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RESUMÃO - ANTIBIOTICOTERAPIA

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ANTIBIOTICOTERAPIA 
 
INTRODUÇÃO 
Os seres humanos e as bactérias pos-
suem a mesma matriz — DNA — e muitos pro-
cessos bioquímicos são comuns a ambos. Po-
rém, existem componentes e processos meta-
bólicos na célula bacteriana que são sufici-
entemente diferentes daqueles existentes nos 
seres humanos, de forma a tornar-se alvos po-
tenciais para os fármacos antibacterianos. 
 
ESTRUTURA DAS CÉLULAS BACTERIANAS 
As bactérias são microrganismos classi-
ficados como procarióticos, ou seja, células 
sem núcleos. 
 
• Cocos; 
• Bacilos; 
• Espiroquetas; 
• Tamanho: 0,2 a 5um. 
 
 
Espessura e composição química variável. 
 
 
 
 
Circundando a célula está a parede 
celular, composta por peptideoglicanos em 
todas as formas de bactérias, exceto no 
Mycoplasma. O peptideoglicano é único 
para as células procarióticas e não apre-
senta uma contraparte nas eucarióticas. 
Dentro da parede celular está a mem-
brana plasmática, que, como nas células eu-
carióticas, é constituída de dupla camada de 
fosfolipídeos e de proteínas. Ela funciona 
como uma membrana de permeabilidade se-
letiva, com mecanismos de transporte especí-
ficos para vários nutrientes. Entretanto, na 
bactéria, a membrana plasmática não contém 
esteróis (ex., colesterol), e isso pode modificar 
a entrada de algumas substâncias químicas. 
A parede celular sustenta a membrana plas-
mática subjacente e ambas, em conjunto, for-
mam o envelope bacteriano. 
Tal como nas células eucarióticas, a 
membrana plasmática circunscreve o cito-
plasma, mas as células bacterianas não apre-
sentam núcleo; em vez disso, o material gené-
tico, na forma de um único cromossomo con-
tendo toda a informação genética, reside no 
citoplasma sem membrana nuclear circun-
dante. Também contrastando com as células 
eucarióticas, não existem mitocôndrias – a 
energia celular é gerada por sistemas enzimá-
ticos localizados na membrana plasmática. Al-
gumas bactérias apresentam componentes 
adicionais relevantes para a quimioterapia, 
incluindo uma membrana externa, exterior-
mente à parede celular. 
Isso determina se elas concentram o co-
rante de Gram (“Gram-positivas”) ou não 
(“Gram-negativas”). Nas bactérias Gram- -ne-
gativas, essa membrana previne a penetra-
ção de alguns agentes antibacterianos. 
• Bactérias ácidoresistentes: não 
possuem parede celular, possuem 
membrana com ácidos graxos de 
cadeia longa: resistência lipídica. Não 
sofrem ação do álcool (não permite 
passagem de álcool e ácidos). 
 
• Sustentação rígida à célula; 
• Manutenção da forma característica da 
célula; 
• Resiste a meios de baixa pressão osmótica; 
• Peptídeos e açúcares (glicanos); 
• Alvo farmacológico - inibição da trans-
peptidase. 
 
 
 
• Ação dos antibióticos: se ligam ao aa3 
e bloqueiam as próximas ligações. 
 
• Endotoxina; 
• Febre; 
• Choque; 
• Lipídeo A: fator de virulência; 
 
 
 
• Fibras de glicerol fosfato ou ribitol fosfato; 
• Capacidade de induzir choque séptico; 
• Ligação às células mucosas. 
 
 
 
• Adjacente à camada de peptideoglicano; 
• Bicamada fosfolipídica; 
• Sem esteróis; 
• Transporte ativo; 
• Fosforilação oxidativa; 
• Síntese; 
• Secreção. 
 
FATORES DE VIRULÊNCIA 
 
Microbiota normal e associados a doenças; 
Produção de enzimas e toxinas; 
Resistencia a ATB: 
• Produção de β-lactamase; 
• Gene mecA e vanA; 
• Plasmídeos. 
 
• Destruição do peptideoglicano por lisoen-
zimas – fator de virulência 
• IL-1 
• Quimioatraente 
• Ácido teicóico – adesão da bactéria em 
tecidos e mucosas. 
• Proteína A: medeia a adesão ao epitélio; 
• Adesinas; 
• Cápsula polissacarídea: garante fatores 
para que saiam dos mecanismos fagocíti-
cos; 
• Enzimas e toxinas: 
o Coagulase e fator de agregação: 
depositam fibrinogênio e fibrina nas 
bactérias; 
o Hemolisina: destruir os eritrócitos (he-
mólise); 
o Leucocidina: matar leucócitos; 
o Hialuronidase: degrada ácido hialurô-
nico – tecido conjuntivo fica menos 
viscoso para propagação. 
o Estafiloquinase; 
o Toxina esfoliativa: A e C – geram sín-
drome de pele escaldada – querati-
nócitos se confrontam. 
o Toxina da síndrome do choque tóxico: 
se liga e ativa sinalização de linfóci-
tos T – resposta imunológica exacer-
bada – aumento de citocinas; 
o Enterotoxinas: induz diarreia; 
Principais estafilococos: 
• Staphylococcus aureus; 
• Staphylococcus epidermidis; 
• Staphylococcus lugdunensis; 
• Staphylococcus saprophyticus; 
 
• Amostras de pus ou aspirado; 
• Esfregaço; 
• Cultura; 
• Teste de catalase; 
• Teste de coagulase; 
• Antibiograma;
Microbiota normal e associados a doenças. 
• Celulite; 
• Faringite; 
• Infecções neonatais; 
• Endocardites; 
• Infecções no sistema nervoso central; 
• Pneumonia, otite, bronquite... 
 
 
 
• Hemólise (total dos eritrócitos): alfa 
(parcial), beta e gama (não promovem 
hemólise); 
• Substância específica; 
• Polissacarídeos capsulares; 
• Reações bioquímicas: fermentação de 
açúcares, enzimas, sensibilidade e resis-
tência. 
 
 
 
• Toxina enterogênica - pirogênica: se liga 
ao MHC do tipo II = aumento de expressão 
de citocinas; 
• Estreptolisina S e O: hemolisinas – causa lise 
dos eritrócitos; O é suscetível ao oxigênio 
– se degrada e S é identificada na placa; 
• Estreptoquinase: degrana fibrina; 
• Desoxirribonuclease: degrada DNA (causa 
lise celular); 
• Proteínas M: adesão e boicotam o sistema 
complemento; 
 
• Coleta com swab ou pus; 
• Esfregaço; 
• Cultura; 
• Teste de catalase; 
• Teste de hemólise; 
• Antibiograma; 
• Antígenos e testes sorológicos. 
 
 
• Cocos Gram – 
• Cápsula 
• LOS 
• OPA 
• Pili 
• IgA protease 
 
 
 
Aeróbios e anaeróbios. Fermentam carboidra-
tos. Móveis e imóveis. 
• Escherichia coli; 
• Salmonella; 
• Shigella; 
• Klebsiella; 
• Proteus; 
• Enterobacter; 
 
• Colicinas: bactericidas; 
• LPS: membrana externa; 
• Antígeno O – especificação de linhagens; 
• Lipídeo A: gera endotoxina, resposta pa-
togênica; 
• Capsula: antígeno K - antifagocitário; 
• Flagelo: antígeno H – mobilidade; 
Diarreias: 
• Enterotoxinas (LT – expulsam íons clo-
reto e impedem a absorção de sódio, 
causando hipermobilidade intestinal a 
partir da adenilato ciclase e ST); 
• Verotoxina – citotóxica para os enteró-
citos = lesão do epitélio – diarreia san-
guinolenta;
 
 
 
 
ANTIBIÓTICOS 
 
INTRODUÇÃO 
Quimioterápicos são compostos quími-
cos sintéticos capazes de destruir agentes in-
fecciosos ou células cancerígenas. 
 
 
 
Antibióticos são substâncias de origem 
natural produzidas por alguns micro-organis-
mos, que debelam outros micro-organismos ou 
inibem seu crescimento. 
 
BACTERICIDA X BACTERIOSTÁTICO 
➔ Bacteriostáticos: inibem o crescimento bac-
teriano – reduz a população. 
➔ Bactericidas: debelam as bactérias. 
• Reduzem o número de micro-organismos 
viáveis (diminui colonização). 
• Menor tempo para tratar a infecção. 
• Produzem efeitos mais prolongados ➔ 
efeito pós antibiótico. 
• Quando os mecanismos imunológicos 
estão defasados os bactericidas tem 
um papel crucial. 
 
 
 
OBS: se depositam em tecidos duros 
(Tetraciclínicas) ou em mucosas (Amoxicilina). 
 
ESPECTRO DE AÇÃO 
➔ Curto espectro ou espectro estreito: atinge 
um grupo específico de bactérias (ex: somente 
gram + ou somente gram -). 
➔ Grande ou largo espectro: atingem mais do 
que um grupo específico de bactérias (ex: 
atingem ambos os gram + e -). 
 
