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β Thaís Viana de Ávila Oliveira - 73 A - Farmacologia aplicada Bactérias o PAREDE CELULAR: atua na manutenção da osmolaridade (impede a rotura em ambientes de baixa osmolaridade → fluidos corporais e água). Toda célula bacteriana tem uma. É alvo de antimicrobianos → impedem a ação de enzimas que fazem a construção da parede → bactericidas. Nas G+, a parede é a estrutura mais externa. Nas G-, depois da parede ainda há uma membrana fosfolipídica externa. Não é estática (é sempre renovada). o RIBOSSOMOS: leem o RNAm e produzem proteínas. Alguns ATBs podem agir neles, podendo ser bactericidas ou bacteriostáticos, dependendo do tipo de proteína. o DNA: DNA-girase e DNA-polimerase são diferentes das nossas. ATBs que atuam nele são bacteriostáticos. o MEMBRANA PLASMÁTICA: semelhante a humana (fosfolipídios, proteínas transmembranas, enzimas, canais iônicos, receptores), mas tem ergosterol (é o colesterol das bactérias → fluidez). Antibióticos o CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA: quanto mais complexa, maior a repercussão farmacodinâmica. o CLASSIFICAÇÃO POR ESPECTRO • ESTREITO: atuam em um tipo ou grupo limitado de microrganismos. São melhores para tratar agentes conhecidos, minimizando os riscos de resistência. EX: Penicilina G; Estreptomicina; Eritromicina. • AMPLO: atuam contra G+, G- e outros patógenos. Utilizados em casos de urgência (quando não dá pra esperar a cultura). EX: Tetraciclina; Cloranfenicol. o CLASSIFICAÇÃO POR ATUAÇÃO • BACTERIOSTÁTICOS: inibem o crescimento/multiplicação. Desaconselhados para imunossuprimidos. EX: Sulfonamidas; Tetraciclinas; Cloranfenicol; Eritromicina. • BACTERICIDAS: destroem as bactérias. Interferem com a parede celular. EX: Penicilina; Cefalosporinas; Vancomicina; Aminoglicosídeos; Polipeptídeos; Quinolonas; Rifampicina. o MECANISMOS DE AÇÃO: inibição da síntese de parede, inibição da síntese proteica, inibição da replicação e transcrição a nível do material genético, lesão na membrana plasmática da bactéria e inibição da síntese de metabolitos essenciais para a formação da bactéria. o TOXICIDADE LOCAL: irritação local; Dor e formação de abcessos (IM); Tromboflebites (IV). • ATB irritantes: Eritromicina, Tetraciclina, Cloranfenicol e algumas Cefalosporinas. o TOXICIDADE SISTÊMICA: definida pelo índice de toxicidade (IT). • IT: ocorre toxicidade em altas doses. EX: Penicilinas, algumas Cefalosporinas e Eritromicina. • IT: ocorre toxicidade em baixas doses. EX: Aminoglicosídeos, Tetraciclina e Cloranfenicol. • IT: ocorre toxicidade em baixíssimas doses. EX: Polimixina B, Vancomicina e Anfotericina B. o IDADE o INSUFICIÊNCIA RENAL: cefalotina, cefaloridina, ácido nalidíxico, nitrofurantoína e as tetraciclinas devem ser evitados. • Leve: ajustar a dose com aminoglicosídeos, cefalosporinas e vancomicina. • Moderada: carbenicilina, fluorquinolonas e clotrimoxazol. o INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA: doses de cloranfenicol, metronidazol, clindamicina e rifampicina devem ser ajustadas. o GRAVIDEZ: teratogênicos (aminoglicosídeos → surdez. Etraciclinas → má formação óssea), riscos à gestante (tetraciclinas → necrose gordurosa do fígado e pancreatite) e seguros (penicilinas, cefalosporinas e eritromicina). o FATORES QUE AFETAM A AÇÃO DOS ATBs • Presença de pus ou secreções: fagócitos, resíduos celulares e proteínas podem se ligar aos ATBs ou criarem condições desfavoráveis para sua ação. • Presença de hematoma: ligação do ATB à hemoglobina (penicilinas, cefalosporinas e tetraciclinas). • Abcessos: comprometimento da penetração do ATB. Há necessidade de drenagem do abcesso para depois aplicar o ATB. Princípios da ATBterapia o Considerar: BACTÉRIA + HOSPEDEIRO + ATB. o Espectro de atividade o Tipo de atividade o Sensibilidade do MO o Toxicidade relativa o Perfil farmacocinético o Vias de administração o Evidência de eficácia clínica o Custo Concentração inibitória mínima (MIC) o Menor [droga] capaz de inibir o desenvolvimento visível do MO. o Teste por fita graduada. Alguns fármacos são concentração dependentes, como os aminoglicosídeos e outros, como os beta-lactâmicos, são tempo dependentes. Resistência aos ATBs o ATB extensamente usado + tempo = > chance de selecionar espécies resistentes (processos mutagênicos durante replicações) = resistência adquirida. o Nem sempre para combater a doença tem que eliminar 100% da bactéria, mas sim controlar o crescimento e a multiplicação. o EX: quadro clínico leve e localizado (sem acometimento sistêmico) → tomou ATB → piorou a infecção (se espalhou ou alterou os sistemas) → sinal de resistência → protocolo = entrar com outro ATB de outra classe. o Bactérias G- são naturalmente mais resistentes (trabalham com bombas exclusivas de substâncias e tem membrana fosfolipídica externa à parede). o Bactéria pode produzir enzimas que não se ligam ao ATB, pode sofrer mutação do transportador que o ATB usa para entrar e pode produzir enzimas bacterianas que degradam o ATB. β-lactâmicos - Penicilinas o EX: Penicilinas, Cefalosporinas, Cefamicinas, Ácido clavulânico, Carbapenemas, Norcadicinas e Monobactamicos. o É a classe de ATB mais prescrita. o Todos têm um anel de amida cíclica → anel β-lactâmico. o AÇÃO: bacteriCIDA. O modo de ação é o mesmo, mas as propriedades farmacocinéticas são distintas. Eles impedem as ligações cruzadas dos peptídeos de se ligarem a cadeias tetrapeptídicas laterais → impedem a principal enzima formadora de parede = Transpeptidase → inibição da síntese da parede celular → lise bacteriana. o Pouco metabolizadas no fígado. Baixa lipossolubilidade (polares), sendo a excreção renal na forma inalterada. Eliminação é rápida (meia vida de 30-60 minutos), a não ser que haja formulação de depósitos ou uso de probenecida (trata doença reumática e reduz a secreção de penicilina por competição) associado (principalmente as penicilinas do tipo 4). o Todas podem ser administradas por VO, menos a Penicilina G, que é muito pouco absorvida por essa via. Via parenteral é comum. o RESISTÊNCIA: alteração da proteína de ligação da Penicilina (mudança na conformação da Transpeptidase) e produção de β Lactamases. o CLASSIFICAÇÃO • GRUPO 1: Penicilinas sensíveis à penicilinase. EX: Penicilina G, Penicilina V, Carbenicilina. • GRUPO 2: Penicilinas que resistem a penicilinase. EX: Meticilina, Nafcilina, Oxacilina, Dicloxacilina, Cloxacilina. • GRUPO 3: Penicilinas de espectro aumentado → Aminopenicilinas. EX: Amoxicilina e Ampicilina. • GRUPO 4: Penicilinas antipseudomonas → Carboxipenicilinas. EX: Ticarcilina e Carbenicilina. • GRUPO 5: Penicilina de 4ª geração → Ureidopenicilinas. EX: Azlocilina, Mezlocilina e Piperacilina. Grupo 1 o Eficazes contra cocos G+ e só são ativas por via parenteral. o PROBLEMAS: Sensíveis ao ácido (não podem ser usadas VO), não são ativas em G- (tem parede celular + membrana externa) e são sensíveis/vulneráveis à β lactamases (Penicilinases). o A partir dessas características das penicilinas de 1ª geração, foram produzidas PENICILINAS SEMI-SINTÉTICAS → foi associado um ácido carboxílico, cloretos de acila e anidridos de ácidos à estrutura 6-APA → nova penicilina: resistência ao ácido, resistência às beta lactamases e ação em amplo espectro. o BENZILPENICILINA ou PENICILINA G: ação contra G+ apenas. Via intramuscular. 1ª escolha para sífilis, por exemplo. • Ficam 10-20 dias em forma de precipitado no músculo e com [ ] estáveis no plasma → se mantém em níveis ideais com apenas 1 injeção. • Absorção retardada: Penicilina G benzatina (3 semanas) e Penicilina G procaína (24h). o FENOXIMETILPENICILINA ou PENICILINA V: era só pra G+, mas podia ser por VO. Uso atual raro. Grupo 2 o Resistem à penicilinases/betalactamases (G+), principalmente pelas do Staphylococcus aureus. o Meticilina, Oxacilina e Cloxacilina. OBS: Produção depenicilinase é um tipo de resistência causada pelo amplo uso de penicilinas. o São usadas restritamente quando há identificação do agente produtor de penicilinase pelo antibiograma. o METICILINA: semi-sintética. Adm parenteral ou IM (uso hospitalar). Pouco utilizada atualmente (flucloxacilina e dicloxacilina são mais estáveis e tem menos efeitos adversos). • Resistência natural: enterococos e G-. • Outras resistências: Staphylococcos aureus (MRSA), que contém uma proteína específica de ligação à penicilina (PBP) diferente e que tem afinidade baixa pelos ATBs beta lactâmicos. • Efeito colateral: principalmente nefrite intersticial. o OXACILINA: absorção adequada por VO, mas não substitui a parenteral para infecções