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Patologia do Sistema genital masculino e feminino 1 Patologia do Sistema genital masculino e feminino Status Patologia Assign Patologia do sistema genital masculino Próstata: próxima ao reto, envolve colo vesical e uretra, sendo dividida em lobos laterais, anterior e posterior. É permeada pela vesícula seminal, ducto ejaculatório e uretra. Formada por um conjunto de glândulas: Grupo interno: gl. mucosa e submucosas. – Grupo externo: gl. prostáticas propriamente ditas ou principais. Sendo essas, glândulas túbulo alveolares compostas, com epitélio cilíndrico simples com camada basal presente. Estroma: função de regulação da proliferação e diferenciação do epitélio glandular através da síntese de IGF, FGF, VEGF e TGF. Prostatites: Prostatite aguda: ocorre um refluxo intraprostático de urina infectada, via linfática ou hematogênica, devido manipulação cirúrgica (cateterização, cistoscopia, dilatação uretral, ressecção transuretral). Agentes: E. Coli, Klebisiella. Pode evoluir para prostatite crônica. Micro: infiltrado rico em neutrófilos com abcessos. Hiperplasia nodular prostática: há proliferação não neoplásica do estroma e das glândulas prostáticas. Comum entre 60 e 79 anos. Origem: lobos laterais e médio (grupo glandular interno e zona de transição: gl. mucosas e submucosas). Lobos posterior e anterior não são comprometidos. Causa mais comum de retenção e infecção urinária. Macro: aumento de volume da próstata, lobo médio faz protusão no assoalho da bexiga e lobos laterais causam compressão da uretra prostática (fica tortuosa e em fenda). Os nódulos são hiperplásicos de estroma e tecido glandular, tendo nódulos de diferentes tamanhos. Patologia do Sistema genital masculino e feminino 2 Micro: há proliferação do estroma, com glândulas hiperplásicas de forma e tamanhos variados, dilatadas cisticamente, com epitélio de proliferação papilífero. Pode ter infiltrado inflamatório de mononucleares (prostatite crônica) e abcesso (aguda), podendo ter áreas de necrose causada por compressão. O epitélio é formado por células cilíndricas, semi-atipia com dupla camada. Sintomas relacionados ao trato urinário inferior: aumento da frequência urinaria, noctúria, urgência miccional, jato urinário fraco, hesitação, intermitência, gotejamento urinário, esvaziamento incompleto da bexiga, micção em dois tempos. Patogênese: é multifatorial, tendo os fatores hormonais que agem na testosterona e atuam na proliferação e função do epitélio glandular da próstata. O envelhecimento leva a redução progressiva da testosterona, o estrogênio permanece constante, tendo hiperestrogenismo e indução de genes através do DHT, como os fatores de crescimento FGF e TGF-beta. Os fatores de crescimento interagem com o estroma e epitélio glandular e agem nas células estromais da região Peri uretral induzindo a proliferação intranodular de ductos e acinos, dando origem aos nódulos estromatoglandulares. Neoplasias Adenocarcinoma: neoplasia maligna constituída pela proliferação de células epiteliais dos ácinos e ductos prostáticos. É o mais comum, sendo o 3º tumor maligno masculino. Entre 70-80 anos, sendo mais frequente em brancos e negros. Envolve fatores genéticos: herança de padrão autossômico dominante. Evolução: adenocarcinoma clínico (manifestações locais); adenocarcinoma oculto (manifestações decorrem das metástases e não do crescimento local da neoplasia – NIP (neoplasia intraepitelial prostática, semi invasão) à CA histológico, invasão à CA clínico); adenocarcinoma latente (apenas histológico). Etiologia: alterações genéticas e epigenéticas mais encontradas no adenocarcinoma prostático são 1) amplificação de oncogenes, como MYC; 2) deleção de genes supressores de tumor, como RB, TP53 e PTEN; silenciamento gênico por mecanismo epigenético do gene de reparo do DNA. Para diagnostico: dosagem do PSA (antígeno específico da próstata). Neoplasia