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Assistência em Enfermagem ao Paciente Renal e Home Care

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ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM AO 
PACIENTE RENAL E HOME CARE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM AO 
PACIENTE RENAL E HOME CARE 
 
 
DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES 
Segunda a Sexta das 09:00 as 18:00 
 
ATENDIMENTO AO ALUNO 
editorafamart@famart.edu.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
mailto:editora
 
 
2 
Sumário 
 
Introdução ................................................................................................................................... 4 
Diagnóstico ................................................................................................................................. 4 
Sinais e Sintomas ....................................................................................................................... 6 
Acompanhamento ...................................................................................................................... 7 
Acompanhamento Laboratorial na Atenção Primária ................................................................ 9 
Anemia ........................................................................................................................................ 9 
Doença óssea ........................................................................................................................... 10 
Acidose metabólica .................................................................................................................. 10 
Quando encaminhar ................................................................................................................. 10 
CONCEITO E HISTÓRICO DE HOME CARE ......................................................................... 15 
Objetivos do Home Care .......................................................................................................... 23 
Benefícios do Home Care ........................................................................................................ 24 
Regulamentação em Home Care ............................................................................................. 24 
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 ................................................................................ 35 
Anexo da RESOLUÇÃO COFEN Nº 267/2001........................................................................ 42 
DIREITO DOS PACIENTES..................................................................................................... 64 
Anexo 1 – Projeto de Lei nº 2880, de 2008. ............................................................................ 68 
Anexo 2 – Código de Ética em Home Care ............................................................................. 72 
ENFERMAGEM NO HOME CARE .......................................................................................... 74 
O Enfermeiro no Home Care.................................................................................................... 78 
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ................................................. 79 
Rotinas no atendimento domiciliar ........................................................................................... 85 
Indicação do Paciente ao Atendimento Domiciliar .................................................................. 85 
Por meio da procura do paciente e/ou cuidador ...................................................................... 85 
Por meio da indicação pelo médico assistente ........................................................................ 88 
Por meio da alta hospitalar para internação domiciliar ............................................................ 89 
Por meio da Solicitação da Auditoria Hospitalar dos convênios ............................................. 89 
Exemplo de Protocolo para Indicação ao Serviço de Home Care .......................................... 90 
AUTORIZAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE ................................................................................ 94 
Esclarecimento a paciente e familiares ................................................................................... 95 
Seleção do Paciente e Visita Domiciliar .................................................................................. 95 
Plano de Atendimento no Cuidado Domiciliar (PAD) ............................................................ 103 
 
 
3 
Internação Domiciliar .............................................................................................................. 108 
Desmame do Serviço de Home Care .................................................................................... 112 
Alta do Atendimento Domiciliar .............................................................................................. 113 
Fases do Serviço de Home Care ........................................................................................... 114 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 123 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Doença Renal Crônica 
 
Introdução 
A Doença Renal Crônica (DRC) é um conjunto de alterações clínicas e 
laboratoriais causadas por agressão persistente e irreversível ao rim. Ela decorre de 
diversas condições clínicas, sendo hipertensão e diabetes as principais causas de 
doença renal terminal. É uma doença com repercussões globais, que pode ser 
identificada em sua fase inicial com exames de baixo custo e, assim, possibilitar a 
prevenção de sua evolução. 
 
Diagnóstico 
 
Doença renal crônica é definida como anormalidades da estrutura ou função 
renal, presentes por mais de 3 meses, com implicações para a saúde. 
Os critérios para doença renal crônica são: 
• Marcadores de dano renal (um ou mais): 
a) albuminúria (≥ 30mg/24h ou razão albuminúria/creatininúria ≥ 30mg/g) 
b) anormalidades do sedimento urinário 
c) anormalidades eletrolíticas ou outras devido a doenças tubulares 
d) anormalidades detectadas por histologia 
e) anormalidades estruturais detectadas por exames de imagem 
f) história de transplante renal 
 
• Redução da TFG < 60ml/min/1,73m2 
 
A classificação da DRC é divida em 5 estágios funcionais: 
 
Estágio de Função Renal Taxa de Filtração Glomerular (mL/min/1,73m2) 
1 > 90 com proteinúria 
 
 
5 
2 60 a 89 com proteinúria 
3a 45 a 59 
3b 30 a 44 
4 15 a 29 
5 < 15 ou em diálise 
Fonte: Duncan (2013). 
 
Para o cálculo da depuração da creatinina, é necessária a coleta de urina no 
período de 24 horas, principal limitante da técnica. O NATIONAL KIDNEY 
FOUNDATION KIDNEY DISEASE OUTCOMES QUALITY INITIATIVE (NKF KDOQI) 
recomenda estimar a TFG, a qual pode facilmente ser calculada com o uso de 
fórmulas. O grupo Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD-EPI) 
desenvolveu, a partir de coorte que incluiu indivíduos com e sem DRC, uma 
equação, que é uma variação da fórmula do MDRD, mas que apresenta melhor 
desempenho e previsão de desfechos adversos. As observações de menor viés e 
maior acurácia da equação CKD-EPI em comparação à equação do estudo MDRD, 
particularmente nas faixas de TFG > 60 mL/min/1,73 m2, constituem o racional para 
preconizar o seu uso clínico em substituição às equações de estimativa da TFG até 
então utilizadas. 
A presença de albuminúria é um marcador de dano renal altamente utilizado 
na prática clínica. O exame pode ser realizado com coleta de urina em 24 horas ou 
em amostra de urina (para facilitar a realização do exame). Algumas condições 
podem interferir na excreção de albumina e devem ser descartadas antes de sua 
realização (febre, infecção urinária, exercício físico). 
Albuminúria é classificada como: 
Exame Normo Micro Macro 
Amostra de urina única < 17 mg/L 17 a 173 
mg/L 
> 174mg/L 
Amostra de urina de 24 < 30 mg 30 a 299 mg > 300 mg 
 
 
6 
horas. 
Relação 
Albuminúria/Creatinúria 
(em amostra) 
< 30 mg/g 30 a 299 
mg/g 
> 300 mg/g 
Fonte: Duncan (2013). 
Outras alterações sugestivas de dano renal são: presença de cilindros 
patológicos, hematúria e alterações de exames de imagem. 
No sedimento urinário pode-se observar a presença de cilindros 
patológicos: leucocitários, hemáticos, epiteliais, granulosos, céreos, largos e 
graxos. As presenças de cilindros hialinos não são tipicamente patológicas, podendo 
ocorrer por alterações fisiológicas. 
A presença de hematúria em exame comum de urina (EAS/EQU ou urina 
tipo1) deve ser comprovada com nova coleta após 8 semanas. Persistindo a 
alteração, deve-se excluir causas glomerulares, por meio da avaliação de hemácias 
dismórficas (o exame é positivo com a presença de mais de 70% de eritrócitos 
dismórficos na amostra) ou causas anatômicas (como nefrolitíase). 
No exame de imagem (ecografia de vias urinárias) os seguintes achados 
contribuem com a identificação da causa da doença renal crônica: rim policístico, 
hidronefrose por obstrução, lesão cortical renal por infarto, pielonefrite ou refluxo 
vesico ureteral, massas renais ou tumores, estenose de artéria renal, assimetria 
renal (diferença de 1,5 cm entre os rins), perda da diferenciação corticomedular e 
rins pequenos e ecogênicos (a associação de ecogenecidade e rins inferiores a 10 
cm geralmente corresponde a dano renal irreversível). 
 
Sinais e Sintomas 
 
Diversas condições representam risco para o desenvolvimento de doença 
renal crônica (DRC) como diabetes, hipertensão, glomerulonefrite, uso de 
medicamentos nefrotóxicos, nefrolitíase, hipertrofia prostática benigna, estenose de 
artéria renal, síndrome hepatorrenal, síndromes genéticas, entre outras. O declínio 
gradual da função em pacientes com doença renal crônica é inicialmente 
 
 
7 
assintomático. Entretanto, diferentes sinais e sintomas podem ser observados com 
falência renal avançada, incluindo hipervolemia, hipercalemia, acidose metabólica, 
hipertensão, anemia e doença mineral óssea. O desenvolvimento de doença renal 
terminal (IRC classe V) resulta numa constelação de sinais e sintomas conhecida 
como uremia. A progressão rápida da doença renal é definida como declínio 
sustendado na TFG > 5ml/min/1,73m2/ano. 
Alguns achados clínicos e laboratoriais podem ser vistos em pacientes com 
estágio 4 e 5 conforme o sistema acometido: 
• Neurológico: letargia, sonolência, tremores, irritabilidade, soluço, câimbra, fraqueza 
muscular e déficit cognitivo. 
• Gastrointestinais: anorexia, náusea, vômito, gastrite, hemorragia, diarreia e hálito 
urêmico. 
• Cardiovascular ou pulmonar: hipertensão resistente ao tratamento, dispneia, 
tosse, arritmia e edema. 
• Metabólico e Endocrinológico: Perda de peso, acidose metabólica, hiperuricemia, 
hipercalemia, galactorreia, diminuição de libido, impotência. 
• Hematológico: anemia e sangramento. 
• Urinário: noctúria e oligúria. 
 
Acompanhamento 
 
O acompanhamento clínico visa retardar a progressão da doença renal e 
encaminhar no momento adequado para avaliação de terapia substitutiva renal 
(diálise). Deve-se identificar os fatores associados com a progressão da DRC. Esses 
fatores incluem causas de DRC, nível de TFG, nível de albuminúria, idade, sexo, 
raça, hipertensão, hiperglicemia, dislipidemia, tabagismo, obesidade, história de 
doença cardiovascular, exposição a agentes nefrotóxicos, entre outros. 
A evolução da doença renal crônica varia de acordo com a causa base, 
porém algumas medidas devem ser orientadas na atenção primária a saúde como: 
1. Diminuir ingestão de sódio (menor que 2g/dia) correspondente a 5g de cloreto de 
sódio, em adultos. 
 
