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1 
 
 
PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
1 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO 2 
2. HOME CARE 4 
3. PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 5 
3.1 Critérios de Elegibilidade do Paciente Para Cuidado Domiciliar 6 
3.2 Recursos Materiais e Humanos 6 
3.3 Indicadores de Avaliação 7 
3.4 Princípios Norteadores 7 
3.5 Processo de Enfermagem 8 
3.6 Abordagem Integral à Família 9 
4. ESTRUTURAÇÃO E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS PARA O ATENDIMENTO 
DOMICILIAR 11 
5. CAPACIDADE E INCAPACIDADE FUNCIONAL: IDENTIFICAÇÃO DA 
NECESSIDADE DA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR E SEU NÍVEL DE CUIDADO 13 
6. MODALIDADES DE ATENDIMENTOS DA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR 14 
7. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO DOMICILIAR AÇÕES 
INTERACIONAIS 15 
8. ALGUNS DOS ITENS QUE ENVOLVEM O GERENCIAMENTO DO HOME CARE 
SÃO 19 
CONCLUSÃO 29 
 
 
2 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A assistência domiciliar (AD) engloba umconjunto de ações desenvolvidas 
pelos profissionais de saúde no domicílio do paciente, incluindo desde atividades 
simples até as maiscomplexas, como atividades de educação, prevenção, 
recuperação e manutenção da saúde,que são direcionadas para o paciente e seus 
familiares (LACERDA et al., 2010). 
Nesse cenário, o governo federal, em novembro de 2011, implantou o 
Programa Melhor emCasa, que tem como objetivo ampliar o cuidadoprestado ao 
usuário no domicílio. O programaassegura benefícios como ampliação da assistência 
em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS),atendimento humanizado ao paciente 
em seu lare perto dos seus familiares, redução do risco decontaminação e infecção 
de pacientes em pós--cirúrgico, diminuição da ocupação hospitalar etambém 
economia de 80% dos custos por paciente, quando comparado o custo no 
internamentohospitalar ao domiciliar (BRASIL, 2011).A AD pressupõe trabalhar com 
variáveisnão controladas permeadas pelos interesses dopaciente e de seus 
familiares. Nesse sentido, agestão em AD envolve grande complexidade,porque a 
atuação da equipe é sempre na casa dooutro. O profissional pede permissão para 
atuarno domicílio, o que destaca o poder e a autoridade do paciente e de sua família 
(DAL BEN, 2011). 
3 
 
 
Por ser uma área presente no sistema desaúde e estar em expansão, a AD 
necessita daatuação de gestores em saúde, que são profissionais que têm 
competências, como comunicação, tomada de decisão, negociação, trabalho 
emequipe, relacionamento interpessoal, flexibilidade, empreendedorismo, 
criatividade, visão sistêmica, planejamento e organização (FURUKAWA;CUNHA, 
2011). As ações de gestão do cuidadoem AD referem-se a atos de cuidado direto 
eindireto, de caráter instrumental e expressivo,realizados por profissionais de saúde 
de formaintegrada e articulada, cujo propósito é oferecerum cuidado sistematizado e 
de qualidade aosusuários dos serviços de saúde (CHRISTOVAM;PORTO; OLIVEIRA, 
2012). 
Assim, é necessário todo um processo administrativo em torno da AD para que 
o gestor dessaatividade obtenha sucesso, atendendo, principalmente, a 
regulamentação da AD. Todo este processo administrativo abrange: o fluxo de 
prestaçãode serviços que engloba a sua solicitação; a avaliação do paciente e seu 
grau de dependência; aavaliação das condições do ambiente; a classificação dos 
pacientes na modalidade de cuidadoadequada; a geração de orçamentos de custos; 
aavaliação das condições de recursos humanos; e,por fim, intervenção no domicílio 
até a alta dessecuidado (DAL BEN, 2011). 
Na AD, os gestores buscam modelos de gestão que promovam a participação 
das equipesnos resultados dos trabalhos desenvolvidos comfoco no atendimento das 
necessidades do paciente, com custos adequados e envolvimentoda família. Para 
isso, os processos precisam serclaros e bem desenhados, permitindo ao gestor 
autilização de ferramentas adequadas e avaliaçãoconstante (BERNARDINI; 
NISHIDA, 2011). 
Nesse sentido, este artigo tem o objetivo de descrever como a assistência 
domiciliar é vivenciadapelos gestores em saúde, visando desenvolver ummodelo 
teórico que contemple essa experiência. 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
2. HOME CARE 
 
Figura 1 
 
 
É a assistência médica ou de suporte prestada por um cuidador profissional na 
casa individual onde o paciente ou cliente está morando, em oposição a assistência 
prestada em acomodações em grupo, como clínicas ou lares de idosos. 
 O atendimento home caretambém é conhecido como atendimento domiciliar, 
atendimento social ou atendimento domiciliar. Compreende um leque de atividades, 
destacando-se o auxílio paramédico por enfermeiros e a assistência na vida 
quotidiana a doentes, deficientes ou idosos. 
Os clientes que recebem cuidados de saúde em casa podem incorrer em custos 
mais baixos, receber cuidados iguais a melhores e ter maior satisfação em 
comparação com outros locais. 
Ocasionalmente, cuidados paliativos e de fim de vida podem ser fornecidos por 
meio de enfermagem domiciliar. 
Enfermeiros de saúde domiciliar podem ajudar os pacientes com atividades de 
vida diária (AVDs), como banho, ir ao banheiro e alimentação, ou eles dirigem e 
supervisionam o auxiliar na prestação de cuidados de AVD. Os enfermeiros 
monitoram os sinais vitais, cumprem as ordens do médico, coletam sangue, 
documentam as tarefas que realizam e o estado de saúde do paciente e comunicam-
se entre o paciente, a família e o médico. 
Algumas enfermeiras viajam para várias casas por dia e fornecem visitas curtas 
a vários pacientes, enquanto outras podem ficar com um paciente por um determinado 
período por dia. 
 
5 
 
 
3. PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
O cuidado domiciliar é uma estratégia de atenção à saúde desenvolvida desde 
os tempos mais remotos. No Brasil, tal estratégia esteve quase sempre relacionada à 
área de Saúde Coletiva, mais especificamente aos programas materno-infantil e ao 
controle das doenças infecto-contagiosas. Apenas na última década, o cuidado 
domiciliar está voltando-se para o atendimento, principalmente, de pacientes 
portadores de agravos de longa duração, incapacitantes ou terminais. 
Atualmente, o cuidado domiciliar está em pauta frente às demandas sociais 
relacionadas ao perfil demográfico e epidemiológico da população, bem como à 
organização do sistema de saúde brasileiro. Enquanto estratégia assistencial, esta 
vem sendo implantada, paulatinamente, em órgãos públicos e privados. Algumas 
iniciativas têm demonstrado resultados promissores à medida que identificam 
necessidades sociais e de saúde da população e contribuem para a diminuição do 
número de complicações clínicas, óbitos e reinternações. 
Esta estratégia vai muito além de um atendimento médico domiciliar ao 
paciente, pois é um método que enfatiza a autonomia do paciente, bem como 
"esforça-se em realçar suas habilidades funcionais dentro de seu próprio ambiente. 
Envolve o planejamento, a coordenação e o fornecimento de vários serviços". 
Assim, nos programas de atenção domiciliar, as ações devem ser 
desenvolvidas por uma equipe multiprofissional, a partir do diagnóstico da realidade 
em que o paciente está inserido. Deve-se considerar as limitações e possibilidades do 
paciente, pois a atenção no espaço domiciliar visa à promoção, manutenção e/ou 
reabilitação da saúde e o desenvolvimento e adaptação de suas funções de maneira 
a favorecer o restabelecimento de sua independência e sua autonomia. 
No contexto da Enfermagem, o cuidado domiciliar, conforme a Resolução do 
Conselho Federal de Enfermagem - COFEN número 267, consiste "na prestação de 
serviços de saúde ao cliente, família e grupos sociais em domicílio". 
 
