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ANTIBIOTICOTERAPIA INTRODUÇÃO Os seres humanos e as bactérias pos- suem a mesma matriz — DNA — e muitos pro- cessos bioquímicos são comuns a ambos. Po- rém, existem componentes e processos meta- bólicos na célula bacteriana que são sufici- entemente diferentes daqueles existentes nos seres humanos, de forma a tornar-se alvos po- tenciais para os fármacos antibacterianos. ESTRUTURA DAS CÉLULAS BACTERIANAS As bactérias são microrganismos classi- ficados como procarióticos, ou seja, células sem núcleos. • Cocos; • Bacilos; • Espiroquetas; • Tamanho: 0,2 a 5um. Espessura e composição química variável. Circundando a célula está a parede celular, composta por peptideoglicanos em todas as formas de bactérias, exceto no Mycoplasma. O peptideoglicano é único para as células procarióticas e não apre- senta uma contraparte nas eucarióticas. Dentro da parede celular está a mem- brana plasmática, que, como nas células eu- carióticas, é constituída de dupla camada de fosfolipídeos e de proteínas. Ela funciona como uma membrana de permeabilidade se- letiva, com mecanismos de transporte especí- ficos para vários nutrientes. Entretanto, na bactéria, a membrana plasmática não contém esteróis (ex., colesterol), e isso pode modificar a entrada de algumas substâncias químicas. A parede celular sustenta a membrana plas- mática subjacente e ambas, em conjunto, for- mam o envelope bacteriano. Tal como nas células eucarióticas, a membrana plasmática circunscreve o cito- plasma, mas as células bacterianas não apre- sentam núcleo; em vez disso, o material gené- tico, na forma de um único cromossomo con- tendo toda a informação genética, reside no citoplasma sem membrana nuclear circun- dante. Também contrastando com as células eucarióticas, não existem mitocôndrias – a energia celular é gerada por sistemas enzimá- ticos localizados na membrana plasmática. Al- gumas bactérias apresentam componentes adicionais relevantes para a quimioterapia, incluindo uma membrana externa, exterior- mente à parede celular. Isso determina se elas concentram o co- rante de Gram (“Gram-positivas”) ou não (“Gram-negativas”). Nas bactérias Gram- -ne- gativas, essa membrana previne a penetra- ção de alguns agentes antibacterianos. • Bactérias ácidoresistentes: não possuem parede celular, possuem membrana com ácidos graxos de cadeia longa: resistência lipídica. Não sofrem ação do álcool (não permite passagem de álcool e ácidos). • Sustentação rígida à célula; • Manutenção da forma característica da célula; • Resiste a meios de baixa pressão osmótica; • Peptídeos e açúcares (glicanos); • Alvo farmacológico - inibição da trans- peptidase. • Ação dos antibióticos: se ligam ao aa3 e bloqueiam as próximas ligações. • Endotoxina; • Febre; • Choque; • Lipídeo A: fator de virulência; • Fibras de glicerol fosfato ou ribitol fosfato; • Capacidade de induzir choque séptico; • Ligação às células mucosas. • Adjacente à camada de peptideoglicano; • Bicamada fosfolipídica; • Sem esteróis; • Transporte ativo; • Fosforilação oxidativa; • Síntese; • Secreção. FATORES DE VIRULÊNCIA Microbiota normal e associados a doenças; Produção de enzimas e toxinas; Resistencia a ATB: • Produção de β-lactamase; • Gene mecA e vanA; • Plasmídeos. • Destruição do peptideoglicano por lisoen- zimas – fator de virulência • IL-1 • Quimioatraente • Ácido teicóico – adesão da bactéria em tecidos e mucosas. • Proteína A: medeia a adesão ao epitélio; • Adesinas; • Cápsula polissacarídea: garante fatores para que saiam dos mecanismos fagocíti- cos; • Enzimas e toxinas: o Coagulase e fator de agregação: depositam fibrinogênio e fibrina nas bactérias; o Hemolisina: destruir os eritrócitos (he- mólise); o Leucocidina: matar leucócitos; o Hialuronidase: degrada ácido hialurô- nico – tecido conjuntivo fica menos viscoso para propagação. o Estafiloquinase; o Toxina esfoliativa: A e C – geram sín- drome de pele escaldada – querati- nócitos se confrontam. o Toxina da síndrome do choque tóxico: se liga e ativa sinalização de linfóci- tos T – resposta imunológica exacer- bada – aumento de citocinas; o Enterotoxinas: induz diarreia; Principais estafilococos: • Staphylococcus aureus; • Staphylococcus epidermidis; • Staphylococcus lugdunensis; • Staphylococcus saprophyticus; • Amostras de pus ou aspirado; • Esfregaço; • Cultura; • Teste de catalase; • Teste de coagulase; • Antibiograma; Microbiota normal e associados a doenças. • Celulite; • Faringite; • Infecções neonatais; • Endocardites; • Infecções no sistema nervoso central; • Pneumonia, otite, bronquite... • Hemólise (total dos eritrócitos): alfa (parcial), beta e gama (não promovem hemólise); • Substância específica; • Polissacarídeos capsulares; • Reações bioquímicas: fermentação de açúcares, enzimas, sensibilidade e resis- tência. • Toxina enterogênica - pirogênica: se liga ao MHC do tipo II = aumento de expressão de citocinas; • Estreptolisina S e O: hemolisinas – causa lise dos eritrócitos; O é suscetível ao oxigênio – se degrada e S é identificada na placa; • Estreptoquinase: degrana fibrina; • Desoxirribonuclease: degrada DNA (causa lise celular); • Proteínas M: adesão e boicotam o sistema complemento; • Coleta com swab ou pus; • Esfregaço; • Cultura; • Teste de catalase; • Teste de hemólise; • Antibiograma; • Antígenos e testes sorológicos. • Cocos Gram – • Cápsula • LOS • OPA • Pili • IgA protease Aeróbios e anaeróbios. Fermentam carboidra- tos. Móveis e imóveis. • Escherichia coli; • Salmonella; • Shigella; • Klebsiella; • Proteus; • Enterobacter; • Colicinas: bactericidas; • LPS: membrana externa; • Antígeno O – especificação de linhagens; • Lipídeo A: gera endotoxina, resposta pa- togênica; • Capsula: antígeno K - antifagocitário; • Flagelo: antígeno H – mobilidade; Diarreias: • Enterotoxinas (LT – expulsam íons clo- reto e impedem a absorção de sódio, causando hipermobilidade intestinal a partir da adenilato ciclase e ST); • Verotoxina – citotóxica para os enteró- citos = lesão do epitélio – diarreia san- guinolenta; ANTIBIÓTICOS INTRODUÇÃO Quimioterápicos são compostos quími- cos sintéticos capazes de destruir agentes in- fecciosos ou células cancerígenas. Antibióticos são substâncias de origem natural produzidas por alguns micro-organis- mos, que debelam outros micro-organismos ou inibem seu crescimento. BACTERICIDA X BACTERIOSTÁTICO ➔ Bacteriostáticos: inibem o crescimento bac- teriano – reduz a população. ➔ Bactericidas: debelam as bactérias. • Reduzem o número de micro-organismos viáveis (diminui colonização). • Menor tempo para tratar a infecção. • Produzem efeitos mais prolongados ➔ efeito pós antibiótico. • Quando os mecanismos imunológicos estão defasados os bactericidas tem um papel crucial. OBS: se depositam em tecidos duros (Tetraciclínicas) ou em mucosas (Amoxicilina). ESPECTRO DE AÇÃO ➔ Curto espectro ou espectro estreito: atinge um grupo específico de bactérias (ex: somente gram + ou somente gram -). ➔ Grande ou largo espectro: atingem mais do que um grupo específico de bactérias (ex: atingem ambos os gram + e -). SELEÇÃO DO AGENTE ANTIMICROBIANO A terapia antimicrobiana consiste basi- camente de três maneiras: empírica, definitiva e preventiva (profilática). • Empírica: não sei o tipo de bactéria. • Definitiva: conhece o agente; • Profilática: previne uma possível infec- ção (ex. prótese mamária). O ATB deve proporcionar cobertura ampla contra todos os patógenos prováveis Impos- sibilidade da identificação