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Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Com certificado online 40 horas Anemia Falciforme Denise Santana Silva dos Santos Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Anemia Falciforme Denise Santana Silva dos Santos 40 horas Com certificado online SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 5 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 6 PREMISSAS ........................................................................................................................ 7 DOENÇA FALCIFORME ................................................................................................. 8 FISIOPATOLOGIA .......................................................................................................... 10 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS DOENÇAS FALCIFORMES .................. 11 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DOENÇA FALCIFORME ................................ 13 7.1 CRISE ÁLGICA ........................................................................................................ 14 7.2 CRISE DE ANEMIA AGUDA ................................................................................. 15 7.3 FEBRE ....................................................................................................................... 15 7.4 SINAIS E SINTOMAS NO FÍGADO, VIAS BILIARES E ICTERÍCIA ................ 16 7.5 PRIAPISMO .............................................................................................................. 16 7.6 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) ....................................................... 17 7.7 ÚLCERAS DE PERNAS .......................................................................................... 17 COMPLICAÇÕES DA DOENÇA FALCIFORME ....................................................... 19 MEDIDAS GERAIS E TRATAMENTO ........................................................................ 21 SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA ............................................................................... 22 MANIFESTAÇÕES ORAIS DAS DOENÇAS FALCIFORMES ................................ 24 11.2 PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES ORAIS DAS DOENÇAS FALCIFORMES ..... 25 ALTERAÇÕES OFTALMOLÓGICAS NA DOENÇA FALCIFORME .................... 27 MANEJO DA DOR NA DOENÇA FALCIFORME ...................................................... 29 13.1 PRINCÍPIOS GERAIS A RESPEITO DA DOR RELACIONADA A DOENÇA FALCIFORME ................................................................................................................ 29 13.1.1 A dor pode ser avaliada através dos ................................................................. 30 13.1.2 Parâmetros Fisiológicos para avaliação da dor................................................. 30 13.1.3 Instrumentos de Avaliação da Dor: ESCALAS ............................................... 30 13.1.4 Método de Avaliação: QUESTT ...................................................................... 31 13.1.5 Manejo da dor persistente: ................................................................................ 31 13.1.6 Intervenções Não - Farmacológicas no manejo da dor: ................................... 32 13.1.7 Tratamento Farmacológico de Manejo da Dor ................................................. 32 13.1.8 Antiinflamatórios não-hormonais: .................................................................... 32 13.1.9 Analgésico opióide ........................................................................................... 33 13.1.10 Efeitos colaterais ............................................................................................ 33 13.1.11 Morfina ........................................................................................................... 34 MANEJO DAS ÚLCERAS MALEOLARES NA DOENÇA FALCIFORME ............ 35 TRIAGEM NEONATAL: TESTE DO PEZINHO ........................................................ 37 AS DOENÇAS DETECTADAS NO TESTE DO PEZINHO REALIZADO PELA REDE PÚBLICA ............................................................................................................... 40 16.1 ANEMIA FALCIFORME ....................................................................................... 40 16.2 FENILCETONÚRIA ............................................................................................... 41 16.3 HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO ..................................................................... 41 16.4 GALACTOSEMIA .................................................................................................. 41 16.5 HIPERPLASIA ADRENAL ................................................................................... 42 16.6 FIBROSE CÍSTICA ................................................................................................ 42 16.7 DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE ....................................................................... 42 16.8 G6PD ....................................................................................................................... 42 16.9 MCAD ..................................................................................................................... 42 16.10 A ESPECTROMETRIA DE MASSA EM TANDEM: ......................................... 43 16.11 TÉCNICA DE COLETA DO TESTE DO PEZINHO .......................................... 43 16.11.1 A coleta só pode ser feita após o segundo dia de vida ................................... 43 ESCLARECENDO DÚVIDAS SOBRE A ANEMIA FALCIFORME ........................ 46 17.1 O QUE É DOENÇA FALCIFORME? .................................................................... 46 17.2 COMO ACONTECEM ESTAS ALTERAÇÕES? ................................................. 46 17.3 COMO SE “PEGA” ESTA DOENÇA? .................................................................. 47 17.4 ISTO QUER DIZER QUE OS PAIS TAMBÉM TÊM A DOENÇA? ................... 47 17.5 DOENÇA FALCIFORME É O MESMO QUE ANEMIA FALCIFORME? ......... 47 17.6 A MULHER PORTADORA DE DOENÇA FALCIFORME PODE ENGRAVIDAR? ............................................................................................................. 47 17.7 TODA PESSOA QUE TEM O TRAÇO FALCÊMICO VAI TER FILHOS COM A DOENÇA? ....................................................................................................................... 47 17.8 A DOENÇA FALCIFORME TEM CURA? ........................................................... 48 17.9 COMO É QUE SE PODE SABER SOMOS PORTADORES DA DOENÇA? ..... 48 17.10 O EXAME É CARO? ............................................................................................ 