O cuidado de enfermagem domiciliar constitui um "serviço de 
acompanhamento, tratamento, recuperação e reabilitação de pacientes, de diferentes 
faixas etárias, em respostas a sua necessidade e de seus familiares, providenciando 
efetivo funcionamento do contexto domiciliar". A atividade de cuidado domiciliar 
também deve considerara organização familiar e comunitária em que o paciente está 
6 
 
 
inserido, bem como "integrar o sistema de cuidado profissional de saúde com o 
sistema de cuidado popular exercido pelo grupo familiar ou rede de apoio social deste 
paciente". 
 
3.1 Critérios de Elegibilidade do Paciente Para Cuidado Domiciliar 
 
 
Os critérios de elegibilidade de pacientes para serem acompanhados pelo 
Programa de Cuidado Domiciliar estão relacionados com a estabilidade clínica do 
paciente, dificuldade de locomoção deste por sofrimento físico ou mental, elevado 
nível de dependência por ser portador de agravo de longa duração ou aguda 
incapacitante. A estes critérios agregam-se: a condição de ser residente no município 
do prestador deste atendimento, bem como possuir rede de suporte social constituída 
por familiares, amigos, voluntários, vizinhos, ou seja, ter um cuidador responsável 
para suprir suas necessidades diárias relativas à higiene, à alimentação, entre outras. 
 
3.2 Recursos Materiais e Humanos 
 
Os recursos materiais são provenientes da instituição e da família. Geralmente, 
a instituição fornece o material necessário para o desenvolvimento do cuidado no 
âmbito domiciliar e, algumas vezes, disponibiliza transporte para a realização de 
exames. Portanto, ao instituir programas de cuidado domiciliar, deve-se prever os 
recursos materiais que possam ser repassados às famílias desde medicamentos a 
equipamentos. 
Em relação aos recursos humanos, estes devem estar vinculados à formação 
de uma equipe multiprofissional, geralmente, constituída pelos seguintes 
profissionais: médico supervisor, médico residente, assistente social, enfermeiro, 
dentista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista, fonoaudióloga, 
farmacêutica e psicóloga. Ao analisar o programa de cuidado domiciliar desenvolvido 
por uma instituição pública, constatou-se que o plano de cuidados estabelecido, após 
a admissão do paciente ao Programa, determina os cuidados a serem realizados por 
cada profissional, ou seja, o médico, a enfermeira e o auxiliar de enfermagem. 
Quanto aos custos gerados por intervenções no domicílio, consomem um terço 
do custo das intervenções realizadas no âmbito hospitalar. 
7 
 
 
 
3.3 Indicadores de Avaliação 
 
Os indicadores de avaliação dos programas de cuidado domiciliar devem estar 
relacionados aos objetivos propostos e às metas de curto, médio e longo prazo. 
Portanto, como já foi abordado, os indicadores devem estar vinculados ao paciente, à 
família, à instituição de saúde e à formação de profissionais. 
Os indicadores de avaliação usualmente utilizados são: adesão terapêutica por 
parte dos pacientes; segurança na realização de cuidados no domicílio; satisfação por 
parte do paciente e sua família com o atendimento realizado; grau de ansiedade com 
a situação vivenciada; identificação de riscos; participação da família no tratamento; 
alcance do autocuidado; adesão às ações de educação e saúde; número de 
intercorrências e reinternações; otimização do leito hospitalar e do atendimento 
ambulatorial; e redução de custos. 
 
3.4 Princípios Norteadores 
 
- A atitude participativa gerada pela aproximação do profissional de saúde e da 
família, possibilitando neste contexto um planejamento centrado nos cuidados ao 
paciente. Esta parceria configura-se numa estratégia atual e menos onerosa com a 
finalidade de manter e promover a melhoria da capacidade funcional dos pacientes no 
contexto domiciliar. Portanto, a valorização da família é uma atitude fundamental para 
estabelecer o vínculo e a confiança. 
 
- A integralidade das ações de enfermagem, como a entrevista, a observação 
e a avaliação envolvem o paciente, a família, as relações e o ambiente. A enfermeira 
desempenha o papel de mediadora e articuladora, propiciando a integração das ações 
multidisciplinares e intersetoriais. 
- Na educação em saúde dirigida para a capa citação dos cuidadores informais 
quanto aos procedimentos simples para a realização destes a fim de estabelecer 
maior conforto e segurança ao paciente\ bem como para o. s membros de sua família. 
Assim, as ações educativas tornam-se essenciais, pois permitem avaliar as 
necessidades, sendo que o ambiente familiar é um espaço apropriado para realizar 
8 
 
 
as orientações conforme a disponibilidade dos recursos materiais e financeiros do 
paciente e da família. 
- A atitude preventiva tem o propósito de detectar enfermidades precocemente, 
permitindo a manutenção e avaliação das capacidades e habilidades funcionais do 
paciente no ambiente domiciliar. com vistas à prevenção de perda de autonomia e 
independência. Para isso, faz-se necessária a criação de protocolos próprios para 
situações comuns, bem como a construção de manuais para orientação. 
- A equipe multiprofissional, quando inserida no contexto familiar, torna-se a 
base da promoção do cuidado. As funções dos membros devem ser respeitadas, pois 
a junção de vários profissionais com conhecimentos específicos tem por objetivo a 
complementaridade para fins de tomada de decisões futuras sobre as ações 
assistenciais no âmbito domiciliar. 
 
3.5 Processo de Enfermagem 
 
O cuidado é sistematizado levando em consideração o processo de 
enfermagem que compreende: a avaliação do paciente, da família e do contexto 
domiciliar; o levantamento de necessidades afetadas e estabelecimento de 
diagnóstico de enfermagem; a definição do plano de cuidados junto com o paciente e 
família; a implementação do cuidado que pode compreender a execução de 
procedimentos, orientações, supervisão dos cuidados assumidos pela família; o 
acompanhamento da evolução do paciente e adaptação da família à situação 
vivenciada, que constitui o ato de novamente avaliar e desencadear o ciclo de ações 
da sistematização do cuidar. 
 
