Análise de crédito: instituições financeiras minimizam os riscos de inadimplência por meio da análise de crédito RESUMO Devido a globalização e o crescente significativo nível de inadimplência no país, para pessoas físicas/jurídicas se faz necessário que as instituições financeiras utilizem de um minucioso e detalhado modelo de avaliação para a concessão de crédito. Este trabalho visa demonstrar alguns modelos de análise de crédito que as instituições financeiras utilizam na concessão de crédito. Serão abordados os procedimentos e modelos adotados pelas instituições na análise de crédito, além da definição do conceito de crédito e da análise do modelo de análise de crédito utilizado pelo Banco do Brasil, uma das maiores instituições financeiras do país. Para a análise dos dados utilizou-se a abordagem qualitativa. Quanto aos fins a pesquisa foi descritiva e quanto aos meios foi utilizada a pesquisa bibliográfica. Palavras chave: Análise de crédito, Crédito, Análise de risco, Modelos de análise de crédito. INTRODUÇÃO Atualmente bancos, empresas e instituições financeiras desempenham um importante papel dentro do sistema mercadológico de uma nação. Sendo o crédito uma das principais operações de qualquer uma destas instituições, ele pode influenciar diretamente na economia. Para este trabalho, considera-se a interpretação de crédito como o ato de empréstimo ou entrega de uma quantia com a promessa do pagamento. Neste contexto, empréstimos, cartão de crédito ou quaisquer outras dívidas que um cliente pode fazer com um banco ou instituição financeira pode ser considerada crédito, e demandar uma análise de crédito. Quando esta operação é feita, há o risco intrínseco de que quem recebe a concessão não venha a cumprir com suas obrigações, se tornando inadimplente. De acordo com Silva (1997, p.314) créditos inadimplentes são “aqueles que apresentam dificuldades de serem recebidos e consequentemente acarretam perdas para o credor”. Segundo GITMAM (1997, p. 17), em Administração Financeira, risco pode ser definido como a “possibilidade de que os resultados realizados possam diferir daqueles esperados”. O objetivo principal de qualquer negócio, segundo Mendonça (2015) é produzir o lucro, incluindo o negócio de financiamento ao consumidor. Ligado à busca de lucro há uma preocupação com o risco. Contudo, o nível de retorno deve ser pertinente ao grau de risco. O risco, em empréstimos ao consumidor, está no fato de que uma parcela desses empréstimos irá para perdas, pois faz parte do negócio. É impossível assumir financiamentos sem risco de perdas. Assim o risco deve ser definido e confinado, de modo que as perdas e os custos de gerenciamento do ciclo de crédito sejam previsíveis. Uma reportagem publicada pelo site G1, no fim do ano passado, traz dados de um relatório divulgado pelo Banco Central do Brasil, em outubro de 2016, mostra que a inadimplência no país atingiu o patamar mais alto desde 2011, quando se iniciou a série histórica do Banco Central. Segundo este relatório, a inadimplência dos clientes bancários (pessoas físicas, empresas e nas operações com recursos livres, que exclui o crédito imobiliário, rural e do BNDES) chegou a 5,89%. Levando-se em conta apenas pessoas físicas, o número aumenta para 6,23%. Para tentar evitar isto, as instituições financeiras vêm aperfeiçoando cada vez mais os procedimentos de análise de crédito, visando reduzir ao máximo, já que seria praticamente impossível erradicar a inadimplência. Segundo Schrickel (2000) “a análise de crédito envolve a habilidade de fazer uma decisão de crédito, dentro de um cenário de incertezas e constantes mutações e informações incompletas”. A análise de crédito por uma instituição financeira, em qualquer circunstância, se torna ainda mais importante ao analisarmos o momento econômico do país. Em um momento de crise, como o que o país está atravessando, aumenta-se o nível do desemprego, o que ajuda a aumentar o percentual de clientes inadimplentes. Conforme GITMAN (2004, p. 18), “as instituições financeiras atuam como intermediárias, promovendo a canalização das poupanças de indivíduos, empresas e órgão de governos para empréstimos ou investimentos”. Sobre a situação financeira brasileira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em uma nota à imprensa, publicada em seu site, que o PIB, Produto Interno Bruto do país, recuou 3,6% no ano de 2016, e outros 3,8% em 2015. Neste contexto de crise econômica, a análise de crédito deve ser considerada fundamental e deve ser realizada criteriosamente. Com isto em mente, este trabalho tem por objetivo a identificação e elucidação dos procedimentos adotados pelas maiores instituições financeiras do país, quanto à análise de crédito. O artigo tratará a análise de crédito, como instrumento utilizado pelas instituições financeiras, visando minimizar o risco de inadimplência. Buscará definir o conceito de análise de crédito, identificar os modelos mais usados e avaliar a eficácia de cada um. Além de estudar o case do Banco do Brasil, uma das maiores instituições financeiras em termos de concessão de crédito. Diante do exposto, esta pesquisa buscou responder à seguinte pergunta: Como as instituições financeiras, ao conceder o crédito, podem minimizar os riscos de inadimplência por meio da análise de crédito? Neste contexto, esta pesquisa tem por objetivo identificar como as instituições financeiras minimizam os riscos de inadimplência por meio da análise de crédito. Além deste, tem como objetivos específicos conceituar análise de crédito; identificar modelos de análise que podem ser utilizados para concessão de crédito; verificar a aplicabilidade de cada modelo, seus prós e contras, além das circunstâncias para o uso de cada um deles; e, por fim, analisar o modelo de análise de crédito do Banco do Brasil. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ANÁLISE DE CRÉDITO Todos os anos milhões de pedidos de crédito são efetuados no Brasil, esses pedidos partem de diversos setores, como a população, as empresas, etc. No momento em que são requeridos, todos os requeredores passam por um processo de avaliação chamado análise de crédito. “A análise de crédito compreende a aplicação de técnicas subjetivas, financeiras e estatísticas para avaliar a capacidade de pagamento do tomador de recursos, que é o proponente ao crédito.” (NETO, SÉRGIO, 2009) Crédito é todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte a sua posse integralmente, após decorrido o tempo estipulado. (SCHRICHEL, WOLFANG, 1998, p. 25) Sendo assim, pode-se afirmar que ao ceder uma determinada quantia a uma pessoa ou empresa aquele que o faz tem a expectativa, do retorno integral dessa quantia, num determinado espaço de tempo. (BEM, SANTOS e COMITRE, 2007). A análise de crédito é um meio dos bancos e instituições financeiras se protegerem contra a inadimplência, e busca avaliar se o tomador de recursos terá a capacidade de arcar com o pagamento da quantia que foi cedida. As instituições financeiras têm como costume realizar operações somente com pessoas que sejam seus clientes. Quando esses clientes necessitam de recursos, eles recorrem ao banco, que tem como norma elaborar uma análise minuciosa para a concessão do crédito pretendido, baseados primordialmente em critérios pessoais e financeiros. O banco busca com isso colher indícios de insolvência de clientes, pois a preocupação é que a quantia emprestada não retorne mais com os respectivos encargos financeiros, que são juros e correção monetária. (NETO, SÉRGIO, 2009, p. 31) Sobre a definição de crédito, Sandroni (2003) diz que crédito é uma transação comercial em que um comprador recebe imediatamente um bem ou serviço adquirido, mas só fará o pagamento depois de um