49 17.11 O QUE UMA PESSOA QUE TEM A DOENÇA SENTE? ................................. 49 17.12 QUAL É O TRATAMENTO? .............................................................................. 49 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE COM A DOENÇA FALCIFORME ............................................................................................................................................. 51 A DOENÇA FALCIFORME E AS ALTERAÇÕES OCULARES .............................. 52 AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 54 REFERÊNCIAS ................................................................................................................58 Unidade 1 – Apresentação 5 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 01 APRESENTAÇÃO Os avanços, a divulgação e a produção de ações no cuidado a pessoa com a Doença Falciforme no Brasil tem reduzido significativamente na morbimortalidade dessas pessoas e na melhora da qualidade de vida. A anemia falciforme seja a doença hereditária de maior prevalência no Brasil, sendo estudada em termos de frequência populacional e de manifestações clínicas. Portanto, faz-se necessário o treinamento dos profissionais de saúde que lidam diretamente com a pessoa com a anemia falciforme. Anemia Falciforme 6 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 02 OBJETIVOS Atualizar o profissional de enfermagem e os graduandos acerca da Doença Falciforme e das suas principais repercussões no organismo. Descrever os principais cuidados voltados para a pessoa com a Doença Falciforme. Descrever as principais intercorrências que ocorrem na pessoa portadora da Doença Falciforme. Esclarecer dúvidas acerca da assistência de enfermagem aos portadores da Doença Falciforme, medidas de prevenção das intercorrências e melhoria da qualidade de vida. Descrever os cuidados de enfermagem e aos portadores das úlceras maleolares e identificar os curativos especiais utilizados nessas situações. Descrever as principais alterações bucais e oftalmológicas na pessoa com a Doença Falciforme. Orientar aos profissionais de enfermagem sobre o manejo da dor na pessoa com Doença Falciforme. Descrever as variações da Doença Falciforme e o Traço Falciforme. Esclarecer as dúvidas dos profissionais concernentes ao Teste do pezinho e os exames de detecção precoce da Doença Falciforme. Unidade 3 – Premissas 7 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 03 PREMISSAS A Doença Falciforme é a doença genética de maior incidência no Brasil. Ocorre geralmente em negros, pardos e afrodescendentes. A Bahia tem a maior incidência do país, sendo 01 bebê com doença falciforme a cada 650 nascidos vivos. É uma doença grave ainda sem cura, que pode ter implicações sérias e até mesmo levar a morte caso não tenha assistência adequada. O diagnóstico precoce, acompanhamento regular com o acompanhamento regular da equipe de saúde, além de suporte social reduzem muito e até evitam agravos e complicações da doença. Há implicações éticas que leva ao atendimento da população com a Doença Falciforme devido à herança de desigualdade social que envolve este grupo de pessoas. Anemia Falciforme 8 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 04 DOENÇA FALCIFORME A Doença Falciforme é uma patologia hereditária mais comum no Brasil. Ela é causada por uma mutação no gene beta da hemoglobina, que origina uma molécula de hemoglobina alterada denominada S (Hb S), no lugar da hemoglobina A (HB A). Em determinadas situações, essas moléculas podem sofrer polimerização, com falcização das hemácias, assumindo forma de foice, daí o nome Falciforme. Tal mutação ocasiona encurtamento da vida média das hemácias, fenômenos de vasoclusão, episódio de dor e lesão de órgãos. A denominação Anemia Falciforme é reservada para a forma da doença que ocorre em homozigose (SS), ou seja, a criança recebe de cada um dos pais um gene para a hemoglobina S. Quando recebe de um dos pais um gene para a hemoglobina S e, do outro, um gene para hemoglobina A, ela é AS; portanto não tem a doença, é apenas portadora do Traço Falciforme. Além disso, o gene da hemoglobina S pode combinar-se com outras hereditárias das hemoglobinas, como Hemoglobina C, D, E, beta e alfa talassemias, gerando combinações que se apresentam com os mesmos sintomas da Combinação SS. O conjunto das combinações SS, SC, SD, SE, S/ beta-talassemia denomina-se Doença Falciforme. Unidade 4 – Doença Falciforme 9 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). A doença originou-se na África e foi trazida para as Américas pela imigração forçada dos africanos. Atualmente, é encontrada em toda a Europa e em grande parte da Ásia. E predominantemente entre pretos, pardos e afrodescendentes em geral. A Doença Falciforme, que inclui a Anemia Falciforme faz parte do conjunto das doenças denominadas Hemoglobinopatias. Anemia Falciforme 10 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 05 FISIOPATOLOGIA A HB S tem uma característica química especial que em situações de ausência ou diminuição da tensão do oxigênio, provoca sua polimerização, alterando drasticamente a morfologia da hemácia, que adquire a forma de foice. Consequentemente, esses problemas resulta em isquemia, dor, necrose e disfunções, bem como em danos permanentes aos tecidos e órgãos, além da hemólise crônica. Esse processo fisiopatológico devido à presença de HB S, e observado nas seguintes situações, em ordem decrescente de gravidade: doença falciforme (hemoglobina S em homozigose), Hb S/ beta talassemia, Hb SC e Hb SD. O portador assintomático de falciforme, também conhecido como portador do traço de HB S ou heterozigoto para a Hb S, não e anêmico nem apresenta sinais e sintomas da doença. Essa pessoa deve receber orientações e informações sobre sua condição genética. Unidade 6 – Diagnóstico Laboratorial das Doenças Falciformes 11 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 06 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS DOENÇAS FALCIFORMES O diagnóstico laboratorial da Doença Falciforme é realizado pela detecção da Hemoglobina HB S e da sua associação com outras frações. Portanto, a técnica mais eficaz é a Eletroforese de Hemoglobina em acetato de celulose ou em agarose, em pH alcalino (pH variável entre 8 e 9). Quando realizado o diagnóstico pela Triagem neonatal, os métodos laboratoriais mais utilizados são a cromatografia líquida de alta performance (HPLC) e a focalização isoelétrica. Ambos exames tem especificidade e sensibilidades excelentes. Nesses exames as hemoglobinas identificadas são geralmente relacionadas em ordem decrescente de quantidade. Portanto todos os resultados “F” de Hemoglobina Fetal. Ressalta-se que esta hemoglobina no período fetal e, portanto, justifica-se seu alto índice no período neonatal. Em seguida conta-se outras Hemoglobinas mesmoque seja em pequena quantidade, porém já perfeitamente