O cuidado de enfermagem é dirigido por diagnósticos de enfermagem 
manifestados pelo paciente/família devido ao seu problema de saúde e/ou tratamento 
médico. A avaliação dos cuidados prestados é realizada através da integração entre 
a promoção da saúde e a abordagem dos fatores ambientais, psicossociais. 
econômicos, culturais e pessoais de saúde que afetam o bem-estar da pessoa e da 
família. É imprescindível o registro do atendimento domiciliar no prontuário do 
paciente. tanto para fins ético-legais, quanto para fins de contabilidade ou reembolso 
da assistência prestada. 
9 
 
 
A atenção domiciliar deve ocorrer por meio de um planejamento durante a 
intervenção hospitalar através da revisão dos dados do paciente, possibilitando avaliar 
as necessidades e começar a desenvolver um plano de cuidados, o qual 
sistematicamente sofre modificações e adaptações conforme a avaliação da evolução 
do paciente e da supervisão dos cuidados assumidos pela família. 
O Serviço de Assistência Domiciliária (SAD) geralmente usado em hospitais 
públicos, tem um prontuário único, onde são anotados os procedimentos, 
intercorrências, orientações no domicílio ou por telefone, empréstimos de material 
permanente, fornecimento de material de consumo e outras anotações que forem 
necessárias. As famílias também recebem após a orientação domiciliar uma folha de 
rosto, onde constam todas as informações necessárias para facilitar o atendimento do 
paciente em algum episódio de urgência. 
 
3.6 Abordagem Integral à Família 
 
 
Abordagem integral à pessoa em seu contexto socioeconômico e cultural, 
dentro de uma visão éticacompromissada com o respeito e a individualidade. Assistir 
com integralidade inclui, entre outras questões,conceber o homem como sujeito social 
capaz de traçar projetos próprios, intervindo dinamicamente nos rumosdo cotidiano. 
A assistência no domicílio deve conceber a família em seu espaço social 
privado e doméstico, respeitando omovimento e a complexidade das relações 
familiares. Ao profissional de saúde que se insere na dinâmica da vidafamiliar cabe 
uma atitudede respeito e valorização das características peculiares daquele convívio 
humano. Aabordagem integral faz parte da assistência domiciliar por envolver 
múltiplos fatores no processo saúde–doençada família, influenciando as formas de 
cuidar. 
A construção de ambientes mais saudáveis para a pessoa em tratamento 
envolve, além da tecnologia médica,o reconhecimento das potencialidades 
terapêuticas presentes nas relações familiares. Os conflitos, as interaçõese as 
desagregações fazem parte do universo simbólico e particular da família, intervindo 
diretamente na saúde deseus membros. Assistir no domicílio é cuidar da saúde da 
família com integralidade e dinamicidade, reconstruindorelações e significados. 
10 
 
 
Para a execução da assistência domiciliar é importante considerar os níveis de 
complexidade, que são divididos em três. Neles deve-se avaliar a incapacidade 
funcional e as necessidades do paciente segundo a doença apresentada e definir o 
grau de complexidade do mesmo, no qual pode ser elencado em: 
Baixa complexidade: visita domiciliar; 
Média Complexidade: assistência domiciliar e 
Alta complexidade: internação domiciliar. 
Independente do grau de complexidade em que o paciente se encaixa é 
importante queo atendimento seja executado de forma holística, avaliando-o como um 
todo e também de forma humanizada, respeitando, além dele, seus familiares e o seu 
domicílio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
4. ESTRUTURAÇÃO E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS PARA O 
ATENDIMENTO DOMICILIAR 
 
 
A estrutura da assistência domiciliar engloba um conjunto de componentes que 
iniciano hospital ou clínica e estende-se ao domicílio do paciente, família, cuidador, e 
equipe multiprofissional, onde cada local ou indivíduo desempenha uma função vital 
para que aconteça aassistência domiciliar de forma adequada e eficaz. 
O primeiro componente é o hospital, onde o médico realiza a avaliação do 
pacientee, juntamente com o enfermeiro, realiza a prestação dos cuidados 
necessários. Cabe ao profissional médico decidir pela alta hospitalar após cura ou 
indicar a assistência domiciliar para opaciente. A AD traz benefícios também para o 
hospital, pois é devido a indicação desse tratamento que é disponibilizado leitos 
hospitalares, reduzindo custos com o paciente (MAEDA,2011). 
O segundo componente é a residência ou lar em que o paciente reside, 
podendo serem casa própria ou casas de apoio. No entanto, existem as exigências 
solicitadas para a execução da AD, pois o local deve ser adequado para guardar 
equipamentos, no caso da internaçãodomiciliar, guardar medicações e oferecer 
segurança tanto para o paciente quanto para os profissionais que vão executar os 
serviços da assistência domiciliar (MAEDA, 2011). 
O terceiro componente é o paciente que possui inúmeras necessidades a 
serem sanadas pela equipe multiprofissional, uma vez que, em muitos casos, grande 
parte do estado físico está comprometido, o que exige cuidados complexos. Outro 
aspecto relevante é o psicológico do paciente, que geralmente está em conflito, 
tornando-se de suma importância desenvolver uma relação interpessoal com ele, 
ganhando sua confiança e o ajudando a enfrentar seusmedos, o que pode 
proporcionar uma melhora mais rápida do seu quadro clínico. 
O quarto fator abordado é a família, que segundo Silva et al (2014) deve dar 
suporte emocional, lazer e encorajar o paciente a aderir ao tratamento, sendo vista 
como porto seguro do paciente, auxiliando-o nas tomadas de decisões. 
O quinto componente é o cuidador que é obrigatório em casos de internação 
domiciliar. O mesmo pode ser um familiar ou uma pessoa contratada para executar 
as tarefas simplescom o paciente, como por exemplo: higienização, passear com o 
paciente, administrar medicação por via oral, etc. (MAEDA, 2011). 
12 
 
 
O sexto componente é a equipe multiprofissional que é formada por médicos, 
enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, 
entre outros. Aparticipação ativa desses profissionais é de suma importância para 
recuperação do paciente,contudo somente após a avaliação e classificação do 
paciente é possível decidir o nível de complexidade mais adequado e designar os 
profissionais que devem atendê-lo. É imprescindível que a equipe multiprofissional 
possua uma relação interpessoal para melhor tratamento docliente, sendo, também, 
comprometidos com a ética, almejando sempre o bem-estar dopaciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
5. CAPACIDADE E INCAPACIDADE FUNCIONAL: IDENTIFICAÇÃO DA 
NECESSIDADE DA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR E SEU NÍVEL DE 
CUIDADO 
 
