxima ao óstio do colo do útero. PARCIAL: cobrindo parte do óstio. TOTAL: cobrindo o óstio. DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA - DPP Separação de placenta+ útero antes do trabalho de parto → emergência obstétrica. FATORES DE RISCO: hipertensão ou pré-eclâmpsia, principalmente. COMPLICAÇÕES: hematoma retroplacentário (face materna) → hemorragia → dor abdominal → choque materno e hipóxia fetal. INFECÇÕES PLACENTÁRIAS ASCENDENTES Via vaginal. Bacterianas. Mais comuns que as hematogênicas (contato direto com a face fetal). CORIOAMNIONITE: infecção nas membranas (IIPMN + edema + congestão). Membranas que eram brilhantes ficam opacas, espessas e amarelo-esverdeadas. Pode gerar ruptura de membranas → parto prematuro ou aborto. FUNISITE: infecção no cordão umbilical. INFECÇÕES PLACENTÁRIAS HEMATOGÊNICAS Via artérias espiraladas (sangue materno). Virais. TORCHES → toxo, sífilis, TB... VILOSITE: vírus na face materna → nas vilosidades coriônicas → infecção. PRÉ-ECLAMPSIA Disfunção endotelial materna difusa. ESTADO DE TROMBOSE Hipertensão (baixo fluxo e alta resistência nas Aa espiraladas, por falta de adaptação pra gravidez), proteinúria, edema, hipercoagulabilidade, hipoperfusão sistêmica. Mais na 2ª metade da gestação e em primíparas. ECLÂMPSIA = hipertensão + proteinúria + convulsões. 10% dos casos têm HELLP → hemólise + elevação de enzimas hepáticas + plaquetopenia. CONSEQUÊNCIAS: edema cerebral, RN PIG (infarto da placenta), aumento da PA, lesões glomerulares, necrose hepatocelular, TRATAMENTO: parto, para tirar a placenta. ACRETISMO PLACENTÁRIO Implantação das vilosidades coriônicas no miométrio, por ausência de decídua. OBS: DECÍDUA = endométrio modificado = plano de clivagem entre placenta e útero = placenta sai fácil após o parto. CLASSIFICAÇÃO Placenta ACRETA: superficial Placenta INCRETA: profundamente no miométrio Placenta PERCRETA: toda a espessura do miométrio. Percorre todo o miométrio Sem decídua = placenta retida no útero = dificuldade de contração do útero = vasos abertos = sangramento volumoso → choque. É identificável pelo USS. Página 15 de 20 Tem relação com a placenta prévia (implantação baixa → pode ser no colo, onde não tem endométrio → acretismo) FATORES DE RISCO: cicatriz de cesárea, curetagens uterinas prévias profundas. GESTAÇÃO GEMELAR Gravidez de +1 feto. MONOCORIÔNICA ou DICORIÔNICA: relação com placenta. DIZIGÓTICA ou MONOZIGÓTICA GÊMEOS CONJUGADOS: gêmeos siameses. Divisão do ovo entre 13-15 dias após a fertilização. FATORES PRÉ-DISPONENTES: genética (principalmente dizigóticos), reprodução assistida e medicamentos indutores da ovulação. É uma gestação de alto risco → parto pré-termo, gêmeos com baixo peso, morbimortalidades materna e fetal. SÍNDROME DA TRANSFUSÃO FETO-FETAL: anastomoses vasculares entre 2 fetos de uma gestação monocoriônica → um feto recebe muito sangue e o outro pouco → prejuízo pode ser para um só ou pros 2. Próstata HIPERPLASIA NODULAR (HNP) Proliferação de glândulas e do estroma → fibroadenomatosa (semelhante ao fibroadenoma de mama, mas não é tumor). Não é maligno. OBS: volume prostático normal = 20g → volume aumentado = 60-200g. NÓDULOS = glândulas (células epiteliais + mioepiteliais). Preferência da ZONA DE TRANSIÇÃO (onde há a zona periuretal, por onde a uretra passa). PATOGÊNESE: testosterona não atua diretamente na próstata → é a DHT (diidrotestosterona) que atua na proliferação estromal. Envelhecimento → testosterona → estrógeno → [receptores de DHT] → + DHT ligados = estroma = células que revestem as glândulas = hiperplasia nodular MORFOLOGIA: próstata aumentada de volume, com proliferação do tecido periuretal (zona de transição) e uretra afinalada e tortuosa (ASPECTO EM FENDA). EVOLUÇÃO: bexiga de esforço (hipertrofia→atrofia), prostatismo, esvaziamento