 
8 
2. Abandono de Tabagismo. 
3. IMC alvo entre 20-25 Kg/m2. 
4. Dieta com restrição proteica (0,8 g de proteína/ kg de peso /dia) para pacientes com 
TFG menor que 30 ml/min. Deve-se atentar para desnutrição desses pacientes. 
5. Vacinações: Influenza (anualmente), Pneumococo (realizar uma dose e um reforço 
em 5 anos) e Hepatite B (avaliar se paciente foi vacinado e se houve resposta 
sorológica. A vacina contra hepatite B no paciente com DRC deve ser aplicada em 
dose dupla nos meses 0, 1, 2 e 6 para pacientes com anti-HBs < 10 UI/mL. Deve-se 
repetir o esquema para os não respondedores e realizar novo anti-HBs em 2 meses 
após a última dose. Em pacientes no estágio 4 e 5 deve-se reavaliar o anti-HBs 
anualmente e se valores se tornarem inferiores a 10 ui/mL, revacinar ). 
6. Prevenir ou tratar rapidamente distúrbios hemodinâmicos evitando desidratação 
(diarreia, vômito, uso excessivo de laxantes ou diuréticos) ou episódios de 
hipotensão arterial. 
7. Controle pressórico com valores menores que 140/90. 
8. Controle glicêmico nos diabéticos, com valores de hemoglobina glicada 
em torno de 7%. Alvo menos rigoroso pode ser considerado em pacientes com 
hipoglicemias frequentes, início tardio do diabetes, doença micro ou macrovascular 
avançada e em idosos. 
9. Evitar medicamentos nefrotóxicos (como AINE, aminoglicosídeos, lítio) e ajustar 
dose quando necessário (como benzodiazepínicos, colchicina, digoxina, fenofibrato, 
metformina e glibenclamida); 
10. Pacientes com proteinúria, em especial diabéticos, se beneficiam com o uso de 
Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) ou Bloqueadores de 
Receptores da Angiotensina (BRA). O uso concomitante das duas classes de 
medicamentos está contra-indicado devido a piores desfechos clínicos e não há 
evidência suficiente para recomendar a associação entre IECA e BRA para prevenir 
a progressão da DRC. Deve-se tentar atingir, quando tolerado, a dose alvo de cada 
medicação (40 mg/dia para enalapril, 150mg/dia para captopril ou 100 mg/dia para 
losartana). Ao iniciar a medicação, deve-se atentar se não ocorrerá piora da 
hipertensão, hipercalemia ou diminuição da TFG. Se houver uma queda da TFG 
 
 
9 
maior que 30% deve-se suspender o medicamento e encaminhar para o 
nefrologista. Não iniciar IECA ou BRA para prevenção primária de DRC em 
pacientes diabéticos normoalbuminúricos e normotensos. 
11. Estatinas reduzem mortalidade e eventos cardiovasculares em pacientes com TFG 
reduzida (estágios 1 a 3) e dislipidemia. 
12. Betabloqueadores reduzem mortalidade e eventos cardiovasculares em pacientes 
com TFG reduzida e insuficiência cardíaca. 
Acompanhamento Laboratorial na Atenção Primária 
 
• Pacientes em risco para desenvolver DRC ou pacientes com DRC no estágio 1 e 2 
(TFG maior que 60 ml/min e lesão estrutural renal) devem realizar anualmente a 
TFG (creatinina sérica), exame sumário de urina (EQU ou EAS ou urina tipo 1) e 
Albuminúria (Relação Albuminúria/Creatinúria ou microalbuminúria amostra ou 
albuminúria em 24 horas) para avaliar evolução. 
• Estágio 3a: avaliação anual da TFG, EQU, albuminúria, hemograma, potássio, 
fósforo e PTH. Essa avaliação deve ser semestral se o paciente no estágio 3a 
apresentar microalbuminúria. 
• Estágio 3b: avaliação semestral da TFG, EQU, hemograma, albuminúria e potássio. 
Avaliação anual de cálcio, fósforo, PTH, proteínas totais e frações. Se houver 
anemia, avaliar também ferritina e saturação de transferrina. 
• Pacientes em estágio 4 e 5 devem fazer acompanhamento conjunto com 
nefrologista e avaliação laboratorial a cada 1 a 3 meses. 
• Realizar sorologia para hepatite b no início do acompanhamento (anti-HBs, HBsAg e 
Anti-HBc) dos pacientes com DRC. Pacientes em estágio 4 e 5 devem repetir anti-
HBs anualmente. 
 
Principais complicações associadas a perda de função renal 
 
Anemia 
A incidência de anemia aumenta com o declínio da função renal e em 
pacientes com estágios mais avançados de DRC. A definição de anemia 
 
 
10 
Hemoglobina < 13g/dl em homens e < 12g/dl em mulheres. Medir níveis 
hematimétricos:• se TFG ≥ 60ml/min/1,73m2 – quando clinicamente indicado 
• anualmente em TFG entre 30-59ml/min/1,73m2 
• 2 vezes ao ano em pacientes com TFG < 30ml/min/1,73m2 
 
Doença óssea 
Dosar cálcio, fósforo, PTH e fosfatase alcalina pelo menos uma ocasião em 
pacientes com TFG < 45 ml/min/1,73m2. 
Se TFG < 45 ml/min/1,73m2 – manter fósforo dentro da normalidade. 
Quando TFG < 45ml/min/1,73m2 – nível alvo de PTH não é conhecido. Se 
PTH estiver no limite superior – avaliar hiperfosfatemia, hipocalcemia e deficiência 
de vitamina D. Não prescrever vitamina D rotineiramente na ausência de deficiência. 
Em pacientes com IRC e HCO3 < 22mmol/L recomenda-se suplementação 
com bicarbonato via oral para mantê-lo dentro dos valores da normalidade. 
Acidose metabólica 
Em pacientes com IRC e HCO3 < 22mmol/L recomenda-se suplementação 
com bicarbonato via oral para mantê-lo dentro dos valores da normalidade. 
 
Quando encaminhar 
O encaminhamento para o Nefrologista visa investigar causas de doença 
renal crônica que não foram possíveis identificar na atenção primária, bem como 
acompanhar pacientes em estágio avançando de DRC em vistas a terapia renal 
substitutiva. 
As seguintes situações configuram motivos de encaminhamento por Doença 
Renal Crônica ao nefrologista: 
 
 Taxa de Filtração Glomerular < 30 ml/min/1,73m2 (Estágio 4 e 5); 
 Proteinúria 
 Microalbuminúria e TFG menor que 60ml/min em não diabéticos 
 
 
11 
 Macroalbuminúria para todos os pacientes, independente da TFG 
(diabéticos ou não); 
 Hematúria persistente de origem glomerular; 
 Alterações Anatômicas que justifiquem a perda de função renal; 
 Perda rápida da função renal (>5 mL/min/1,73m2 em um período de 6 meses, 
em uma linha de base < 60 ml/min/1,73m2, confirmado em 2 exames.) 
 Presença de cilindros com potencial patológico (céreos, largos, graxos, 
epiteliais, hemáticos ou leucocitários). 
 
 
Cuidado domiciliar 
 
 Muitos registros na área da saúde demonstram, historicamente, a inserção 
do cuidado domiciliar como sendo uma prática antiga e acreditada por vários 
estudiosos que, com o passar dos anos, tornou-se uma modalidade de atendimento 
organizada implementada em vários países. 
No século XIII a.C no Egito Antigo, um médico chamado Imhotep atendia os 
pacientes no domicílio e em seu consultório e também era responsável pelo 
atendimento no palácio ao Faraó. Desde esta época, as primeiras referências da 
medicina apontam para um cuidado domiciliar. 
Na Grécia Antiga, o médico Asklépios atendia no domicílio dos pacientes e 
seus denominados seguidores atendiam os indivíduos nos templos. Nesses locais 
havia medicamentos e materiais para proporcionar o tratamento e a cura aos 
indivíduos enfermos – alguns registros apontam que estas estruturas são 
consideradas futuramente como hospitais. 
Hipócrates, no século V a.C., descreveu a importância e a eficiência do 
cuidado no domicílio. Segundo ele essa forma de atendimento trazia êxito ao 
tratamento dos enfermos, como expõe no “Tratado sobre os ares, as águas e os 
lugares”. 
Samuel Hanneman, fundador da Homeopatia, no final do século XVII visitava 
os doentes no domicílio por acreditar que o médico era responsável pelo tratamento 
 
 
12 
e cura das enfermidades, fazendo questão de permanecer junto ao leito dos doentes 
no domicílio a maior parte do tempo possível. 
Antes do surgimento dos grandes hospitais e da modalidade de assistência 
ambulatorial, no final do século XVIII, na Europa, os cuidados de enfermagem já 
eram largamente empregados. Especificamente no campo de enfermagem, Florence 
Nigthingale, ao se referir à saúde como estilo de vida, afirmou, em 1963, que os 
doentes se recuperariam melhor em suas casas do que nas instituições hospitalares. 
Independente do contexto vivenciado por Florence, do viés histórico – 
ideológico que permearam sua atuação, bem como as diferenças entre o 
ecossistema do século XIX e o do tempo atual, o que se advoga no campo da saúde 
domiciliar já era preconizado, quando esta enfermeira deu início à revolução 
científica na enfermagem mundial. 
Segundo Barreira (1992) a prestação de cuidados domiciliares no Brasil no 
início do século foi valorizada e tida como atividade prioritária no combate às 
grandes endemias que assolaram os grandes centros. Este cuidado era feito por 
intermédio de visitas domiciliares. 
A partir deste fato foi reconhecida a necessidade de formação de profissionais 
para este exercício. Conforme Oliveira (1996) esta formação estava direcionada à 
prestação do cuidado para o doente ou para os fatores de risco de determinados 
agravos e não para a família como grupo social. 
Com a institucionalização do Sistema Único de Saúde – SUS, a partir da Lei 
Federal nº 8080/90 (BRASIL, 1990), algumas estratégias foram pensadas e 
implementadas para a consolidação do seu modelo. Uma delas foi a proposta do 
Ministério da Saúde, em 1994: O Programa de Saúde da Família – PSF (Fundação 
Nacional de Saúde, 1996). 
O PSF, na forma com que foi concebido, surge como resposta às propostas 
de atenção primária de saúde que ocorreram na década de setenta e ao movimento 
da Reforma Sanitária, que ocorreu na década de oitenta, culminando com a 
implantação do SUS. 
Neste cenário, a construção de um novo modelo assistencial embasado em 
estratégias do PSF propõe a organização das práticas de saúde voltadas para 
 