A capacidade funcional consiste na habilidade e competência do ser humano 
para arealização de atividades diárias básicas que são essenciais para nossa vida, 
sem precisar daajuda de terceiros. Atividades essas que podem variar desde a 
higienização pessoal, preparação e ingestão de alimentos, limpeza do ambiente em 
que vive, entre outros (DIAS et al,2010). 
Ao longo do processo natural do envelhecimento, essas capacidades vão 
sendo desenvolvidas e aperfeiçoadas, mas conforme os anos vão passando, as 
mesmas vão sendo gradativamente reduzidas, recebendo o nome de incapacidade 
funcional, quando não conseguimosmais desempenhar essas atividades básicas 
sozinhos, necessitando, assim, da ajuda de outrapessoa. 
A capacidade funcional, em bom estado, pode estar diretamente relacionada 
ao estado de saúde do paciente. Uma pessoa saudável consegue manter suas 
habilidades físicas ementais por mais tempo, assim como pessoas que apresentam 
patologias podem perder umpouco de sua autonomia (DIAS et al, 2010). 
Para a contratação dos serviços de Enfermagem na assistência domiciliar e 
imprescindível que o profissional enfermeiro, junto a família do indivíduo, analise o 
grau de dependência desse paciente para então optar pelo nível de atendimento mais 
adequado ao caso, na intenção de suprir necessidades do paciente em vários 
aspectos visando seu bem-estar e manutenção da sua saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
6. MODALIDADES DE ATENDIMENTOS DA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR 
 
I - Atendimento Domiciliar: compreende todas as ações, sejam elas educativas 
ao paciente eseus familiares. 
II - Internação Domiciliar: é a prestação de cuidados sistematizados de forma 
integral e contínuo e até mesmo ininterrupto, no domicílio, com oferta de tecnologia e 
de recursos humanos, equipamentos, materiais e medicamentos, para pacientes que 
demandam assistência semelhante à oferecida em ambiente hospitalar. 
III – Visita Domiciliar: considera um contato pontual de equipe de enfermagem 
para avaliação das demandas exigidas pelo usuário e/ou familiar, bem como a 
ambiente onde vivem, visando estabelecer um plano assistencial, programado com 
objetivo definido. 
A Resolução COFEN Nº 464/2014 (BRASIL, 2014) determina a participação da 
equipe deenfermagem na Assistência Domiciliar e as ações desenvolvidas no 
domicílio da pessoa:(....) 
§2º A atenção domiciliar de enfermagem abrange um conjunto de atividades 
desenvolvidaspor membros da equipe de enfermagem, caracterizadas pela atenção 
no domicílio do usuáriodo sistema de saúde que necessita de cuidados técnicos. 
§3º A atenção domiciliar de Enfermagem pode ser executada no âmbito da 
Atenção Primaria eSecundária, por Enfermeiros que atuam de forma autônoma ou em 
equipe multidisciplinar porinstituições públicas, privadas ou filantrópicas que ofereçam 
serviços de atendimento domiciliar. 
§4º O Técnico de Enfermagem, em conformidade com o disposto na Lei do 
Exercício Profissional e no Decreto que a regulamenta, participa da execução da 
atenção domiciliar de enfermagem, naquilo que lhe couber, sob supervisão e 
orientação do Enfermeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
7. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO DOMICILIAR AÇÕES 
INTERACIONAIS1. Relação de ajuda/interação 
2. Apoio afetivo mental ou psicológico 
3. Comunicação 
4. Relação de confiança 
5. Negociação 
6. Respeito 
7. Diálogo e escuta 
 
AÇÕES EDUCACIONAIS: 
1. Orientações a familiares, cuidadores e/ou pacientes 
2. Desenvolvimento de estratégia de ensino 
3. Educação sobre recursos sociais 
4. Preparo de paciente, família e rede de vizinhos e outros setores para prevenção de 
riscos emcasos de emergências 
5. Orientações a outros enfermeiros. 
 
AÇÕES ASSISTENCIAIS: 
1. Gestão ou infusão de medicamentos 
2. Cuidado agudo no Domicílio 
3. Manejo clínico de feridas 
4. Gestão da dor 
5. Cuidados na nutrição parenteral, diálise peritoneal e oxigenoterapia 
6. Visita domiciliar 
7. Avaliação de riscos, prevenção e complicações 
8. Procedimentos técnicos: avaliação física, higiene pessoal, realização de enema, 
verificaçãode sinais vitais, cuidados de decúbito, exercícios para deambulação, 
atendimentos em casos deemergência, sondagens vesicais, sondagens gástricas e 
enterais, entre outros procedimentosprivativos. 
 
AÇÕES ADMINISTRATIVAS: 
1. Supervisão clínica e administrativa 
16 
 
 
2. Planejamento e organização das visitas domiciliares 
3. Coordenação do cuidado 
4. Gestão do caso. 
 
Ao enfermeiro incumbe: 
I – Privativamente: 
a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de 
saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; 
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas 
e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; 
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da 
assistênciade Enfermagem; 
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem; 
e) consulta de Enfermagem; 
f) prescrição da assistência de Enfermagem; 
g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; 
h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam 
conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; 
II – como integrante da equipe de saúde: 
a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; 
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de 
saúde; 
c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em programas de saúde 
pública eem rotina aprovada pela instituição de saúde; 
d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação; 
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive como membro 
das respectivas comissões; 
f) participação na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático de 
danos quepossam ser causados aos pacientes durante a assistência de Enfermagem; 
g) participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral e nos 
programasde vigilância epidemiológica; 
h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e ao 
recém-nascido; 
17 
 
 
i) participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde 
individual e degrupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco; 
j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; 
l) execução e assistência obstétrica em situação de emergência e execução do parto 
sem distorcia; 
m) participação em programas e atividades de educação sanitária, visando à melhoria 
de saúde do indivíduo, da família e da população em geral; 
n) participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde, 
particularmente nos programas de educação continuada; 
o) participação nos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de 
acidentese de doenças profissionais e do trabalho; 
p) participação na elaboração e na operacionalização do sistema de referência e 
contra referência do paciente nos diferentes níveis de atenção à saúde; 
q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde; 
r) participação em bancas examinadoras, em matérias específicas de Enfermagem, 
nos concursos para provimento de cargo ou contratação de Enfermeiro ou pessoal 
Técnico e Auxiliarde Enfermagem. 
 
As competências privativamente do Enfermeiro na Assistência 
Domiciliar: 
I – Dimensionar a equipe de enfermagem; 
II – Planejar, organizar, coordenar, supervisionar e avaliar a prestação da 
assistência de enfermagem; 
III – Organizar e coordenar as condições ambientais, equipamentos e materiais 
necessários àprodução de cuidado competente, resolutivo e seguro; 
IV – Atuar de forma contínua na capacitação da equipe de enfermagem que 
atua na realizaçãode cuidados nesse ambiente; 
V – Executar os cuidados de enfermagem de maior complexidade técnico 
científica e que demandem a necessidade de tomar decisões imediatas. 
Em relação às atribuições do enfermeiro na Assistência Domiciliar, a Resolução 
464/2014(BRASIL, 2014) citada anteriormente também destaca: 
Art. 3º A Assistência Domiciliar de enfermagem deve ser executada no contexto 
da Sistematização da Assistência de Enfermagem, sendo pautada por normas, 
rotinas, protocolos validados e frequentemente revisados, com a operacionalização 
18 
 