detectada pela metodologia utilizada. O diagnóstico sem alteração para a Doença falciforme é representado pelo “FA”, enquanto que os diagnósticos para a Doença Falciforme são denominados “FS” ou “FSC” ou “FSD”, etc. Os diagnósticos de portadores de Traço Heterozigotos assintomáticos de Hb S, Hb C, Hb D, tem resultados “FAS”, “FAC”, “FAD”. Finalmente para um diagnóstico diferencial completo é importante a realização do hemograma e do estudo familiar (buscando a detecção precoce das hemoglobinopatias na família). Anemia Falciforme 12 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Unidade 7 – Manifestações Clínicas da Doença Falciforme 13 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 07 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DOENÇA FALCIFORME A evolução da Doença falciforme afeta vários órgãos e sistemas. Sendo assim, as manifestações clínicas que as pessoas apresentarão no decorrer da sua vida deve-se a dois fatores: Fenômenos principais: tais como a vasoclusão das hemácias. Anemia Falciforme 14 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Infarto de diversos órgãos e tecidos e aqueles decorrentes da hemólise crônica e de seu mecanismo compensador. Dessa maneira esses eventos associados, resultam em quadros agudos e crônicos nos diversos órgãos e tecidos como pulmões, coração, ossos, rins, fígado, retina e pele. No baço a vasoclusão, com consequente isquemia e infarto esplênico, determinam alteração na função esplênica precocemente, sendo responsável pela susceptibilidade aumentada a infecções graves. Essas lesões no pulmão, no cérebro e no baço são responsáveis direta e indiretamente pela elevada morbimortalidade dessas pessoas. Incluem-se, ainda, descrições sobre alterações no crescimento, seguidas de atraso puberal. 7.1 CRISE ÁLGICA As crises dolorosas são as complicações mais frequentes da doença falciforme e comumente constitui-se a sua primeira manifestação, podendo inicia-se aos seis meses de vida. Eventos dolorosos são as causas mais frequentes de atendimentos em serviços de emergência e de internações das pessoas com essa doença. Elas são causadas pelo dano tissular isquêmico secundário a obstrução do fluxo sanguíneo pelas hemácias falcizadas. A redução do fluxo sanguíneo causa hipóxia e acidose, que podem exacerbar o processo de falcização, aumentando o dano isquêmico. Essas crises de dor duram normalmente de quatro a seis dias, podendo, às vezes, persistir por semanas. Hipóxia, infecção, febre, acidose, desidratação e exposição ao frio extremo podem precipitar as crises álgicas. Os adultos relatam que a depressão e a exaustão física são fatores precipitantes das crises. Pessoas com Doença Falciforme podem apresentar dor severa nas extremidades, no abdome e nas costas. A primeira manifestação de dor nas crianças é dactilite ou síndrome pé-mão (edema nos pés e nas mãos). Outras manifestações musculoesqueléticas podem ser simétricas ou não; ou mesmo migratórias com eventual presença de volume, febre, eritema e dor local. Unidade 7 – Manifestações Clínicas da Doença Falciforme 15 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). As maiores barreiras ao eficaz manejo da dor são a avaliação inadequada da dor, desconhecimento adequado da patologia e a resistência ao uso do opióide. As maiorias das crises álgicas podem ser manejadas com uso adequado de opióide e à medida que a avaliação da dor e o tratamento sejam mais eficazes. 7.2 CRISE DE ANEMIA AGUDA As crises aplásticas e as crises de sequestração esplênicas são as formas de crise de anemia aguda mais frequentes. A crise de sequestração esplênica ocorre por repentino acúmulo intra-esplênico de grandes volumes de sangue e estão associadas a quadro infeccioso. Clinicamente, se apresentam por sintomas de anemia aguda, podendo em situações mais severas, estar presentes sinais de choque hipovolêmico. Podendo estar associados: cefaleia, fadiga, dispneia, febre, sinais de infecção respiratória alta e/ou gastrintestinal. O tratamento e sintomático e as transfusão de concentrado de hemácias devem ser administradas, se necessário. A monitorização do estado hemodinâmico e que possibilitará a indicação precisa de hemotransfusão. 7.3 FEBRE As infecções constituem a principal causa de morte nas crianças com doença falciforme. O risco de septicemia e/ ou meningite por Streptococcus pneumonia e ou Haemophilusinfluenzae chega a ser 600 vezes maior do que nas outras crianças em poucas horas. Anemia Falciforme 16 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Pneumonias, infecções renais, osteomielite também ocorrem frequência maior em crianças e adultos com a doença falciforme. Os episódios de febre devem, portanto, ser observado como uma situação de risco, nos quais os procedimentos diagnósticos devem ser aprofundados e a terapia farmacológica deve ser administrada. 7.4 SINAIS E SINTOMAS NO FÍGADO, VIAS BILIARES E ICTERÍCIA A Litíase biliar ocorre em 14% das crianças menores de 10 anos, em 30% dos adolescentes e em 75% dos adultos com a doença falciforme. As alterações mais comuns são as Colecistite, a obstrução do ducto biliar e, mais raramente a pancreatite aguda. A menor sobrevida das hemácias na doença falciforme aumenta os níveis séricos de bilirrubina, à custa de bilirrubina indireta, sendo frequentes a presença de icterícia. Esta pode às vezes se exacerbar em situações de aumento da taxa de hemólise, o que pode ser confirmado laboratorialmente pela diminuição dos níveis de hemoglobina e aumento nos números reticulócitos. Como a icterícia pode ser um sinal de infecção numa pessoa com doença falciforme, uma investigação minuciosa da causa desencadeante e necessária nos casos de exacerbação do processo. 7.5 PRIAPISMO O Priapismo e a ereção dolorosa é a posição ereta do pênis sem relação com o desejo sexual, que pode ocorrer em episódios breve e recorrentes, ou em episódios longo podendo levar a impotência sexual. Nos homens de 10 a 62 anos, 89% relatam pelo menos uma crise de priapismo. Em 46% destes ocorre disfunção sexual associado. O priapismo ocorre devido à vasoclusão, que causa obstrução da drenagem venosa do pênis. Pode acompanhar-se de dor abdominal e perineal, disúria ou retenção urinária. Algumas vezes há edema escrotal e aumento da próstata. O tratamento deve ser realizar exercícios leves como caminhada e ciclismo, banhos mornos, hidratação abundante e analgesia. Unidade 7 – Manifestações Clínicas da Doença Falciforme 17 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98.É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Se após essas medidas não houver melhora em 24 horas, está indicado a exsanguíneo transfusão parcial ou transfusão simples de concentrado de hemácias. Em algumas situações faz-se necessárias medidas anestésico-cirúrgicas, como punção do corpo cavernoso, esvaziamento cirúrgico e derivações. 