 
13 
atenção a família. Um dos pressupostos das estratégias do PSF elege a família e 
seu espaço social como foco da atenção à saúde (Ministério da Saúde, 1996). 
Segundo Elsen (1994) a família constitui uma unidade de saúde para seus 
componentes, apesar dos estudos que abordam as funções da família não incluírem 
de forma explícita o cuidado com a saúde de seus membros. Entretanto, a autora 
destaca que esta unidade nem sempre é eficiente no desempenho deste papel e 
apenas é considerada saudável quando cuida da saúde de seus componentes de 
forma adequada. 
Assim, o domicílio é considerado o cenário onde ocorrem as relações sociais 
geradoras de conflitos e de outros fatores de risco de adoecer, sendo também o 
local privilegiado para o desenvolvimento de ações e da atuação na busca pela 
promoção e manutenção da saúde. 
O cuidado dispensado à saúde no domicílio propicia a inserção dos 
profissionais no cotidiano do paciente; identificando demandas e potencialidades da 
família, em um clima de parceria terapêutica. Para isso concorrem fatores como a 
humanização do cuidado, a ausência de riscos iatrogênicos de origem hospitalar, o 
resgate das formas de cuidar calcadas nas práticas tradicionalmente usadas pela 
população, embasadas na bagagem cultural. 
O desenvolvimento das ações propostas pelo PSF está relacionado 
prioritariamente à prevenção primária, ou seja, aquela prevenção realizada antes 
mesmo que a doença ocorra no paciente, não excluindo também a atuação na 
prevenção secundaria e terciária, tratamento e reabilitação respectivamente. 
No caso do atendimento domiciliar realizado pelos serviços de Home Care, na 
maioria das vezes há mais ações voltadas para a atenção secundária e terciária, 
que consistem no tratamento do agravo, até mesmo internações domiciliares e 
acompanhamento na reabilitação do paciente. 
É importante também identificar que o PSF é um programa de política pública 
de atendimento à população pelo Sistema Único de Saúde, enquanto o Home Care 
é uma empresa constituída que obedece a normas regidas pelo sistema nacional, 
mas que atende na maioria das vezes pacientes particulares ou com planos de 
 
 
14 
saúde, tendo também possibilidade de atender ao SUS, constituindo um serviço 
terceirizado. 
Atendimento domiciliar conceitua-se como o conjunto de procedimentos 
hospitalares passíveis de serem realizados no ambiente domiciliar do paciente, 
englobando ações de saúde de equipe multiprofissional, baseadasem diagnóstico 
da realidade que o paciente vive, buscando a promoção, manutenção e reabilitação 
da saúde (Fabrício et al, 2004). 
A atenção ao atendimento domiciliar, segundo Moura e Nakamura (2003), 
inclui procedimentos simples de enfermagem, internações domiciliares e até mesmo 
assistência no domicílio daqueles pacientes considerados pelos médicos como fora 
das possibilidades terapêuticas. Um paciente considerado fora das possibilidades 
terapêuticas, ou também denominado paciente terminal, é aquele onde as 
possibilidades de cura não existem, o tratamento passa a ser paliativo e o 
prognóstico é o óbito. 
Este diagnóstico é feito pelo médico depois de esgotados os recursos de cura 
para determinada doença. 
Collopy et al, citado por Mendes (2001), descreve que na modalidade de 
assistência domiciliar estão envolvidos procedimentos como cuidados dos clientes 
em suas atividades cotidianas, administração de medicamentos, realização de 
curativos, cuidados com estomas e até mesmo o uso de alta tecnologia hospitalar 
com a presença de equipe multiprofissional de permanência 24 horas/dia. 
A equipe multiprofissional que compõe um cuidado domiciliar formal deve ser 
composta por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, nutricionista e 
fisioterapeuta. Conforme a complexidade do atendimento ao paciente, sua patologia 
e prognóstico, os profissionais em conjunto devem estipular as condutas de 
tratamento a serem seguidas e a possível necessidade de outro profissional. 
O trabalho em equipe multiprofissional consiste numa modalidade de trabalho 
coletivo que se configura como uma relação recíproca entre as múltiplas 
intervenções técnicas e a interação dos agentes de diferentes áreas profissionais. 
Por meio da comunicação, ou seja, da mediação simbólica da linguagem, dá-se a 
articulação das ações multiprofissionais e a cooperação (PEDUZZI, 1998). 
 
 
15 
O cuidador é o indivíduo que presta cuidados ao enfermo sendo que pode ou 
não ter vínculo familiar. Existem dois tipos de cuidadores: o formal e o informal 
(BRASIL, 1999b). O cuidador formal é um profissional preparado em uma instituição 
de ensino para prestar cuidados no domicílio, segundo as necessidades específicas 
do cliente (REJANE & CARLETTE, 1996); o cuidador informal, no entanto, é um 
membro da família ou da comunidade que presta cuidado de forma parcial ou 
integral. Este indivíduo deve ser alfabetizado e possuir noções básicas sobre o 
cuidado do cliente e terá a função de auxiliar e/ou realizar a atenção adequada às 
pessoas que apresentam limitações para as atividades básicas e instrumentais da 
vida diária, estimulando a independência e respeitando a autonomia destas 
(BRASIL, 1999b). 
Duarte (1997) afirma que o cuidador é a pessoa que realiza suas atividades 
aos indivíduos com necessidades de atenção no domicílio. Leitão e Almeida (2000, 
p. ) descrevem o cuidador como a pessoa que assume a responsabilidade em cuidar 
proporcionando suporte e visando a melhoria da qualidade de vida da pessoa a ser 
cuidada. 
Mendes (1998) expõe que o cuidador domiciliar se constitui no indivíduo que 
possui vínculos de parentesco com o doente, e classifica como cuidador principal 
aquele com maior responsabilidade sobre os cuidados do paciente e o cuidador 
secundário como aquele que realiza cuidados complementares. 
 
CONCEITO E HISTÓRICO DE HOME CARE 
 
Home Care é uma expressão inglesa na qual Home significa “Lar” e Care 
“Cuidados”. Traduz-se, desta forma, como cuidados no lar. O Home Care surgiu 
primeiramente nos Estados Unidos (EUA) no período pós-guerra, mediante a 
necessidade dos familiares de cuidar de seus doentes em casa. Após essa fase 
inicial houve a inserção dos profissionais especializados para este cuidado. 
A procura excessiva por serviços de saúde e a intencionalidade para 
internações hospitalares em conjunto com a escassez destes serviços propiciou e 
 
 
16 
colaborou para a transformação do cuidado domiciliar. Esta modalidade de 
atendimento tornou-se gradativamente organizada. 
Em 1796 o Home Care começou a ser arranjado, primeiramente prestando 
cuidados aos pobres e enfermos, nos Estados Unidos da América, objetivando o 
tratamento destes pacientes em casa, ao invés de hospitalizá-los. Nesta mesma 
época o hospital ainda era considerado um local insalubre, onde os acometidos por 
pestes e os pobres aguardavam a morte. 
A primeira referência da forma organizada da Assistência Domiciliar em 
Saúde (ADS) foi o Dispensário de Boston, em 1976, hoje denominado New England 
Medical Center. Liderado por Lílian Wald, foi criado em 1850 o programa que mais 
tarde denominou-se Public Health Nurse, o seja, Enfermeira da Saúde Pública. 
No período de 1900 a 1905, nos EUA, havia uma preocupação com a 
imigração, a industrialização e o aumento de doenças infecto-contagiosas. Neste 
mesmo período algumas enfermeiras faziam visitas aos pobres em sua residência, 
informando-lhes sobre os cuidados básicos de saúde e prevenção do alastramento 
das enfermidades, sendo empregadas por associações. 
Esta função denominada como enfermeira visitante foi vista como uma saída 
para o controle das doenças que estavam tomando conta das cidades e as 
destruindo. Até o período de 1905, quatrocentos e cinquenta e cinco enfermeiras 
estavam empregadas por associações e realizando as visitas à toda a população. 
Também existia o trabalho das enfermeiras de forma autônoma que 
realizavam acompanhamento contínuo dos enfermos nos domicílios, nas 24 horas 
do dia, prestando cuidados em sua convalescença. Recebiam de forma particular, 
geralmente nos casos de enfermos da classe média e pessoas influentes. 
Em 1909, com o investimento público nas ações de saúde e educação, o 
sistema de saúde domiciliar dos EUA passou por mudanças. A enfermeira começou 
a ensinar às pessoas nas escolas um estilo de vida saudável, incluindo hábitos de 
higiene pessoal, métodos de tratamento e a responsabilidade do auto-cuidado dos 
indivíduos. 
Segundo Orem (1971, p.80) auto-cuidado é utilizado como sinônimo de cuidar 
de si próprio, ou seja, são todas as ações que o indivíduo executa em seu próprio 
 