do agente etioló- gico antes da sintomatologia. Impossibilidade da identificação do agente etiológico antes da sintomatologia. • Resumindo: quando não tem tempo para identificar o agente (infecciosono cérebro, pulmão, coração). O tratamento empírico consiste na ini- ciação do tratamento baseado na apresen- tação clínica, que pode sugerir o microrga- nismo específico, assim como no conhecimento dos microrganismos mais prováveis de causa- rem infecções específicas em determinados hospedeiros, antes da confirmação laborato- rial da própria infecção e do patógeno. Sempre deve ser avaliado se o trata- mento está realmente indicado. Com algumas doenças, o custo de esperar alguns dias por indícios microbiológicos de infecção é pe- queno. Em outro grupo de pacientes, os riscos de esperar são altos, tendo como base o es- tado imune do indivíduo ou outros fatores de risco que reconhecidamente agravam o prog- nóstico. • Diminui riscos adversos; • Ideal: conheço a bactéria. • Espectro estreito e baixa toxicidade (alta toxicidade seletiva). • Diminui efeitos colaterais. O tratamento definitivo consiste no trata- mento individualizado com antibiótico espe- cífico empregado quando um patógeno é isolado e os resultados dos testes de sensibi- lidade estão disponíveis. O tratamento com um único fármaco é preferível para reduzir os riscos de toxicidade e seleção de patógenos resistentes, embora haja situações especiais nas quais há evidências inequívocas a favor do tratamento combinado. A duração deve ser a menor possível. Os princípios da utilização de terapia combi- nada são: evitar resistência, acelerar a rapi- dez da atividade microbicida, aumentar a efi- cácia terapêutica ou ampliar a atividade mi- crobicida e reduzir a toxicidade (como nos casos em que a eficácia plena de um anti- bacteriano pode ser conseguida apenas com doses tóxicas e a administração de um se- gundo fármaco produz efeitos aditivos). A profilaxia consiste em tratar pacientes que ainda não estão infectados ou não de- senvolveram a doença. O objetivo é evitar a infecção ou impedir o desenvolvimento de uma doença potencialmente perigosa em in- divíduos que já têm evidências de infecção. Em condições ideais, um único fármaco eficaz e atóxico consegue evitar a infecção por um microrganismo específico ou erradicar a infec- ção em fase inicial. Um exemplo é a profilaxia das infecções oportunistas em pacientes imu- nossuprimidos, como nos pacientes com HIV- Aids e com contagem de linfócitos CD4+ me- nor que 200 células/mm³. ANTIBIÓTICOS E SEUS DIFERENTES SÍTIOS ALVOS • Inibição da síntese de peptideoglicanos da parede celular bacteriana ou ativa- ção de enzimas que atuam na parede ce- lular. Exemplos: β-lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carba- penêmicos), glicopeptídeos, fosfomicina. • Aumento da permeabilidade da mem- brana de fosfolipídios de células bacteri- anas, levando ao vazamento de conteú- dos intracelulares. Exemplos: polimixinas e daptomicina. • Prejuízo à função ribossômica bacteriana, produzindo inibição reversível da síntese proteica. Exemplos: aminoglicosídeos, ma- crolídeos, lincosamidas, tetraciclinas, glicil- ciclinas, estreptograminas, oxazolidinonas, cloranfenicol. • Bloqueio seletivo de vias metabólicas bac- terianas. Exemplos: trimetoprima e sulfona- midas. • Interferência no metabolismo de DNA ou RNA bacteriano. Exemplos: fluoroquinolo- nas, rifamicinas, nitromidazóis, nitrofuranos. RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA A resistência antimicrobiana é a capa- cidade que os micróbios possuem para cres- cer na presença de um fármaco que normal- mente os matariam ou limitariam seu cresci- mento. A resistência aos fármacos antibacteri- anos pode ser intrínseca à bactéria (resistên- cia inata) ou adquirida por modificação de sua estrutura genética (resistência adquirida). Existem 4 processos gerais pelos quais uma bactéria pode adquirir resistência aos fárma- cos antibacterianos. São eles: • Modificação da bactéria, de modo a pro- duzir enzimas que inativam o fármaco; os exemplos são as enzimas β-lactamases, que inativam algumas penicilinas, e enzi- mas que acetilam e, consequentemente, inativam os aminoglicosídeos; • Modificação da bactéria para que a pe- netração do fármaco seja reduzida; um exemplo é a ausência da proteína de membrana porina D2 em Pseudomonas ae- ruginosa resistente, que previne a penetra- ção do antibacteriano β-lactâmico Imipe- nem; • Expressão de bombas de efluxo que remo- vem o antibacteriano da célula mais rapi- damente do que sua entrada; um exemplo são as bombas de efluxo de Staphylococ- cus aureus frente às quinolonas; • Alteração estrutural na molécula- -alvo para o fármaco antibacteriano; como exemplos, têm-se proteínas de ligação à penicilina mutantes em enterococos resis- tentes que têm baixa afinidade pela liga- ção às cefalosporinas, e di-hidrofolato re- dutase mutada que não é inibida pela tri- metoprima. Os principais mecanismos pelos quais as bactérias desenvolvem resistência adqui- rida aos fármacos antibacterianos são: muta- ção espontânea, conjugação, transdução e transformação. Uma mutação genética simples em uma população bacteriana leva aos or- ganismos resistentes que sobrevivem e crescem seletivamente enquanto bactérias sensíveis são mortas por um fármaco antibacteriano. PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIBIÓTICOS O grupo dos bactericidas é composto pelos β-lactâmicos, glicopeptídeos, aminogli- cosídeos, quinolonas e polimixinas. Já dentro do grupo dos bacteriostáticos, temos os ma- crolídeos, as tetraciclinas, as sulfonamidas, as oxazolidinonas, os anfenicóis, as lincosaminas, algumas polimixinas e a tigeciclina. β-lactâmicos atuam inibindo a síntese da parece celular - representados pela peni- cilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos, mo- nobactâmicos e inibidores de β-lactamases. Os glicopeptídeos também atuam ini- bindo a síntese da parede celular, sendo bacteriostáticos contra Enteroccus e sem ati- vidade contra Gram negativos. São represen- tados pela Vancomicina e Teicoplanina. Os Aminoglicosídeos inibem a síntese proteica através da ligação ao RNAm, pro- duzindo proteínas defeituosas (inclusive as da membrana plasmática), levando a lise celular. São representados pela Estreptomicina, Gen- tamicina e Amicacina. As Quinolonas agem bloqueando a ati- vidade das topoisomerases e são representa- das pelo Ácido Nalidíxico, Norfloxacino, Ci- profloxacino, Levofloxacino e Moxifloxacino. As Polimixinas têm ação sobre a mem- brana plasmática de bactérias Gram nega- tivo, ligando-se aos LPSs da membrana ex- terna e se integrando à estrutura fosfolipídica da membrana plasmática, gerando desconti- nuidades letais à célula. Os Macrolídeos inibem a síntese pro- teica, por meio da ligação à subunidade 50s do RNAr. São representados pela Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina, Roxitromicina e Te- litromicina. As Tetraciclinas inibem a síntese pro- teica, impedindo a ligação do RNAt ao ribos- somo. São representadas pela Tetraciclina, Doxiciclina e Minociclina. As Sulfonamidas agem inibindo a síntese dos ácidos nucleicos e são representadas pela Sulfadiazina e Sulfametoxazol. As Oxazolidinonas inibem a síntese pro- teica através da ligação à subunidade 50s. São representadas pela Linezolida e indica- das, principalmente, para Gram positivos resis- tentes a β-lactâmicos e glicopeptídeos. SULFONAMIDAS + TRIMETROPIM AGENTES ANTIMICROBIANOS QUE INTERFEREM