incompleto da bexiga, urolitíase, hidroureter (dilatação do ureter devido ao refluxo vesicoureteral), hidronefrose (dilatação da pelve e cálice renais), exclusão renal e pielonefrite. MORFOLOGIA Hipertrofia, cálculos. Glândulas com lúmen em várias projeções (irregularidade) + células basais TRATAMENTO: RTU = ressecção transuretral da próstata = raspagem da zona periruretral, por via uretral. Produto obtido = pequenos fragmentos prostáticos. ADENOCARCINOMA Mais comum na zona periférica (RA = reto) e aos 70-80 anos de idade. CLASSIFICAÇÃO CLÍNICO: sintomático → queixa + toque retal. LATENTE: o mais comum. ASSINTOMÁTICO → só dá pra detectar por histologia. Elevação de PSA. OCULTO: clínica só pelas metástases → EX: dor nas costas por metástase óssea. Andrógeno estimula o crescimento e estrógeno reduz. Página 16 de 20 TOQUE RETAL: nódulo endurecido. PSA: antígeno prostático específico. A maioria dos pacientes de adenocarcinoma tem PSA > 10. Não é específico do CA de próstata. Prostatectomia → sem próstata → PSA = 0 PSA = 0 → PSA volta pro nível controle depois de um tempo = metástase ou recidiva local. OBS: a TC e a RNM permitem estadiamento com precisão. MORFOLOGIA: proliferação de glândulas atípicas, sem células basais e com padrão infiltrativo (glândulas no estroma + formato angulado + revestindo músculos e nervos). ESTROMA NÃO PROLIFERA. GLEASON: graduação de 1-5 pro CA → quanto mais alto, menor a diferenciação e pior o diagnóstico. Tem que ter a biópsia. PADRÃO 1 = bem diferenciado PADRÃO 5 = pouco diferenciado OBS: GRAU 3-5 = PROSTATECTOMIA SCORE = soma dos mais prevalentes → 70% de 3 + 30% de 4 = 7. OBS: quando há +2 tipos e quando é biopsia → regra do MOST + WORSE → 70% de 3 + 25% de 4 + 5% de 5 = GLEASON 8 EVOLUÇÃO: metástases (ósseas principalmente) e infiltração da parede retal (tardia pq tem uma fáscia espessa entre a próstata e o reto). Glomerulopatias Síndromes renais Lesões glomerulares: se iniciam nos glomérulos. - Proliferação celular - Infiltrado inflamatório - Espessamento da parede - Esclerose (substituição de parte dos glomérulos) SÍNDROME NEFRÍTICA AGUDA Espaço de Bowman Página 17 de 20 INÍCIO SÚBITO de: Oligúria, hipertensão, hematúria, proteinúria DISCRETA e edema DISCRETO Inflamação → filtro comprometido → filtra pouco → oligúria (→ volume retido no sangue → hipertensão) + hematúria (hemácias passam do filtro) + proteinúria discreta (proteínas passam do filtro = perda da pressão oncótica → extravasamento de líquido no espaço intersticial → edema discreto em MMII e pálpebras). SÍNDROME NEFRÓTICA Proteinúria MACIÇA, HIPOALBUMINEMIA, edema GRAVE, HIPERLIPIDEMIA e LIPIDÚRIA. Inflamação → filtro comprometido → filtra pouco → oliguria (retenção de volume → hipertensão) + proteinúria ALTA = HIPOALBUMINEMIA (principal proteína do sangue → é então perdida na urina) = edema GRAVE (ANASARCA) + hiperlipidemia (feedback pela baixa [proteína] → da produção hepática de proteínas = produção de proteínas no geral, assim como a LIPOPROTEÍNA → HIPERLIPIDEMIA → lipoproteínas chegam ao rim → LIPIDÚRIA). OBS: há perda de Imunoglobulinas também (proteína), o que aumenta a predisposição às infecções bacterianas e o que diminui os níveis séricos de Ig. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA Queda súbita da função renal → oligúria ou anúria + acidose metabólica. INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA Declínio CONTÍNUO da função renal → aumento PROGRESSIVO da ureia e da creatinina → curso prolongado. Associada a hipertensão. Glomerulopatias - Lesões glomerulares básicas PRIMÁRIAS: acometimento dos glomérulos, predominantemente. SECUNDÁRIAS: causadas por doenças de base → LES, Diabetes, anemia falciforme. FOCAL: ≤ 50% dos glomérulos acometidos. DIFUSA: ≥ 50% dos glomérulos acometidos. GLOBAL: 100% da estrutura do glomérulo afetado está lesada. SEGMENTAR: apenas uma parte da estrutura do glomérulo afetado está lesada. OBS: associações comuns → difusas + globais e focal + segmentar. Mecanismos principais: depósito de imunocomplexos(Ag+Ac) ou formação de imunocomplexos in situ nos glomérulos. Deposito de imunocomplexos → ativação do sist do complemento → liberação de mediadores da inflamação → permeabilidade vascular + migração de neutrófilos → liberam proteases → lesão as estruturas glomerulares do filtro → alteração no filtro. Mecanismos secundários: lesão mediada por LT ou por ativação do complemento. Sist imune ativado = progressão da inflamação. LESÕES POSSÍVEIS - Proliferação epitelial (pela produção de citocinas) - Infiltrado inflamatório - Espessamento da parede capilar (alteração da arquitetura) - Esclerose (colágeno e/ou fibrose) Página 18 de 20 GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA - GNDA Quadro de síndrome NEFRÍTICA AGUDA → início súbito Oligúria, coloração de café ralo (hematúria), edema palpebral discreto e PA alta. Oligúria e hematúria podem remanescer mesmo após a recuperação clínica. De 5-15 anos de idade. FISIOPATOLOGIA Infecção de cepas nefritogênicas de Strepto βA nas vias aéreas superiores (IVAS) ou na pele → formação de imunocomplexos (PERÍODO DE LATÊNCIA: 15 ou 21 dias) → deposição de imunocomplexos nos glomérulos → sistema do complemento → inflamação. - PERÍODO DE LATÊNCIA DA IVAS → 7-21 dias. - PERÍODO DE LATÊNCIA DA PIODERMITE → 14-28 dias. OBS: a antibioticoterapia sistêmica precoce para infecções estreptocócicas faríngeas ou cutâneas não elimina o risco de glomerulonefrite → indicada para eliminar cepas nefritogênicas e impedir sua transmissão. A profilaxia não é necessária → o fato de já ter tido a doença não é fator de risco para um novo episódio e a doença geralmente não deixa sequelas. Inflamação nas alças glomerulares → extravasamento de hemácias. EXAME DE URINA: proteinúria, hematúria e CILÍNDROS HEMÁTICOS (hemácias extravasadas pela rutura das alças capilares glomerulares grudam em proteína pegajosa). HEMOGRAMA: aumento sérico de ASO (anti-estreptolisina O → indicativo de infecção por Strep) e diminuição do complemento (consumido na reação inflamatória do glomérulo). BIÓPSIA apenas se: não melhorar com o tratamento na 1ª semana, proteinúria acentuada e [complemento] baixa mesmo após 2 meses do início da glomerulopatia. MORFOLOGIA pela microscopia: proliferação epitelial + infiltrado inflamatório + imunocomplexos (HUMPS). PROGNÓSTICO: excelente para 5-15 anos, pior para adultos. GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA - GNRP Quadro de síndrome NEFRÍTICA AGUDA. Proteinúria é VARIÁVEL → de discreta até aguda = proteinúria a nível nefrótico. Evolução RÁPIDA → insuficiência renal CRÔNICA (IRC) = prognóstico DESFAVORÁVEL. PATOGÊNESE - Ac anti-membrana basal glomerular → Ag é INTRÍNSECO; - Formação de imunocomplexos; - PAUCI-IMUNE → pobre em imunodepósitos. FISIOPATOLOGIA Formação de CRESCENTES no espaço de Bowman (espaço que deveria estar em branco, sendo preenchido apenas pelo filtrado) → células proliferam → crescem em direção às alças capilares glomerulares → comprimem essas alças → isquemia → fibrose → perda de função renal → IRC. - CRESCENTES = proliferação de células do epitélio parietal da cápsula de Bowman + macrófagos + fibroblastos. - Acometimento é obrigatoriamente DIFUSO → +50% dos glomérulos têm crescentes. Página 19 de 20 NEFROPATIA POR IgA DOENÇA DE BERGER Pode ser: síndrome NEFRÍTICA AGUDA, síndrome NEFRÓTICA, IRC (20% dos pacientes), IRA. Pode ter HEMATÚRIA RECORRENTE + proteinúria. Hematúria recorrente = Hoje: atv física vigorosa → hematúria 3 meses depois: IVAS → hematúria 1 ano