SELEÇÃO DO AGENTE ANTIMICROBIANO 
A terapia antimicrobiana consiste basi-
camente de três maneiras: empírica, definitiva 
e preventiva (profilática). 
• Empírica: não sei o tipo de bactéria. 
• Definitiva: conhece o agente; 
• Profilática: previne uma possível infec-
ção (ex. prótese mamária). 
 
 
 
O ATB deve proporcionar cobertura ampla 
contra todos os patógenos prováveis Impos-
sibilidade da identificação do agente etioló-
gico antes da sintomatologia. Impossibilidade 
da identificação do agente etiológico antes 
da sintomatologia. 
• Resumindo: quando não tem tempo 
para identificar o agente (infecciosono cérebro, pulmão, coração). 
 
O tratamento empírico consiste na ini-
ciação do tratamento baseado na apresen-
tação clínica, que pode sugerir o microrga-
nismo específico, assim como no conhecimento 
dos microrganismos mais prováveis de causa-
rem infecções específicas em determinados 
hospedeiros, antes da confirmação laborato-
rial da própria infecção e do patógeno. 
Sempre deve ser avaliado se o trata-
mento está realmente indicado. Com algumas 
doenças, o custo de esperar alguns dias por 
indícios microbiológicos de infecção é pe-
queno. Em outro grupo de pacientes, os riscos 
de esperar são altos, tendo como base o es-
tado imune do indivíduo ou outros fatores de 
risco que reconhecidamente agravam o prog-
nóstico. 
 
• Diminui riscos adversos; 
• Ideal: conheço a bactéria. 
• Espectro estreito e baixa toxicidade 
(alta toxicidade seletiva). 
• Diminui efeitos colaterais. 
 
 
O tratamento definitivo consiste no trata-
mento individualizado com antibiótico espe-
cífico empregado quando um patógeno é 
isolado e os resultados dos testes de sensibi-
lidade estão disponíveis. O tratamento com 
um único fármaco é preferível para reduzir os 
riscos de toxicidade e seleção de patógenos 
resistentes, embora haja situações especiais 
nas quais há evidências inequívocas a favor 
do tratamento combinado. 
A duração deve ser a menor possível. Os 
princípios da utilização de terapia combi-
nada são: evitar resistência, acelerar a rapi-
dez da atividade microbicida, aumentar a efi-
cácia terapêutica ou ampliar a atividade mi-
crobicida e reduzir a toxicidade (como nos 
casos em que a eficácia plena de um anti-
bacteriano pode ser conseguida apenas com 
doses tóxicas e a administração de um se-
gundo fármaco produz efeitos aditivos). 
 
A profilaxia consiste em tratar pacientes 
que ainda não estão infectados ou não de-
senvolveram a doença. O objetivo é evitar a 
infecção ou impedir o desenvolvimento de 
uma doença potencialmente perigosa em in-
divíduos que já têm evidências de infecção. 
Em condições ideais, um único fármaco eficaz 
e atóxico consegue evitar a infecção por um 
microrganismo específico ou erradicar a infec-
ção em fase inicial. Um exemplo é a profilaxia 
das infecções oportunistas em pacientes imu-
nossuprimidos, como nos pacientes com HIV-
Aids e com contagem de linfócitos CD4+ me-
nor que 200 células/mm³. 
 
 
ANTIBIÓTICOS E SEUS DIFERENTES SÍTIOS ALVOS 
• Inibição da síntese de peptideoglicanos 
da parede celular bacteriana ou ativa-
ção de enzimas que atuam na parede ce-
lular. Exemplos: β-lactâmicos (penicilinas, 
cefalosporinas, monobactâmicos e carba-
penêmicos), glicopeptídeos, fosfomicina. 
• Aumento da permeabilidade da mem-
brana de fosfolipídios de células bacteri-
anas, levando ao vazamento de conteú-
dos intracelulares. Exemplos: polimixinas e 
daptomicina. 
• Prejuízo à função ribossômica bacteriana, 
produzindo inibição reversível da síntese 
proteica. Exemplos: aminoglicosídeos, ma-
crolídeos, lincosamidas, tetraciclinas, glicil-
ciclinas, estreptograminas, oxazolidinonas, 
cloranfenicol. 
• Bloqueio seletivo de vias metabólicas bac-
terianas. Exemplos: trimetoprima e sulfona-
midas. 
• Interferência no metabolismo de DNA ou 
RNA bacteriano. Exemplos: fluoroquinolo-
nas, rifamicinas, nitromidazóis, nitrofuranos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA 
A resistência antimicrobiana é a capa-
cidade que os micróbios possuem para cres-
cer na presença de um fármaco que normal-
mente os matariam ou limitariam seu cresci-
mento. 
A resistência aos fármacos antibacteri-
anos pode ser intrínseca à bactéria (resistên-
cia inata) ou adquirida por modificação de 
sua estrutura genética (resistência adquirida). 
Existem 4 processos gerais pelos quais uma 
bactéria pode adquirir resistência aos fárma-
cos antibacterianos. São eles: 
• Modificação da bactéria, de modo a pro-
duzir enzimas que inativam o fármaco; os 
exemplos são as enzimas β-lactamases, 
que inativam algumas penicilinas, e enzi-
mas que acetilam e, consequentemente, 
inativam os aminoglicosídeos; 
• Modificação da bactéria para que a pe-
netração do fármaco seja reduzida; um 
exemplo é a ausência da proteína de 
membrana porina D2 em Pseudomonas ae-
ruginosa resistente, que previne a penetra-
ção do antibacteriano β-lactâmico Imipe-
nem; 
• Expressão de bombas de efluxo que remo-
vem o antibacteriano da célula mais rapi-
damente do que sua entrada; um exemplo 
são as bombas de efluxo de Staphylococ-
cus aureus frente às quinolonas; 
• Alteração estrutural na molécula- -alvo 
para o fármaco antibacteriano; como 
exemplos, têm-se proteínas de ligação à 
penicilina mutantes em enterococos resis-
tentes que têm baixa afinidade pela liga-
ção às cefalosporinas, e di-hidrofolato re-
dutase mutada que não é inibida pela tri-
metoprima. 
 
 
 
Os principais mecanismos pelos quais 
as bactérias desenvolvem resistência adqui-
rida aos fármacos antibacterianos são: muta-
ção espontânea, conjugação, transdução e 
transformação. Uma mutação genética simples 
em uma população bacteriana leva aos or-
ganismos resistentes que sobrevivem e crescem 
seletivamente enquanto bactérias sensíveis 
são mortas por um fármaco antibacteriano. 
 
 
PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIBIÓTICOS 
O grupo dos bactericidas é composto 
pelos β-lactâmicos, glicopeptídeos, aminogli-
cosídeos, quinolonas e polimixinas. Já dentro 
do grupo dos bacteriostáticos, temos os ma-
crolídeos, as tetraciclinas, as sulfonamidas, as 
oxazolidinonas, os anfenicóis, as lincosaminas, 
algumas polimixinas e a tigeciclina. 
β-lactâmicos atuam inibindo a síntese 
da parece celular - representados pela peni-
cilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos, mo-
nobactâmicos e inibidores de β-lactamases. 
Os glicopeptídeos também atuam ini-
bindo a síntese da parede celular, sendo 
bacteriostáticos contra Enteroccus e sem ati-
vidade contra Gram negativos. São represen-
tados pela Vancomicina e Teicoplanina. 
Os Aminoglicosídeos inibem a síntese 
proteica através da ligação ao RNAm, pro-
duzindo proteínas defeituosas (inclusive as da 
membrana plasmática), levando a lise celular. 
São representados pela Estreptomicina, Gen-
tamicina e Amicacina. 
As Quinolonas agem bloqueando a ati-
vidade das topoisomerases e são representa-
das pelo Ácido Nalidíxico, Norfloxacino, Ci-
profloxacino, Levofloxacino e Moxifloxacino. 
As Polimixinas têm ação sobre a mem-
brana plasmática de bactérias Gram nega-
tivo, ligando-se aos LPSs da membrana ex-
terna e se integrando à estrutura fosfolipídica 
da membrana plasmática, gerando desconti-
nuidades letais à célula. 
Os Macrolídeos inibem a síntese pro-
teica, por meio da ligação à subunidade 50s 
do RNAr. São representados pela Azitromicina, 
Claritromicina, Eritromicina, Roxitromicina e Te-
litromicina. 
As Tetraciclinas inibem a síntese pro-
teica, impedindo a ligação do RNAt ao ribos-
somo. São representadas pela Tetraciclina, 
Doxiciclina e Minociclina. 
As Sulfonamidas agem inibindo a síntese 
dos ácidos nucleicos e são representadas 
pela Sulfadiazina e Sulfametoxazol. 
As Oxazolidinonas inibem a síntese pro-
teica através da ligação à subunidade 50s. 
São representadas pela Linezolida e indica-
das, principalmente, para Gram positivos resis-
tentes a β-lactâmicos e glicopeptídeos. 
 