NA SÍN- TESE DO FOLATO: SULFAS E TRIMETROPIM • São antimetabólicos. • Separados: trabalham como bacteriostáti- cos. • Associados: efeito bactericida. Competição com o ácido p-aminobenzóico (PABA), pela enzima diidropeptase-sintase (antagonismo competitivo reversível). ➔ Ação antagonizada pelo excesso de PABA (exsudado). • As sulfas são bacteriostáticas. A sulfa compete com o PABA pela síntese do ácido fólico. Isto dá origem a um substrato fraudulento, que a bactéria não consegue utilizar para sua vida. Resumindo: as sulfas inibem a síntese do ácido fólico. O mecanismo de ação das sulfonamidasestá relacionado com a produção pelas bactérias de ácido tetra-hidrofólico, o deri- vado ativo do folato. Por isso, se faz neces- sária a revisão de como ocorre esse processo de metabolização do ácido fólico. Os deri- vados do ácido fólico são cofatores enzimá- ticos fundamentais para a síntese e matura- ção do DNA, ou seja, é essencial para a mul- tiplicação celular, já que atuam na síntese de purinas e pirimidinas, bem como na síntese de aminoácidos e timidinas. Entre os humanos, o ácido fólico não pode ser sintetizado e a sua aquisição é exógena, através da alimenta- ção. As bactérias, entretanto, possuem um me- tabolismo próprio capaz de produzir o ácido fólico e seus derivados. As sulfonamidas atuam sobre a primeira etapa da produção dos derivados do ácido fólico, por meio da competição com o ácido p-aminobenzoico (PABA) pela enzima di-hi- dropteroato sintetase, impedindo a formação do ácido di-hidropteroico. Já o Trimetoprim atua na última etapa, que é a redução de ácido di-hidrofólico a ácido tetra-hidrofólico, por meio do bloqueio da enzima di-hidrofolato redutase. Dessa forma, estes medicamentos impe- dem a produção dos derivados do ácido fó- lico que são essenciais para a multiplicação celular, o que culmina no seu efeito bacterios- tático, quando utilizados isoladamente, e bactericida, quando usados associados, de- vido ao aumento da potência terapêutica. É importante salientar que, devido às células eucarióticas do organismo humano não produzirem os folatos, as sulfonamidas não exercem seu efeito sobre elas, o que ini- biria a multiplicação celular e traria graves consequências ao homem. • Rapidamente absorvidas pelo TGI (VO); • Concentrações plasmáticas máximas em 4- 6h; • Distribuição: depende das proteínas plas- máticas; • A maioria atinge concentrações eficazes no LCR e atravessam a barreira placentá- ria; • Biotransformação hepática e excreção uri- nária. • Risco D na tabela do FDA. Após administração via oral, a maioria das sulfonamidas é bem absorvida no intes- tino delgado, exceto a Sulfasalazina. As sul- fonamidas só são administradas sob a forma intravenosa se não for possível a ingesta oral. As formas tópicas devem ser evitadas pelo risco de sensibilização, exceto no caso da Sulfadiazina de prata (utilizada para queimaduras). Possuem boa penetração te- cidual, atingindo concentrações séricas muito boas e se espalhando bem nos líquidos corporais. Além disso, atravessa a barreira hematoencefálica e a barreira feto-placen- tária chegando ao sistema nervoso central (SNC) e na circulação fetal, respectivamente. Geralmente, na circulação sanguínea, as sul- fonamidas se encontram ligadas à albumina. • Náuseas e vômito, cefaleia e depressão mental; • Cristalúria - possuem potencial nefrotó- xico devido ao risco de formação de cristais nos túbulos renais; • Hipersensibilidade - urticária, angioe- dema e síndrome de Stevens-Johnson • Distúrbios hematopoiéticos - desenvolvi- mento de anemia hemolítica em pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato de- sidrogenase (G6PD). Além disso, também podem ser desenvolvidas leucopenia e plaquetopenia; • Potencialização de drogas - fármacos como a Varfarina (anticoagulante) e o Metotrexato (imunossupressor) têm seus efeitos potencializados, devido ao des- locamento da ligação à albumina. O trimetropim não impede a síntese do folato, mas impede sua posterior redução a tetrai- dofolato ao qual a bactéria utiliza para ga- rantir seu desenvolvimento. Rapidamente absorvida pelo TGI (VO); Atinge altas concentrações nos pulmões e nos rins. Concentração relativamente elevada no LCR ➔ Uso clínico: Utilizado principalmente no tratamento das infecções respiratórias e urinárias. • Sulfa + Trimetropim: SINERGISMO B- LACTÂMICOS Inibidores da síntese da parede celular • Penicilina e seus derivados. • Penicilinas; • Cefalosporinas; • Carbapenemas; • Monobactâmicos; • Inibidores de beta-lactamase. Fazem parte da classe de antibióticos denominados beta lactâmicos, que são ca- racterizados quimicamente pela presença do anel beta lactâmico (consiste num anel for- mado por três átomos de carbono e um de nitrogênio) em sua composição. Agem inibindo a síntese da parede bacteriana de Gram+ e Gram-. Esse anel betalactâmico irá intermediar o mecanismo de ação de todos esses fárma- cos, que consiste em interferir na síntese da parede celular bacteriana. Isso acontece de- vido à ligação do antibiótico a um grupo de proteínas da membrana plasmática chamada de “Proteínas ligadoras de Penicilina (PBP)”, necessárias para a síntese de peptideoglica- nos, que compõe a parede da bactéria, ou seja, quando as bactérias são expostas a es- ses antibióticos, eles se ligam a PBPs específi- cas na parede e inibem a montagem das ca- deias de peptidoglicana, culminando com a destruição; já que existem as autolisinas que degradam continuamente esta parede. PENICILINA • Inibição da síntese da parede celular através do bloqueio da transpeptidação do peptidoglicano. • Ativação de enzimas autolíticas na pa- rede celular, resultando em lesões que pro- vocam morte bacteriana. • Resumindo: Esta inibição, irá bloquear a li- gação entre os peptidoglicanos e ativa as caspases que irão fazer apoptose na parede celular bacterina. Peptidoglicano → forma a parede celular bacteriana → Gram negativas (2 camadas); Gram positivas (até 40 camadas). • Estabilidade química ➔ A Penicilina G (Be- zetasil ®) é instável e pH ácido; • Grau desenvolvimento bacteriano ➔ Alta atividade contra bactéria em fase de crescimento e não na fase de repouso; • Cepa: densidade, patogenicidade da população bacteriana e betalactamases ➔ RESISTÊNCIA. O espectro de ação das diversas penicilinas é determinado pela capacidade de atraves- sar a parede celular da bactéria peptidogli- cana sendo altamente eficaz contra cocos Gram +. • *Dói menos que as outras. Absorção: as penicilinas, de maneira geral, comportam-se na sua maioria como ácidos fracos, sendo por isso mais facilmente absorvi- dos quando o pH do meio é baixo, pois encontra-se na sua forma indissociada, mais lipossolúvel, sendo facilmente absorvidos. Po- rém por VO ele é pouco ou não absorvido. Apenas as formas sintéticas e semi-sintéticas, como a amoxicilina, são melhor absorvidas. Distribuição: a ligação às proteínas plasmáticas, como a albumina, e a lipossolu- bilidade do fármaco influenciam na distribui- ção. Ao se ligar às proteínas, tornam-se hi- drossolúveis, aumentando a sua capacidade de se dispersar pelo organismo. Por exemplo, a penicilina G ou Ampicilina não se ligam for- temente às proteínas, enquanto que a nafci- lina se liga fortemente às proteínas e conse- quentemente atinge concentrações menores no soro. A penicilina pode atingir quase todos os pontos do organismo, em diferentes con- centrações, chegando a barreira hemato-en- cefálica quando esta se encontra inflamada. Metabolismo: as penicilinas