estafilocócicas graves. Estômago vazio ou 1-2h após as refeições garante melhor absorção. o NAFCILINA: semi-sintética. Absorção baixa por VO. Mais comum por via parenteral. Distribuição é ampla e primariamente no liquido extracelular. Alcanca [ ] superiores na bile, sendo esse seu meio de excreção (menor parte é pela urina). Grupo 3 o Aminopenicilinas. Espectro aumentado. Atravessam porinas, sendo especialmente eficazes contra Haemophilus influenzae e Escherichia coli. o Amoxicilina e Ampicilina. Sensíveis à penicilinase. o Bem absorvidas por VO (menos quando a infecção é não complicada). Não são lipossolúveis = transportadas no intestino por transportadores de aa. o Bactericídas. Atuam contra G+ e G- (espectro ampliado). Muito utilizados. o Sensível à penicilinase. Poucos efeitos colaterais, custo baixo, ótima absorção (TGI) e excreção pela urina (parte da ampicilina é excretada na bile e tem circulação entero-hepática). o Maioria das Pseudomonas são resistentes a esse grupo. Grupo 4 o Espectro ampliado. Anti pseudomonas (mais famosa = aereuginosa → IRAS). Atuam não só contra G+, mas também contra G- resistentes. o Carboxipenicilinas (Carbenicilina (usada só no diagnóstico de pseudomonas) e Ticarcilina) e Ureidopenicilinas (Azlocilina, Mezlocilina e Piperacilina (não deve ser usada em monoterapia devido a resistência, geralmente é Piperacilina+Tazobactam)). o Sensível à penicilinase. o Administradas via parenteral e eliminadas por via renal. Resistências às penicilinas o 3 tipos: • Produção de Penicilinase/β-lactamase. • Produção de proteínas ligadoras de penicilina, não reconhecidas pela penicilina. • Mutação dos transportadores de penicilinas pelas G- → permeabilidade na parede celular ou na membrana celular externa em G- é diminuída. Ácido clavulânico o Tem o anel beta lactâmico. Sensível a penicilinase. o Utilizando-o em associação as penicilinas: bactéria o degrada e não as penicilinas (a afinidade da penicilinase pelo anel é maior que pelas penicilinas). o EX de associações: amoxicilina + clavulanato; ampicilina + sulbactam; piperacilina + tazobac. Carbapenens e Monobactâmicos o Não são penicilinas, mas são beta-lactâmicos. o Amplo espectro. Utilizados quando há desconhecimento do agente ou há infecções mistas. Resistentes às penicilinases em sua maioria. o Via parenteral (nível hospitalar). o IMIPENEM: espectro de ação amplo (G+ e G-, anaeróbicos e aeróbicos). Resiste a penicilinase. Degradado por enzimas renais. Pode associar à Cilastatina (inibidor da Dehidropeptisase, que degrada no rim) para ½ vida. o MEROPENEM: semelhante ao Imipenem, mas não é degradado no rim. o MONOBACTÂMICOS: Aztreonam. Resistentes à maioria das penicilinases e é ativo contra bastonetes aeróbios G- (EX: Pseudomonas). Normalmente, não tem reações alérgicas como as penicilinas. Cefalosporinas o Também tem o anel beta-lactâmico. o Há cefalosporinas P, N e C (mais importante). o Espectro de acao mais amplo e resistentes à penicilinase estafilocócica. São agentes profiláticos e terapêuticos eficazes. o RADICAIS • 1: modificações = mudança no espectro, estabilidade contra b- lactamases e afinidade pela molécula alvo. • 2: modificações = ½ vida. o 1ª GERAÇÃO • Muito boa pra G+. • Cefadroxil, Cefazolina, Cefalexina e Cefradine. • Infecções de pele, ITUs não complicada e em gestantes, profilaxia cirúrgica, tratamento ambulatorial pós parenteral, faringoamigdalite. o 2ª GERAÇÃO • Resistentes ao ácido. • Melhor contra G- do que a 1ªG, mas não tanto igual a 3ª. • Cefoxitina, Cefaclor, Cefotetana e Cefmetazol. • Infecções respiratórias, infecções de pele e subcutâneo, ITU por G- entérico. o 3ª GERAÇÃO • Não tão resistentes aos ácidos. • Combate G-, mas G+ não. • Cefdinir, Cefixima, Cefotaxima, Ceftriaxona, Ceftazidima, Cefoperazona. • Combate: H. influenzae, M. catarralis, Neisseria spp, Citrobacter spp, Enterobacter spp, Acinetobacter spp, M morganii, Serratia sp. o 4ª GERAÇÃO • Permeabilidade de membrana elevada é bom pra usar no SNC. Sensível ao ácido. • Cefepima, Cefpiroma, Cefoselis, Cefclidin. • ITU, pneumonias, meningites por bacilos G- sensíveis → infecções hospitalares = agentes resistentes (b-lactamases). o 5ª GERAÇÃO • Contra MRSA. Alto custo. • Ceftobiprole, Ceftaroline.
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