 
SULFONAMIDAS + TRIMETROPIM 
 
AGENTES ANTIMICROBIANOS QUE INTERFEREM NA SÍN-
TESE DO FOLATO: SULFAS E TRIMETROPIM 
• São antimetabólicos. 
 
 
 
• Separados: trabalham como bacteriostáti-
cos. 
• Associados: efeito bactericida. 
 
 
 
Competição com o ácido p-aminobenzóico 
(PABA), pela enzima diidropeptase-sintase 
(antagonismo competitivo reversível). 
➔ Ação antagonizada pelo excesso de PABA 
(exsudado). 
• As sulfas são bacteriostáticas.
A sulfa compete com o PABA pela síntese 
do ácido fólico. Isto dá origem a um substrato 
fraudulento, que a bactéria não consegue 
utilizar para sua vida. 
Resumindo: as sulfas inibem a síntese do 
ácido fólico. 
O mecanismo de ação das sulfonamidasestá relacionado com a produção pelas 
bactérias de ácido tetra-hidrofólico, o deri-
vado ativo do folato. Por isso, se faz neces-
sária a revisão de como ocorre esse processo 
de metabolização do ácido fólico. Os deri-
vados do ácido fólico são cofatores enzimá-
ticos fundamentais para a síntese e matura-
ção do DNA, ou seja, é essencial para a mul-
tiplicação celular, já que atuam na síntese de 
purinas e pirimidinas, bem como na síntese de 
aminoácidos e timidinas. Entre os humanos, o 
ácido fólico não pode ser sintetizado e a sua 
aquisição é exógena, através da alimenta-
ção. As bactérias, entretanto, possuem um me-
tabolismo próprio capaz de produzir o ácido 
fólico e seus derivados. 
 
 
As sulfonamidas atuam sobre a primeira 
etapa da produção dos derivados do ácido 
fólico, por meio da competição com o ácido 
p-aminobenzoico (PABA) pela enzima di-hi-
dropteroato sintetase, impedindo a formação 
do ácido di-hidropteroico. 
Já o Trimetoprim atua na última etapa, 
que é a redução de ácido di-hidrofólico a 
ácido tetra-hidrofólico, por meio do bloqueio 
da enzima di-hidrofolato redutase. 
Dessa forma, estes medicamentos impe-
dem a produção dos derivados do ácido fó-
lico que são essenciais para a multiplicação 
celular, o que culmina no seu efeito bacterios-
tático, quando utilizados isoladamente, e 
bactericida, quando usados associados, de-
vido ao aumento da potência terapêutica. 
É importante salientar que, devido às 
células eucarióticas do organismo humano 
não produzirem os folatos, as sulfonamidas 
não exercem seu efeito sobre elas, o que ini-
biria a multiplicação celular e traria graves 
consequências ao homem. 
• Rapidamente absorvidas pelo TGI (VO); 
• Concentrações plasmáticas máximas em 4-
6h; 
• Distribuição: depende das proteínas plas-
máticas; 
• A maioria atinge concentrações eficazes 
no LCR e atravessam a barreira placentá-
ria; 
• Biotransformação hepática e excreção uri-
nária. 
• Risco D na tabela do FDA. 
 
 
 
Após administração via oral, a maioria 
das sulfonamidas é bem absorvida no intes-
tino delgado, exceto a Sulfasalazina. As sul-
fonamidas só são administradas sob a forma 
intravenosa se não for possível a ingesta 
oral. As formas tópicas devem ser evitadas 
pelo risco de sensibilização, exceto no caso 
da Sulfadiazina de prata (utilizada para 
queimaduras). Possuem boa penetração te-
cidual, atingindo concentrações séricas 
muito boas e se espalhando bem nos líquidos 
corporais. Além disso, atravessa a barreira 
hematoencefálica e a barreira feto-placen-
tária chegando ao sistema nervoso central 
(SNC) e na circulação fetal, respectivamente. 
Geralmente, na circulação sanguínea, as sul-
fonamidas se encontram ligadas à albumina. 
• Náuseas e vômito, cefaleia e depressão 
mental; 
• Cristalúria - possuem potencial nefrotó-
xico devido ao risco de formação de 
cristais nos túbulos renais; 
• Hipersensibilidade - urticária, angioe-
dema e síndrome de Stevens-Johnson 
• Distúrbios hematopoiéticos - desenvolvi-
mento de anemia hemolítica em pacientes 
com deficiência de glicose-6-fosfato de-
sidrogenase (G6PD). Além disso, também 
podem ser desenvolvidas leucopenia e 
plaquetopenia; 
• Potencialização de drogas - fármacos 
como a Varfarina (anticoagulante) e o 
Metotrexato (imunossupressor) têm seus 
efeitos potencializados, devido ao des-
locamento da ligação à albumina. 
 
 
 
O trimetropim não impede a síntese do folato, 
mas impede sua posterior redução a tetrai-
dofolato ao qual a bactéria utiliza para ga-
rantir seu desenvolvimento. 
 
Rapidamente absorvida pelo TGI (VO); 
Atinge altas concentrações nos pulmões e nos 
rins. Concentração relativamente elevada no 
LCR 
➔ Uso clínico: Utilizado principalmente 
no tratamento das infecções respiratórias e 
urinárias. 
• Sulfa + Trimetropim: SINERGISMO 
 
 
 
 
B- LACTÂMICOS 
Inibidores da síntese da parede celular 
• Penicilina e seus derivados. 
• Penicilinas; 
• Cefalosporinas; 
• Carbapenemas; 
• Monobactâmicos; 
• Inibidores de beta-lactamase. 
 
Fazem parte da classe de antibióticos 
denominados beta lactâmicos, que são ca-
racterizados quimicamente pela presença do 
anel beta lactâmico (consiste num anel for-
mado por três átomos de carbono e um de 
nitrogênio) em sua composição. Agem inibindo 
a síntese da parede bacteriana de Gram+ e 
Gram-. Esse anel betalactâmico irá intermediar 
o mecanismo de ação de todos esses fárma-
cos, que consiste em interferir na síntese da 
parede celular bacteriana. Isso acontece de-
vido à ligação do antibiótico a um grupo de 
proteínas da membrana plasmática chamada 
de “Proteínas ligadoras de Penicilina (PBP)”, 
necessárias para a síntese de peptideoglica-
nos, que compõe a parede da bactéria, ou 
seja, quando as bactérias são expostas a es-
ses antibióticos, eles se ligam a PBPs específi-
cas na parede e inibem a montagem das ca-
deias de peptidoglicana, culminando com a 
destruição; já que existem as autolisinas que 
degradam continuamente esta parede. 
PENICILINA 
 
• Inibição da síntese da parede celular 
através do bloqueio da transpeptidação 
do peptidoglicano. 
• Ativação de enzimas autolíticas na pa-
rede celular, resultando em lesões que pro-
vocam morte bacteriana. 
• Resumindo: Esta inibição, irá bloquear a li-
gação entre os peptidoglicanos e ativa 
as caspases que irão fazer apoptose na 
parede celular bacterina. 
 
 
 
 
 
 
 
Peptidoglicano → forma a parede celular 
bacteriana → Gram negativas (2 camadas); 
Gram positivas (até 40 camadas). 
 
• Estabilidade química ➔ A Penicilina G (Be-
zetasil ®) é instável e pH ácido; 
• Grau desenvolvimento bacteriano ➔ Alta 
atividade contra bactéria em fase de 
crescimento e não na fase de repouso; 
• Cepa: densidade, patogenicidade da 
população bacteriana e betalactamases 
➔ RESISTÊNCIA. 
 
 
O espectro de ação das diversas penicilinas 
é determinado pela capacidade de atraves-
sar a parede celular da bactéria peptidogli-
cana sendo altamente eficaz contra cocos 
Gram +. 
 
• *Dói menos que as outras. 
 