sofrem bio- transformação. Elas são quase todas transfor- madas no ácido penicilóico correspondente. Excreção: a excreção renal ocorre ra- pidamente, porém, outras vias também partici- pam, dentre elas a excreção no escarro e no leite. A ampicilina e as penicilinas de espectro ampliada sofrem secreção mais lenta do que a penicilina G. A oxacilina é excretada tanto por via renal como biliar, portanto não é ne- cessário fazer ajuste da dose em casos de in- suficiência renal. Já depuração da nafcilina ocorre principalmente por excreção biliar. A meias-vida da penicilina é relativamente curto (geralmente < 1 hora), assim para que se consiga então manter a concentração su- perior ao CMI durante o período de tempo necessário, é imprescindível haver administra- ções várias vezes ao dia. Assim todos os agentes parenterais devem ser administrados a cada quatro horas quando tratamento de infecções sistêmicas gravesem pacientes com função renal normal. *A piperacilina possui far- macocinética dependente de doses e meia- vida mais longa quando doses mais altas são administradas. • Toxicidade renal; • Neurotoxicidade; • Reações de hipersensibilidade; • Toxicidade hematológica; • Manifestações cutâneas; *= Carboxipenicilinas # = Ureidopenicilinas CEFALOSPORINAS • Grande variedade de fármacos, classifi- cados com base na suas estruturas quími- cas, farmacologia clínica e espectro bac- teriano (Karchmer, 2000); • “Gerações” ➔ sistema mais aceito para sua classificação → Resistência bacteri- ana observada por causa das penicilinas; • OBS: pacientes tomavam amoxicinina para dor de cabeça. As cefalosporinas, assim como as peni- cilinas e os carbapenêmicos, são integrantes do grupo dos antibióticos beta-lactâmicos, classe caracterizada pela presença do anel beta-lactâmico na molécula e pela ação so- bre a síntese da parede bacteriana. Compa- radas às penicilinas, as cefalosporinas pos- suem meia-vida mais curta e se apresentam como drogas mais seguras, de forma que, em caso de reação alérgica não grave à peni- cilina, está autorizada a utilização de cefa- losporinas como substituta. As cefalosporinas são caracterizadas pelo amplo espectro de ação, cobrindo bac- térias Gram + (G+), Gram - (G-), aeróbias e anaeróbias. Ademais, destacam-se pela vasta aplicabilidade clínica, abrangendo desde in- fecções localizadas até condições mais gra- ves. As cefalosporinas atuam como agente bactericida por meio da sua ação inibitória sobre a síntese da parede bacteriana. Esta é composta por peptideoglicanos sintetizados por algumas enzimas (proteína ligadora de penicilinas – PBP), às quais as cefalosporinas se ligam provocando a sua inativação. Quanto aos métodos de defesa das bactérias contra as cefalosporinas, há funda- mentalmente três mecanismos principais: a pro- dução de beta-lactamases, a perda de po- rinas e a via PBP-relacionada. As beta-lacta- mases são enzimas que, quando produzidas pelas bactérias, degradam o anel beta-lac- tâmico (hidrolisando a ligação amida) das cefalosporinas, impedindo a efetividade da sua ação bactericida. Uma forma de driblar este mecanismo é por meio da utilização de cefalosporinas combinadas a inibidores de beta-lactamases (ácido clavulânico, sulbactam, tazobactam). A perda de porinas culmina na redução da permeabilidade da parede bacteriana à ce- falosporina que, dessa forma, não consegue alcançar o seu sítio de ação. Já na via PBP- relacionada, ocorre a mudança conformacio- nal destas enzimas, fazendo com que as ce- falosporinas não consigam mais se ligar e ina- tivar as mesmas. A classe das cefalosporinas é muito he- terogênea, sendo seus componentes divididos em 5 gerações. • Primeira geração: cefalexina, cefadro- xila, cefazolina e cefalotina; • Segunda geração: cefuroxima, cefaclor e cefoxitina; • Terceira geração: ceftriaxona, cefota- xima e ceftazidima; • Quarta geração: cefepime; • Quinta geração: ceftarolina e ceftobi- prole; • Outras cefalosporinas: cefiderocol. *substitutas das Penicilinas # maior atividade bac. Gram – e pouco gram + O espectro de ação desta geração é bas- tante limitado, abrangendo apenas Strepto- coccus e G+ GCocos Streptococcus Sta- phylococcus Enterococos Neisserias Moraxel- las Bacilos Listeria Clostridium Pseudomonas Haemophilus Enterobactérias Staphylococcus comunitários. Desta forma, a aplicação clínica deste grupo consiste em: infecções cutâneas, de partes moles, ósseas e de articulações. Em contrapartida, as cefalosporinas de se- gunda geração possuem boa penetração no SNC e espectro de ação mais amplo, co- brindo anaeróbios e alguns bacilos G-, como enterobactérias (comunitárias) e Haemophilus, mas perdem o espectro de ação contra Sta- phylococcus e Streptococcus quando com- paradas à primeira geração. Esta geração pode ser dividida em um subgrupo com ativi- dade contra Haemophilus influenzae (cefuro- xima) e um subgrupo com atividade contra bacteroides (cefoxitina). Esta geração é a mais conhecida e utilizada entre as cefalosporinas, tendo excelente pe- netração no SNC e em líquidos teciduais. O seu espectro de ação inclui Neisserias, Strep- tococcus (sensíveis e resistentes), pseudomo- nas, Haemophilus influenzae; além de alta ati- vidade contra Enterobacteriaceae (Escheri- chia coli, Proteus mirabilis, Proteus indol-posi- tiva, Klebsiella, Enterobacter, Serratia, Ci- trobacter). O grupo pode ser dividido entre aqueles com boa ação anti-pseudomonas (ceftazidima) e aqueles com fraca atividade contra pseudomonas (ceftriaxona e cefota- xima). Esta geração possui somente um represen- tante principal, o cefepime, que tem uma boa penetração no SNC e que costuma ser usado contra germes intra-hospitalares, cuja gravi- dade tende a ser maior. Em relação ao seu espectro de ação, há a cobertura desde Streptococcus (sejam sensíveis ou resistentes), Staphylococcus aureus meticilino- -sensíveis (MSSA) até Haemophilus, pseudomonas, neis- serias e enterobactérias (incluindo o grupo PESC – Providencia, Proteus, Enterobacter, Ser- ratia e Citrobacter). A ceftarolina é a única disponível no Brasil, e ainda com o custo bastante alto. Esta droga possui espectro de ação semelhante à ceftri- axona, porém tem atividade melhor contra G+, e trouxe como principal vantagem a amplia- ção do espectro de ação das cefalosporinas, cobrindo Staphylococcus aureus meticilino-re- sistente (MRSA) e enterococos. Este último era o grande “calcanhar de Aquiles” das cefalos- porinas. Como desvantagem há o fato que esta geração não possui ação relevante contra alguns anaeróbios. A maioria das cefalosporinas parenterais, por possuírem meia-vida curta (geralmente no má- ximo 1 hora), devem ser administradas a cada 4 horas no tratamento de infecções sistêmicas graves. Foge a esta regra a cefazolina e a ceftriaxona que, por possuírem meia-vida mais longa, podem ser administradas a cada 8 e 24 horas, respectivamente. Com exceção da ceftriaxona, cuja ex- creção biliar é relevante, as cefalosporinas devem ter sua dose ajustada em caso de in- suficiência renal. Todas as cefalosporinas atingem concentrações terapêuticas nos flui- dos corporais: líquidos pleural, pericárdico, peritoneal e sinovial, assim como na urina. Em relação ao líquido cefalorraquidiano (LCR), as cefalosporinas de primeira e segunda ge- rações (exceto a cefuroxima) não atravessam a BHE, não sendo, dessa forma, indicados para infecções no SNC. As cefalosporinas chegam até o sítio da in- fecção (seja óssea, cutânea, sanguínea, de líquidos corporais ou de partes moles) e