7.6 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) O Acidente Vascular cerebral e uma das maiores complicações da doença falciforme. Alguns estudos revelam que a prevalência do AVC em pessoas SS é aproximadamente quatro vezes maior do que em uma pessoa SC. A obstrução da artéria cerebral, que provoca isquemia e infarto, ocorre em cerca de 10% da pessoa com doença falciforme. As manifestações neurológicas são geralmente focais e podem incluir hemiparesia, hemiplegia, deficiência no campo visual, afasia e paralisia dos nervos cranianos. Sinais mais generalizados como coma e convulsões podem ocorrer, embora a recuperação pode ser totais ou parciais, ficarem sequelas neurológicas graves, podendo levar ao óbito. A recidiva do AVC provoca danos maiores e aumenta a mortalidade. O tratamento consiste em suporte hemoterápico e acompanhamento com hematologista em conjunto com neurologista. 7.7 ÚLCERAS DE PERNAS As úlceras de pernas estão presentes em 8 a 10% das pessoas com doença falciforme, principalmente após a primeira década de vida. Em pessoas SS, a incidência é maior. Essas úlceras geralmente aparecem entre 10 e 50 anos e são mais frequentes no sexo masculino. Ocorrem geralmente no terço inferior da perna, na região maleolar medial ou lateral, ocasionalmente sobre a tíbia ou no dorso do pé. A etiologia dessas úlceras pode ser traumática por contusão ou picadas de inseto, ou espontânea por hipóxia tissular por crise vasoclusivas crônicas. São lesões de tamanho variável, com margem definida, bordas em relevo e base com tecido de granulação. Anemia Falciforme 18 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Elas são resistentes a terapia, podendo permanecer por meses e até anos. Podem ser únicas ou múltiplas. No início o tecido circunvizinho da úlcera poderá ser saudável e integro, e com o tempo e a persistência das úlceras a pele vai se mostrando hiperpigmentada, com perda do tecido celular subcutâneo e dos folículos pilosos. As úlceras podem ser muito dolorosas e vir acompanhadas por celulite reativa e adenite inguinal. Unidade 8 – Complicações da Doença Falciforme 19 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 08 COMPLICAÇÕES DA DOENÇA FALCIFORME A doença falciforme compreende várias formas de hemoglobinopatias em que a Hemoglobina S está presente: em homozigose (Hb SS ou anemia falciforme) ou em associação com outra hemoglobina anormal, como hemoglobina C (Hemoglobinopatia SC) ou ainda em interação com o traço talassêmico (S-Betatalassemia). A hemoglobina S resulta de uma alteração estrutural da molécula da hemoglobina, em consequência de uma mutação pontual na cadeia beta da globina, codificada no cromossoma 11. A desoxigenação da hemoglobina S leva a alterações físico-químicas na sua estrutura, culminando com a transformação da forma da hemácia para o aspecto de foice ou outras formas bizarras. Com esse processo, as hemácias apresentam curta sobrevida levando a uma anemia hemolítica crônica variável. Além disso, a hemácia com forma e propriedades alteradas pode levar à vaso-oclusão em qualquer ponto do organismo e que, junto com a anemia, são responsáveis pela maioria das manifestações clínicas observadas, com ampla variação na gravidade. Um significativo contingente de pacientes apresenta forma grave, pontuada pelas chamadas “crises falcêmicas”, que são manifestadas como episódios de crises dolorosas. Além da anemia crônica, progressivamente, os diversos órgãos vão sofrendo alterações como disfunção e atrofia do baço com diminuição da defesa às infecções, deficiência no crescimento, alterações cardiovasculares, ósseas, renais, oftalmológicas, dentre outras. Lesões progressivas nos vasos do sistema nervoso central podem levar a déficits cognitivos, e mais de 10% dos pacientes podem sofrer acidente vascular cerebral (AVC), com sequelas motoras e do desenvolvimento. Anemia Falciforme 20 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). As manifestações clínicas variáveis são explicadas por fatores genéticos, individuais e ainda pelas condições socioeconômicas, pela localização geográfica e pelo acesso à cobertura dos Serviços de Saúde. Esta doença hereditária tão frequente, de caráter crônico, pontuada por eventos agudos, clama por uma atenção ampla, integrada e resolutiva, que envolve o Sistema Único de Saúde em todos os níveis de atenção. Unidade 9 – Medidas Gerais e Tratamento 21 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 09 MEDIDAS GERAIS E TRATAMENTO É fundamental que a pessoa com doença falciforme seja incluída em um Programa de atenção integral, para que além das vacinas do Calendário Básico, ela possa ter acesso a outras vacinas, tais como: antipneumococica, antimeningococica, antigripal, anti-hepatite A e antivaricela. O uso concomitante e profilático da Penicilina Benzatina, dos quatro meses até cinco anos de idade, tem demonstrado uma redução drástica na prevalência da morbidade e mortalidade por infecções causadas por bactérias encapsuladas. Está indicado também o uso diário de Ácido Fólico, devido ao estado hemolítico crônico e a Eritropoiese compensatória pela Medula Óssea. A inclusão das pesquisas de Hemoglobinopatias no Teste do pezinho vem demonstrando ser muito efetivo para a diminuição da mortalidade, pois a identificação precoce e a introdução do tratamento adequado reduzem as complicações, favorecendo o acompanhamento ambulatorial eficaz. Atualmente, a administração da hidroxiureia um agente indutor da formação da hemoglobina fetal, tem demonstrado resultados animadores. Os avanços na prevenção de infecções recorrentes e as intervenções clínicas têm proporcionado o aumento da sobrevida das pessoas com doença falciforme. Anemia Falciforme 22 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 10 SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA A construção de uma política para a “saúde da população negra” no final do século XX foi possível em razão de um contexto político-social propício a absorver às demandas para uma política social antirracista. Deve-se atentar para a participação do Estado ao admitir a necessidade de ações específicas para a população negra no âmbito da saúde, da educação, do trabalho e etc. A nova postura do Estado na década de 1990, contrariandoo até então ideal dominante da democracia racial, foi motivada também pela participação do Brasil em conferências, fóruns e seminários nacionais e internacionais nos quais o país comprometia- se a criar mecanismos de combate à desigualdade racial, tais como as ações afirmativas. Contribuindo também para a recente inserção da dimensão racial nas políticas públicas, encontra-se a atuação de agências internacionais como a ONU (Organização das Nações Unidas), UNESCO, Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) e Fundação Ford, que frequentemente têm apoiado pesquisas que levem em consideração os problemas que atingem