Absorção: as penicilinas, de maneira geral, 
comportam-se na sua maioria como ácidos 
fracos, sendo por isso mais facilmente absorvi-
dos quando o pH do meio é baixo, pois 
encontra-se na sua forma indissociada, mais 
lipossolúvel, sendo facilmente absorvidos. Po-
rém por VO ele é pouco ou não absorvido. 
Apenas as formas sintéticas e semi-sintéticas, 
como a amoxicilina, são melhor absorvidas. 
Distribuição: a ligação às proteínas 
plasmáticas, como a albumina, e a lipossolu-
bilidade do fármaco influenciam na distribui-
ção. Ao se ligar às proteínas, tornam-se hi-
drossolúveis, aumentando a sua capacidade 
de se dispersar pelo organismo. Por exemplo, 
a penicilina G ou Ampicilina não se ligam for-
temente às proteínas, enquanto que a nafci-
lina se liga fortemente às proteínas e conse-
quentemente atinge concentrações menores 
no soro. A penicilina pode atingir quase todos 
os pontos do organismo, em diferentes con-
centrações, chegando a barreira hemato-en-
cefálica quando esta se encontra inflamada. 
Metabolismo: as penicilinas sofrem bio-
transformação. Elas são quase todas transfor-
madas no ácido penicilóico correspondente. 
Excreção: a excreção renal ocorre ra-
pidamente, porém, outras vias também partici-
pam, dentre elas a excreção no escarro e no 
leite. A ampicilina e as penicilinas de espectro 
ampliada sofrem secreção mais lenta do que 
a penicilina G. A oxacilina é excretada tanto 
por via renal como biliar, portanto não é ne-
cessário fazer ajuste da dose em casos de in-
suficiência renal. Já depuração da nafcilina 
ocorre principalmente por excreção biliar. 
 
A meias-vida da penicilina é relativamente 
curto (geralmente < 1 hora), assim para que 
se consiga então manter a concentração su-
perior ao CMI durante o período de tempo 
necessário, é imprescindível haver administra-
ções várias vezes ao dia. Assim todos os 
agentes parenterais devem ser administrados 
a cada quatro horas quando tratamento de 
infecções sistêmicas gravesem pacientes com 
função renal normal. *A piperacilina possui far-
macocinética dependente de doses e meia-
vida mais longa quando doses mais altas são 
administradas. 
 
• Toxicidade renal; 
• Neurotoxicidade; 
• Reações de hipersensibilidade; 
• Toxicidade hematológica; 
• Manifestações cutâneas; 
 
 
 
*= Carboxipenicilinas # = Ureidopenicilinas 
 
 
 
 
CEFALOSPORINAS 
• Grande variedade de fármacos, classifi-
cados com base na suas estruturas quími-
cas, farmacologia clínica e espectro bac-
teriano (Karchmer, 2000); 
• “Gerações” ➔ sistema mais aceito para 
sua classificação → Resistência bacteri-
ana observada por causa das penicilinas; 
• OBS: pacientes tomavam amoxicinina 
para dor de cabeça.
As cefalosporinas, assim como as peni-
cilinas e os carbapenêmicos, são integrantes 
do grupo dos antibióticos beta-lactâmicos, 
classe caracterizada pela presença do anel 
beta-lactâmico na molécula e pela ação so-
bre a síntese da parede bacteriana. Compa-
radas às penicilinas, as cefalosporinas pos-
suem meia-vida mais curta e se apresentam 
como drogas mais seguras, de forma que, em 
caso de reação alérgica não grave à peni-
cilina, está autorizada a utilização de cefa-
losporinas como substituta. 
As cefalosporinas são caracterizadas 
pelo amplo espectro de ação, cobrindo bac-
térias Gram + (G+), Gram - (G-), aeróbias e 
anaeróbias. Ademais, destacam-se pela vasta 
aplicabilidade clínica, abrangendo desde in-
fecções localizadas até condições mais gra-
ves. 
As cefalosporinas atuam como agente 
bactericida por meio da sua ação inibitória 
sobre a síntese da parede bacteriana. Esta é 
composta por peptideoglicanos sintetizados 
por algumas enzimas (proteína ligadora de 
penicilinas – PBP), às quais as cefalosporinas 
se ligam provocando a sua inativação. 
Quanto aos métodos de defesa das 
bactérias contra as cefalosporinas, há funda-
mentalmente três mecanismos principais: a pro-
dução de beta-lactamases, a perda de po-
rinas e a via PBP-relacionada. As beta-lacta-
mases são enzimas que, quando produzidas 
pelas bactérias, degradam o anel beta-lac-
tâmico (hidrolisando a ligação amida) das 
cefalosporinas, impedindo a efetividade da 
sua ação bactericida. 
Uma forma de driblar este mecanismo é 
por meio da utilização de cefalosporinas 
combinadas a inibidores de beta-lactamases 
(ácido clavulânico, sulbactam, tazobactam). 
A perda de porinas culmina na redução da 
permeabilidade da parede bacteriana à ce-
falosporina que, dessa forma, não consegue 
alcançar o seu sítio de ação. Já na via PBP-
relacionada, ocorre a mudança conformacio-
nal destas enzimas, fazendo com que as ce-
falosporinas não consigam mais se ligar e ina-
tivar as mesmas. 
A classe das cefalosporinas é muito he-
terogênea, sendo seus componentes divididos 
em 5 gerações. 
• Primeira geração: cefalexina, cefadro-
xila, cefazolina e cefalotina; 
• Segunda geração: cefuroxima, cefaclor 
e cefoxitina; 
• Terceira geração: ceftriaxona, cefota-
xima e ceftazidima; 
• Quarta geração: cefepime; 
• Quinta geração: ceftarolina e ceftobi-
prole; 
• Outras cefalosporinas: cefiderocol. 
 
 
 
 
*substitutas das Penicilinas # maior atividade 
bac. Gram – e pouco gram + 
 
O espectro de ação desta geração é bas-
tante limitado, abrangendo apenas Strepto-
coccus e G+ GCocos Streptococcus Sta-
phylococcus Enterococos Neisserias Moraxel-
las Bacilos Listeria Clostridium Pseudomonas 
Haemophilus Enterobactérias Staphylococcus 
comunitários. Desta forma, a aplicação clínica 
deste grupo consiste em: infecções cutâneas, 
de partes moles, ósseas e de articulações. 
 
Em contrapartida, as cefalosporinas de se-
gunda geração possuem boa penetração no 
SNC e espectro de ação mais amplo, co-
brindo anaeróbios e alguns bacilos G-, como 
enterobactérias (comunitárias) e Haemophilus, 
mas perdem o espectro de ação contra Sta-
phylococcus e Streptococcus quando com-
paradas à primeira geração. Esta geração 
pode ser dividida em um subgrupo com ativi-
dade contra Haemophilus influenzae (cefuro-
xima) e um subgrupo com atividade contra 
bacteroides (cefoxitina). 
 
Esta geração é a mais conhecida e utilizada 
entre as cefalosporinas, tendo excelente pe-
netração no SNC e em líquidos teciduais. O 
seu espectro de ação inclui Neisserias, Strep-
tococcus (sensíveis e resistentes), pseudomo-
nas, Haemophilus influenzae; além de alta ati-
vidade contra Enterobacteriaceae (Escheri-
chia coli, Proteus mirabilis, Proteus indol-posi-
tiva, Klebsiella, Enterobacter, Serratia, Ci-
trobacter). O grupo pode ser dividido entre 
aqueles com boa ação anti-pseudomonas 
(ceftazidima) e aqueles com fraca atividade 
contra pseudomonas (ceftriaxona e cefota-
xima). 
 
Esta geração possui somente um represen-
tante principal, o cefepime, que tem uma boa 
penetração no SNC e que costuma ser usado 
contra germes intra-hospitalares, cuja gravi-
dade tende a ser maior. Em relação ao seu 
espectro de ação, há a cobertura desde 
Streptococcus (sejam sensíveis ou resistentes), 
Staphylococcus aureus meticilino- -sensíveis 
(MSSA) até Haemophilus, pseudomonas, neis-
serias e enterobactérias (incluindo o grupo 
PESC – Providencia, Proteus, Enterobacter, Ser-
ratia e Citrobacter). 
 
 
A ceftarolina é a única disponível no Brasil, e 
ainda com o custo bastante alto. Esta droga 
possui espectro de ação semelhante à ceftri-
axona, porém tem atividade melhor contra G+, 
e trouxe como principal vantagem a amplia-
ção do espectro de ação das cefalosporinas, 
cobrindo Staphylococcus aureus meticilino-re-
sistente (MRSA) e enterococos. Este último era 
o grande “calcanhar de Aquiles” das cefalos-
porinas. Como desvantagem há o fato que 
esta geração não possui ação relevante 
contra alguns anaeróbios.
A maioria das cefalosporinas parenterais, por 
possuírem meia-vida curta (geralmente no má-
ximo 1 hora), devem ser administradas a cada 
4 horas no tratamento de infecções sistêmicas 
graves. Foge a esta regra a cefazolina e a 
ceftriaxona que, por possuírem meia-vida mais 
longa, podem ser administradas a cada 8 e 
24 horas, respectivamente. 
Com exceção da ceftriaxona, cuja ex-
creção biliar é relevante, as cefalosporinas 
devem ter sua dose ajustada em caso de in-
suficiência renal. Todas as cefalosporinas 
atingem concentrações terapêuticas nos flui-
dos corporais: líquidos pleural, pericárdico, 
peritoneal e sinovial, assim como na urina. Em 
relação ao líquido cefalorraquidiano (LCR), 
as cefalosporinas de primeira e segunda ge-
rações (exceto a cefuroxima) não atravessam 
a BHE, não sendo, dessa forma, indicados 
para infecções no SNC. 
 