atuam sobre as bactérias, inibindo a síntese da parede bacteriana. • Hipersensibilidade; • Nefrotoxixidade; • Intolerância ao álcool; • Diarreia; CARBAPENÊMICOS São fármacos que possuem um anel beta-lactâmico acoplado e uma estrutura anular de cinco elementos. Diferem das peni- cilinas por ser insaturado e conter um átomo de carbono em lugar do átomo de enxofre. Esses antibióticos possuem espectro de ativi- dade mais amplo que a maioria dos outros do mesmo grupo. Principal droga deste grupo. A exemplo de outros beta-lactâmicos, liga-se às proteínas de ligação da penicilina, interrompendo a síntese da parece celular bacteriana, levando à morte das bactérias sensíveis. Uma característica importante desse medicamento é o fato dele ser muito resistente à hidrólise pela maioria das beta-lactamases, mas não resiste as metalo-beta-lactamases. Sua cobertura é ampla, os estreptococos (in- clusive o S. pneumoniae resistente à penici- lina), os enterococos (com exceção do E. fa- ecium e as cepas resistentes às penicilinas não produtoras de beta-lactamase), os estafilo- cocos e a Listeria, são todos sensíveis, sendo excelente contra as Enterobacteriaceae, in- cluindo os microrganismos que são resistentes às cefalosporinas. Vele lembrar que, a maioria das cepasde Pseudomonas e Acinetobacter é resistente a esse medicamento. • Antibiótico de amplo espectro; • Atividade excelente contra Enterobacté- rias; • Resistente a ação das beta-lactamases ou alérgicos a penicilina; Sua via de administração é a parenteral, visto que o imipenem não é uma droga absorvida por via oral. Esse fármaco é rapidamente hi- drolisado por uma dehidropeptidase encon- trada na borda em escova do túbulo renal proximal, por isso a necessidade de sua com- binação com a cilastatina - fármaco que inibe a degradação do imipenem pela DH1, aumentando assim o seu tempo de meia-vida. Diante disso, fica evidente a necessidade de ajuste de dose nos pacientes que possuem al- gum grau de insuficiência renal. Quanto as re- ações adversas, as mais comuns são: náuseas, vômitos e diarreias. Os pacientes podem apresentar convulsões, em especial quando administradas altas doses. • Não é absorvido por vira oral → adminis- trado somente EM. • No rim passa para o filtrado glomerular sendo parcialmente degradado por uma desidropeptidase; • Cilastatina: administrado junto com o imi- peném pois impede a degradação. • OBS: não deve ser utilizado como monote- rapia para infecções de P. aeruginosa, de- vido ao risco de desenvolvimento de resis- tência durante a terapia. MONOBACTÂMICOS Interage com proteínas de ligação da peni- cilina dos microrganismos sensíveis, induzindo a formação de longas estruturas bacterianas filamentosas. É um antibiótico resistente a mui- tas beta-lactamases, mas não resiste à ação das beta-lactamases da Klebsiella Pneumo- niae Carbapenemase (KPC). Atividade antimi- crobiana: Possui um espectro de atividade di- ferente dos outros medicamentos do grupo e se assemelha com os aminoglicosídeos. Sua eficácia está restrita às bactérias gram-negativas, não possuindo qualquer ati- vidade contra as bactérias gram-positivas e microrganismos anaeróbios. No entanto, pos- sui uma atividade excelente contra as Entero- bacteriaceae e contra P. aeruginosa, além de boa atividade contra H. influenzae e gonoco- cos. Farmacocinética e reações adversas: É administrado por via intramuscular ou intrave- nosa. Sua meia-vida é de aproximadamente 1,7h e a maior parte dele é recuperada em sua forma inalterada na urina. Nos pacientes anéfricos, a meia-vida aumenta para cerca de 6h. Em geral é um me- dicamento bem tolerado, provocando pou- cos efeitos colaterais, mas pode causar fle- bite, erupções cutâneas e, ocasionalmente, testes de função hepáticas anormais. Os pacientes alérgicos às penicilinas ou às cefalosporinas parecem não reagir ao aztreonam, com exceção da ceftazidima. In- dicações terapêuticas: Tem sido utilizado com sucesso no tratamento de algumas infecções causadas por microrganismos gram-negati- vos, que normalmente seriam tratadas com um antibiótico beta-lactâmico. Logo, observa-se que pode ser uma alternativa para os paci- entes alérgicos aos outros beta-lactâmicos. • Ativo contra gram - resistente à lactamase, escolha contra enterobactérias (Salmo- nella sp) e P. aeruginosa e gonococos. • Administração por via parenteral (IM ou EC), biotransformação hepática e excre- ção urinária; INIBIDORES DA BETA LACTAMASE • Ácido clavulônico e sulbactam; • Antimicrobianos “suicidas” ligam-se irrever- sivelmente às beta-lactamases (antagonis- tas competitivos irreversíveis); • Inativam beta-lactamases codificadas por plasmídios; • Não são efetivos contra beta-lactamases cromossômicas tipo I, induzidas por bacilos Gram - tais como Enterobacter (aqui usa tazobactam), acinetobacter e citrobacter. FÁRMACOS ANTIBACTERIANOS • Podem ser bactericidas ou bacteriostáti- cos. Atuam no ribossomo inibindo a síntese proteica. Ribossomo → atua diferente entre as bacté- rias (subunidades 50s e 30s) e células dos ma- míferos (subunidades 60s e 40s). Inibição da DNA ou RNA polimerase. • Rifamicina e Rifampicina (meia vida longa); • MA: Inibem a síntese do ácido nucléico. • Inibem os contraceptivos orais. • Inibição da DNA ou RNA polimerase. Fluoroquinolonas (meia vida média/longa). MA: Impede a replicação da bactéria. • Ciprofloxacina - Enoxacina - Norfloxacina – Ofloxacina GLICOPEPTÍDEOS A vancomicina é um antibiótico glico- peptídico tricíclico produzido por Strepto- coccus orientalis. A teicoplanina também é um antibiótico da classe dos glicopeptídeos pro- duzido por Actinoplanes teichomyetius. Possui similaridade com a vancomicina quanto à es- trutura química, mecanismo de ação, espectro de atividade e via de eliminação (isto é, prin- cipalmente renal). A vancomicina e a teicoplanina inibem a sín- tese da parede celular de bactérias sensíveis através de sua ligação de alta afinidade à extremidade terminal D-alanil-D-alanina de unidades precursoras da parede celular. Em virtude de seu grande tamanho molecular, são incapazes de penetrar na membrana externa de bactérias gram-negativas. Os glicopeptí- deos são geralmente bactericidas contra ce- pas sensíveis, à exceção de enterococos. A vancomicina é usada no tratamento de pacientes com infecções gram positivas in- vasivas suspeitas ou comprovadas, incluindo S. aureus resistente à meticilina (MRSA). AMINOGLICOSÍDEOS O grupo dos aminoglicosídeos inclui a gentamicina, a tobramicina, a amicacina, a plazomicina, a estreptomicina, a paromomi- cina, a espectinomicina e a neomicina. Esses fármacos são utilizados principalmente no tra- tamento de infecções causadas por bactérias aeróbicas gram-negativas. Em contraste com a maioria dos inibidores da síntese microbiana de proteínas, que são bacteriostáticos, os aminoglicosídeos são inibidores bactericidas da síntese proteica. • Utilizados em pacientes B24. • Agentes bactericidas; • Gentamicina, estreptomicina, tobramicina, amicacina, netlmicina, canamicina e neomi- cina; Os aminoglicosídeos difundem-se por meio de canais porina na membrana externa dos mi- crorganismos suscetíveis. Esses microrganismos também têm um sistema dependente de oxigê- nio que transporta o fármaco através da membrana citoplasmática. Dentro da célula, eles se fixam na subunidade ribossomal 30S, onde interferem com a montagem do aparelho ribossomal funcional e/ou causam a leitura in- correta do código genético pela subunidade 30S do ribossomo completo. A. O