a população negra. A formulação de políticas para a população negra no final da década de 1990 revelou mudanças na postura do Estado frente à questão racial no Brasil. Até então, o Estado não havia incorporado diretrizes voltadas para as especificidades das condições de vida da população negra. Partia-se do princípio que as relações raciais no Brasil seriam harmoniosas. A ideia da democracia racial não é mais percebida como um espelho da sociedade brasileira. Ao contrário, o que se verifica é que o debate sobre racismo e desigualdades raciais tornou-se mais intenso nos últimos anos. Neste momento, observa-se que a relevância do ideário da democracia racial, fundamentado na fluidez e ambiguidade das categorias raciais e na celebração da mistura racial, cede lugar a políticas de ação afirmativa nas quais os constructos raciais exigem maior precisão. Unidade 10 – Saúde da População Negra 23 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Contudo, não houve a substituição de um ideário por outro. As duas perspectivas transitam concomitantemente no interior da sociedade brasileira. A diferença é que uma política antirracista que historicamente não havia sido mobilizada como prioridade entre as ações do Estado, destaca-se agora por meio da implementação de programas de ação afirmativa. Sobre a pertinência do mito da democracia racial, este ainda é recorrente na sociedade brasileira, revelando-se parte do entendimento de diferentes parcelas da sociedade sobre “raça” e relações raciais no Brasil. Todavia, o mito da democracia racial divide agora espaço com um novo discurso que está estruturado no pressuposto de que as desigualdades raciais existem e que medidas políticas devem adotadas para a sua superação. Contudo, diversos autores admitem que nos últimos vinte anos os movimentos sociais negros e estudiosos das relações raciais têm destacado as diferentes condições de vida da população negra e a importância da adoção de medidas para a sua superação. Acrescenta-se, ainda a influência de experiências internacionais como os Estados Unidos e países africanos de colonização europeia. Percebe-se que a ideologia da democracia racial é encarada como uma meta a ser alcançada, não deixando de se manter atuante nas percepções sociais mesmo quando se admite a existência das desigualdades. Se as ciências sociais debruçaram-se sobre a questão racial desde muito tempo, é possível identificar atualmente o desempenho e o comprometimento do Estado com essa questão. A implementação de políticas específicas, a exemplo dos programas de ação afirmativa, nos últimos anos, revela que o Estado tem se mobilizado a fim de traçar estratégias de superação das desigualdades raciais. Inserido na discussão sobre a atuação do Estado na implementação de políticas de recorte racial. Estas vêm pressionando o Estado brasileiro a reconhecer os problemas gerados pela desigualdade racial e a comprometer-se com soluções viáveis para o seu enfrentamento. Anemia Falciforme 24 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 11 MANIFESTAÇÕES ORAIS DAS DOENÇAS FALCIFORMES Qualquer tecido ou órgão pode ser afetado pela doença falciforme. O envolvimento e complicações desses órgãos variam muito de pessoa para pessoa. Os efeitos patológicos da doença falciforme são evidenciados em tecidos mineralizados e conectivos do corpo (rins, fígado, baço, pulmão e coração) e nos tecidos do dente. As implicações clínicas e radiográficas devem ser completamente compreendidas para que o tratamento odontológico tenha sucesso. Os sinais de comprometimento odontológicos mais comuns são palidez da mucosa oral como resultado da anemia crônica ou icterícia resultante da hemólise. Nas crianças podem ocorrer o atraso na erupção dos dentes ou um grau de periodontite incomum. Há casos de crianças que apresentam língua lisa, descorada, despapiladas e podem manifestar precocemente deformações dentárias. Alguns estudos epidemiológicos sobre doenças periodontais e cáries realizados em países africanos evidenciaram grande índice dessas doenças, bem como perda dental por necrose pulpar não tratada, em pessoas com doença falciforme em relação à população sem a presença da doença. Alterações ósseas são comuns na população com doença falciforme. A expansão compensatória da medula produz certas mudanças ósseas tais como projeção da maxila com aumento da angulação e separação dos incisos superiores. Unidade 11 – Manifestações Orais Doenças Falciformes 25 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Nas radiografias de aproximadamente 79 a 100% das pessoas com doença falciforme, são vistas mudanças tanto na maxila quanto na mandíbula que, geralmente consistem na diminuição da radiodensidade (osteoporose). 11.2 PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES ORAIS DAS DOENÇAS FALCIFORMES Osteomielite: Apesar da osteomielite acometer mais ossos longos, ela pode acometer os ossos da face. A mandíbula é particularmente de risco devido ao seu suprimento sanguíneo limitado, principalmente na região molar. Uma crise vasoclusiva leva a isquemia e necrose do osso, o que cria um meio favorável para o crescimento bacteriano. Os sintomas da osteomielite são: exsudato no suco gengival, edema facial e linfoedenopatia. Radiograficamente pode ser evidenciado uma grande destruição óssea. A osteomielite da mandíbula na doença falciforme não é necessariamente de origem dental. Pode ser secundária a uma septicemia transitória que infecta a área necrótica infartada de qualquer osso. O tratamento da osteomielite mandibular consiste na combinação de terapias de suporte, abordagem antibiótica e cirúrgica. A hospitalização pode ser necessária. Neuropatia do Nervo Mandibular: A neuropatia permanente que afeta o nervo alveolar inferior após uma crise falcêmica tem sido relatada e resultou em anestesia permanente por mais de 24 meses. A perda da sensação provavelmente se deve a uma isquemia no suprimento sanguíneo para o nervo alveolar inferior. Necrose Pulpar Assintomática: Trombose é a principal manifestação patológica na doença falciforme, particularmente envolvendo aqueles órgãos com circulação terminal, como é o caso da polpa dental. Uma vasoclusão da microcirculação da polpa dental pelas células falcizadas pode levar a necrose pulpar em dentes hígidos. Dor orofacial: pessoas com doença falciforme apresentam um risco nove vezes maior de apresentar dor na área maxilofacial, sendo esta mais frequente e mais duradoura. Durante uma crise falcêmica, uma vasoclusão na polpa do dente pode resultar emdor na ausência de qualquer patologia dental. Anemia Falciforme 26 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Dor de dente devido à crise oclusiva ocorre mais em adultos. Esse fenômeno pode levar a necrose pulpar de um dente saudável ou pode simplesmente ser resolvido em tratamento ativo. Unidade 12 – Alterações