 
As cefalosporinas chegam até o sítio da in-
fecção (seja óssea, cutânea, sanguínea, de 
líquidos corporais ou de partes moles) e 
atuam sobre as bactérias, inibindo a síntese 
da parede bacteriana. 
 
• Hipersensibilidade; 
• Nefrotoxixidade; 
• Intolerância ao álcool; 
• Diarreia; 
CARBAPENÊMICOS 
São fármacos que possuem um anel 
beta-lactâmico acoplado e uma estrutura 
anular de cinco elementos. Diferem das peni-
cilinas por ser insaturado e conter um átomo 
de carbono em lugar do átomo de enxofre. 
Esses antibióticos possuem espectro de ativi-
dade mais amplo que a maioria dos outros do 
mesmo grupo. 
 
Principal droga deste grupo. 
A exemplo de outros beta-lactâmicos, 
liga-se às proteínas de ligação da penicilina, 
interrompendo a síntese da parece celular 
bacteriana, levando à morte das bactérias 
sensíveis. Uma característica importante desse 
medicamento é o fato dele ser muito resistente 
à hidrólise pela maioria das beta-lactamases, 
mas não resiste as metalo-beta-lactamases. 
Sua cobertura é ampla, os estreptococos (in-
clusive o S. pneumoniae resistente à penici-
lina), os enterococos (com exceção do E. fa-
ecium e as cepas resistentes às penicilinas não 
produtoras de beta-lactamase), os estafilo-
cocos e a Listeria, são todos sensíveis, sendo 
excelente contra as Enterobacteriaceae, in-
cluindo os microrganismos que são resistentes 
às cefalosporinas. Vele lembrar que, a maioria 
das cepasde Pseudomonas e Acinetobacter 
é resistente a esse medicamento. 
• Antibiótico de amplo espectro; 
• Atividade excelente contra Enterobacté-
rias; 
• Resistente a ação das beta-lactamases ou 
alérgicos a penicilina; 
 
Sua via de administração é a parenteral, visto 
que o imipenem não é uma droga absorvida 
por via oral. Esse fármaco é rapidamente hi-
drolisado por uma dehidropeptidase encon-
trada na borda em escova do túbulo renal 
proximal, por isso a necessidade de sua com-
binação com a cilastatina - fármaco que 
inibe a degradação do imipenem pela DH1, 
aumentando assim o seu tempo de meia-vida. 
Diante disso, fica evidente a necessidade de 
ajuste de dose nos pacientes que possuem al-
gum grau de insuficiência renal. Quanto as re-
ações adversas, as mais comuns são: náuseas, 
vômitos e diarreias. Os pacientes podem 
apresentar convulsões, em especial quando 
administradas altas doses. 
• Não é absorvido por vira oral → adminis-
trado somente EM. 
• No rim passa para o filtrado glomerular 
sendo parcialmente degradado por uma 
desidropeptidase; 
• Cilastatina: administrado junto com o imi-
peném pois impede a degradação. 
 
 
• OBS: não deve ser utilizado como monote-
rapia para infecções de P. aeruginosa, de-
vido ao risco de desenvolvimento de resis-
tência durante a terapia. 
 
 
 
MONOBACTÂMICOS 
 
Interage com proteínas de ligação da peni-
cilina dos microrganismos sensíveis, induzindo 
a formação de longas estruturas bacterianas 
filamentosas. É um antibiótico resistente a mui-
tas beta-lactamases, mas não resiste à ação 
das beta-lactamases da Klebsiella Pneumo-
niae Carbapenemase (KPC). Atividade antimi-
crobiana: Possui um espectro de atividade di-
ferente dos outros medicamentos do grupo e 
se assemelha com os aminoglicosídeos. 
Sua eficácia está restrita às bactérias 
gram-negativas, não possuindo qualquer ati-
vidade contra as bactérias gram-positivas e 
microrganismos anaeróbios. No entanto, pos-
sui uma atividade excelente contra as Entero-
bacteriaceae e contra P. aeruginosa, além de 
boa atividade contra H. influenzae e gonoco-
cos. Farmacocinética e reações adversas: É 
administrado por via intramuscular ou intrave-
nosa. Sua meia-vida é de aproximadamente 
1,7h e a maior parte dele é recuperada em 
sua forma inalterada na urina. 
Nos pacientes anéfricos, a meia-vida 
aumenta para cerca de 6h. Em geral é um me-
dicamento bem tolerado, provocando pou-
cos efeitos colaterais, mas pode causar fle-
bite, erupções cutâneas e, ocasionalmente, 
testes de função hepáticas anormais. 
Os pacientes alérgicos às penicilinas 
ou às cefalosporinas parecem não reagir ao 
aztreonam, com exceção da ceftazidima. In-
dicações terapêuticas: Tem sido utilizado com 
sucesso no tratamento de algumas infecções 
causadas por microrganismos gram-negati-
vos, que normalmente seriam tratadas com um 
antibiótico beta-lactâmico. Logo, observa-se 
que pode ser uma alternativa para os paci-
entes alérgicos aos outros beta-lactâmicos. 
• Ativo contra gram - resistente à lactamase, 
escolha contra enterobactérias (Salmo-
nella sp) e P. aeruginosa e gonococos. 
• Administração por via parenteral (IM ou 
EC), biotransformação hepática e excre-
ção urinária; 
 
INIBIDORES DA BETA LACTAMASE 
• Ácido clavulônico e sulbactam; 
• Antimicrobianos “suicidas” ligam-se irrever-
sivelmente às beta-lactamases (antagonis-
tas competitivos irreversíveis); 
• Inativam beta-lactamases codificadas por 
plasmídios; 
• Não são efetivos contra beta-lactamases 
cromossômicas tipo I, induzidas por bacilos 
Gram - tais como Enterobacter (aqui usa 
tazobactam), acinetobacter e citrobacter. 
 
 
FÁRMACOS ANTIBACTERIANOS 
 
• Podem ser bactericidas ou bacteriostáti-
cos. Atuam no ribossomo inibindo a síntese 
proteica. 
 
 
 
Ribossomo → atua diferente entre as bacté-
rias (subunidades 50s e 30s) e células dos ma-
míferos (subunidades 60s e 40s). 
 
 
 
Inibição da DNA ou RNA polimerase. 
 
 
• Rifamicina e Rifampicina (meia vida longa); 
• MA: Inibem a síntese do ácido nucléico. 
• Inibem os contraceptivos orais. 
 
• Inibição da DNA ou RNA polimerase. 
 
Fluoroquinolonas (meia vida média/longa). 
MA: Impede a replicação da bactéria. 
• Ciprofloxacina - Enoxacina - Norfloxacina 
– Ofloxacina 
 
 
 
 
GLICOPEPTÍDEOS 
A vancomicina é um antibiótico glico-
peptídico tricíclico produzido por Strepto-
coccus orientalis. A teicoplanina também é um 
antibiótico da classe dos glicopeptídeos pro-
duzido por Actinoplanes teichomyetius. Possui 
similaridade com a vancomicina quanto à es-
trutura química, mecanismo de ação, espectro 
de atividade e via de eliminação (isto é, prin-
cipalmente renal). 
 
 
A vancomicina e a teicoplanina inibem a sín-
tese da parede celular de bactérias sensíveis 
através de sua ligação de alta afinidade à 
extremidade terminal D-alanil-D-alanina de 
unidades precursoras da parede celular. Em 
virtude de seu grande tamanho molecular, são 
incapazes de penetrar na membrana externa 
de bactérias gram-negativas. Os glicopeptí-
deos são geralmente bactericidas contra ce-
pas sensíveis, à exceção de enterococos. 
A vancomicina é usada no tratamento 
de pacientes com infecções gram positivas in-
vasivas suspeitas ou comprovadas, incluindo 
S. aureus resistente à meticilina (MRSA). 
 
 
AMINOGLICOSÍDEOS 
O grupo dos aminoglicosídeos inclui a 
gentamicina, a tobramicina, a amicacina, a 
plazomicina, a estreptomicina, a paromomi-
cina, a espectinomicina e a neomicina. Esses 
fármacos são utilizados principalmente no tra-
tamento de infecções causadas por bactérias 
aeróbicas gram-negativas. Em contraste com 
a maioria dos inibidores da síntese microbiana 
de proteínas, que são bacteriostáticos, os 
aminoglicosídeos são inibidores bactericidas 
da síntese proteica. 
• Utilizados em pacientes B24. 
• Agentes bactericidas; 
• Gentamicina, estreptomicina, tobramicina, 
amicacina, netlmicina, canamicina e neomi-
cina; 
 
 
 
 
Os aminoglicosídeos difundem-se por meio de 
canais porina na membrana externa dos mi-
crorganismos suscetíveis. Esses microrganismos 
também têm um sistema dependente de oxigê-
nio que transporta o fármaco através da 
membrana citoplasmática. Dentro da célula, 
eles se fixam na subunidade ribossomal 30S, 
onde interferem com a montagem do aparelho 
ribossomal funcional e/ou causam a leitura in-
correta do código genético pela subunidade 
30S do ribossomo completo. 
 