 
17 
benefício. É um comportamento que implica no papel ativo do cliente no 
desenvolvimento de atividades com o objetivo de manter a vida, a saúde e o bem-
estar. 
Esta função da enfermeira foi denominada de comunitária, pois ensinava 
também aos indivíduos os conceitos de doença; neste mesmo período o plano de 
saúde “Metropolian Life Insurance Company” contratou enfermeiras visitantes para 
tratar dos seus usuários em casa durante a fase da enfermidade. 
A Metropolian Life Insurance Company conhecida também com MetLife é uma 
das mais antigas companhias de seguros dos Estados Unidos, criada em 1863 por 
um grupo de empresários em Nova York. No início esta empresa oferecia somente 
seguros de assistência à vida, mais tarde incluiu serviços dentários. 
O Plano de Saúde Metropolian Life Insurance Company aceitou este desafio 
mediante a ideia de Lílian Wald, enfermeira que iníciou o serviço de enfermeiras 
visitadoras em Nova York e colaborou com a abertura da primeira escola de 
enfermagem em tempo integral, ela acreditava que as enfermeiras visitantes 
poderiam contribuir na redução dos gastos com usuários enfermos. 
A Cruz Vermelha ampliou o programa de enfermeiras visitantes para a área 
rural, em 1912. O final da I Guerra Mundial propiciou o aumento das enfermeiras 
visitantes em todos os países, e a Cruz Vermelha ampliou esta função para todas as 
suas filiais. O plano de saúde Metropolian Life Insurance Company contratou várias 
enfermeiras para o desempenho desta atividade. 
No primeiro momento de atuação da enfermagem no domicílio dava-se 
ênfase às doenças contagiosas. A partir de 1950 as doenças contagiosas, diante do 
trabalho realizado pelas enfermeiras visitantes e comunitárias, diminuíram 
expressivamente.O foco do trabalho então começou a ser os doentes crônicos. 
As doenças crônicas inviabilizavam a vida do indivíduo, que na maioria das 
vezes necessitava longa permanência no leito, acarretando uma total dependência 
no desenvolvimento de ações, surgindo com isso problemas sociais e econômicos, e 
principalmente de saúde. 
Em 1922 a enfermagem tornou-se profissão no Brasil por meio da fundação 
da Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública, que possuía 
 
 
18 
o mesmo padrão da Escola Florence Nightingale na Inglaterra, em 1926 esta mesma 
escola passou a se chamar Ana Nery. 
No período compreendido entre os anos de 1925 e 1929 a taxa de 
mortalidade urbana e as doenças infectocontagiosas começam a diminuir nos EUA, 
e a principal causa de mortalidade passa a ser as doenças crônicas degenerativas. 
Os hospitais começam a ficar lotados por estes pacientes que optam pela 
internação para tratamento de tais moléstias. O Home Care ainda é uma opção de 
tratamento, mas progressivamente neste período diminui e muito seus serviços, 
sendo substituído pela permanência dos pacientes em hospitais. 
Houve a centralização e o aumento de pacientes nos hospitais, 
principalmente no período entre 1930 a 1954 nos EUA, o que fez com que o trabalho 
das enfermeiras comunitárias e visitantes foi declinando. O Plano de Saúde 
Metropolian Life cancelou o programa de enfermeiras visitantes e a Cruz Vermelha 
também. 
A partir do ano de 1955 até 1964 houve um grande questionamento sobre os 
custos dos pacientes para os Planos de Saúde. Como as internações aumentaram, 
verificou-se que os custos para manter um paciente internado eram superiores 
àqueles para mantê-lo em tratamento domiciliar. 
Paralelamente ao aumento das internações, a taxa de doenças crônicas na 
população aumentava consideravelmente e o número de pacientes idosos também. 
Neste contexto, mais uma vez o Home Care aparece como uma modalidade de 
assistência à saúde da população, demonstrando qualidade nos serviços com um 
menor custo. 
Em 1965 o plano de saúde Medicare, nos EUA, por meio de sua legislação, 
começou a prever aos seus usuários os serviços de Home Care especializados e 
terapias de natureza curativa ou de reabilitação para os idosos. O serviço de Home 
Care oferecido pelo Medicare era contratado por uma empresa terceirizada. 
No ano de 1968 os serviços domiciliares no Brasil estavam em sua maioria 
restritos à vigilância epidemiológica materno-infantil. O Hospital do Servidor Público 
Estadual de São Paulo estruturou-se e iniciou suas atividades de visitação em 
domicílio. 
 
 
19 
O Home Care, nos EUA, começou a ser visto pelos planos de saúde como 
uma forma de reduzir custos com seus usuários. Assim no período de 1970 a 1985 
muitas outras empresas de Home Care foram abertas e em 1982 foi fundada a 
Associação Nacional para Home Care. Esta associação objetivava defender os 
interesses das empresas credenciadas. Promoveu esclarecimento à população na 
mídia frente ao tratamento do paciente em Home Care. Observou-se que quanto 
menos dias os pacientes permaneciam internados mais os serviços de Home Care 
eram utilizados pela população. O conhecimento frente ao Home Care também 
aumentou muito por parte da população. 
Em 1986 é fundada no Brasil a primeira agência de Home Care, chamada 
“Geriátricas Home Care”. Localizada no Rio de Janeiro e dirigida pelo Dr. Ricardo 
Rodrigues, inicia seus atendimentos com exclusividade para o Plano de Saúde Amil. 
Quatro anos depois, em 1990, é aprovada a Lei 8.080, em 19 de setembro, 
que trata das condições para promoção, proteção e recuperação da saúde da 
população, como também a organização e o funcionamento de serviços 
correspondentes, dando outras providências e regulamentando a assistência 
domiciliar no Brasil. 
Em 1994 foi criada a Fundação de Home Care pela Volkswagen no Brasil e 
em 1995 foi fundada a Associação das empresas de Medicina Domiciliar – ABEMID. 
Um ano depois, em 1996, constituiu-se o NADI (Núcleo de Assistência Domiciliar 
Interdisciplinar) do Hospital de Clínicas de São Paulo. 
A atenção em torno da assistência domiciliar foi aumentando gradativamente, 
e em 1998 ocorreu o I Simpósio Brasileiro de Assistência Domiciliar – SIBRAD. 
Neste encontro foram discutidos os aspectos mais importantes relacionados à 
assistência domiciliar e pela primeira vez houve um debate sobre os modelos de 
assistência domiciliar nos setores público e privado. 
Com a expansão dos serviços de atendimento domiciliar, passou a existir a 
necessidade de emissão de resoluções sobre a adequação dos profissionais para 
realização da função. Em 2002 o Conselho Federal de Enfermagem e o Conselho 
Federal de Farmácia e em 2003 o Conselho Federal de Medicina aprovam 
resoluções referentes à assistência domiciliar. 
 
 
20 
Também em 2002 o Conselho Federal de Enfermagem aprovou a resolução 
número 270 que definiu a regulamentação para que as empresas prestassem 
serviços de enfermagem domiciliar Home Care. No mesmo ano, o Conselho Federal 
de Farmácia edita a resolução número 386, em 12 de novembro, na qual dispõe 
sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito da assistência domiciliar. 
Posteriormente, em 2003 o Conselho Federal de Medicina aprovou a 
resolução número 1.668/2003 que dispôs sobre as técnicas necessárias à 
assistência domiciliar de paciente, definindo as responsabilidades e a interface 
multidisciplinar neste tipo de assistência. 
No mesmo ano de 2003, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) 
publica a Consulta Pública número 81, de 10 de outubro de 2003, relacionada com a 
prática da assistência domiciliar no Brasil. E, em 2006, a ANVISA publica a 
resolução RDC nº 11, que estipula as regras para o funcionamento de serviços de 
saúde que prestam atendimento domiciliar. 
A partir da publicação da RDC nº 11 os serviços de saúde com atendimento 
domiciliar começaram a ser fiscalizados e consequentemente melhor estruturados, já 
que passaram a seguir normas de funcionamento. 
 
Perspectivas para o Home Care 
Frente ao atual quadro de políticas de saúde, questões demográficas e 
sociais encontradas no Brasil, pode-se dizer que alguns fatores contribuem para o 
crescimento da atenção à saúde prestada em domicílio, são eles: 
 
O aumento da população idosa 
Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS – a população idosa é 
definida como aquela possui no mínimo 60 anos de idade, limite de idade válido para 
os países em desenvolvimento, no caso dos países desenvolvidos admite-se o limite 
de idade de 65 anos. 
Carvalho e Andrade (2000) descrevem o envelhecimento como o aumento do 
número de anos vividos em conjunto com a evolução cronológica do indivíduo. 
Existem fenômenos de natureza biopsíquica e social, que proporcionam a percepção 
 
 
21 
da idade e do envelhecimento. O envelhecimento é associado, algumas vezes, com 
a saída da vida produtiva pela vida de aposentadoria. 
Segundo estudos do IBGE (2002) as estimativas para os próximos 20 anos 
indicam que a população idosa poderá exceder 30 milhões de pessoas, chegando a 
representar quase 13% da população brasileira. Os estudos mostram que a 
população de idosos vem crescendo mais rapidamente que a população de 
crianças. 
Concomitante a isso, estudos apresentados pelo Ministério da Saúde 
apontam que em nosso país mais de 85 % dos idosos apresentam uma enfermidade 
crônica e cerca de 15% dos idosos apresentam pelo menos 5 enfermidades 
crônicas, resultando na procura constante ao atendimento à saúde (IBGE, 2002). 
 
O aumento da incidência de Doenças Crônicas 
O aumento das doenças crônicas na população acarreta uma demanda de 
pacientes com necessidades de tratamento constante. O Home Care, neste sentido, 
evita a internação deste paciente, já que os cuidados a serem realizados na maioria 
das patologias consideradas como crônicas podem serdesenvolvidos no domicílio. 
 
O alto custo no uso de tecnologias diagnósticas e de tratamento 
 
Cada vez mais o investimento na área de saúde preventiva e curativa vem 
aumentando os custos das tecnologias diagnósticas, aumentando, 
consequentemente, os valores para manter o tratamento de pacientes no ambiente 
hospitalar, ou mesmo em forma ambulatorial de atendimento em hospitais ou 
centros diagnósticos. 
Quando um Home Care está ligado a um plano de saúde ocorre a redução 
dos custos pelos usuários do plano mantendo uma qualidade de vida adequada sem 
interferir no desenvolvimento de ações para diagnóstico e tratamento. O Home Care 
pode agir de forma preventiva, focalizando os riscos das doenças antes que a 
mesma se instale no paciente, diminuindo custos com tecnologia diagnóstica, já que 
estará envolvido na saúde preventiva. 
 