depois: ITU → hematúria Sexo masculino de 10-40 anos. FISIOPATOLOGIA Pré-disposição genética + estímulo antigênico (IVAS, infecção intestinal, atv física) → produção de IgA anômala → reconhecimento do IgA como anômala → produção de IgG contra esse IgA → formação de imunocomplexos de IgG+IgA séricos → alcançam e se DEPOSITAM NO MESÂNGIO (espaço entre as alças capilares glomerulares → sustentam os capilares e participam de mecanismos imunológicos) → complemento é ativado → inflamação → lesão do filtro. OU IgA anormal circula sozinha → IgA se liga no mesângio → IgA+Mesâgio é reconhecida como estrutura anormal → produção de Ac contra IgA+Mesângio → depósito desse Ac → formação de imunocomplexos in situ (IgA+Mesângio+Ac). OU De forma secundária → hepatopatias, doença celíaca, AR, neoplasias → nefropatia por IgA. MORFOLOGIA: doença DIFUSA (+50% dos glomérulos acometidos). Proliferação mesangial + expansão da matriz mesangial. DIAGNÓSTICO: IMUNOFLUORESCÊNCIA → busca por IgA a partir da adição de um Ac, que quando se liga à IgA, brilha com cor verde → positivo para IgA. PROGNÓSTICO: bom. GLOMERULOPATIA COM LESÕES MÍNIMAS Quadro de síndrome NEFRÓTICA em crianças (2-6 anos e do sexo masculino). Proteinúria ACENTUADA e SELETIVA → apenas de proteínas PEQUENAS (depende da região afetada → nesse caso é a membrana basal glomerular → responsável pela barreira de CARGA). MICROSCOPIA: glomérulo aparentemente normal → lesão mínima → não tem alteração na celularidade e nem alças capilares anormais. Achatamento, retração e edema dos pés dos podócitos. Página 20 de 20 Imunização previa, IVAS ou atopias → alteração na função dos LT → LT começam a produzir citocinas lesivas aos pés dos podócitos → pés dos podócitos se fundem e descolam da membrana basal (mas permanecem ali) → estrutura glomerular alterada → carga elétrica alterada → filtração alterada → perda de proteínas pequenas. PROGNÓSTICO: favorável → remissão completa espontânea ou por tratamento (corticoides). GLOMERULOESCLEROSES FOCAL E SEGMENTAR ESCLEROSE = depósito de colágeno/fibrose. FOCAL e SEGMENTAR = <50% dos glomérulos + apenas partes deles → poucos e parte. Síndrome NEFRÓTICA → proteinúria acentuada (HIPOALBUMINEMIA), edema grave, hiperlipidemia e lipidúria. - Proteinúria ACENTUADA e NÃO SELETIVA = alteração das barreiras de carga e tamanho. MORFOLOGIA: lesão dos podócitos. PATOGÊNESE: idiopática → possivelmente: danos aos podócitos, mutação gênica e fatores circulantes. PROGNÓSTICO ruim → 2-5 anos depois → esclerose vira DIFUSA e GLOBAL → IRC. OBS: mesmo depois do transplante a doença pode recidivar no rim transplantado. NEFROPATIA MEMBRANOSA Síndrome NEFRÓTICA → proteinúria grave (hipoalbuminemia), edema grave, hiperlipidemia e lipidúria. Homens de 40-60 anos. Idiopática ou SECUNDÁRIA → LES, infecções, fármacos, tumores malignos. PATOGÊNESE Formação idiopática in situ de imunocomplexos → autoAc in situ contra Ag na face subepitelial dos podócitos → formação de projeções = SPIKES = espículas. MORFOLOGIA: espessamento regular, GLOBAL e DIFUSO da parede dos capilares. DIAGNÓSTICO: impregnação por prata → colore as SPIKES. PROGNÓSTICO: variável → pode dar IRC → resposta ruim ao uso de corticoides. GLOMERULONEFRITE CRÔNICA ESCLEROSANTE DIFUSA e GLOBAL → fibrose em >50% dos glomérulos. Estágio FINAL de muitas glomerulopatias → mas depende do mecanismo imune. Principalmente GNRP e Glomeruloesclerose focal. Formação de crescentes + lesões vascular e túbulo-intersticiais (fora do glomérulo) → IRC + edema + anemia + HAS grave (possível ICC). MORFOLOGIA Fibrose = granulação externa e perda da arquitetura dos glomérulos→ Atrofia cortical = rim menor → IRC Perda da arquitetura do glomérulo → substituição por fibrose.
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