 
 
A. O aminoglicosídeo (representado 
pelos círculos vermelhos) se liga à subunidade 
ribossômica 30S e interfere na iniciação da 
síntese de proteínas fixando o complexo ribos-
sômico 30S-50S no códon de iniciação (AUG) 
do mRNA. Enquanto os complexos 30S-50S lo-
calizados a jusante completam a tradução 
do mRNA e se liberam, os complexos de inici-
ação anormais, chamados de monossomas da 
estreptomicina, acumulam-se bloqueando a 
posterior tradução da mensagem. O aminogli-
cosídeo que se liga à subunidade 30S tam-
bém causa erro de leitura do mRNA, levando 
a B, terminação prematura da tradução com 
liberação do complexo ribossômica e síntese 
de proteína incompleta ou C, incorporação 
de aminoácidos incorretos (indicados pelo X 
vermelho), resultando na produção de prote-
ínas anormais ou não funcionais. 
Os antimicrobianos que interrompem a 
síntese proteica em geral são bacteriostáti-
cos; os aminoglicosídeos são os únicos a 
atuar como bactericidas. 
 
 
 
 
 
A estrutura policatiônica altamente polar dos 
aminoglicosídeos impede absorção ade-
quada após administração oral. Por isso, to-
dos os aminoglicosídeos (exceto a neomicina) 
precisam ser administrados por via parenteral 
para alcançar níveis séricos adequados. 
As concentrações séricas máximas de 
aminoglicosídeos são observadas aproxima-
damente 30 a 60 minutos após o término de 
uma infusão intravenosa ou 30 a 90 minutos 
após uma injeção intramuscular. A neomicina 
não é administrada por via parenteral devido 
à grave nefrotoxicidade. Ela é administrada 
topicamente contra infecções cutâneas ou 
por viaoral para preparação intestinal pré-
via à cirurgia colorretal. Todos os aminoglico-
sídeos têm propriedades farmacocinéticas si-
milares. Devido à sua hidrofilicidade, as con-
centrações tissulares podem ser subterapêuti-
cas, e a penetração na maioria dos líquidos 
orgânicos é variável. Os aminoglicosídeos 
atingem concentrações na urina de 25 a 100 
vezes a do sangue. Por outro lado, mostram 
baixa penetração no LCS, na árvore biliar e 
nas secreções brônquicas. 
Aproximadamente 99% da dose admi-
nistrada é eliminada inalterada na urina, prin-
cipalmente por filtração glomerular. A meia-
vida varia de 1,5 a 3,5 horas em adultos com 
função renal normal. A meia-vida é prolon-
gada em neonatos, lactentes e pacientes com 
função renal diminuída. Ocorre acúmulo em 
pacientes com disfunção renal, sendo neces-
sário ajustar a dosagem. 
• Absorção: menos de 1% VO (gentaminicia 
apresenta maior absorção na vigência de 
úlceras gástricas). Rapidamente absorvido 
IM; 
• Distribuição: baixo volume (exceto a es-
treptomicina). Altamente polares (não atin-
gem SNC e olho). Maioria usada como po-
mada, creme ou colírio. 
• Biotransformação hepática e excreção re-
nal. Efeito dose dependente, porém, são 
ototóxicos (ocasiona surto), atravessa 
barreira placentária (ototoxidade fetal), 
nefrotóxicos e bloqueio neuromuscular. 
 
• Estreptomicina → Endocardite bacteriana 
(enterococos, estreptococos), tuberculose, 
pneumonia e peste bilbônica; 
• Gentamicina → Infecções trato urinário, 
meningite, pneumonia, sepse, peritonite; 
• Tobramicina → Indicações semelhantes à 
gentamicina e infeções oculares. 
• Amicacina → Infecções hospitaleres por 
bacilos Gran-negativos; 
• Netilmicina → Assemelha-se à gentamicina 
e tobramicina, eficaz contra bacilos Gram-
negativo aeróbios; 
• Neomicina → Amplo espectro, infecções de 
pele, mucosa, queimaduras, feridas, úlceras 
e dermatoses infectadas. Associação com 
eritromicina (“preparação” do intestino 
para cirurgia). 
 
 
TETRACICLINAS 
Para melhor absorção oral, e para au-
mentar a potência em alguns fármacos obser-
vamos a presença de um alogênio na estru-
tura. Desta forma, este antibiótico é mais po-
tente.
As tetraciclinas são antibióticos bacterios-
táticos com atividade contra uma ampla va-
riedade de bactérias aeróbicas gram-positi-
vas e gram-negativas e espécies atípicas. As 
tetraciclinas consistem em quatro anéis fundi-
dos com um sistema de ligações duplas con-
jugado. Substituições nesses anéis alteram a 
farmacocinética individual e o espectro de 
atividade antimicrobiana. 
 
 
As tetraciclinas entram nos microrganismos sus-
cetíveis por difusão passiva e também por um 
mecanismo proteico de transporte depen-
dente de energia próprio da membrana cito-
plasmática interna da bactéria. As tetracicli-
nas se concentram no interior das células dos 
microrganismos suscetíveis. Elas se ligam rever-
sivelmente à subunidade 30S do ribossomo 
bacteriano, em uma posição que bloqueia a 
ligação do aminoacil-tRNA ao local aceptor 
no complexo mRNA-ribossomo. A síntese pro-
teica é inibida, levando a um efeito bacteri-
ostático. 
 
 
• MA: impede a síntese proteica, impedindo 
a transcrição no local “A” do ribossomo 
bacteriano.
 
 
São adequadamente absorvidas após inges-
tão oral. A absorção ocorre principalmente no 
intestino delgado proximal e no estômago. A 
biodisponibilidade da doxiciclina oral se 
aproxima de 95% (com ou sem alimentos), com 
concentrações séricas máximas observadas 
de 1-3 horas após a dose. 
Por outro lado, a biodisponibilidade da 
tetraciclina oral é reduzida em 50% se for in-
gerida com alimentos. A absorção de todas 
as tetraciclinas pode ser diminuída com a ad-
ministração concomitante de cátions multiva-
lentes (isto é, alumínio, cálcio, ferro, magnésio). 
Esses cátions quelam com as tetraciclinas, pre-
judicando sua absorção. Doxiciclina, minoci-
clina e tigeciclina estão disponíveis em pre-
parações orais e intravenosas (IV). 
Em geral, as tetraciclinas penetram bem 
nos tecidos e fluidos corporais. Entre os se-
guintes agentes, o grau de penetração do 
tecido se correlaciona com a lipossolubili-
dade: minociclina > doxiciclina > tetraciclina. 
• Absorção: VO → degrada pelo estômago, 
abs intestinal; 
• Quelatos insolúveis (Ca⁺, Mg⁺, Fe⁺, e Al⁺) → 
principal problema em decorrência dos 
efeitos adversos; 
• Distribuição: Alto volume, penetram na mai-
oria dos compartimentos líquidos e atra-
vessam a placenta; 
• Biotransformação: hepática (CIP P-450); 
• Excreção: renal na sua grande maioria; 
• OBS: evitar consumo de leites, fígado ao 
mesmo tempo do medicamento.
• Distúrbios TGI: VO → modificação da flora 
bacteriana intestinal (anticoncepcionais 
orais); 
• Quelam Ca⁺ → depositam-se nos ossos e 
dentes em crescimento → causando pig-
mentação e as vezes hipoplasia dentária 
e deformidades ósseas; 
• Fototoxicidade → demeclocilina; 
• Altas Doses → podem diminuir a síntese de 
proteínas do hospedeiro → podendo re-
sultar em lesão renal e o aparecimento de 
uremia; 
• Terapia a longo prazo ➔ distúrbios da 
medula óssea.
 
A atividade antimicrobiana de todas as te-
traciclinas é essencialmente a mesma, embora 
existam algumas diferenças no grau relativo 
de atividade contra certos patógenos entre 
os vários agentes. As tetraciclinas são antibió-
ticos bacteriostáticos de amplo espectro que 
são usados para tratar a infecção causada 
por muitas bactérias gram-positivas e gram-
negativas aeróbicas. No entanto, eles também 
têm atividade contra muitos patógenos atípi-
cos, incluindo Rickettsia spp, Borrelia spp, Co-
xiella burnetii, Treponema spp, Chlamydia spp, 
Mycoplasma pneumoniae, Plasmodium spp, 
Vibrio cholerae, Vibrio vulnificus, Brucella spp, 
Calymmatobacterium graneliamatis, Lept. Bor-
relia recurrentis, Burkholderia pseudomallei, 
Mycobacterium marinum, Entamoeba his-
tolytica, Ehrlichia spp e Anaplasma spp. Esses 
medicamentos têm pouca atividade contra 
fungos e vírus. 
• Na maioria das doenças causadas por 
Mycoplasmoa, Rickettsia e Chlamydia sp. 
• Não indicado para gestantes e crianças 
abaixo de 12 anos (manchas nos dentes); 
• Cólera; 
• Linfogranuloma venéreo, infecções uretrais; 
• Febre tifóide.
 