 
22 
 
O aumento do interesse de cuidados próprios 
 
Mesmo não sendo tão conhecida pelos pacientes, por ainda haver o 
paradigma de que sempre a internação hospitalar é o melhor caminho, a modalidade 
de atendimento domiciliar Home Care vem mostrando, principalmente nos maiores 
centros do país, a facilidade e resolutividade no atendimento domiciliar. 
Com a conscientização, tanto familiares como os próprios pacientes 
compreendem esta forma de gerenciar o cuidado como uma maneira mais 
humanizada, já que, na maioria das situações os pacientes possuem um cuidador 
informal, alguém que está presente por todo o tempo no domicílio e que será 
responsável pela detectação de sinais e sintomas. 
• Os recursos financeiros insuficientes destinados à saúde pelo governo 
Quanto menos recursos são destinados à saúde pelo governo menos 
necessidades da população são atendidas. Com isso, muitos indivíduos buscam 
apoio na saúde privada, inserido-se neste contexto as empresas de Home Care e os 
Planos de saúde. 
Alguns hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde utilizam como 
estratégia de ação o atendimento domiciliar para diminuir seus custos com pacientes 
internados, sendo uma maneira de direcionar o cuidado qualificando sem, contudo, 
intervir na terapêutica. 
 
• As dificuldades nas instituições hospitalares 
Atualmente, diante das dificuldades das instituições hospitalares, tem-se 
tentado focalizar o paciente que realmente possui a necessidade de permanecer 
dentro desta instituição para tratamento, enquanto os demais podem e devem ser 
encaminhados para um serviço de atendimento domiciliar. 
 
• A necessidade de gerenciamento de custo de riscos pelos planos 
de saúde. 
 
 
23 
A atuação do Home Care nos Planos de Saúde está diretamente relacionada 
à qualidade de vida dos usuários e à diminuição dos custos relacionados às 
internações e/ou aos tratamentos empregados nas situações de diagnóstico e 
tratamento. Nesta visão utilizam-se ações preventivas de acompanhamento de 
usuários mediante os riscos no aparecimento de doenças. 
 
 
Objetivos do Home Care 
 
Segundo Floriani e Schramm (2004) os principais objetivos de um serviço de 
Atendimento Domiciliar são: 
• Contribuir para a otimização dos leitos hospitalares e do atendimento 
ambulatorial, visando a redução de custos; 
• Reintegrar o paciente ao seu núcleo familiar e de apoio; 
 
• Proporcionar assistência integrada e humanizada por meio de uma 
maior aproximação da equipe de saúde com a família; 
• Estimular uma maior participação do paciente e de sua família no 
tratamento proposto; 
• Promover educação em saúde; 
• Ser um campo de ensino e pesquisa. 
 
Economicamente está comprovado que o atendimento domiciliar reduz os 
custos com internação de pacientes nos hospitais, como também otimiza a utilização 
de leitos por aqueles que realmente necessitam estar em ambiente hospitalar, ou 
seja, não são pacientes potenciais para Home Care. 
A integração com a família é importante para restabelecer o paciente. 
Também nesse contexto pode-se citar a presença do cuidador como indispensável 
para melhor recuperação e acompanhamento do paciente em seu tratamento 
domiciliar. Mesmo com a atuação da equipe de atendimento domiciliar é importante 
sempre identificar um componente como sendo a referência em cuidador. 
 
 
24 
O Projeto Lei do Congresso Nacional nº (descrito na íntegra no Anexo 1) cria 
a profissão do cuidador: de acordo com o proposto neste projeto, o profissional 
“cuidador” tem por finalidade o serviço domiciliar extra-institucional de saúde, 
prestado a pessoas cuja saúde debilitada, idade avançada ou limitação temporária 
ou crônica impeçam-nas de realizar tarefas básicas da vida, como locomoção, 
alimentação e higiene. 
O exercício desta profissão só poderá ser feito, segundo o projeto de lei, por 
meio da conclusão do Ensino Fundamental e de curso de qualificação básica para 
formação de cuidador, sendo que o conteúdo do curso será elaborado e 
estabelecido pelo Ministério da Saúde. As atividades dos cuidadores citados neste 
projeto não compreendem atividades privativas dos profissionais de saúde. O projeto 
está sendo analisado pela câmara de deputados. 
O atendimento domiciliar proporciona à equipe que presta este serviço, um 
conhecimento maior frente à realidade de vivências de seus pacientes, podendo 
propor ações dentro desta realidade, o que torna o cuidado mais eficiente, no 
sentido de evitar danos e futuras reiternações. 
 
Benefícios do Home Care 
 
Os mesmos autores relacionam como benefícios de um atendimento 
domiciliar: 
• Diminuição das reinternações e dos custos hospitalares; 
• Redução dos riscos de infecção hospitalar; 
• Manutenção do paciente no núcleo familiar; 
• Aumento da qualidade de vida dele e de seus familiares. 
 
 
Regulamentação em Home Care 
 
Para qualificar o entendimento sobre o Home Care é importante conhecer as 
principais resoluções vigentes sobre o assunto, dentre elas citam-se a RDC n° 11 e 
 
 
25 
n° 07 que regulamentam tecnicamente os serviços que prestam atendimento 
domiciliar, bem como as resoluções de categorias profissionais que descrevem as 
funções no atendimento junto à equipe multiprofissional. 
 
 Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n°11 de 26 de janeiro de 
2006. 
 
No dia 26 de janeiro de 2006 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) publicou a RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) nº 11 que 
regulamenta a atividade de Assistência Domiciliar no Brasil. Em seu Regulamento 
Técnico descreve os principais fundamentos para o funcionamento de tais 
empresas, como pode ser observado no anexo 1. 
 
 RDC n° 11 – Anexo “Regulamento Técnico para o funcionamento 
de Serviços de Atenção Domiciliar” 
 
1. Objetivo 
 
Estabelecer os requisitos de funcionamento para os Serviços de Atenção 
Domiciliar. 
2. Abrangência do Regulamento 
 Esta resolução é aplicável a todos os Serviços de Atenção Domiciliar, 
públicos ou privados, que oferecem assistência e ou internação domiciliar. 
 
3. Definições 
3.1 Admissões em Atenção domiciliar: processo que se caracteriza pelas 
seguintes etapas: indicação, elaboração do Plano de Atenção Domiciliar e início da 
prestação da assistência ou internação domiciliar. 
3.2 Alta da Atenção domiciliar: ato que determina o encerramento da 
prestação de serviços de atenção domiciliar em função de: internação hospitalar, 
alcance da estabilidade clínica, cura, a pedido do paciente e/ou responsável, óbito. 
 
 
26 
3.3 Atenções domiciliar: termo genérico que envolve ações de promoção à 
saúde, prevenção, tratamento de doenças e reabilitação desenvolvidas em domicílio. 
3.4 Assistências domiciliar: conjunto de atividades de caráter ambulatorial, 
programadas e continuadas desenvolvidas em domicílio. 
3.5 Cuidador: pessoa com ou sem vínculo familiar capacitada para auxiliar 
o paciente em suas necessidades e atividades da vida cotidiana. 
3.6 Equipes Multiprofissionais de AtençãoDomiciliar – EMAD: profissionais 
que compõem a equipe técnica da atenção domiciliar, com a função de prestar 
assistência clínico-terapêutica e psicossocial ao paciente em seu domicílio. 
3.7 Internação Domiciliar: conjunto de atividades prestadas no domicílio, 
caracterizadas pela atenção em tempo integral ao paciente com quadro clínico mais 
complexo e com necessidades de tecnologia especializada. 
3.8 Plano de Atenção Domiciliar – PAD: documento que contempla um 
conjunto de medidas que orienta a atuação de todos os profissionais envolvidos de 
maneira direta e ou indireta na assistência a cada paciente em seu domicílio desde 
sua admissão até a alta. 
 
3.9 Serviço de Atenção Domiciliar – SAD: instituição pública ou privada 
responsável pelo gerenciamento e operacionalização de assistência e/ou internação 
domiciliar. 
3.10 Tempo de Permanência: período compreendido entre a data de 
admissão e a data de alta ou óbito do paciente. 
4. Condições Gerais 
4.1 O SAD deve possuir alvará expedido pelo órgão sanitário competente. 
 
4.2 O SAD deve possuir como responsável técnico um profissional de nível 
superior da área da saúde, habilitado junto ao respectivo conselho profissional. 
4.3 O SAD deve estar inscrito no Cadastro Nacional de Estabelecimentos 
de Saúde – CNES. 
4.4 O SAD deve possuir um regimento interno que defina o tipo de atenção 
domiciliar prestada e as diretrizes básicas que norteiam seu funcionamento. 
 
 
27 
4.5 O SAD deve elaborar manual e normas técnicas de procedimentos 
para a atenção domiciliar, de acordo com a especificidade da assistência a ser 
prestada. 
4.6 A atenção domiciliar deve ser indicada pelo profissional de saúde que 
acompanha o paciente. 
4.7 O profissional de saúde que acompanha o paciente deve encaminhar 
ao SAD relatório detalhado sobre as condições de saúde e doença do paciente 
contendo histórico, prescrições, exames e intercorrências. 
4.8 A equipe do SAD deve elaborar um Plano de Atenção Domiciliar – 
PAD. 
4.9 O PAD deve contemplar: 
4.9.1. A prescrição da assistência clínico-terapêutica e psicossocial para o 
paciente; 
4.9.2. Requisitos de infra-estrutura do domicílio do paciente, necessidade de 
recursos humanos, materiais, medicamentos, equipamentos, retaguarda de serviços 
de saúde, cronograma de atividades dos profissionais e logística de atendimento; 
4.9.3. O tempo estimado de permanência do paciente no SAD considerando 
a evolução clínica, superação de déficits, independência de cuidados técnicos e de 
medicamentos, equipamentos e materiais que necessitem de manuseio de 
profissionais; 
4.9.4. A periodicidade dos relatórios de evolução e acompanhamento. 
4.10 O PAD deve ser revisado de acordo com a evolução e acompanhamento 
do paciente e a gravidade do caso. 
4.10.1 A revisão do PAD deve conter data, assinatura do profissional de 
saúde que acompanha o paciente e do responsável técnico do SAD. 
4.11 O registro dos pacientes em atenção domiciliar e o PAD devem ser 
mantidos pelo SAD. 
4.12 O SAD deve manter um prontuário domiciliar com o registro de todas 
as atividades realizadas durante a atenção direta ao paciente, desde a indicação até 
a alta ou óbito do paciente. 
 