intraepitelial prostática (NIP): lesões atípicas do epitélio de revestimento de ductos e ácinos. Patologia do Sistema genital masculino e feminino 3 Micro: cél. Atípicas (núcleo volumoso, nucléolos evidentes), não há desarranjo arquitetural, cél. Basais presentes. Pode ser NIP de baixo ou alto grau. Escore de Gleason: para classificar o grau do adenocarcinoma, sendo importante para prognostico. Avalia o grau de diferenciação baseado nos padrões histológicos, são 5 padrões (1 a 5), tendo o somatório dos 2 padrões predominantes (se for 3 e 4, o tumor terá grau 7), quanto mais complexo o tumor, maior o grau. Os graus de gleason variam de 2 a 10. O tumor tende a imitar as glândulas prostáticas. 1 e 2: apenas desarranjo arquitetural; 3: infiltração do estroma; 4: fusão entre acinos; 5: tumor solido – não forma glândulas. Sistema de Gleason: o tumor de próstata pode ter regiões com grau histológico diferentes, sendo importante para prognostico, quanto mais bem diferenciado, menos grave o tumor, sendo mais lento. Disseminação/ metástase: Extensão local: uretra, colo vesical, vesículas seminais e trígono vesical; Metástases linfáticas: linfonodos obturadores, hipogástricos, pré-sacros e paraóticos; Metástases hematogênicas: ósseas ocorrem cerca de 70%, ossos da pelve, vertebras torácicas e costelas. São osteoblásticas. Exames: fosfatase acida prostática (PAP) e PSA elevados em quase todos os casos com metástase óssea. Cintilografia óssea: investigação após diagnostico de adenocarcinoma da próstata para detectar presença do tumor nos ossos. Protocolo para saber estadiamento. Estadiamento TNM: - pT: tumor primário - pT1: tumor achado histológico acidental, não palpável ao toque retal. - pT2: tumor limitado a próstata - pT3: tumor se estende além da próstata – invade vesícula seminal. - pT4: tumor fixo ou invade estruturas adjacentes que não a vesícula seminal. Testículo Órgão dividido em: epidídimo, ductos eferentes e túbulos seminíferos. Patologia do Sistema genital masculino e feminino 4 Anomalias congênitas: Criptoquirdia: distúrbio na migração normal do órgão do abdome ate a bolsa escrotal, o testículo pode ficar retido em qualquer ponto do trajeto. Etiologia é desconhecida, mas há associação com fatores mecânicos (malformações do anel inguinal), genéticos (trissomia do 13), hormonais (deficiência do hormônio liberador do LH). Em cerca de 75%, é unilateral. O testículo fora da bolsa escrotal é submetido a uma temperatura mais elevado, tendo lesões nos túbulos seminíferos e redução numérica das espermatogônias, que leva ao retardo ou ausência da espermatogênese e aumento do estroma. Com isso, há nódulos hiperplásicos de células de Sertoli e em adultos terá fibrose peritubular e hialinização completa. Risco de 10 a 40 vezes maior de desenvolver tumores testiculares. Tratamento: orquiopexia, consiste na colocação do testículo na bolsa escrotal, podendo ser feita até 12 meses de vida. A maioria dos testículos migram para bolsa escrotal no 1º ano de vida. Síndrome de feminilização testicular: tem o genótipo masculino e fenótipo feminino, tendo herança ligada ao cromossomo x. É autossômica dominante limitada ao gênero masculino. 5% dos pacientes ocorre transformação maligna nas gônadas. Clínica: tem fenótipo e hábitos femininos, com órgãos internos masculinos (testículos atróficos), com níveis de testosterona dentro ou próximo dos níveis normais. É diagnosticada após a puberdade (amenorreia). Tratamento: gonadectomia após o desenvolvimento sexual. Orquites: é viral, aparece em 20% dos pacientes com caxumba em idade puberal. É unilateral, com presença de um infiltrado inflamatório intersticial de mononucleares. Se bilateral, leva a hialinização e infertilidade. Bacterianas: infecções do trato urinário à próstata à testículo. Hanseníase virchowiana: orquite granulomatosa que leva a infertilidade. Infarto: ocorre a torção do cordão espermático, devido a traumatismos, defeitos