 
MACROLÍDEOS 
São um grupo de antimicrobianos com 
uma estrutura lactona macrocíclica à qual es-
tão ligados um ou mais açúcares desoxi. A eri-
tromicina foi o primeiro desses antimicrobianos 
a encontrar aplicação clínica como fármaco 
de primeira escolha e como alternativa às pe-
nicilinas em indivíduos que são alérgicos aos 
antimicrobianos β-lactâmicos. 
 
 
Claritromicina (uma forma metilada da 
eritromicina) e azitromicina (apresentando um 
anel lactona maior), têm algumas caraterísti-
cas comuns com a eritromicina e outras que a 
melhoraram. Essas alterações estruturais torna-
ram os macrolídeos mais novos mais estáveis 
ao ácido do que a eritromicina, proporcio-
nando melhor absorção oral, tolerância e 
propriedades farmacocinéticas. Os macrolí-
deos mais novos também têm um espectro mais 
amplo de atividade antibacteriana que a eri-
tromicina. Telitromicina, um derivado semissin-
tético da eritromicina, é o primeiro antimicro-
biano “cetolídeo”. Cetolídeos e macrolídeos 
têm cobertura antimicrobiana similar. Contudo, 
os cetolídeos são ativos contra várias cepas 
gram-positivas resistentes a macrolídeos. 
• São bacteriostáticos. 
• Eritromicina → Espectro idêntico ao da pe-
nicilina G → usado para pacientes com re-
ações alérgicas às penicilinas; 
• Claritromicina → Utilizada em DSTs e contra 
H. pylori; 
• Azitromicina → Indicado para infecções 
do trato respiratório. 
 
 
Os antibióticos macrolídeos são agentes 
bacteriostáticos, que inibem a síntese de pro-
teínas através de sua ligação às subunidades 
ribossômicas 50S de microrganismos sensíveis, 
no local de ligação do cloranfenicol e da 
clindamicina ou muito próximo dele. Os macro-
lídeos se ligam irreversivelmente a um local na 
subunidade 50S do ribossomo bacteriano, ini-
bindo, assim, etapas de translocaçãona sín-
tese de proteínas. Eles também podem interfe-
rir em outras etapas, como a transpeptização. 
• MA: impede a transpeptidação da cadeia 
de aminoácidos do ribossomo bacteriano. 
 
 
A eritromicina base é destruída pelo suco 
gástrico. Assim, são administradas formas este-
rificadas ou comprimidos revestidos entéricos 
do antimicrobiano. 
Todos são adequadamente absorvidos 
por via oral. Claritromicina, azitromicina e teli-
tromicina são estáveis no estômago ácido e 
são bem absorvidas. Os alimentos interferem 
na absorção de eritromicina e azitromicina, 
mas podem aumentar a absorção de claritro-
micina. 
A eritromicina se distribui bem em todos 
os líquidos corporais, exceto no LCS. Ela é um 
dos poucos antimicrobianos que se difunde 
no líquido prostático e também acumula nos 
macrófagos. Os quatro fármacos se concen-
tram no fígado. Claritromicina, azitromicina e 
telitromicina são amplamente distribuídas nos 
tecidos. A azitromicina se concentra nos neu-
trófilos, macrófagos e fibroblastos, e os níveis 
séricos são baixos. A azitromicina tem a meia-
vida mais longa e o maior volume de distribui-
ção dos quatro fármacos. 
Eritromicina e telitromicina são extensa-
mente biotransformadas no fígado. Elas inibem 
a oxidação de inúmeros fármacos por meio de 
sua interação com o sistema CYP450. Interfe-
rência com a biotransformação de fármacos, 
como teofilina, estatinas e numerosos antiepi-
léticos, foi relatada para a claritromicina. Eri-
tromicina e azitromicina são concentradas e 
excretadas primariamente na bile como fárma-
cos ativos. Ocorre reabsorção parcial por 
meio da circulação entero-hepática. Em con-
traste, a claritromicina e seus metabólitos são 
eliminados pelos rins, bem como pelo fígado. 
Absorção: intestinal, destruição no estômago; 
• Distribuição: Baixo volume, não atinge SNC 
e LCR; 
• Biotransformação: hepática e excreção re-
nal. 
 
Os macrolídeos são ativos contra infecções 
comuns do trato respiratório, incluindo Strep-
tococcus pneumoniae suscetível à eritromi-
cina, Haemophilus spp, Moraxella catarrhalis e 
patógenos de pneumonia atípica, incluindo 
Legionella pneumophila, Chlamydia pneumo-
niae e Mycoplasma pneumoniae. A azitromi-
cina é mais eficaz in vitro contra a maioria das 
cepas de Haemophilus influenzae, leva à 
morte mais rápida do patógeno e possui 
efeito pós-antibiótico mais longo do que a 
claritromicina. A azitromicina é preferível à 
claritromicina em pacientes ambulatoriais com 
pneumonia adquirida na comunidade (PAC) e 
com comorbidades, como doença pulmonar 
obstrutiva crônica. A eritromicina não tem ati-
vidade contra H. influenzae. 
Além de cobrir S. pneumoniae sensível à 
eritromicina, esses antibióticos também costu-
mam ser ativos contra outros organismos 
gram-positivos, incluindo Staphylococcus au-
reus (exceto o S. aureus resistente à meticilina) 
e os estreptococos do grupo A, B, C e G. A 
azitromicina e a claritromicina aumentaram a 
atividade gram-negativa em comparação 
com a eritromicina. 
A azitromicina também é comumente 
usada no tratamento de doenças sexual-
mente transmissíveis (DSTs). É um agente de pri-
meira ou segunda linha para várias DSTs, in-
cluindo infecções causadas por N. gonor-
rhoeae (com ceftriaxona), Chlamydia tracho-
matis, Mycoplasma genitalium, Haemophilus 
ducreyi (cancroide) e granuloma inguinal. A 
claritromicina geralmente não é usada para 
DSTs, porque é menos ativa do que a azitro-
micina contra alguns organismos (M. genita-
lium) e porque a farmacocinética e a tolerân-
cia favorecem a azitromicina. A azitromicina e 
a claritromicina têm atividade contra vários 
outros organismos, incluindo M. pneumoniae, 
Ureaplasma urealyticum, L. pneumophila, C. 
pneumoniae, Bordetella pertussis e Babesia mi-
croti. 
• Infecções por Mycoplasma pulmoniae, 
Chlamydia, estreptococos, estafilococos, 
Campylobacter, Helicobacter pylori, Mico-
bactérias, Tétano, Sífilis; 
• Profilático contra recidivas de febre reu-
mática. 
 
 
Os macrolídeos têm sido associadas a efeitos 
colaterais gastrointestinais (GI), hepatoxici-
dade, prolongamento do intervalo QT e ou-
tros eventos cardiovasculares. Entre esses 
agentes, a azitromicina é geralmente mais 
bem tolerada, seguida pela claritromicina e 
eritromicina. 
 
 
 
 
 
ANFENICÓIS E LINCOSAMINAS 
 
CLORANFENICOL E CLINDAMICINA 
O cloranfenicol inibe a síntese de pro-
teínas nas bactérias e, em menor grau, nas cé-
lulas eucarióticas. O fármaco penetra rapida-
mente nas células bacterianas, provavelmente 
por difusão facilitada. Atua primariamente 
através de sua ligação reversível à subuni-
dade ribossômica 50S (próximo ao local de 
ligação dos antibióticos macrolídeos e da 
clindamicina, que são inibidos competitiva-
mente pelo cloranfenicol). Apesar da ligação 
do tRNA no local de reconhecimento do có-
don na subunidade 30S do ribossomo não ser 
afetada, o fármaco impede aparentemente a 
ligação da extremidade do aminoacil-tRNA 
contendo o aminoácido ao local aceptor na 
subunidade 50S do ribossomo. A interação 
entre a peptidiltransferase e seu substrato 
aminoácido não pode ocorrer, com conse-
quente inibição da formação da ligação 
peptídica. 
O cloranfenicol também pode inibir a 
síntese de proteína mitocondrial nas células 
de mamíferos, talvez pelo fato de que os ri-
bossomos mitocondriais se assemelham mais 
aos ribossomos bacterianos (ambos são 70S) 
do que aos ribossomos citoplasmáticos 80S 
das células de mamíferos. A peptidiltransferase 
dos ribossomos mitocondriais, mas não a dos 
ribossomos citoplasmáticos, é inibida pelo clo-
ranfenicol. As células eritropoiéticas dos mamí-
feros mostram-se particularmente sensíveis ao 
fármaco. 
A clindamicina funciona principalmente 
pela ligação à subunidade ribossômica 50s 
das bactérias. Esse agente interrompe a sín-
tese proteica, interferindo na reação de trans-
peptidação, o que inibe o alongamento pre-
coce da cadeia em formação. 
• MA: impede a transpeptidação da cadeia 
de aminoácidos do ribossomo bacteriano. 
 