 
28 
4.12.1 O prontuário domiciliar deve conter identificação do paciente, 
prescrição e evolução multiprofissional, resultados de exames, descrição do fluxo de 
atendimento de Urgência e Emergência, telefones de contatos do SAD e orientações 
para chamados. 
4.12.2 O prontuário deve ser preenchido com letra legível e assinado por 
todos os profissionais envolvidos diretamente na assistência ao paciente. 
4.12.3 Após a alta ou óbito do paciente o prontuário deve ser arquivado na 
sede do SAD, conforme legislação vigente. 
4.12.4 O SAD deve garantir o fornecimento de cópia integral do prontuário 
quando solicitado pelo paciente ou pelos responsáveis legais. 
4.13 O SAD deve fornecer aos familiares dos pacientes e/ou cuidadores 
orientações verbais e escritas, em linguagem clara, sobre a assistência a ser 
prestada, desde a admissão até a alta. 
4.14 O SAD deve prover por meio de recursos próprios ou terceirizados, 
profissionais, equipamentos, materiais e medicamentos de acordo com a 
modalidade de atenção prestada e o perfil clínico do paciente. 
4.15 O SAD deve observar, como critério de inclusão para a internação 
domiciliar, se o domicílio dos pacientes consta com suprimento de água potável, 
fornecimento de energia elétrica, meio de comunicação de fácil acesso, facilidade de 
acesso para veículos e ambiente com janela, especifico para o paciente, com 
dimensões mínimas para um leito e equipamentos. 
4.16 O SAD deve controlar o abastecimento domiciliar de equipamentos, 
materiais e medicamentos conforme prescrição e necessidade de cada paciente, 
assim como meios para atendimento a solicitações emergenciais. 
4.17 O SAD deve assegurar o suporte técnico e a capacitação dos 
profissionais envolvidos na assistência ao paciente. 
4.18 O SAD deve estabelecer contrato formal, quando utilizar serviços 
terceirizados, sendo que estes devem ter obrigatoriamente Alvará Sanitário 
atualizado. 
4.19 O SAD deve elaborar e implementar um Programa de Prevenção e 
Controle de Infecções e 
 
 
29 
Eventos Adversos (PCPIEA) visando a redução da incidência e da gravidade 
desses eventos. 
4.20 O SAD deve possuir sistema de comunicação que garanta o 
acionamento da equipe, serviços de retaguarda, apoio ou suporte logístico em caso 
de urgência e emergência. 
4.21 O SAD deve garantir aos pacientes que estão em regime de internação 
domiciliar, a remoção ou retorno à internação hospitalar nos casos de urgência e 
emergência. 
5.5 Condições Específicas 
5.1 O SAD deve assegurar os seguintes serviços básicos de retaguarda de 
acordo com a necessidade de cada paciente e conforme estabelecido no PAD: 
5.1.1 referência para atendimento de urgência e emergência e internação 
hospitalar formalmente estabelecida; 
5.1.2 referência ambulatorial para avaliações especializadas, realização de 
procedimentos específicos e acompanhamento pós alta. 
5.2 O SAD deve assegurar os seguintes suportes diagnósticos e terapêuticos 
de acordo com o PAD: 
5.2.1 exames laboratoriais, conforme RDC/ANVISA nº 302 de 2005; 
5.2.2 exames radiológicos, conforme Portaria SVS/MS nº 453 de 1998; 
5.2.3 exames por métodos gráficos; 
5.2.4 hemoterapia, conforme RDC/ANVISA nº 153 de 2004; 
5.2.5 quimioterapia, conforme RDC/ANVISA nº 220 de 2004; 
5.2.6 diálise, conforme RDC/ANVISA nº 154, de 2004; 
5.2.6.1 na realização de hemodiálise o dialisador deve ser de uso único. 
5.2.7 assistência respiratória com oferta de equipamentos, materiais e gases 
medicinais compreendendo procedimentos de diferentes graus de complexidade; 
5.2.7.1 a ventilação mecânica invasiva só é permitida na modalidade de 
internação domiciliar com acompanhamento do profissional da Equipe 
Multiprofissional de Atenção domiciliar – EMAD; 
 
 
30 
5.2.7.1.1 caso o equipamento seja acionado por energia elétrica o 
domicílio deve ser cadastrado na companhia de fornecimento de energia elétrica 
local; 
5.2.7.1.2 deve haver sistema alternativo de energia elétrica ligado ao 
equipamento com acionamento automático em no mínimo 0,5 segundos; 
5.2.7.2 quando houver instalação de sistemas de suprimento de gases 
medicinais canalizada, esta deve estar de acordo com a NBR 12.188; 
5.2.7.3 O enchimento dos cilindros de gases medicinais não deve ser realizado 
no domicílio do paciente. 
5.2.8 Nutrição Parenteral conforme Portaria SVS/MS nº 272 de 1998; 
5.2.8.1 compete a EMAD verificar e orientar as condições de conservação da 
nutrição seguindo as exigências do regulamento do item 5.2.8. 
6. Recursos humanos 
6.1 O SAD deve possuir EMAD que atenda ao seu perfil de demanda e ser 
dimensionada para o atendimento de cada paciente conforme o PAD. 
6.2 O SAD deve garantireducação permanente para a EMAD. 
6.2.1 As capacitações devem ser registradas contendo nome do responsável, 
especificação de conteúdo, lista de participantes assinada, data e tempo de duração 
das atividades. 
6.3 O SAD que mantiver em estoque medicamentos sujeitos ao controle 
especial deve contar com farmacêutico habilitado, conforme Portaria SVS/MS nº 
344, de 1998. 
6.3.1 caso o SAD esteja inserido em um serviço de saúde, pode contar com o 
apoio do profissional da farmácia do mesmo. 
6.4 O SAD deve garantir o fornecimento e orientar o uso de Equipamento de 
Proteção Individual (EPI), conforme as atividades desenvolvidas. 
7. Infra-estrutura física 
7.1 O domicílio do paciente deve possibilitar a realização dos 
procedimentos prescritos no PAD. 
7.2 Infra-estruturas da Sede do SAD 
 
 
31 
7.2.1 O SAD deve possuir infra-estrutura física conforme a RDC/ANVISA nº 
50 de 2002; com os seguintes ambientes: 
 
7.2.1.1 recepção; 
7.2.1.2 área de trabalho para a equipe administrativa com arquivo; 
7.2.1.3 área de trabalho para a EMAD; 
7.2.1.4 almoxarifado; 
7.2.1.5 instalações de conforto e higiene; 
7.2.2 O SAD que estiver inserido em um serviço de saúde pode compartilhar 
os ambientes descritos no item 7.3.1. 
8. Equipamentos, medicamentos e materiais 
8.1 O SAD deve prover equipamentos, medicamentos e materiais 
conforme definido no PAD. 
8.2 Os equipamentos, medicamentos e materiais devem estar 
regularizados junto à ANVISA/MS, conforme legislação vigente. 
8.3 O SAD deve possuir um sistema de controle que permita a 
rastreabilidade dos equipamentos, dos medicamentos e dos materiais. 
8.4 O transporte de equipamentos, medicamentos e materiais deve ser 
efetuado conforme orientação do fabricante, de forma a garantir sua integridade. 
8.5 Os equipamentos devem estar calibrados periodicamente, conforme 
instruções do fabricante. 
8.6 O SAD deve garantir a manutenção preventiva e corretiva dos 
equipamentos e manter registros das mesmas. 
8.7 Para a instalação dos equipamentos no domicílio, o SAD deve: 
8.7.1 Verificar as condições de instalação conforme manual de operação do 
fabricante; 
8.7.2 Realizar os testes de funcionamento dos equipamentos; 
8.7.3 Orientar o paciente, os familiares e cuidadores quanto ao manuseio 
dos equipamentos e os riscos a eles associados. 
8.8 O SAD deve substituir prontamente os equipamentos com problemas 
de operação. 
 
 
32 
8.9 O SAD deve fornecer bateria dos equipamentos de suporte a via. 
 