 
do Processo de Enfermagem, deacordo com as etapas previstas na Resolução 
COFEN nº 358/2009, a saber: 
I – Coleta de dados de (Histórico de Enfermagem); 
II – Diagnóstico de Enfermagem; 
III – Planejamento de Enfermagem; 
IV – Implementação; e 
V – Avaliação de Enfermagem 
Art. 4º Todas as ações concernentes à atenção domiciliar de enfermagem 
devem ser registradas em prontuário, a ser mantido no domicílio, para orientação da 
equipe. 
§ 1º Deverá ser assegurado, no domicílio do atendimento, instrumento próprio 
para registro daassistência prestada de forma contínua. 
§ 2º O registro da atenção domiciliar de enfermagem envolve: 
I – Um resumo dos dados coletados sobre a pessoa e família; 
II – Os diagnósticos de enfermagem acerca das respostas da pessoa e família 
à situação queestão vivenciando; 
III – Os resultados esperados; 
IV – As ações ou intervenções realizadas face aos diagnósticos de enfermagem 
identificados; 
V – Os resultados alcançados como consequência das ações ou intervenções 
de enfermagemrealizadas; 
VI – As intercorrências. 
§ 3º O registro da atenção domiciliar e as observações efetuadas deverão ser 
registradas noprontuário, enquanto documento legal de forma clara, legível, concisa, 
datado e assinada peloautor das ações. 
Art. 5º Ficam os Conselhos Regionais de Enfermagem responsáveis para 
implementar açõesfiscalizatórias junto aos profissionais de enfermagem que atuam 
em domicílio. 
 
 
 
 
19 
 
 
8. ALGUNS DOS ITENS QUE ENVOLVEM O GERENCIAMENTO DO HOME CARE 
SÃO 
 
• Recursos Humanos: 
Como está descrito na RDC (Resolução Diretora Colegiado) n° 11 o médico e 
a equipe de enfermagem são profissionais obrigatórios no atendimento do paciente 
em domicílio. Na Resolução do CFM, está descrito a necessidade de outros 
profissionais além dos citados pela RDC n° 11, como nutricionista, fisioterapeuta e 
fonoaudiólogo na formação da equipe multiprofissional de atendimento domiciliar. 
A presença do médico é obrigatória no Serviço de Home Care realizando visitas 
aos pacientes, contato com médicos assistentes (que optarão por atender o paciente 
ou não em atendimento domiciliar) e também a presença constante 24 horas por dia 
sete dias por semana de um profissional médico que responda aos casos de urgência 
ou emergência. 
Neste sentido, é imprescindível para toda a equipe de atendimento domiciliar, 
ter conhecimento do médico que está respondendo pelo paciente como também o 
contato com o médico de Home Care para casos de necessidades imediatas. 
Uma tabela informativa sobre os pacientes em caráter de internação domiciliar, 
com o nome do médico responsável, e também os médicos do Home Care que estarão 
de sobre aviso para urgênciae emergências poderá ser fixada na sede do serviço e 
acompanhar os profissionais que estão em contato constante com o paciente em seu 
domicílio. 
As escalas de serviços médicos do Home Care são realizadas pelo Diretor 
Técnico do Home Care, médico, que também irá prever a quantidade de profissionais 
necessários para esta atividade, bem como a forma de contratação legalmente 
permitida para a prestação do serviço. 
 
A enfermeira do serviço deverá sempre estar atenta às questões para que 
possa se dirigir ao profissional correto frente a alguma necessidade apresentada. Nos 
pacientes em internação domiciliar que estão sob a responsabilidade dos médicos 
assistentes, nas intercorrências, o médico do Home Care que entra em contato com 
o médico assistente. 
Em qualquer episódio, esta informação é de grande valia para todos os 
profissionais que atuam com o paciente, para organizar o serviço de forma ordenada 
20 
 
 
sem precisar realizar ligações a pessoas erradas perdendo tempo e comprometendo 
recursos da empresa. 
O pessoal da enfermagem que está respondendo pelos pacientes em 
internação domiciliar e realização dos procedimentos em caráter de assistência 
domiciliar é organizada pelo enfermeiro através da escala de serviço dos técnicos e 
enfermeiros atuantes no Home Care. 
Conforme a Resolução do Cofen 270/02: 
“II – Toda empresa de prestação de serviços de enfermagem Domiciliar e/ou 
filiais, é obrigatória a ter em seus quadros: 
• 1 enfermeiro responsável por turno; 
• 1 enfermeiro responsável técnico, pela coordenação das atividades de 
Enfermagem; 
III – As equipes de enfermagem, das empresas prestadoras de serviços de 
Enfermagem Domiciliar, deverão ser compostas “exclusivamente por enfermeiros, 
Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de Enfermagem, devidamente registrados e em 
dia com as obrigações junto aos Conselhos Regionais que jurisdicionam suas áreas 
de atuação”. 
IV – Todos os profissionais de enfermagem deverão ser cadastrados na 
empresa e a listagem atualizada deverá ser enviada ao COREN de sua jurisdição, 
conforme resolução COFEN n° 139/92. 
 
Neste sentido o enfermeiro que coordena a equipe de enfermagem do Home 
Care necessita ter sempre ciência do número de profissionais técnicos de 
enfermagem e enfermeiros, conforme a complexidade do atendimento ao paciente e 
conforme a Resolução de Dimensionamento do Quadro do Pessoal de Enfermagem. 
As escalas de serviço serão diferenciadas daquelas realizadas nos hospitais, 
uma vez que, além do nome e turno do funcionário ira conter o nome do paciente e os 
horários que o profissional de enfermagem está cumprindo no atendimento ao 
paciente, principalmente naqueles sob a internação domiciliar. 
 
É importante prever também o número de técnicos de enfermagem que estarão 
na Sede do Serviço, para a realização de procedimentos técnicos no domicílio do 
paciente, ou seja, alguns profissionais estarão atuando no domicilio dos pacientes que 
21 
 
 
estão em internação domiciliar, enquanto outros diariamente desenvolverão as 
atividades de assistência no domicílio dos pacientes em assistência domiciliar. 
 