Oftalmológicas na Doença Falciforme 27 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 12 ALTERAÇÕES OFTALMOLÓGICAS NA DOENÇA FALCIFORME Na Doença Falciforme a hemoglobina alterada, sob certas circunstâncias, polimeriza-se tornando os eritrócitos rígidos e com maior adesão ao endotélio vascular. Como consequência, pode ocorrer uma gama de manifestações clínicas cujos denominadores comuns são a anemia e os fenômenos vaso oclusivos. Em nenhum local do organismo essas alterações são tão bem observadas como no olho, especialmente na retina. As pessoas com doença falciforme podem apresentar alterações oculares afetadas que se mantêm assintomáticas ao longo dos anos, manifestando-se, em geral, por meio de complicações que podem culminar com a redução da capacidade visual, Às vezes irreversível. Os vasos da conjuntiva e da retina são as estruturas mais frequentemente afetadas. Os primeiros estão associados a alterações mais facilmente detectadas e que não têm implicações severas. As alterações vasculares retinianas, por sua vez, são silenciosas, mas podem ter consequências graves se não detectadas e tratadas em tempo hábil. As alterações vasculares da conjuntiva são referidas com maior frequência em pessoas com genótipo SS. As pessoas com doença falciforme SS apresentam risco aumentado de alteração vasculares de conjuntiva em 8 vezes a mais comparando com pessoas do tipo SC. As alterações vasculares da retina ocorrem com maior frequência em pessoas com hemoglobina SC, entretanto quando ocorrem em indivíduos SS, parecem associar-se a maior gravidade. A retina periférica especialmente temporal é altamente susceptível aos efeitos da vasculopatias das doenças falciforme. Anemia Falciforme 28 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Os eventos que levam à retinopatias proliferativa começam nesta região. A sequência de eventos que caracteriza a doença retiniana nas fases não proliferativas e não proliferativas foram classificadas na década de 70. A frequência da retinopatia proliferativa é referida como variável entre 5 a 10%, dependendo do genótipo do paciente, sendo mais comum nos indivíduos SC que nos demais SS e S beta-talassemia. A pesar da retinopatia proliferativa falciforme ter início na primeira década de vida, alguns investigadores relatam que metade dos casos de cegueira a ela associados ocorre entre 22 e 28 anos de idade. Outro sinal ligado a oclusão vascular da retina incluem alteração de pigmentação semelhante à cicatrização coriorretinianas, alterações isquêmicas crônicas da rede capilar (maculopatia falciforme), atrofia de íris e aumento da glândula lacrimal. O nervo óptico também pode exibir alteração, expressão da estagnação temporária de eritrócitos na circulação da papila, semelhantes aquelas observadas na conjuntiva. A oclusão da artéria central da retina é um evento raro, mas que pode ocorrer nestes pacientes, especialmente nas condições que alteram a homeostase, como gravidez, terapia hiperosmótica para glaucoma, trauma contuso, desidratação e febre. O intervalo de tempo para o aparecimento das manifestações oculares é aspecto de controvérsias entre os pesquisadores. As diferenças observadas em diversos estudos podem refletir as variações nos moduladores genéticos dos aspectos clínicos da doença falciforme em diferentes populações. Unidade 13 – Manejo da Dor na Doença Falciforme 29 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 13 MANEJO DA DOR NA DOENÇA FALCIFORME A dor é uma experiência que se caracteriza pela sua individualidade, subjetividade e complexidade. A Associação Internacional para o Estudo da Dor a define como sendo uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão real, potencial ou descrita nos termos desta lesão. A dor relacionada à doença falciforme é imprevisível, recorrente, frequentemente intensa e persiste durante toda a vida do indivíduo. É a causa mais frequente de procura das unidades de emergências e internações hospitalares, devido a repercussões dessa dor na qualidade de vida do indivíduo. Especificamente questões intrapessoal, interpessoal, educacional e social afetando a família, o paciente e os profissionais de saúde são barreiras para adequada avaliação da dor na pessoa com a doença falciforme. Apesar dos avanços no conhecimento da fisiologia da dor, do desenvolvimento de métodos de avaliação para a dor nos lactente pré-verbal e da existência de medidas terapêuticas para o alívio da dor, ainda há uma lacuna entre o conhecimento teórico e a conduta prática por parte dos profissionais de saúde. 13.1 PRINCÍPIOS GERAIS A RESPEITO DA DOR RELACIONADA A DOENÇA FALCIFORME Reconheça que a dor da doença falciforme varia com relação a sua intensidade, duração e localização, tanto para o mesmo paciente quanto para pacientes diferentes. Reconheça que a dor da doença falciforme pode ser mais severa que a dor do pós-operatório. Anemia Falciforme 30 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Reconheça que essa dor é imprevisível, frequentemente leva a perda do controle e do sentido de autossuficiência. Reconheça que certos grupos de pacientes estão em particular risco para o subtratamento da dor, sendo estes crianças, pacientes cognitivamente afetados e emocionalmente desequilibrados. 13.1.1 A dor pode ser avaliada através dos Parâmetros fisiológicos do paciente Observação comportamental Auto relato do paciente com relação à dor. 13.1.2 Parâmetros Fisiológicos para avaliação da dor Taquicardia Hipertensão Diminuição da SPO2 Hipóxia 13.1.3 Instrumentos de Avaliação da Dor: ESCALAS Escala de Intensidade: Utilizando as cores na identificação da dor Escala de Intensidade da dor: utilizado a variação de zero até dez. Unidade 13 – Manejo da Dor na Doença Falciforme 31 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 13.1.4 Método de Avaliação: QUESTT Q: Pergunte a criança (QUESTION) U: Utilize a escala de avaliação (USE) E: Avalie a conduta (EVALUATE) S: Assegure o envolvimento dos pais (SECURE) T: Leve em conta a causa da dor (TAKE) T: Tome uma atitude(TAKE) 13.1.5 Manejo da dor persistente: Poucos movimentos corporais do paciente. Hipoatividade Face sem expressão Decréscimo da frequência cardíaca Variabilidade respiratória Hipoventilação Anemia Falciforme 32 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 13.1.6 Intervenções Não - Farmacológicas no manejo da dor: Diminuir níveis de barulho na unidade Diminuir iluminação na unidade Mínimo manuseio ao paciente Favoreça relaxamento do paciente Converse com o paciente sobre a dor. 13.1.7 Tratamento Farmacológico de Manejo da Dor A medicação deve ser parte de um tratamento integrado e individualizado. Esse plano de tratamento é baseado na avaliação de múltiplas dimensões da dor. A continuidade e a consistência do manuseio farmacológico são cruciais especialmente para paciente com inúmeros episódios de dor e frequentes internações hospitalares. É desejável o tratamento precoce da dor com doses adequadas de analgésicos. 