9. Procedimentos de suporte técnico e logístico 
9.1 O SAD deve garantir a implantação das normas e rotinas de limpeza e 
desinfecção de artigos, superfícies e equipamentos utilizados diretamente na 
assistência ao paciente, sob supervisão do responsável pelo PCPIEA. 
9.2 O responsável técnico do SAD deve elaborar e implantar o plano de 
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde – PGRSS, conforme RDC/ANVISA 
nº 306, de 2004. 
10. Avaliação da assistência domiciliar 
10.1 Compete ao SAD a realização continuada de avaliação do 
desempenho e padrão de funcionamento global. 
10.2 A avaliação referida no item 10.1 deve ser realizada levando em conta 
os indicadores abaixo: 
 
N
º 
Indicado
r 
Fórmula e Unidade Frequência 
de 
Produção 
1
 
Taxa de 
mortalidade 
para a 
modalidade 
internação 
domiciliar 
(Número de óbitos de 
pacientes em internação domiciliar 
no mês / Todos os pacientes que 
receberam atenção na modalidade 
internação 
domiciliar no mês) * 100 (%) 
Mensal 
2
 
Taxa de 
internação 
após atenção 
domiciliar 
(Número de pacientes em 
atenção domiciliar 
que necessitaram de 
internação hospitalar no mês / 
Todos os pacientes que 
receberam atenção domiciliar no 
Mensal 
 
 
33 
mês) * 100(%) 
3
 
Taxa de 
infecção para a 
modalidade 
internação 
domicilia
r 
(Número de pacientes em 
internação domiciliar com 
episódios de infecção no mês / 
Todos os pacientes que 
receberam atenção na modalidade 
internação domiciliar no mês) * 
100 (%) 
Mensal 
4
 
Taxa de 
alta da 
modalidade 
assistência 
domicilia
r 
(Número de pacientes em 
assistência domiciliar que 
receberam alta no mês / Todos os 
pacientes que receberam atenção 
na modalidade assistência 
domiciliar no mês) * 
100 (%) 
Mensal 
5
 
Taxa de 
alta da 
modalidade 
internação 
domicilia
r 
(Número de pacientes em 
internação domiciliar que 
receberam alta no mês / Todos os 
pacientes que receberam atenção 
na modalidade internação 
domiciliar no mês) * 100 (%) 
Mensal 
1 – Pacientes que receberam atenção domiciliar no mês: 
considerar o número de pacientes do dia 15 de cada mês. 
10.3 O SAD deve encaminhar à Vigilância Sanitária local o consolidado dos 
indicadores do semestre anterior em todos os meses de janeiro e julho. 
 
 
34 
10.4 O consolidado do município deverá ser encaminhado à Secretaria 
Estadual de Saúde e o consolidado dos estados à ANVISA. 
11. Disposições transitórias 
11.1 O SAD já em funcionamento têm prazo máximo de 365 dias após a 
publicação, para se adequar às disposições deste regulamento. 
11.2 Para o início ou reinício das atividades os serviços devem atender na 
íntegra as disposições deste regulamento. 
O PAD – Plano de Atendimento Domiciliar que se refere a RDC nº 11 é um 
dos principais mecanismos de acompanhamento da assistência programada e 
realizada ao paciente enquanto este estiver sob atenção domiciliar. Tanto nos casos 
de assistência domiciliar como internação domiciliar. 
 
A visita domiciliar realizada pela equipe multiprofissional de saúde é 
primordial e essencial, para que, observando a realidade do ambiente em que o 
paciente reside, possa concluir sobre a eficiência do atendimento domiciliar e a 
perspectiva que o paciente terá neste domicílio. 
O paciente na admissão do atendimento domiciliar recebe primeiramente, 
visita da equipe multiprofissional de atendimento domiciliar, e após conforme o 
preenchimento dos requisitos (de domicílio e complexidade), e conversa entre os 
membros da equipe é considerado paciente possível desta modalidade ou não. 
 
Nos casos de internação domiciliar, o paciente poderá estar em regime de 
internação hospitalar, a EMAD realiza a visitação ao paciente no hospital (em 
concordância com o médico assistente, se este não fizer parte da EMAD) e no 
domicílio para verificar as condições de infra-estrutura. 
A família deve sempre participar do processo de admissão do paciente ao 
atendimento domiciliar, já que neste momento de conversa e visitação ao domicílio, 
a EMAD também identificará um potencial cuidador, que será a pessoa responsável 
por passar informações a respeito do paciente (sinais, sintomas). 
 
 
 
35 
 Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº. 7, DE 2 de fevereiro de 
2007 
Prorroga prazo da Resolução RDC nº. 11, de 26 de janeiro de 2006, que 
dispõe sobre o Regulamento Técnico de Funcionamento de Serviços que prestam 
Atenção Domiciliar. 
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 
considerando a necessidade de adequação do sistema do Cadastro Nacional de 
estabelecimentos de saúde para o a inscrição dos serviços de atenção domiciliar, 
adota a seguinte Resolução: 
Art. 1º Prorrogar, até 31 de dezembro de 2007, o prazo previsto no item “11. 
Disposições Transitórias” da Resolução - RDC nº. 11, de 26 de janeiro de 2006, para 
que os Serviços que prestam Atenção Domiciliar - SAD atendam o disposto no item 
4.3 do mesmo Regulamento Técnico, referente à inscrição no Cadastro Nacional de 
Estabelecimentos de Saúde- CNES. 
Após a divulgação da RDC nº 11 de 2006 as empresas de Home Care foram 
obrigadas a realizar a inscrição no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de 
Saúde – CNES. Entretanto, o Ministério da Saúde e ANVISA não reconheciam as 
empresas como estabelecimentos de saúde, não sendo possívela realização da 
inscrição. 
Neste sentido, a RDC nº 7 foi criada para prorrogar a inscrição no Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES. Frente a este impasse, a ANVISA, 
Ministério da Saúde e ANS, formaram uma comissão para estudar o cadastramento 
e classificação destas empresas. Até julho de 2008 este estudo e classificação 
estavam em andamento, impossibilitando a inscrição do Home Care no CNES. 
 
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 
 
A Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990 dispõe sobre as condições para a 
promoção, proteção e recuperação da saúde como também descreve a organização 
e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Em seu 
 
 
36 
capítulo VI descreve sobre o Subsistema de atendimento e internação domiciliar, 
conforme consta a seguir: 
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o 
atendimento domiciliar e a internação domiciliar. (Artigo acrescentado pela Lei nº 
10.424, de 15.4.2002) § 1o Na modalidade de assistência de atendimento e 
internação domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de 
enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros 
necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. (Parágrafo 
acrescentado pela Lei nº 10.424, de 15.4.2002); 
 § 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por 
equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, 
terapêutica e reabilitadora. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 10.424, de 
15.4.2002) 
 § 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados 
por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua família. 
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 10.424, de 
15.4.2002). 
 
 Portaria SUS 
 
Em outubro de 2006 o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 2529, de 19 
de outubro de 2006, que institui a Internação Domiciliar no Âmbito do Sistema Único 
de Saúde além de outras disposições, inclusive sobre o funcionamento das equipes 
multiprofissionais de atendimento domiciliar e seus recursos, conforme esta descrito 
no anexo x: 
 
 Portaria nº 2529 de 19 de outubro de 2006 – Institui a Internação 
Domiciliar Hospitalar no âmbito do SUS. 
 
Art. 1º Instituir a Internação Domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde 
- SUS. 
 
 
37 
 Art. 2º Definir como Internação Domiciliar, no âmbito do SUS, o conjunto de 
atividades prestadas no domicílio a pessoas clinicamente estáveis que exijam 
intensidade de cuidados acima das modalidades ambulatoriais, mas que possam 
ser mantidas em casa, por equipe exclusiva para este fim. 
 Art. 3º Definir que os Serviços de Internação Domiciliar são compostos de: 
I - Equipes Multiprofissionais de Internação Domiciliar, compostas, no 
mínimo, por médico, enfermeiro e técnico ou auxiliar de enfermagem; e 
II - Equipes Matriciais de Apoio, podendo ser compartilhadas por várias 
equipes ou serviços de Internação Domiciliar, ou mesmo com a rede de serviços de 
saúde, composta por outros profissionais de nível superior, levando em 
consideração o perfil da atenção a ser prestada e os protocolos firmados. 
 Art. 4º Definir que uma Equipe Multiprofissional de Internação Domiciliar 
esteja referida a uma população mínima de 100.000 (cem mil) habitantes. 
Parágrafo único. Os municípios poderão habilitar uma equipe por grupo 
populacional de referência de 100.000 (cem mil) habitantes. 
 Art. 5º Definir como meta a média de 30 (trinta) internações/mês por equipe, 
com média de permanência de até 30 (trinta) dias. 
 Art. 6º Definir que os Serviços de Internação Domiciliar garantam retaguarda 
no período da noite e finais de semana para as pessoas sob cuidado das equipes. 
 Art. 7º Estabelecer, de acordo com os Anexos I e II a esta Portaria o roteiro e 
as condições mínimas para credenciamento dos Serviços de Internação Domiciliar 
que deverão ser explicitadas na elaboração dos programas locais de internação 
domiciliar. 
 Art. 8º Estabelecer como prioridade de eleição os seguintes grupos 
populacionais: 
I - idoso; 
II - portadores de doenças crônico-degenerativas agudizadas; 
III - portadores de patologias que necessitem de cuidados paliativos; e 
 
IV - portadores de incapacidade funcional, provisória ou permanente. 
 
 
38 
 Parágrafo único. Outras prioridades, além das definidas, poderão ser 
estabelecidas localmente. 
Art. 9º Definir a exclusão de usuários, dada a complexidade do modelo 
proposto: 
I - com necessidade de ventilação mecânica; 
II - com necessidade de monitorização contínua; 
III - com necessidade de enfermagem intensiva; 
IV - com necessidade de propedêutica complementar com demanda 
potencial de realização de vários procedimentos diagnósticos em sequência com 
urgência: 
V - em uso de medicação complexa com efeitos colaterais 
potencialmente graves, ou de difícil administração; 
VI - com necessidade de tratamento cirúrgico em caráter de urgência; e 
VII - que não tenham cuidador contínuo identificado. 
 Parágrafo único. Outros critérios de exclusão definidas pelos protocolos 
locais. 
 Art. 10. Estabelecer que os serviços que preencherem os requisitos 
constantes nesta Portaria passem a dispor das condições necessárias para se 
integrarem ao Sistema Único de Saúde e receberem a remuneração por equipe em 
funcionamento, de acordo com os tetos financeiros previstos pelo Ministério da 
Saúde para os estados, o Distrito Federal e os municípios. 
 Art. 11. Estabelecer recursos no montante de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) 
por equipe, por mês, a serem incorporados aos limites financeiros anuais dos 
estados, do Distrito Federal ou dos municípios. 
Parágrafo único. Não serão admitidas superposições de equipes em uma 
mesma base territorial ou populacional. 
 Art. 12. Instituir incentivo financeiro para implementação e funcionamento 
das equipes de internação domiciliar em parcela única, no valor de R$ 50.000,00 
(cinquenta mil reais) por equipe. 
 