Quando é caracterizada a presença da enfermagem e o tempo de permanência 
da equipe junto ao paciente em seu domicílio, o enfermeiro elabora a escala de serviço 
do pessoal de enfermagem para aquele paciente em específico. 
Uma das escolhas da escala é a realização da escala por paciente internado e 
não apenas por turno como é feita nas instituições hospitalares. Desta forma além de 
se mensurar o número de horas trabalhadas, folgas, plantões, também se identifica 
qual profissional está respondendo pelo paciente. 
Em qualquer forma de desenvolvimento da escala é importante atentar para as 
questões trabalhistas que permeiam a realização do trabalho de enfermagem, as 
horas trabalhadas por turnos de trabalho, as folgas, os plantões, domingos e feriados, 
enfim ter extrema cautela na distribuição dos horários e seguir as legislações 
trabalhistas. 
A descrição do enfermeiro na escala do atendimento ao paciente em internação 
domiciliar é distribuída conforme a Resolução de Dimensionamento do Quadro de 
Pessoal de Enfermagem, o enfermeiro será a referência e a coordenação para o 
profissional de enfermagem técnico que estará prestando os cuidados diretos aos 
pacientes. 
Sobre os demais profissionais que integram a equipe multiprofissional de 
atendimento domiciliar, é importante identificá-los e saber os momentos em que 
deverão ser comunicados para avaliações e visitas domiciliares conforme a indicação 
ou solicitação do médico assistente ou do Home Care. 
Alguns destes profissionais estarão contratados em regime integral de atenção 
aos pacientes conforme a coordenação do serviço de Home Care, outros, porém 
poderão integrar o grupo de serviços terceirizados que virão ao serviço conforme a 
demanda das necessidades dos pacientes. 
Ainda na questão dos recursos humanos, é importante prever que na Sede do 
Serviço de Home Care alguns profissionais administrativos serão essenciais como, 
por exemplo: 
• Motorista 
• Secretária 
• Recepcionista 
22 
 
 
• Telefonista 
• Higienizadora 
• Faturista 
• Administrador de Recursos Humanos 
O que irá delimitar o número de funcionários e a função de cada um será a 
complexidade e demanda da empresa de Home Care, é importante que o pessoal 
técnico permaneça em constante auxílio do pessoal administrativo para que suas 
funções de cuidado se constituam na prioridade do atendimento. 
Conduto todas as questões que envolvem direta e indiretamente o cuidado ao 
paciente que vai desde o transporte ao local de referência como a autorização do 
plano de saúde, ou mesmo o recebimento de uma ligação na sede do Home Care, 
constituem-se de suma importância para que todo o processo de cuidar tenha 
sucesso. 
Desta forma, tanto o pessoal técnico como administrativo que conduzem as 
ações da empresa de Home Care serão os responsáveis pelo sucesso desta 
modalidade de atendimento cada um atuando em sua área específica. 
O mais importante é manter a sintonia entre todos os colaboradores que 
compõem a equipe. 
• Dos Recursos Materiais 
Os recursos materiais dizem respeito, além dos itens que envolvem a estrutura 
da Sede do Home Care, também as questões referentes aos medicamentos, materiais 
e equipamentos para a implantação da assistência domiciliar, os recursos materiais 
estão diretamente ligados as modalidades de assistência que a empresa de Home 
Care oferece. 
 
Dos materiais: 
 o enfermeiro é essencial pela mensuração de materiais que serão necessários 
para o acompanhamento e realização dos procedimentos nos pacientes em caráter 
de atendimento domiciliar. A previsão dos materiais poderá ser feita mensalmente ou 
semanalmente conforme a demanda de pacientes que a empresa atende. 
Pode-se considerar como materiais todos os necessários para o 
desenvolvimento das técnicas assistenciais, como por exemplo: seringas, agulhas, 
luvas de procedimentos, luvas estéreis, luvas cirúrgicas, gazes, micropores, 
esparadrapos, equipo para administração de soluções, dispositivos para punção 
23 
 
 
venosa, sondas de aspiração, sondas de alimentação, sondas vesicais, fios de sutura, 
entre outros. 
 
Alguns dos critérios para a compra de materiais que podem ser utilizados 
são: 
 
1. Previsão dos Materiais: A previsão dos materiais é realizada através da 
média de utilização de cada material no serviço, ou seja, cada mês de consumo de 
material será identificado o número específico de cada material utilizado e a partir de 
dois ou três meses é estabelecida uma média de consumo pela empresa, este número 
pode constituir-se na previsão dos materiais para a compra no próximo mês. 
Especificamente quando trabalhando em Home Care, o enfermeiro além da 
média de materiais consumidos mensalmente tem a informação das internações 
domiciliares e procedimentos técnicos que estãosendo desenvolvidos em domicílio, 
o que ajuda a determinar a previsão do número de materiais para o próximo mês. 
A variável de quanto maior o número de pacientes maior o número de materiais 
nem sempre é uma variável aconselhada de utilização, uma vez que o que determina 
a quantidade de materiais são os procedimentos realizados nos pacientes e não 
somente o número de pacientes que estão sob atendimento. 
Assim, por exemplo, se no mês de março há um paciente em caráter de 
internação que está sendo realizada aspiração de secreção das vias aéreas, e ao todo 
são dez pacientes internados, sendo que nove não necessitam aspiração de 
secreção, a compra das sondas de aspiração será a partir deste que realiza o 
procedimento e não dos dez pacientes. 
Todas as previsões de materiais devem ser acrescidas de um número extra 
para se ter segurança que este material será suficiente para o desenvolvimento do 
cuidado de todos os pacientes que estão sob atendimento e que possam entrar no 
serviço. No mês que houver um consumo elevado, o enfermeiro conforme acompanha 
a entrada dos pacientes no serviço já realiza a solicitação da compra de material extra. 
O acúmulo de materiais dentro do Home Care onera a empresa, uma vez que 
foi feita uma compra e um pagamento por um produto que não foi nem será em pouco 
tempo consumido, isso quer dizer que a aquisição (custo) foi efetuada, entretanto a 
utilização (receita) não tem previsão. 
24 
 
 
Outra questão importante acerca dos materiais no Home Care são os controles 
de saídas para os domicílios dos pacientes. O material permanece na Sede do Home 
Care e toda a saída deste material deverá ter uma justificativa, ou seja, descrição do 
material e do local em que foi utilizado. 
Em algumas empresas utiliza-se uma maleta que acompanha o profissional de 
enfermagem até a casa do paciente, para os devidos procedimentos, esta maleta 
diariamente é conferida e reposta conforme a necessidade na realização dos 
procedimentos, assim é possível identificar quais dos materias foram expedidos do 
Home Care e para quais pacientes. 
Deve ser estipulada a rotina de reposição de cada maleta, ou seja, se será feita 
em 24 horas, ou conforme os gastos de materiais com os pacientes, ou uma vez por 
semana, esta conclusão é tomada com a elaboração da rotina de fornecimento de 
materiais pelo enfermeiro pelo grau de complexidade dos pacientes atendidos e 
demanda de materiais. 
Pode-se também deixar maletas prontas para determinado procedimento, por 
exemplo, uma maleta para entubação traqueal, troca de cânula de traqueostomia, etc. 
Assim após a realização do procedimento sabendo o material que cada maleta contém 
é só verificar quais materiais foram utilizados. 
O armazenamento e controle de validade dos materiais são de suma 
importância no gerenciamento dos materiais na empresa; o enfermeiro que atua na 
sede do Home Care sempre está em acompanhamento para certificar-se que os 
materiais estão armazenados de maneira correta, e estão dentro do prazo de validade 
estabelecido. 
Padronização dos materiais: a padronização de materiais refere-se à avaliação 
dos materiais existentes no mercado e posterior padronização de um tipo de material 
apenas, sendo que este será o de escolha para compra. Por exemplo, avaliar os 
diversos tipos de seringas de insulina e selecionar um tipo para compra. Esta 
avaliação deve adequar-se ao custo e benefício dos pacientes. 
A padronização deve ser feita sempre com o uso da rotinização dos 
procedimentos, nos casos dos curativos através do uso de protocolos. Os protocolos 
descrevem os materiais e custos dos procedimentos e a técnica a ser realizada. 
O importante da padronização dos materiais é que esta deverá ser feita sempre 
em conjunta com toda a Equipe envolvida nas ações de atendimento ao paciente. 
25 
 
 
Todos que utilizam os materiais para realização dos procedimentos devem colaborar 
com informações para a elaboração da padronização. 
 