13.1.8 Antiinflamatórios não-hormonais: Os antiinflamatórios não hormonais são os principais medicamentos do grupo de analgésicos não opioides. Essa classe de drogas inibe a ação das prostaglandinas e do tromboxano, liberados durante a agressão tecidual. Estes agentes têm uma dose teto, além da qual a intensificação da dose não resulta em analgesia. O paciente deve ser orientado a não exceder a dose de segurança desses medicamentos. Indicação: Processos dolorosos leves e/ou moderados. Unidade 13 – Manejo da Dor na Doença Falciforme 33 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 13.1.9 Analgésico opióide Uma das medicações mais importantes utilizadas para dor intensa. Atuam através de receptores opióides espalhados pelo SNC, cuja ativação inibe a transmissão do estímulo nociceptivo aos centros superiores de processamento e associação. Os opioides inibem a aferência da dor da medula na medula espinhal e, simultaneamente, ativam as vias corticais descendentes inibitórias da dor, levando, assim à analgesia. As preparações de codeína e de oxicodeína podem ser usadas para dor moderada. A morfina é a droga de escolha para dores severas. Ela pode ser administrada via oral ou parenteral. Para alívio imediato ou para manutenção do alívio. 13.1.10 Efeitos colaterais Depressão respiratória Tolerância Dependência física Via de administração: Endovenosa Oral Intramuscular PARACETAMOL DIPIRONA IBUPROFENO Anemia Falciforme 34 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 13.1.11 Morfina É o agonista do receptor “m” padrão, constituindo-se em um potente analgésico e um bom sedativo. Via: endovenosa Efeitos colaterais: Depressão respiratória Náuseas Vômito Retenção urinária Broncoespasmo Hipotensão arterial MORFINA FENTANIL TRAMADOL Unidade 14 – Manejo da das Úlceras Maleolares na Doença Falciforme 35 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 14 MANEJO DAS ÚLCERAS MALEOLARES NA DOENÇA FALCIFORME O manejo adequado das úlceras e feridas e a promoção do autocuidado em pessoas com DF permitem redução do tempo e melhora na cicatrização dessas lesões. Úlcera crônica é perda de substância cutânea, sem tendência à cicatrização. As úlceras de perna estão presentes em 8 a 10% das pessoas com DF, principalmente após a primeira década de vida. Em pessoas com hemoglobina (Hb) SS, a incidência é maior, entre 10 e 20%. Mostra-se menor sua incidência em pessoas com Hb SC. Essas úlceras costumam aparecer entre 10 e 50 anos, e são mais comuns entre pessoas do sexo masculino. O aparecimento de úlceras e feridas é bastante comum em áreas com menor tecido subcutâneo e pele fina, a exemplo da região maleolar interna ou externa, tibial anterior, área do tendão de Aquiles e, em menor número, no dorso do pé. Seu aparecimento pode ser espontâneo ou decorrente de pequenos traumas. Podem, no entanto, ser evitadas por meio de prevenção primária, inibindo-se os fatores desencadeadores. A recorrência é costumeira e com cicatrização mais lenta do que a verificada em outras etiologias. Isso decorre das condições circulatórias locais, considerando que a pele da perna possui a menor vascularização de toda a superfície corporal. Além disso, existe maior pressão hidrostática, o que prejudica o retorno venoso e facilita a estase sanguínea. Esta é geradora da estase globular e, eventualmente, da trombose. Os principais mecanismos da fisiopatologia são: a obstrução dos vasos pelas hemácias falcizadas – vaso-oclusão (o que aumenta a pressão hidrostática capilar e Anemia Falciforme 36 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). venosa); a alteração da concentração de hemoglobina fetal; a inibição do óxido nítrico; e os fatores genéticos. Ao ocorrer na pele, a vaso-oclusão provoca hipóxia tecidual e necrose da região do tornozelo. Os leucócitos e plaquetas participariam da vaso-oclusão, mediante a liberação de fatores mediadores da inflamação. Estes são capazes de promover a adesão da hemácia e do reticulócito ao endotélio, diminuindo o fluxo de sangue e provocando danos tecidual. A incidência de úlcera é menor nas pessoas que apresentam níveis elevados de hemoglobina fetal (HbF). Níveis mais baixos de HbF estão relacionados à anemia mais intensa, o que amplia a hipóxia tecidual. Os haplótipos estão associados à expressão do gene da ੪-globina. As pessoas com os haplótipos dos tipos Senegal, Indiano e Camarões apresentam níveis mais altos de hemoglobina fetal (HbF). No caso do haplótipo CAR, esses níveis são mais baixos de HbF. Este último haplótipo é prevalente na Bahia. O haplótipo do tipo Benin apresenta-se em níveis intermediários. O óxido nítrico (ON) é um gás produzido pelo endotélio vascular. Constitui potente regulador do tônus da musculatura lisovascular. Promove vasodilatação mediante o relaxamento da musculatura lisa do vaso. Controla a pressão do sangue e inibe a adesão plaquetária. A hemólise intravascular está relacionada a uma depleção dos níveis de ON e a uma maior tendência à vasoconstrição. Unidade 15 – Triagem Neonatal: Teste do Pezinho 37 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 15 TRIAGEM NEONATAL: TESTE DO PEZINHO O Ministério da Saúde por meio da Portaria Ministerial nº 822, de junho de 2001, instituiu o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) com três fases de implantação, considerando os níveis desenvolvimento do sistema local. Estimativas daONU indicam que 10% da população brasileira sofrem de algum tipo de deficiência. 1/5 desse total é portador de doença mental. Para alcançar índices menores o Teste do Pezinho deve ser realizado. O diagnóstico precoce é essencial para que a criança se desenvolva visto que é implementado o tratamento preventivo. O procedimento foi então incluído na tabela SIA/SUS na seção de Patologia Clínica, podendo ser cobrado por todos os laboratórios credenciados que realizassem o procedimento. Dentre os principais objetivos do programa, destacam-se a ampliação da gama de patologias triadas (Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias e Fibrose Cística), busca da cobertura de 100% dos nascidos vivos e a definição de uma abordagem mais ampla da questão, determinando que o processo de Triagem Neonatal envolva várias etapas como: a realização do exame laboratorial, a busca ativa dos casos suspeitos, a confirmação diagnóstica, o tratamento e o acompanhamento multidisciplinar especializado dos pacientes. Dessa forma, o PNTN cria o mecanismo para que seja alcançada a meta principal, que é a prevenção e redução da morbimortalidade provocada pelas patologias triadas. O processo do PNTN envolve as estruturas públicas nos três níveis de governo, municipal, estadual e federal proporcionando uma mobilização ampla em torno das ações relacionadas à Triagem Neonatal como um programa