congênitos variados ou espontaneamente. Patogênese: há parada do retorno venoso, tendo uma hiperemia passiva, devidoa congestão. Tem extravasamento de hemácias no interstício levando ao infarto hemorrágico do testículo. Clínica: cursa com dor súbita, caso de emergência. Neoplasias testiculares Patologia do Sistema genital masculino e feminino 5 Homem branco, entre 15 e 35 anos, sendo responsáveis por cerca de 10% de todos os óbitos por câncer. Tumores de células germinativas: raros e mais comum em jovens. Condição: criptorquidismo, história previa de tumor de células germinativas, história familiar, disgenesia gonodal. Neoplasia testicular: Neoplasia germinativa não invasiva “in situ”: evolui para invasiva. Seminoma: mais comum, frequente entre 40-50 anos, evolui com metástase em 2 a 3% dos casos. Não tem marcador sérico e 25% pode apresentar Bhcg aumentado (tumor com células do sinciciotrofoblasto). É unilateral. Macro: testículo aumentado de volume com forma conservada e túnica vaginal intacta. Tumor de consistência mole, cor branco-acinzentada e superfície homogênea. Micro: agrupamento sólidos de células uniformes, núcleos arredondados e com cromatina uniformemente distribuída à células seminomatosas. Citoplasma corado pelo PAS. Presença de infiltrado de células linfocitárias. Pode haver reação granulomatosa, com células gigantes. Metástase: para linfonodos lombares e hematogênica para pulmões e fígado. Prognóstico: < 4cm; invasão vascular e da rete testis; 5 anos após orquiectomia 99% dos tumores estão confinados ao testículo. 70-89% com metástase. Teratomas: mais comuns até 3ª década, pós puberdade, malignos. Macro: sólidos ou císticos. Micro: maduros ou imaturos, ambos malignos. Carcinoma embrionário: 2º tumor germinativo puro mais frequente do testículo. Predomina na 3ª década de vida, sendo que 40% evoluem com metástase. É agressivo e mais letal do que o seminoma, não possui marcador sérico. É um tumor unilateral. Macro: massa com áreas de hemorragia e necrose frequentes. Micro: células epiteliais malignas, em arranjo glandular, tubular ou papilífero, raramente solido. Citoplasma abundante, núcleos volumosos e nucléolos evidentes, com cromatina irregular. Presença de infiltrado linfocitário menos intenso do que no seminoma. Coriocarcinoma: neoplasia altamente maligna, combinada a outro tipo histológico de tumor. Frequente entre 2ª e 3ª década de vida. Ocorre metástase via hematogênica para pulmões e SNC. Tumor produz gonadotrofina coriônica (B-hcg). Macro: massa com até 5cm de diâmetro com extensas áreas de necrose e hemorragia. Micro: cél. do cito e sinciciotrofoblasto, multinucleadas com núcleos hipercromaticos e citoplasma eosinófilo. Cél do citotrofoblasto uniformes, agrupadas e com citoplasma claro. Patologia do Sistema genital masculino e feminino 6 Tumores de células germinativas pediátricos: Tumor do saco vitelino: conhecido como tumor do seio endodérmico ou tumor de Teilum ou carcinoma embrionário infantil. Frequente em crianças de até 2 anos, muito raro em adultos (25-30 anos, combinado a outros tipos histológicos). Produz alfa- fetoproteína, usada para diagnostico e acompanhamento. Idosos à Tumor espermatocítico: raros, entre 52 a 59 anos. Imuno-histoquímica: positivo para CKIY e SALL4. Tem curso benigno, com exceção do sarcomatóide. Macro: 10% dos casos é bilateral. Coloração amarelada e aspecto edemaciado ou gelatinoso. Presença de cistos e focos hemorrágicos. Micro: cél volumosas que lembram espermatócitos de primeira ordem. Ausência de infiltrado linfocitário ou reação granulomatosa no estroma. Tumores dos cordoes sexuais e do estroma: 5% dos tumores testiculares, sendo o mais frequente o tumor de células de Leydig. Tumor de células de Leydig: 1-3% das neoplasias testiculares, comum entre 20 – 50 anos. Há produção de hormônios sexuais (15% dos casos com ginecomastia e em crianças há pseudo-precocidade isossexual). 