3. Avaliação: no decorrer dos dias em que os materiais estarão em uso, é 
importante sempre realizar uma avaliação da eficiência dos mesmos frente à 
realização das técnicas; os pacientes que realizam o auto - cuidado, como por 
exemplo, as trocas dos curativos, também devem ser questionadas sobre possíveis 
defeitos ou inconformidades dos materiais utilizados. 
Os profissionais envolvidos na realização dos procedimentos nos pacientes 
devem possuir um formulário de preenchimento e controle de ocorrências sobre 
defeitos de materiais, e serem instruídos quanto à forma de preenchimento e a 
importância da utilização deste instrumento para avaliação dos materiais. 
Geralmente, quem preenche este formulário nos hospitais e postos de saúde é 
o enfermeiro, que a partir da avaliação própria ou do pessoal de enfermagem verifica 
a exatidão das informações e posteriormente encaminha este formulário ao setor 
encarregado pelas compras dos materiais e comissão de padronização de materiais, 
caso ela esteja constituída na instituição. 
No caso do atendimento domiciliar, é importante que os técnicos de 
enfermagem também tenham acesso a este formulário, assim como os demais 
membros da equipe de saúde, já que eles estarão em contato contínuo com o paciente 
e os materiais que estão sendo utilizados no domicílio, nas internações domiciliares. 
O enfermeiro, por sua vez, ao receber este formulário do técnico de 
enfermagem, irá verificar e validar sua observação. Neste formulário o técnico de 
enfermagem e/ou enfermeiro relatará qual a ocorrência que houve no manejo dos 
materiais, como por exemplo, ao instalar o soro o equipo utilizado vaza a solução. 
O enfermeiro como coordenador da equipe de enfermagem terá a 
responsabilidade de avaliar se este caso foi isolado ou está ligado diretamente a 
qualidade do material. Após o preenchimento do formulário de avaliação, este deverá 
ser entregue ao encarregado das compras e posteriormente discutido com o 
fornecedor. 
É importante que qualquer entrada de materiais novos na empresa, seja 
apresentada a toda equipe envolvida com o atendimento ao paciente, incluindo a 
realização de treinamentos quando necessário para a correta utilização dos materiais 
e otimização dos gastos. 
26 
 
 
 
4. Previsão da Alta: os pacientes em internação domiciliar que estão na fase do 
Desmame do Serviço (conforme descrito no módulo III) necessitarão exercitar o 
autocuidado, e/ou o cuidador, quando a primeira alternativa não for possível. Faz-se 
necessário a orientação do paciente frente à utilização de materiais conforme as 
possibilidades do mesmo. 
Desta forma, nem sempre o paciente com alta hospitalar que estava realizando 
um curativo com determinado produto irá dar continuidade ao uso deste produto, por 
alguns motivos como: inacessibilidade ao produto, custos do produto ou por falta de 
informação. 
É conveniente que o paciente e familiar (e/ou cuidador) recebam as 
informações acerca dos produtos que o paciente deverá dar continuidade no 
tratamento, a forma de utilização dos produtos e o acesso ao produto. Esta informação 
diminuirá os riscos de necessidades de novas internações. 
5. Materiais esterilizáveis: os materiais que podem ser reutilizados, como os 
casos das pinças, devem manter uma rotina de lavagem e preparo para esterilização. 
Desta forma, se a empresa não dispõe de autoclave e/ou demais equipamentos e 
produtos necessários para a esterilização de materiais, estes serão levados a um 
serviço contrato pela empresa que realizará o procedimento. 
 
 
A Equipe Multidisciplinar de assistência deve atender aos seguintes itens: 
a) Acompanhamento pelo enfermeiro(a), conforme necessidade; assistência de 
auxiliar outécnico de enfermagem, de acordo com a indicação e complexidade de 
cada caso; 
b) Atendimento médico em visita domiciliar: deverá ser feito mediante as orientações 
emrelatório médico prévio, emitido pelo médico assistente em que consteo 
diagnóstico e oscuidados necessários; 
c) Fisioterapia: em sessões previamente autorizadas e com indicação do médico 
assistente,em relatório prévio e autorização da auditoria externa do Programa TST-
SAÚDE; 
d) Serviços de nutrição e dietética: devem ser autorizados mediante indicação em 
relatório domédico assistente; 
27 
 
 
e) Exames complementares em domicílio: apenas quando for indicada urgência e 
comautorização do Programa TST-Saúde; 
f) Fornecimento de materiais descartáveis e medicação: não estão incluídos na 
execuçãoda assistência domiciliar; 
g) Terapia respiratória: apenas com a indicação em relatório do médico assistente, em 
queconste detalhadamente o diagnóstico e a indicação de uso de gases medicinais 
ou não. 
 
O HOME CARE NO BRASIL 
O atendimento domiciliar se apresenta como um modelo de atenção 
consolidado em alguns países desenvolvidos e em crescimento no Brasil. Suaprática, 
porém, remonta à era AC, quandoa benevolência e a solidariedade eram seualicerce. 
A Inglaterra é responsável pelacriação do primeiro serviço de enfermagemde saúde 
pública domiciliar, resultado dasistematização dos serviços de enfermagem criados 
por Florence Nightingale.Nos EUA, o sistema de Home Caresurgiu por iniciativa dos 
hospitais por sofrerem forte pressão dos pacientes, segurosde saúde e do governo 
para a diminuiçãodos gastos com internações e uma maioroferta de leitos 
hospitalares. Mas a partirde 1982, houve novo impulso nessa modalidade devido o 
incentivo do CongressoAmericano e a “HelfCareFinancingAdministration” (HCFA), 
que estenderam oreembolso do “Medicare” (iniciativa deassistência à saúde), aos 
idosos e camadassociais mais baixas, com ênfase no setorda assistência domiciliar, 
tornando-a comfins lucrativos. Desde então, as empresasde Home Care como 
extensão de hospitaiscresceram tornando-as organizações sistemáticas e puramente 
empresariais. 
No Canadá, a assistência domiciliarsurgiu devido aos esforços das freiras 
egrupos religiosos, que mais tarde se tornaram a agência de enfermagem 
domiciliar,voluntária e filantrópica, “VictorianOrderof Nurse” (VON). Atualmente, o 
Canadáoferece dois tipos de atenção à saúde emdomicilio: O serviço público 
conhecidocomo “Home VisitingProgram”, e osserviços de cuidados contínuos, o 
“HomeCare” ou “ContinuingCare” organizados,administrados e financiados por 
instituições que contam com recursos particulares ou doações. Uma particularidade 
daassistência domiciliar canadense é que osserviços utilizam, principalmente, o 
trabalho de enfermeiras, sendo pouco comum aatuação multiprofissional. 
28 
 