aminoglicosídeo (representado pelos círculos vermelhos) se liga à subunidade ribossômica 30S e interfere na iniciação da síntese de proteínas fixando o complexo ribos- sômico 30S-50S no códon de iniciação (AUG) do mRNA. Enquanto os complexos 30S-50S lo- calizados a jusante completam a tradução do mRNA e se liberam, os complexos de inici- ação anormais, chamados de monossomas da estreptomicina, acumulam-se bloqueando a posterior tradução da mensagem. O aminogli- cosídeo que se liga à subunidade 30S tam- bém causa erro de leitura do mRNA, levando a B, terminação prematura da tradução com liberação do complexo ribossômica e síntese de proteína incompleta ou C, incorporação de aminoácidos incorretos (indicados pelo X vermelho), resultando na produção de prote- ínas anormais ou não funcionais. Os antimicrobianos que interrompem a síntese proteica em geral são bacteriostáti- cos; os aminoglicosídeos são os únicos a atuar como bactericidas. A estrutura policatiônica altamente polar dos aminoglicosídeos impede absorção ade- quada após administração oral. Por isso, to- dos os aminoglicosídeos (exceto a neomicina) precisam ser administrados por via parenteral para alcançar níveis séricos adequados. As concentrações séricas máximas de aminoglicosídeos são observadas aproxima- damente 30 a 60 minutos após o término de uma infusão intravenosa ou 30 a 90 minutos após uma injeção intramuscular. A neomicina não é administrada por via parenteral devido à grave nefrotoxicidade. Ela é administrada topicamente contra infecções cutâneas ou por viaoral para preparação intestinal pré- via à cirurgia colorretal. Todos os aminoglico- sídeos têm propriedades farmacocinéticas si- milares. Devido à sua hidrofilicidade, as con- centrações tissulares podem ser subterapêuti- cas, e a penetração na maioria dos líquidos orgânicos é variável. Os aminoglicosídeos atingem concentrações na urina de 25 a 100 vezes a do sangue. Por outro lado, mostram baixa penetração no LCS, na árvore biliar e nas secreções brônquicas. Aproximadamente 99% da dose admi- nistrada é eliminada inalterada na urina, prin- cipalmente por filtração glomerular. A meia- vida varia de 1,5 a 3,5 horas em adultos com função renal normal. A meia-vida é prolon- gada em neonatos, lactentes e pacientes com função renal diminuída. Ocorre acúmulo em pacientes com disfunção renal, sendo neces- sário ajustar a dosagem. • Absorção: menos de 1% VO (gentaminicia apresenta maior absorção na vigência de úlceras gástricas). Rapidamente absorvido IM; • Distribuição: baixo volume (exceto a es- treptomicina). Altamente polares (não atin- gem SNC e olho). Maioria usada como po- mada, creme ou colírio. • Biotransformação hepática e excreção re- nal. Efeito dose dependente, porém, são ototóxicos (ocasiona surto), atravessa barreira placentária (ototoxidade fetal), nefrotóxicos e bloqueio neuromuscular. • Estreptomicina → Endocardite bacteriana (enterococos, estreptococos), tuberculose, pneumonia e peste bilbônica; • Gentamicina → Infecções trato urinário, meningite, pneumonia, sepse, peritonite; • Tobramicina → Indicações semelhantes à gentamicina e infeções oculares. • Amicacina → Infecções hospitaleres por bacilos Gran-negativos; • Netilmicina → Assemelha-se à gentamicina e tobramicina, eficaz contra bacilos Gram- negativo aeróbios; • Neomicina → Amplo espectro, infecções de pele, mucosa, queimaduras, feridas, úlceras e dermatoses infectadas. Associação com eritromicina (“preparação” do intestino para cirurgia). TETRACICLINAS Para melhor absorção oral, e para au- mentar a potência em alguns fármacos obser- vamos a presença de um alogênio na estru- tura. Desta forma, este antibiótico é mais po- tente. As tetraciclinas são antibióticos bacterios- táticos com atividade contra uma ampla va- riedade de bactérias aeróbicas gram-positi- vas e gram-negativas e espécies atípicas. As tetraciclinas consistem em quatro anéis fundi- dos com um sistema de ligações duplas con- jugado. Substituições nesses anéis alteram a farmacocinética individual e o espectro de atividade antimicrobiana. As tetraciclinas entram nos microrganismos sus- cetíveis por difusão passiva e também por um mecanismo proteico de transporte depen- dente de energia próprio da membrana cito- plasmática interna da bactéria. As tetracicli- nas se concentram no interior das células dos microrganismos suscetíveis. Elas se ligam rever- sivelmente à subunidade 30S do ribossomo bacteriano, em uma posição que bloqueia a ligação do aminoacil-tRNA ao local aceptor no complexo mRNA-ribossomo. A síntese pro- teica é inibida, levando a um efeito bacteri- ostático. • MA: impede a síntese proteica, impedindo a transcrição no local “A” do ribossomo bacteriano. São adequadamente absorvidas após inges- tão oral. A absorção ocorre principalmente no intestino delgado proximal e no estômago. A biodisponibilidade da doxiciclina oral se aproxima de 95% (com ou sem alimentos), com concentrações séricas máximas observadas de 1-3 horas após a dose. Por outro lado, a biodisponibilidade da tetraciclina oral é reduzida em 50% se for in- gerida com alimentos. A absorção de todas as tetraciclinas pode ser diminuída com a ad- ministração concomitante de cátions multiva- lentes (isto é, alumínio, cálcio, ferro, magnésio). Esses cátions quelam com as tetraciclinas, pre- judicando sua absorção. Doxiciclina, minoci- clina e tigeciclina estão disponíveis em pre- parações orais e intravenosas (IV). Em geral, as tetraciclinas penetram bem nos tecidos e fluidos corporais. Entre os se- guintes agentes, o grau de penetração do tecido se correlaciona com a lipossolubili- dade: minociclina > doxiciclina > tetraciclina. • Absorção: VO → degrada pelo estômago, abs intestinal; • Quelatos insolúveis (Ca⁺, Mg⁺, Fe⁺, e Al⁺) → principal problema em decorrência dos efeitos adversos; • Distribuição: Alto volume, penetram na mai- oria dos compartimentos líquidos e atra- vessam a placenta; • Biotransformação: hepática (CIP P-450); • Excreção: renal na sua grande maioria; • OBS: evitar consumo de leites, fígado ao mesmo tempo do medicamento. • Distúrbios TGI: VO → modificação da flora bacteriana intestinal (anticoncepcionais orais); • Quelam Ca⁺ → depositam-se nos ossos e dentes em crescimento → causando pig- mentação e as vezes hipoplasia dentária e deformidades ósseas; • Fototoxicidade → demeclocilina; • Altas Doses → podem diminuir a síntese de proteínas do hospedeiro → podendo re- sultar em lesão renal e o aparecimento de uremia; • Terapia a longo prazo ➔ distúrbios da medula óssea. A atividade antimicrobiana de todas as te- traciclinas é essencialmente a mesma, embora existam algumas diferenças no grau relativo de atividade contra certos patógenos entre os vários agentes. As tetraciclinas são antibió- ticos bacteriostáticos de amplo espectro que são usados para tratar a infecção causada por muitas bactérias gram-positivas e gram- negativas aeróbicas. No entanto, eles também têm atividade contra muitos patógenos atípi- cos, incluindo Rickettsia spp, Borrelia spp, Co- xiella burnetii, Treponema spp, Chlamydia spp, Mycoplasma pneumoniae, Plasmodium spp, Vibrio cholerae, Vibrio vulnificus, Brucella spp, Calymmatobacterium graneliamatis, Lept. Bor- relia recurrentis, Burkholderia pseudomallei, Mycobacterium marinum, Entamoeba his- tolytica, Ehrlichia spp e Anaplasma spp. Esses medicamentos têm pouca atividade contra fungos e vírus. • Na maioria das doenças causadas por Mycoplasmoa, Rickettsia e Chlamydia sp. • Não indicado