15-20% evoluem com metástase. Macro: tumor bem circunscrito, solido e amarelo. Micro: cél neoplásicas semelhantes as de Leydig normais. Presença de cristais de Reinke. Malignos: volumosos, com margens infiltrativas, invade vasos linfáticos ou sanguíneos, presença de necrose. Tumor de células da granulosa: raro, exceto o tipo juvenil, presente nos primeiros meses de vida. Benigno. Tumor de células de Sertoli: pouco comum, ocorre em qualquer idade. Associa-se com adenoma hipofisário, hiperplasia adrenocortical primaria bilateral e tumor testicular de células de Leydig. Macro: bem circunscrito, coloração amarela ou esbranquiçada. Micro: arranjo cordonal, em ninhos ou em blocos, formam túbulos sólidos ou com luz. Células bem diferenciadas, sendo benigno. Patologia do sistema genital feminino VULVA Cistos e abcessos das glândulas de bartholin: dilatação sacular cheia de líquido da glândula. Etiologia: obstrução do sistema ductal da gl. de bartholin. Sintomas agudos: dor, hipersensibilidade e dispareunia. Tratamento: antibióticos, calor úmido no local e incisão e drenagem. Patologia do Sistema genital masculino e feminino 7 Doenças infecciosas prevalentes: Virais: HPV, vírus herpes (zoster/simples), molusco contagioso. Bactérias: inespecíficas (piogênicas) e especificas (sífilis, granuloma inguinal, linfogranuloma venéreo, cancroide, tuberculose. Fungos: dermatomicose e cândida. Parasito: escabiose. ÚTERO Regiões anatômicas: corpo, segmento inferior, colo (ectocérvice e endocérvice). Patologias do corpo do útero: Leiomiomas: benignos originados no miométrio, entre a 3ª e 5ª década de vida, relacionado ao hiperestrogenismo. Múltiplos leiomiomas = leiomiomatose. Macro: nódulo firme, branco, bem delimitado, com aspecto trabeculado. Subtipos: submucosos (abaixo do endométrio, cursa com sangramento); intramurais (dentro do miométrio); subserosos (abaixo da serosa). Micro: ausência de atipias, fibras musculares lisas em arranjo multidirecional. Leiomiossarcomas: mulheres > 60 anos. Macro: infiltração sem limites nítidos, mais homogêneo, friável, menos turbilhonar e elástico, presença de áreas de hemorragia e necrose. Micro: atipias presentes, aumento de mitoses. Metástase via sanguínea para pulmões. Adenomiose: ninhos de endométrio no interior do miométrio. Macro: áreas acastanhadas com dilatações císticas e espessamento do miométrio. Micro: ninhos de estroma endometrial, com ou sem glândulas. Clínica: sangramento, dor e desconforto abdominal, dispareunia. Endométrio: Sangramentos uterinos, endometrites, hiperplasias endometriais, endometriose e neoplasias malignas do endométrio. Endometrite: aguda é incomum, geralmente após aborto ou parto devido a permanência de restos fetais/placentários. Micro: infiltrado polimorfonuclear. Tratamento: curetagem e antibioticoterapia. Crônica: são secundarias, tendo como manifestações metrorragia, dor, corrimento e infertilidade. Micro: infiltrado linfoplasmocitário. Tratamento: antibióticos. Patologia do Sistema genital masculino e feminino 8 Endometriose: glândulas e estroma endometrial fora da topografia normal do endométrio, fora do útero. Principal causa de dor pélvica em mulheres. Complicações: infertilidade devido a aderências e fibrose, dismenorreia. Locais: ovários, fundo de saco de douglas, ligamentos uterinos, intestino, períneo e vulva, cicatriz umbilical, parede abdominal, bexiga e tuba uterina. Teorias: regurgitação; metaplasia do epitélio celômico; disseminação linfática ou sanguínea; implante através de cesariana ou cirurgia ginecológica; células tronco migratórias de origem endometrial ou medula óssea. Há uma associação com neoplasia de endométrio à presença de mutação da PTEN e superexpressão dos genes TP53. Hiperplasia endometrial sem atipia: proliferação de glândulas endometriais irregulares, devido exposição prolongada ao estrogênio. Clínica: diagnostico em peri- menopausa, tendo sangramento vaginal anormal. Fator de risco: peri-menopausa, obesidade, SOP e DM. Micro: gl. tubulares com ramificações e cisticamente dilatadas. Irregulares, aumento de mitoses. Prognostico: exposição ao estrogênio tem risco 3-4vezes maior de carcinoma endometrial. Hiperplasia endometrial atípica (neoplasia intraepitelial endometrioide): presença de cél. atípicas, aumento de glândulas. Etiologia: hiperestrogenismo, inativação PAX2. Clínica: idade média entre 50-55 anos, cursa com hemorragia pós menopausa. Micro: agregados de gl. tubulares, gl. aumentadas e cél. atípicas. Adenocarcinoma endometrioide: mulher pós menopausa > 50 anos, entre 60-70 anos, com sangramento anormal pós menopausa. Na fase avançada há sintomas abdominais e pélvicos. Etiologia: exposição prolongada ao estrogênio. Patogênese: alterações hiperplásicas atípicas endometrial/ neoplasia intraepitelial. Fator de risco: menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade, obesidade, SOP, tumores ovarianos produtores de estrogênio. Pode ser infiltrativo, ocupa a cavidade endometrial. Associado a síndrome de Lynch (herança autossômica dominante associada a desenvolvimento de câncer colorretal e carcinoma de endométrio). Histologia: padrões para critérios de prognostico incluem profundidade do tumor e o que ele infiltra. Micro: arquitetura glandular, com atipia celular, cél. justapostas, de crescimento exacerbado. Macro: tumores são exofíticos ou difusamente infiltrativo, possui diferentes graus de necrose e hemorragia. Grau histológico: fator prognostico importante. Patologia do Sistema genital masculino e feminino 9 Grau 1: até 5% de áreas solidas não glandulares/escamosas. Grau 2: 6 a 50% de áreas solidas não glandulares/escamosas. Grau 3: > 50 % de áreas solidas não glandulares/escamosas – pouco diferenciado. Graduação de FIGO: FIGO grau 1: < 5% de componente solido não escamoso; baixo grau. FIGO grau 2: 5-50% de componente solido não escamoso; baixo grau. FIGO grau 3: > 50% de componentes solido não escamoso – alto grau. Estadiamento: Tamanho do tumor, se invade e onde invade à avaliação quanto extensão (pT). pN: envolvimento de linfonodos regionais; pM: metástase a distância, linfonodos inguinais (estágio 4), pulmão, fígado e ossos. Estágio mais avançado tem metástase. Colo uterino – neoplasias de colo uterino HPV: proteína E6 e E7 do HPV aumentada, inibem função do p53 e pRB, levando a instabilidade genômica nas células epiteliais e ao aumento da replicação celular. Fatores predisponentes: atividade sexual precoce, múltiplos parceiros, infecção pelo HPV (6 e 11 baixo risco; 16,18,31,33 e 35 alto risco), baixa imunidade, contraceptivos orais, herpes simples, grande número de gestações e tabagismo. Métodos diagnósticos do HPV: citologia convencional, colposcopia, biopsia do colo uterino, captura hibrida. Tratamento: local com cauterização química ou elétrica (NIC I); cirurgia de alta frequência ou por conização (NIC II e NIC III). Carcinoma invasor de colo uetrino: idade entre 40-45 anos, sintomas inespecíficos ou ausentes, com alterações colposcópicas, metástase em geral linfáticas (linfonodos pélvicos). Macro: exofíticos, endofítico e ulcerativo. Micro: bem, moderado e pouco diferenciados. Se divide em: escamoso microinvasor (invade estroma), escamoso invasor (francamente invasivo, tendo lesão vegetante e infiltrativa, ulcerativa de pior prognostico) e adenocarcinoma. Carcinoma de células escamosas: fatores prognósticos à estadiamento (principal) – extensão para o corpo, paramétrios, vagina - gânglios, tamanho, tipo histológico, comprometimento vascular, reação estromal linfoplasmocitária e espessura da parede cervical. Patologia do Sistema genital masculino e feminino 10 Estadiamento: estádio I (restrito ao colo); estádio 2 (além do colo – pode infiltrar até 1/3 superior da vagina); estádio 3 (até ossos pélvicos); estádio 4 (infiltra órgãos como reto e bexiga). Sintomas: indolores. Sinal mais importante é a sinussorragia (sangramento devido ao coito); eventualmente corrimento fétido e sanguinolento e até perda de grumos. Disseminação: por metástase via linfática regional ou infiltração por continuidade (órgãos vizinhos). Tratamento: cirurgia, de aspecto radical, associado a radioterapia. Ovário Neoplasias do ovário: são frequentes, podendo ser benignas, malignas ou malignidade intermediaria. As benignas 80% são entre 20 e 45 anos, já malignas entre 45 e 65 anos. Está em terceiro lugar entre os canceres do sistema genital feminino. De alta letalidade, pois cresce de maneira silenciosa. Fatores de risco: nuliparidade, baixa utilização de contraceptivos orais, história familiar, disgenesia gonádica. Patogenia: nuliparidade e não utilização de CO favorecem ovulações múltiplas à ovulação causaria perda da integridade do epitélio ovariano superficial, tendo regeneração sujeita a mutações múltiplas originando em transformação maligna. Classificação: 1) ep. de revestimento: ep. celômico (+ comum); 2) cél. germinativas oriundas do saco vitelino; 3) mesênquima ovariano e endócrino. Tumores do ovário epiteliais se dividem em seroso e mucinosos, sendo benignos ou malignos. Tumores serosos do ovário: Tumores císticos, revestidos por ep. colunar ciliado, 40% são neoplasias ovarianas e 60% são benignos (Cistoadenoma seroso), sendo assintomáticos e em faixa etária reprodutiva. Já os malignos, estão em 30% (carcinoma seroso), com média de 56 anos, sendo o CA ovariano mais comum, com lesões volumosas, dor pélvica crônica, dor aguda quando associada a torção. Patogênese: nuliparidade e história familiar; CO e laqueadura tubaria tem efeito protetor. Patologia do Sistema genital masculino e feminino 11 Prognostico e evolução: implantes na cavidade peritoneal, ascite e aderência entre vísceras, com obstrução intestinal diminuem sobrevida do paciente. sobrevida de 5 anos geralmente para carcinomas serosos e tumores boderlines. Cistadenoma seroso: macro- neoplasia cística, diâmetro entre 5 e 20 cm, parede fina, superfície interna lisa, conteúdo seroso, cristalino, são comuns papilas. Micro: cistos revestidos por ep colunar simples, ciliado, com papilas pequenas. Carcinoma seroso: Macro - formas malignas ou boderlines; padrão papilífero interno ou externo; parede irregular, áreas solidas e modularidade na capsula; áreas de necrose e hemorragia. Micro: invasão do estroma, atipias celulares acentuadas, mitoses frequentes, presença de papilas, ninhos e trabéculas, corpos psamomatosos. Tumores mucinosos do ovário: Císticas e revestidos por ep. colunar mucossecretor; 20% dos tumores ovarianos. 75% são benignos (cistadenomas mucinosos – qualquer faixa etária, maior incidência na 5ª dec), 10% boderline (tumor limítrofe mucinoso) e 15% malignos (carcinoma mucinoso – média de 45 anos) Carcinoma mucinoso: Macro: Malignos, grandes dimensões e peso, áreas solidas, necrose e modularidade capsular, bilateral, muito infiltrativo. Micro: crescimento infiltrativo, atipias nucleares e numerosas mitoses. Cistadenoma mucinoso: Macro: benignos, cística multiloculadas, conteúdo gelatinoso e unilateral. Micro: ep colunar simples, sem atipia, discreta pseudoestratificação. Tumores endometrioides do ovário: Neoplasias epiteliais ou estromais. Semelhantes aos do endométrio. Tumor maligno: Adenocarcinoma endometrioide do ovário: segundo mais frequente, 5ª e 6ª década de vida, com origem nos focos de endometriose e superfície do próprio epitélio ovariano. Micro: cresce formando estruturas tubulares, celulas atípicas justapostas, pouco tecido conjuntivo entre elas. Teratomas: produz tecidos de 3 folhetos embrionários (ecto, meso e endoderma). Maduro: neoplasia benigna, média de 32 anos. Macro: parede fibrosa, osso e dentes, conteúdo pastoso amarelado misturado com pelos – cisto dermoide. Micro: tipos de tecidos e estruturas organoides derivados dos 3 folhetos embrionários.
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