 
 
 
 
 
O cloranfenicol tem largo espectro de ação 
antimicrobiana e é ativo contra microrganis-
mos Gram-negativos, Gram-positivos e rickett-
siae. Apresenta amplo espectro, mas devido 
sua toxicidade, seu uso é limitado; 
Somente utilizado para o tratamento 
de infecções graves nas quais o risco é maior 
que o benefício. Ex: tratamento de meningite 
em pacientes aos quais não se pode adminis-
trar penicilina 
• Resistência -- AcetilCoA transferase → ina-
tiva o Cloranfenicol. 
 
 
• Absorção: rápida por VO; 
• Distribuição: atinge SNC e LCR. 
• Biotransformação: hepática e excreção re-
nal; 
 
• Alteração expressão gênica de proteínas 
envolvidas no transporte de elétrons (ca-
deia respiratória); 
• Toxicidade hematológica, reações de hi-
persensibilidade cutânea e náuseas. 
• Depressão da medula óssea → pancitope-
nia; 
• Distúrbios da manutenção dos eritrócitos → 
desaparecem com suspenção do trata-
mento; 
• Síndrome do bebê cinzento ➔ vômitos, di-
arreia, flacidez, baixa temperatura e tona-
lidade cinza. mortalidade de 40% em mé-
dia; 
• Hipersensibilidade, distúrbios TGI e outras 
sequelas decorrentes da alteração da 
flora bacteriana. 
• Absorção: rápida por VO, rápida e com-
pleta; 
• Distribuição: ampla atingindo tecidos e lí-
quidos corporais. Não atravessa a bar-
reira hematoencefálica; 
• Excreção: renal. 
• Uso clinico → Utilizado para tratamento de 
sepse. 
• Efeitos adversos: colite pseudomembra-
nosa → inflamação aguda do cólon cau-
sada por uma toxina necrosante (potenci-
almente fatal). Distúrbios TGI. Náuseas, di-
arreia e vômito. 
 
 
QUINOLONAS 
 
FLUOROQUINOLONAS, QUINOLONAS, ANTISSÉPTICOS DA 
VIA URINÁRIA 
• Só tem quatro gerações. 
• Amplo espectro Gram + e Gram - 
 
 
 
• Primeira → Ácido nalidíxico, oxolínico e ci-
noxacina (resistentes) - é considerada 
como a de primeira geração, possuindo 
um pequeno espectro de ação. 
• Segunda → Norfloxacina, ciprofloxacina, 
lomefloxacina (maior espectro) - são ca-
pazes de atuar contragram-negativos 
aeróbicos e bactérias atípicas. 
• Terceira geração → Levofloxacina, espa-
floxacina, moxifloxacina (espectro aumen-
tado - possui maior atividade contra bac-
térias gram-positivas. 
• Quarta geração - aquela que possui um 
maior espectro de ação, é representada 
pelo moxifloxacino, e tem eficácia contra 
anaeróbios e gram-positivos. 
 
As quinolonas são antibióticos que 
atuam inibindo a duplicação do DNA bacte-
riano. Existem dois grupos, as quinolonas e as 
fluoroquinolonas (nas quais são adicionadas 
moléculas de flúor). Assim como as cefalospo-
rinas, as quinolonas também são divididas em 
gerações, existindo atualmente quatro gera-
ções. 
O ácido nalidíxico é o precursor de to-
das as quinolonas, porém não é uma substân-
cia muito utilizada na prática clínica. Vale 
lembrar que devido ao uso indiscriminado das 
quinolonas houve um aumento da resistência 
antimicrobiana. Outra consideração muito im-
portante é quanto aos seus efeitos colaterais 
(infecção por clostridioides, tendinopatia, 
neuropatia), por isso, seu uso está reservado 
para casos onde os benefícios claramente su-
peram os riscos. 
 
 
Esse medicamento atravessa a parede bac-
teriana por meio de canais de porina e exi-
bem efeitos antimicrobianos em duas enzimas, 
a DNA-girase (topoisomerase II) e a topoiso-
merase bacteriana IV. A inibição da primeira 
enzima resulta em relaxamento do DNA, pro-
movendo quebra da fita de DNA, já a inibição 
da topoisomerase IV tem como consequência 
a desestabilização cromossomal durante a 
divisão celular, interferindo assim na separa-
ção do DNA recém-replicado. 
 
 
• Absorção: boa absorção VO; 
• Distribuição: ampla para todos os tecidos 
e líquidos corporais. Níveis altos na urina e 
tecido prostático. Baixa penetração no 
LCR; 
• Excreção: renal. 
 
Possuem duas grandes propriedades farma-
cocinéticas: 
• sua alta biodisponibilidade oral; 
• um grande volume de distribuição. 
 
As quinolonas podem ser administradas 
de duas maneiras: 1. por via oral; 2. por via 
intravenosa (IV). Quando utilizadas por via 
oral, são bem absorvidas, iniciando a absor-
ção no trato gastrointestinal superior com 
meia vida sérica em torno de 3 – 10 horas. Se 
acumulam em vários tecidos, em especial: rins, 
próstata e no pulmão. 
Os alimentos não reduzem de forma 
substancial a absorção dessas drogas, mas 
podem atrasar o tempo entre a administração 
do medicamento e o pico de concentração 
sérica. No entanto, laticínios, antiácidos, multi-
vitaminas (em especial as que contém zinco), 
e outras fontes de cátions divalentes (magné-
sio, cálcio e alumínio) podem interferir signifi-
cativamente na absorção. 
As drogas desse grupo, em sua maioria, 
não conseguem ultrapassar a barreira hema-
toencefálica, exceto a ofloxacina, que conse-
gue penetrar no líquido cefalorraquidiano 
(LCR). A eliminação das quinolonas, mais es-
pecificamente, da ciprofloxacina e da nor-
floxacina ocorre parcialmente pelo metabo-
lismo hepático e parcialmente por eliminação 
renal. No entanto, o como dito acima, o vo-
lume de distribuição das quinolonas é alto, 
podendo exceder o volume total de água no 
corpo, fazendo com que a droga se acumule 
em alguns tecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Náuseas, cefaleia, nefrotoxicidade e fotos-
sensibilidade. 
• Interações → Podem aumentar o nível sé-
rico da Teofilina, Varfarina, Cafeína e Ci-
closporina (inibição da biotransformação). 
• No trato gastrointestinal, os possíveis efei-
tos são: distúrbio transitório gastrointesti-
nal leve (o efeito adverso mais comum das 
quinolonas, como: anorexia, náuseas, vômi-
tos e desconforto abdominal); doença as-
sociada ao C. difficile; hepatotoxicidade 
(associadas com elevações leves das 
transaminases); 
• Distúrbios neurológicos (estão entre os mais 
comuns também, consistindo em: cefaleia, 
tontura, alterações no humor e no sono, 
mas efeitos menos comuns também podem 
ocorrer, como alucinações e convulsões); 
• Neuropatias periféricas (que cursam com: 
dor, queimação, formigamento, dormência, 
fraqueza ou alteração das sensações); 
• Outros efeitos neurológicos (convulsões, 
pseudotumor cerebral e exacerbação da 
miastenia gravis); 
• Cardiovascular (prolongamento do inter-
valo QT, aneurisma e dissecção aórtica e 
regurgitação mitral e aórtica); 
• Muscoloesquelético (tendinopatias, rotura 
de tendão e artropatia); 
• Outros efeitos adversos, como: hipo ou hi-
perglicemia, descolamento de retina, foto-
toxicidade e reações de hipersensibili-
dade. Controlada e idade avançada. 
 
• Nitrofurantoína → Ativo contra Gram + e - 
• Desenvolvimento de resistência é rato; Ad-
ministração via oral. Absorção pelo TGI rá-
pida e completa. Excreção: renal. 
• Efeitos adversos → distúrbios no TGI, rea-
ções de hipersensibilidade e hepatotoxici-
dade. 
• Uso clínico ➔ Infecções urinárias. Compli-
cadas ou recorrentes. Resistentes a outros 
atbs. Utilidade em prostatite. 
• DSTs: N. gonorrhoeae, C. trachomatis e Ha-
emophilus ducreyi. Infecções mistas. 
• Infecções gastrointestinais: Shigelose. Erra-
dicam estado de portador na febre tifoide. 
Diarreia do viajante. 
• Infecções respiratórias: Segunda-linha em 
sinusite (bacteriana), faringite, e otite mé-
dia. Pneumonia. Boa atividade contra 
Lgionella sp. (multirresistente a antibióti-
cos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ~ EUDIANE ZANCHET ~

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