 
39 
 Art. 13. Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, 
corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa 
de Trabalho 10.302.1220.8585-0035 
Atenção à Saúde da População nos Municípios Habilitados em Gestão Plena 
do Sistema e nos Estados Habilitados em Gestão Plena Avançada. 
 
 Art. 14. Caberá à Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS) a 
regulamentação desta Portaria, bem como a adoção das medidas necessárias ao 
fiel cumprimento do que nela está disposto. 
 Art. 15. Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação,. 
 Ar. 16. Fica revogada a Portaria nº 2.416/GM, de 23 de março de 1998, 
publicada no Diário Oficial n° 58, de 26 de março de 1998, página 106, Seção 1. 
A internação domiciliar realizada pelo SUS poderá ser executada mediante o 
credenciamento da instituição de saúde e/ou empresa de atendimento domiciliar que 
esteja vinculada ao Sistema Único de Saúde e que atenda as exigências constantes 
na portaria. 
 
 Recursos Humanos 
Tanto a RDC nº 11 como a Portaria nº 2529, caracterizam como indispensável 
a presença de Equipe Multiprofissional de Atendimento Domiciliar no 
desenvolvimento de ações em caráter de domicílio. Conforme estas 
regulamentações os profissionais exigidos são o médico, o enfermeiro e o técnico de 
enfermagem, sendo que a partir do diagnóstico e ações adotadas serão identificados 
os demais agentes que poderão intervir nesta atividade. 
 
 Conselho Federal de Medicina 
A Resolução nº 1.668/2003 do Conselho Federal de Medicina Publicada no 
D.O.U em 03 de junho de 2003, Seção I, pg.84 dispõe sobre as normas técnicas 
necessárias à assistência domiciliar de paciente definindo as responsabilidades do 
médico, hospital, empresas públicas e privadas e a interface profissional neste tipo 
de assistência,conforme segue abaixo: 
 
 
40 
Art. 1º - Todas as empresas públicas e privadas prestadoras de assistência à 
internação domiciliar deverão ser cadastradas/registradas no Conselho Regional do 
estado onde operam. 
Parágrafo 1º - Este cadastro/registro deve ser acompanhado da apresentação 
do Regimento Interno que estabeleça as normas de funcionamento da empresa, o 
qual deverá ser homologado pelo Conselho Regional. 
Parágrafo 2º - As empresas, hospitalares ou não, devem ter um diretor 
técnico, necessariamente médico, que assumirá, perante o Conselho, a 
responsabilidade ética de seu funcionamento. 
 
Parágrafo 3º - As empresas, hospitalares ou não, responsáveis pela 
assistência a paciente internado em regime domiciliar devem ter, por força de 
convênio, contrato ou similar, hospital de retaguarda que garanta a reinternacão nos 
casos de agudização da enfermidade ou intercorrência de alguma condição que 
impeça a continuidade do tratamento domiciliar e exija a internação formal, que deve 
ser preferencialmente feita no hospital de origem do paciente. 
Art. 2º - As empresas ou hospitais que prestam assistência em regime de 
internação domiciliar devem manter um médico de plantão nas 24 horas, para 
atendimento às eventuais intercorrências clínicas. 
Art. 3º - As equipes multidisciplinares de assistência a pacientes internados 
em regime domiciliar devem dispor, sob a forma de contrato ou de terceirização, de 
profissionais de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, 
Fonoaudiologia, Serviço Social, Nutrição e Psicologia. 
Parágrafo único - As equipes serão sempre coordenadas pelo médico, sendo 
o médico assistente o responsável maior pela eleição dos pacientes a serem 
contemplados por este regime de internação e pela manutenção da condição clínica 
dos mesmos. 
Art. 4º - A assistência domiciliar somente será realizada após avaliação 
médica, registrada em prontuário específico. 
Art. 5º- A atribuição dos demais membros da equipe multidisciplinar deverá 
ser estabelecida pelo conselho profissional de cada componente. 
 
 
41 
Art. 6º- As normas de funcionamento às quais se refere o parágrafo primeiro 
do artigo primeiro devem contemplar os protocolos de visitas e o número de 
pacientes internados sob a responsabilidade de cada equipe. 
Parágrafo 1º - Os protocolos de visitas devem estabelecer o número mínimo 
de visitas de cada componente da equipe ao paciente internado no domicílio. 
Parágrafo 2º - O número máximo de pacientes internados no domicílio sob a 
responsabilidade de um médico, não poderá exceder a quinze. 
Art. 7º - O médico assistente de paciente internado em instituição hospitalar e 
que quer submeter-se à internação domiciliar tem a prerrogativa de decidir se deseja 
manter o acompanhamento no domicílio. 
 
Parágrafo único - Em caso de recusa, o médico assistente deve fornecer ao 
novo médico que irá prestar assistência domiciliar todas as informações 
concernentes ao quadro clínico do paciente, sob a forma de laudo circunstanciado, 
nos termos do artigo 71 do Código de Ética Médica. 
Art. 8º - O hospital ou empresa responsável por pacientes internados em 
domicílio deve(m) dispor das condições mínimas que garantam uma boa assistência, 
caracterizadas por: 
I - Ambulância para remoção do paciente, equipada à sua condição 
clínica; 
II - Todos os recursos de diagnóstico, tratamento, cuidados especiais, 
matérias e medicamentos necessários; 
III - Cuidados especializados necessários ao paciente internado; 
IV - Serviço de urgência próprio ou contratado, plantão de 24 horas e 
garantia de retaguarda, nos termos do parágrafo 3º do artigo 1º e do artigo 2º desta 
resolução. 
Art. 9º - Em caso de óbito durante a assistência domiciliar, o médico 
assistente do paciente assumirá a responsabilidade pela emissão da competente 
declaração. 
 
 
42 
Art.10 - A assistência domiciliar poderá ser viabilizada após anuência 
expressa do paciente ou de seu responsável legal, em documento padronizado que 
deverá ser apensado ao prontuário. 
Art.11 - O profissional médico, em conjunto com o diretor técnico da 
instituição prestadora da assistência, deverá tomar medidas referentes à 
preservação da ética médica, especialmente quanto ao artigo 30 do Código de Ética 
Médica, que veda delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivos da 
profissão médica. 
Art. 12 - Esta resolução entra em vigor na data de sua aprovação. 
O Conselho Federal de Medicina regulamenta o médico como responsável 
técnico da atividade de atendimento domiciliar, e, por conseguinte, o responsável 
por optar o paciente que está dentro das possibilidades para internação domiciliar. 
Um médico poderá atender no máximo 15 pacientes em regime de internação 
domiciliar. E todo o serviço de Home Care deverá ter um médico de plantão 24 
horas para atender as urgências/emergências. 
Esta Resolução também adiciona a figura de outros profissionais como o 
nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo e 
assistente social, além da equipe de enfermagem e médica, para constituir a Equipe 
Multiprofissional de Atendimento Domiciliar. 
 
Conselho Federal de Enfermagem – COFEN 
O Conselho Federal de Enfermagem, na Resolução nº 267/2001, aprova as 
atividades de Enfermagem em Domicílio - Home Care, e dispõe sobre as atividades 
do profissional de enfermagem no cuidado domiciliar, conforme descrito no anexo 
abaixo: 
 
 
Anexo da RESOLUÇÃO COFEN Nº 267/2001 
 
Define-se por "ENFERMAGEM EM DOMICÍLIO-HOME CARE" a prestação de 
serviços de saúde ao cliente, família e grupos sociais em domicílio, e de acordo com 
 
 
43 
a RESOLUÇÃOCOFEN Nº 256 de 12 de julho de 2001, esta modalidade assistencial 
exprime, significativamente, a autonomia e o caráter liberal do profissional 
enfermeiro. 
 
Estas atividades estão previstas nos seguintes níveis de complexidade: 
- menor complexidade: Neste nível está caracterizado a investigação do 
processo saúde/doença. O cliente necessita de procedimentos técnico-científicos de 
Enfermagem relacionada às prevenções, promoção e manutenção do estilo de vida 
saudável; 
- média complexidade: Neste nível não se dá a caracterização de uma 
doença em curso. 
Entretanto, o cliente necessita de procedimentos técnico-científicos de 
Enfermagem que definirá o modelo assistencial aplicado à clientela visando a 
deliberação do dano, invalidez e a reabilitação da mesma com retorno ao seu estado 
de vida; 
- alta complexidade: Neste nível o cliente apresenta uma doença em 
curso, cujo atendimento em domicílio deverá ser multiprofissional, ocorrendo a 
internação domiciliar, ficando assegurado à complexidade do especialista em 
Enfermagem em Domicílio. 
I- É da competência privativa do Enfermeiro em Domicílio- Home Care atuar 
nas seguintes funções: assistencial, administrativa, educativa e de pesquisa: a) 
Função Assistencial: 
- Identificar, diagnosticar, prescrever e avaliar sobre a prestação do 
cuidado de saúde e enfermagem a ser realizada em domicílio do cliente, família e/ou 
grupo social; 
- Organizar, dirigir, planejar, coordenar e avaliar os serviços de saúde 
realizados pela enfermagem em domicílio; 
- Fazer o prognóstico de enfermagem de acordo com os níveis de 
complexidade do cliente no domicílio, atendendo as interfaces de intercorrências 
clínicas; 
 
 
44 
- Assumir, como prerrogativas as atividades da responsabilidade de 
planejar, executar, delegar, supervisionar e avaliar a assistência de Enfermagem 
através do SAE (Sistematização do Atendimento de Enfermagem) de instrumentos 
de controle de qualidade das assistências realizadas; 
- Identificar e classificar as condições que predispõem a riscos de saúde, 
fazendo referências do caso clínico, através de pareceres sistemáticos, cabendo-lhe 
a delegação de responsabilidades assistenciais ao pessoal de enfermagem;

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