 
No Brasil, com a implantação doSUS, na década de 1980 e a proposta deum 
novo modelo assistencial com base naestratégia do Programa Saúde da Família, 
propôs-se a organização das práticas desaúde voltadas para a atenção familiar. O 
Ministério da Saúde incluiu entre as atividades das equipes de saúde da 
família,avisita domiciliar semelhante ao programacanadense de “Home 
VisitingProgram”. 
Apesar da formação de profissionaisde saúde, no Brasil, ser pautada no modelo 
americano há diferenças na origemda assistência domiciliar no Brasil e nosUSA, pelo 
fato do Estado brasileiro estarpresente na indução original das atividadesde atenção 
à saúde, ao contrário da origemcomunitária americana. Outra diferença éa presença 
da enfermagem, descrita comofundamental na história americana, enquanto no Brasil 
o trabalho das enfermeirasvisitadoras não visava o indivíduo, maso controle da cadeia 
de transmissão dasdoenças infecto-contagiosas, sob coordenação do serviço público 
de saúde. 
Alguns fatores contribuíram para oincremento do home care brasileiro, 
taiscomo o desenvolvimento tecnológico, asmudanças demográficas, a escassez 
derecursos na área de saúde, o interesse dosprofissionais e a demanda. Porém, para 
suaconsolidação, faz-se necessário a aberturade novos postos de trabalho, 
discussõesmercadológicas, comerciais, o árduo caminho da regulamentação e uma 
integraçãomaior das universidades ao processo deatenção domiciliar. No entanto, 
com afalta de regulamentação os usuários da atenção domiciliária, sentiam-
sedesamparados e, muitas vezes, lesados. Muitos pacientes manifestavam odesejo 
de participar de seus cuidados e exigiam o direito de compreendera evolução do seu 
processo de cura. 
Assim, surgiu a necessidade do conhecimento de seus direitos e deveres 
envolvidos com os planos de saúde e prestadores de serviços. Destadiscussão entre 
clientes e planos de saúde sobre os direitos e deveres doconsumidor no âmbito dos 
serviços de saúde, o PROCON (Serviço de Proteção ao Consumidor) criou algumas 
orientações, com o intuito de auxiliaro usuário na solicitação de assistência domiciliar 
a seu plano de saúde. 
Também a favor da consolidação do Home Care, no Brasil, foisancionada a lei 
nº 10.424, que cria e define responsabilidades no âmbitodo Sistema Único de Saúde 
(SUS) à modalidade de home care.Pelalegislação, na modalidade incluem-se, 
principalmente, os procedimentosmédicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, 
29 
 
 
psicológicos e de assistênciasocial, entre outros necessários ao cuidado integral dos 
doentes em domicílio. Os atendimentos na internação domiciliar são realizados por 
equipemultidisciplinar que atua nos níveis preventivo, terapêutico e reabilitadorque só 
poderá ocorrer por indicação médica, com expressa concordânciado paciente e da 
família10. 
O financiamento do home care se diferencia entre o público, o privado e o 
particular. No Brasil, de acordo com a Lei nº 10.424, 10 o SUS prevêatendimento e 
internação domiciliar sendo os procedimentos realizadospor equipes 
multidisciplinares, visando o cuidado integral dos pacientesem domicílio, financiado 
pelo Estado, desde que sejam realizados porindicação médica, com concordância do 
paciente e família. Mas o quese encontra no setor público são as visitas domiciliares 
na atenção básicae nos hospitais públicos e filantrópicos. Essa assistência fica 
vinculadaàs despesas da própria instituição. No setor privado de saúde o HomeCare, 
sem vínculos com hospitais, é financiado por convênios de saúde,empresas e 
pagamentos por particulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
O cuidado na modalidade Home Care é uma tendênciamundial de atenção à 
saúde, que visa redução dos custoshospitalares, dos riscos de infecções hospitalares 
30 
 
 
e emocionais para o cliente que passa a permanecer em seu ambiente, recebendo 
assistência de equipes multiprofissionais. 
Tem se tornado um novo espaço de trabalho em saúde, deacordo com as 
necessidades do cliente, principalmente parao enfermeiro, considerando suas 
habilidades de cuidar docliente em situações e idades diversas. 
O cuidado no Home Care proporciona maior autonomia ao enfermeiro no 
trabalho cotidiano e, ao mesmotempo, exige novas competências, habilidades e 
atitudes narelação com o cliente, a família e as fontes financiadoras. 
Pode ser considerado um elemento facilitador do uso detecnologias leves na 
abordagem dos clientes e famílias ena compreensão das subjetividades destes. 
No Brasil, o home care vem sendo adotado pelo setorpúblico e privado, 
principalmente pelos planos de saúde,com várias denominações como Home care, 
assistênciadomiciliar, internação domiciliar e visitas domiciliaresrealizadas pelas 
equipes de saúde da família, presentesem quase todos os municípios brasileiros. As 
fontes definanciamento têm sido o Estado, os planos de saúde e 
particulares. 
Uma das dificuldades está relacionada à formaçãoe experiências profissionais 
em unidades de saúde quepossuem organização verticalizada e centrada na 
atençãomédica. Portanto, os grandes desafios para a consolidaçãodo Home care são 
treinamento dos profissionais para trabalhar em equipes interdisciplinares e o 
relacionamentocom o cliente e a família em seu contexto de vida, comsuas crenças, 
valores e subjetividades,tão importantesquanto às técnicas adotadas em outros 
ambientes terapêuticos. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
31 
 
 
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do cuidado. In: Anais do 50° Congresso Brasileiro de Enfermagem; 199820-25 set; 
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Duarte YAO, Diogo MJE, organizadores. Atendimento domiciliar: um enfoque 
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Braz, M.G.Indicadores de qualidade na Assistência Domiciliar: Uma proposta de 
indicadores de qualidade e desempenho.Rio de Janeiro: Pronep, 2002. 14p 
Duarte, y.A.O; Diogo, M.J.D.E e colaboradores. 
Atendimento Domiciliar: um enfoque gerontológico. 
São Paulo: Atheneu, 2000. 630p. 
Cruz, I.C.F.; Barros, S.R.T.P.; Ferreira, H.C. Enfermagem em Home Care e sua 
Inserção nos Níveis de Atenção à Saúde. Documento apresentado pela Sociedade 
Brasileira de Enfermagem em Home Care ao Grupo de Trabalho em Assistência 
Domiciliar, Ministério da Saúde, Brasília, 2001. Disponível em: URL: 
http://www.uff.br/nepae/experienciahcsus.doc. Acessado em 12/12/05 
 
Resolução-Cofen Nº 267/2001. Disponível em: Disponível em: URL: 
http://www.cofen.gov.br/ legislação.html. Acessado em 27/04/05. 
Resolução-Cofen Nº 256/2001.

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