para gestantes e crianças abaixo de 12 anos (manchas nos dentes); • Cólera; • Linfogranuloma venéreo, infecções uretrais; • Febre tifóide. MACROLÍDEOS São um grupo de antimicrobianos com uma estrutura lactona macrocíclica à qual es- tão ligados um ou mais açúcares desoxi. A eri- tromicina foi o primeiro desses antimicrobianos a encontrar aplicação clínica como fármaco de primeira escolha e como alternativa às pe- nicilinas em indivíduos que são alérgicos aos antimicrobianos β-lactâmicos. Claritromicina (uma forma metilada da eritromicina) e azitromicina (apresentando um anel lactona maior), têm algumas caraterísti- cas comuns com a eritromicina e outras que a melhoraram. Essas alterações estruturais torna- ram os macrolídeos mais novos mais estáveis ao ácido do que a eritromicina, proporcio- nando melhor absorção oral, tolerância e propriedades farmacocinéticas. Os macrolí- deos mais novos também têm um espectro mais amplo de atividade antibacteriana que a eri- tromicina. Telitromicina, um derivado semissin- tético da eritromicina, é o primeiro antimicro- biano “cetolídeo”. Cetolídeos e macrolídeos têm cobertura antimicrobiana similar. Contudo, os cetolídeos são ativos contra várias cepas gram-positivas resistentes a macrolídeos. • São bacteriostáticos. • Eritromicina → Espectro idêntico ao da pe- nicilina G → usado para pacientes com re- ações alérgicas às penicilinas; • Claritromicina → Utilizada em DSTs e contra H. pylori; • Azitromicina → Indicado para infecções do trato respiratório. Os antibióticos macrolídeos são agentes bacteriostáticos, que inibem a síntese de pro- teínas através de sua ligação às subunidades ribossômicas 50S de microrganismos sensíveis, no local de ligação do cloranfenicol e da clindamicina ou muito próximo dele. Os macro- lídeos se ligam irreversivelmente a um local na subunidade 50S do ribossomo bacteriano, ini- bindo, assim, etapas de translocaçãona sín- tese de proteínas. Eles também podem interfe- rir em outras etapas, como a transpeptização. • MA: impede a transpeptidação da cadeia de aminoácidos do ribossomo bacteriano. A eritromicina base é destruída pelo suco gástrico. Assim, são administradas formas este- rificadas ou comprimidos revestidos entéricos do antimicrobiano. Todos são adequadamente absorvidos por via oral. Claritromicina, azitromicina e teli- tromicina são estáveis no estômago ácido e são bem absorvidas. Os alimentos interferem na absorção de eritromicina e azitromicina, mas podem aumentar a absorção de claritro- micina. A eritromicina se distribui bem em todos os líquidos corporais, exceto no LCS. Ela é um dos poucos antimicrobianos que se difunde no líquido prostático e também acumula nos macrófagos. Os quatro fármacos se concen- tram no fígado. Claritromicina, azitromicina e telitromicina são amplamente distribuídas nos tecidos. A azitromicina se concentra nos neu- trófilos, macrófagos e fibroblastos, e os níveis séricos são baixos. A azitromicina tem a meia- vida mais longa e o maior volume de distribui- ção dos quatro fármacos. Eritromicina e telitromicina são extensa- mente biotransformadas no fígado. Elas inibem a oxidação de inúmeros fármacos por meio de sua interação com o sistema CYP450. Interfe- rência com a biotransformação de fármacos, como teofilina, estatinas e numerosos antiepi- léticos, foi relatada para a claritromicina. Eri- tromicina e azitromicina são concentradas e excretadas primariamente na bile como fárma- cos ativos. Ocorre reabsorção parcial por meio da circulação entero-hepática. Em con- traste, a claritromicina e seus metabólitos são eliminados pelos rins, bem como pelo fígado. Absorção: intestinal, destruição no estômago; • Distribuição: Baixo volume, não atinge SNC e LCR; • Biotransformação: hepática e excreção re- nal. Os macrolídeos são ativos contra infecções comuns do trato respiratório, incluindo Strep- tococcus pneumoniae suscetível à eritromi- cina, Haemophilus spp, Moraxella catarrhalis e patógenos de pneumonia atípica, incluindo Legionella pneumophila, Chlamydia pneumo- niae e Mycoplasma pneumoniae. A azitromi- cina é mais eficaz in vitro contra a maioria das cepas de Haemophilus influenzae, leva à morte mais rápida do patógeno e possui efeito pós-antibiótico mais longo do que a claritromicina. A azitromicina é preferível à claritromicina em pacientes ambulatoriais com pneumonia adquirida na comunidade (PAC) e com comorbidades, como doença pulmonar obstrutiva crônica. A eritromicina não tem ati- vidade contra H. influenzae. Além de cobrir S. pneumoniae sensível à eritromicina, esses antibióticos também costu- mam ser ativos contra outros organismos gram-positivos, incluindo Staphylococcus au- reus (exceto o S. aureus resistente à meticilina) e os estreptococos do grupo A, B, C e G. A azitromicina e a claritromicina aumentaram a atividade gram-negativa em comparação com a eritromicina. A azitromicina também é comumente usada no tratamento de doenças sexual- mente transmissíveis (DSTs). É um agente de pri- meira ou segunda linha para várias DSTs, in- cluindo infecções causadas por N. gonor- rhoeae (com ceftriaxona), Chlamydia tracho- matis, Mycoplasma genitalium, Haemophilus ducreyi (cancroide) e granuloma inguinal. A claritromicina geralmente não é usada para DSTs, porque é menos ativa do que a azitro- micina contra alguns organismos (M. genita- lium) e porque a farmacocinética e a tolerân- cia favorecem a azitromicina. A azitromicina e a claritromicina têm atividade contra vários outros organismos, incluindo M. pneumoniae, Ureaplasma urealyticum, L. pneumophila, C. pneumoniae, Bordetella pertussis e Babesia mi- croti. • Infecções por Mycoplasma pulmoniae, Chlamydia, estreptococos, estafilococos, Campylobacter, Helicobacter pylori, Mico- bactérias, Tétano, Sífilis; • Profilático contra recidivas de febre reu- mática. Os macrolídeos têm sido associadas a efeitos colaterais gastrointestinais (GI), hepatoxici- dade, prolongamento do intervalo QT e ou- tros eventos cardiovasculares. Entre esses agentes, a azitromicina é geralmente mais bem tolerada, seguida pela claritromicina e eritromicina. ANFENICÓIS E LINCOSAMINAS CLORANFENICOL E CLINDAMICINA O cloranfenicol inibe a síntese de pro- teínas nas bactérias e, em menor grau, nas cé- lulas eucarióticas. O fármaco penetra rapida- mente nas células bacterianas, provavelmente por difusão facilitada. Atua primariamente através de sua ligação reversível à subuni- dade ribossômica 50S (próximo ao local de ligação dos antibióticos macrolídeos e da clindamicina, que são inibidos competitiva- mente pelo cloranfenicol). Apesar da ligação do tRNA no local de reconhecimento do có- don na subunidade 30S do ribossomo não ser afetada, o fármaco impede aparentemente a ligação da extremidade do aminoacil-tRNA contendo o aminoácido ao local aceptor na subunidade 50S do ribossomo. A interação entre a peptidiltransferase e seu substrato aminoácido não pode ocorrer, com conse- quente inibição da formação da ligação peptídica. O cloranfenicol também pode inibir a síntese de proteína mitocondrial nas células de mamíferos, talvez pelo fato de que os ri- bossomos mitocondriais se assemelham mais aos ribossomos bacterianos (ambos são 70S) do que aos ribossomos citoplasmáticos 80S das células de mamíferos. A peptidiltransferase dos ribossomos mitocondriais, mas não a dos ribossomos citoplasmáticos, é inibida pelo clo- ranfenicol. As células eritropoiéticas dos mamí- feros mostram-se particularmente sensíveis ao fármaco. A clindamicina funciona principalmente pela ligação à subunidade ribossômica 50s das bactérias. Esse agente interrompe a sín- tese proteica, interferindo na reação de trans- peptidação, o que inibe o alongamento pre- coce da cadeia em formação. • MA: impede a transpeptidação da cadeia de aminoácidos do ribossomo bacteriano. O cloranfenicol tem largo espectro de ação antimicrobiana e é ativo contra microrganis- mos Gram-negativos, Gram-positivos e rickett- siae. Apresenta amplo espectro, mas devido sua toxicidade, seu uso é limitado; Somente utilizado para o tratamento de infecções graves nas quais o risco é maior que o benefício. Ex: tratamento de meningite em pacientes aos quais não se pode adminis- trar penicilina • Resistência -- AcetilCoA transferase → ina- tiva o Cloranfenicol. • Absorção: rápida por VO; • Distribuição: atinge SNC e LCR. • Biotransformação: hepática e excreção re- nal; • Alteração expressão gênica de proteínas envolvidas no transporte de elétrons (ca- deia respiratória); • Toxicidade hematológica, reações de hi- persensibilidade cutânea e náuseas. • Depressão da medula óssea → pancitope- nia; • Distúrbios da manutenção dos eritrócitos → desaparecem com suspenção do trata- mento; • Síndrome do bebê cinzento ➔ vômitos, di- arreia, flacidez, baixa temperatura e tona- lidade cinza. mortalidade de 40% em mé- dia; • Hipersensibilidade, distúrbios TGI e outras sequelas decorrentes da alteração da flora bacteriana. • Absorção: rápida por VO, rápida e com- pleta; • Distribuição: ampla atingindo tecidos e lí- quidos corporais. Não atravessa a bar- reira hematoencefálica; • Excreção: renal. • Uso clinico → Utilizado para tratamento de sepse. • Efeitos adversos: colite pseudomembra- nosa → inflamação aguda do cólon cau- sada por uma toxina necrosante (potenci- almente fatal). Distúrbios TGI. Náuseas, di- arreia e vômito. QUINOLONAS FLUOROQUINOLONAS, QUINOLONAS, ANTISSÉPTICOS DA VIA URINÁRIA • Só tem quatro gerações. • Amplo espectro Gram + e Gram - • Primeira → Ácido nalidíxico, oxolínico e ci- noxacina (resistentes) - é considerada como a de primeira geração, possuindo um pequeno espectro de ação. • Segunda → Norfloxacina, ciprofloxacina, lomefloxacina (maior espectro) - são ca- pazes de atuar contragram-negativos aeróbicos e bactérias atípicas. • Terceira geração → Levofloxacina, espa- floxacina, moxifloxacina (espectro aumen- tado - possui maior atividade contra bac- térias gram-positivas. • Quarta geração - aquela que possui um maior espectro de ação, é representada pelo moxifloxacino, e tem eficácia contra anaeróbios e gram-positivos. As quinolonas são antibióticos que atuam inibindo a duplicação do DNA bacte- riano. Existem dois grupos, as quinolonas e as fluoroquinolonas (nas quais são adicionadas moléculas de flúor). Assim como as cefalospo- rinas, as quinolonas também são divididas em gerações, existindo atualmente quatro gera- ções. O ácido nalidíxico é o precursor de to- das as quinolonas, porém não é uma substân- cia muito utilizada na prática clínica. Vale lembrar que devido ao uso indiscriminado das quinolonas houve um aumento da resistência antimicrobiana. Outra consideração muito im- portante é quanto aos seus efeitos colaterais (infecção por clostridioides, tendinopatia, neuropatia), por isso, seu uso está reservado para casos onde os benefícios claramente su- peram os riscos. Esse medicamento atravessa a parede bac- teriana por meio de canais de porina e exi- bem efeitos antimicrobianos em duas enzimas, a DNA-girase (topoisomerase II) e a topoiso- merase bacteriana IV. A inibição da primeira enzima resulta em relaxamento do DNA, pro- movendo quebra da fita de DNA, já a inibição da topoisomerase IV tem como consequência a desestabilização cromossomal durante a divisão celular, interferindo assim na separa- ção do DNA recém-replicado. • Absorção: boa absorção VO; • Distribuição: ampla para todos os tecidos e líquidos corporais. Níveis altos na urina e tecido prostático. Baixa penetração no LCR; • Excreção: renal. Possuem duas grandes propriedades farma- cocinéticas: • sua alta biodisponibilidade oral; • um grande volume de distribuição. As quinolonas podem ser administradas de duas maneiras: 1. por via oral; 2. por via intravenosa (IV). Quando utilizadas por via oral, são bem absorvidas, iniciando a absor- ção no trato gastrointestinal superior com meia vida sérica em torno de 3 – 10 horas. Se acumulam em vários tecidos, em especial: rins, próstata e no pulmão. Os alimentos não reduzem de forma substancial a absorção dessas drogas, mas podem atrasar o tempo entre a administração do medicamento e o pico de concentração sérica. No entanto, laticínios, antiácidos, multi- vitaminas (em especial as que contém zinco), e outras fontes de cátions divalentes (magné- sio, cálcio e alumínio) podem interferir signifi- cativamente na absorção. As drogas desse grupo, em sua maioria, não conseguem ultrapassar a barreira hema- toencefálica, exceto a ofloxacina, que conse- gue penetrar no líquido cefalorraquidiano (LCR). A eliminação das quinolonas, mais es- pecificamente, da ciprofloxacina e da nor- floxacina ocorre parcialmente pelo metabo- lismo hepático e parcialmente por eliminação renal. No entanto, o como dito acima, o vo- lume de distribuição das quinolonas é alto, podendo exceder o volume total de água no corpo, fazendo com que a droga se acumule em alguns tecidos. • Náuseas, cefaleia, nefrotoxicidade e fotos- sensibilidade. • Interações → Podem aumentar o nível sé- rico da Teofilina, Varfarina, Cafeína e Ci- closporina (inibição da biotransformação). • No trato gastrointestinal, os possíveis efei- tos são: distúrbio transitório gastrointesti- nal leve (o efeito adverso mais comum das quinolonas, como: anorexia, náuseas, vômi- tos e desconforto abdominal); doença as- sociada ao C. difficile; hepatotoxicidade (associadas com elevações leves das transaminases); • Distúrbios neurológicos (estão entre os mais comuns também, consistindo em: cefaleia, tontura, alterações no humor e no sono, mas efeitos menos comuns também podem ocorrer, como alucinações e convulsões); • Neuropatias periféricas (que cursam com: dor, queimação, formigamento, dormência, fraqueza ou alteração das sensações); • Outros efeitos neurológicos (convulsões, pseudotumor cerebral e exacerbação da miastenia gravis); • Cardiovascular (prolongamento do inter- valo QT, aneurisma e dissecção aórtica e regurgitação mitral e aórtica); • Muscoloesquelético (tendinopatias, rotura de tendão e artropatia); • Outros efeitos adversos, como: hipo ou hi- perglicemia, descolamento de retina, foto- toxicidade e reações de hipersensibili- dade. Controlada e idade avançada. • Nitrofurantoína → Ativo contra Gram + e - • Desenvolvimento de resistência é rato; Ad- ministração via oral. Absorção pelo TGI rá- pida e completa. Excreção: renal. • Efeitos adversos → distúrbios no TGI, rea- ções de hipersensibilidade e hepatotoxici- dade. • Uso clínico ➔ Infecções urinárias. Compli- cadas ou recorrentes. Resistentes a outros atbs. Utilidade em prostatite. • DSTs: N. gonorrhoeae, C. trachomatis e Ha- emophilus ducreyi. Infecções mistas. • Infecções gastrointestinais: Shigelose. Erra- dicam estado de portador na febre tifoide. Diarreia do viajante. • Infecções respiratórias: Segunda-linha em sinusite (bacteriana), faringite, e otite mé- dia. Pneumonia. Boa atividade contra Lgionella sp. (multirresistente a antibióti- cos). ~ EUDIANE ZANCHET ~
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