de Saúde Pública em nosso País. Anemia Falciforme 38 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). O Teste do Pezinho faz parte desse Programa de Triagem Neonatal – Toda criança ao nascer tem o direito de realizá-lo e os pais o dever de exigi-lo. Quando falamos em Teste do Pezinho, nos referimos a exames que são realizados a partir da coleta de algumas gotinhas de sangue do calcanhar do bebê e que podem diagnosticar inúmeras doenças. É muito importante que todos os futuros papais e mamães busquem informações sobre esse exame no planejamento familiar, no pré-natal e também durante a internação para o parto. O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, em conformidade com o Sistema Único de Saúde – SUS, prevê que o serviço público de saúde garanta a realização do exame, gratuitamente, enquanto direito do cidadão e dever do Estado. Sendo assim, o Ministério da Saúde, a partir da Portaria 822 de 06/06/01, cria o Programa Nacional de Triagem Neonatal – PNTN, onde trabalha-se para que cada estado brasileiro tenha pelo menos um Serviço de Referência em Triagem Neonatal – SRTN, o que já acontece quase que plenamente em todo o país. São Paulo e Rio de Janeiro, são estados privilegiados, pois possuem mais de um desses serviços, o que em muito deve contribuir para se atingir a meta de cobertura de 100% das crianças nascidas nesses estados. Para a família, é importante saber que o Teste do Pezinho tem que ser realizado preferencialmente entre o 3º e o 7º dia de vida do bebê. A realização do exame na primeira semana será fundamental para o sucesso do trabalho preventivo a ser realizado nos casos de diagnóstico confirmado. Não se pode esquecer-se de fornecer, no dia da coleta, o endereço completo e pelo menos um número de telefone, fixo ou celular. Algumas das doenças rastreadas pelo exame do Teste do Pezinho podem causar, em poucos meses, danos ao sistema nervoso central da criança podendo levar a deficiência mental severa e irreversível. Alguns estados brasileiros só realizam a triagem de algumas patologias no Teste do Pezinho tais como Fenilcetonúria, Hipotireioidismo Congênito e Anemia Falciforme Unidade 15 – Triagem Neonatal: Teste do Pezinho 39 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). (Hemoglobinopatias). Outros estados pesquisam outras patologias tais como a Fibrose Cística. Todas as patologias pesquisadas, apesar de não terem cura, possuem tratamento que será sempre mais eficiente quando iniciado precocemente. Nos casos de diagnóstico para Fenilcetonúria e Hipotireoidismo, quando iniciado tratamento precoce, em ambulatório especializado, a criança poderá crescer sem riscos para seu desenvolvimento físico, mental ou intelectual. Nos casos de diagnóstico para Hemoglobinopatias, o tratamento terá que ocorrer em ambulatório especializado onde exista serviço de hematologia de referência. Anemia Falciforme 40 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 16 AS DOENÇAS DETECTADAS NO TESTE DO PEZINHO REALIZADO PELA REDE PÚBLICA 16.1 ANEMIA FALCIFORME É uma alteração genética do formato do glóbulo vermelho do sangue, causa anemias, maior incidência de infecções, crises de dor e pode levar ao óbito quando não tratada. O tratamento consiste em profilaxia de antibiótico até os 5 anos, controle de infecções, vacinação complementar, transfusão quando necessário, reposição de vitamina (ácido fólico) e acompanhamento periódico. Unidade 16 – As Doenças Detectadas no Teste do Pezinho Realizado pela Rede Pública 41 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 16.2 FENILCETONÚRIA É uma doença congênita do metabolismo. A criança que tem essa doença não consegue metabolizar ou digerir uma proteína específica que ingerimos em nossa alimentação diária. O excesso dessa substância no organismo pode causar deficiência mental severa quando não tratada. Um aminoácido (parte da proteína) chamado Fenilalanina acumula-se no organismo e poderá atacar em pouco tempo o Sistema Nervoso Central. Se não houver tratamento precoce o dano causado será irreversível. O tratamento baseia-se na restrição da ingestão de alimentos que contenham esta proteína. Utilizam-se apenas alimentos isentos de fenilalanina. É necessário acompanhamento permanente em serviço especializado com nutricionista. Essas pessoas tem que se submeter a uma dieta muito severa e cara. O governo tem subsidiado a farinha que é importada e é a base da alimentação sem a fenilalanina. Agora já temos produtos nacionais que também podem ser consumidos por eles, mas ainda são poucos. Em breve estaremos colocando uma lista dos alimentos proibidos e os que podem ser utilizados normalmente. Com esse cuidado a pessoa terá um desenvolvimento normal, mas isso deve ser feito por toda a vida. 16.3 HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO É a deficiência de hormônios da glândula tireoide. Esses hormônios são necessários para o desenvolvimento adequado do sistema nervoso central e para o crescimento. A falta destes hormônios leva a deficiência mental severa e a deficiência do crescimento e são irreversíveis quando não tratadas de forma correta e precoce. O tratamento é simples e barato, deve-se dar uma dose diária de hormônio sob a forma de comprimido. É necessário também manter acompanhamento em serviço especializado. 16.4 GALACTOSEMIA A galactose presente no leite causa, nas crianças com galactosemia, um quadro grave marcado por catarata, convulsões e diarreia. Anemia Falciforme 42 Este material é parteintegrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 16.5 HIPERPLASIA ADRENAL Distúrbio no metabolismo que pode levar à desidratação aguda e na menina, a masculinização dos órgãos genitais. 16.6 FIBROSE CÍSTICA Doença genética que causa problemas respiratórios e gastrointestinais crônicos. 16.7 DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE A carência da biotina pode levar a convulsões, falta de equilíbrio, hipotonia, lesões na pele, perda de audição, retardo no desenvolvimento a acidose metabólica. 16.8 G6PD A deficiência de Glicose-6-Fosfato Desidrogenase é a enzimopatia mais comum podendo apresentar grave icterícia neonatal ("amarelão") ou anemia hemolítica (ruptura dos glóbulos vermelhos). 16.9 MCAD Distúrbio Genético que interfere na utilização dos Ácidos Graxos como fonte de energia para o organismo. É uma doença genética potencialmente fatal que pode provocar o quadro de Síndrome da Morte Súbita. Unidade 16 – As Doenças Detectadas no Teste do Pezinho Realizado pela Rede Pública 43 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 16.10 A ESPECTROMETRIA DE MASSA EM TANDEM: É uma técnica que permite uma extensa pesquisa relacionada a Erros Inatos do Metabolismo dos ácidos orgânicos e dos aminoácidos 16.11 TÉCNICA DE COLETA DO TESTE DO PEZINHO Para que haja uma boa circulação de sangue nos pés da criança, suficiente para a coleta, o calcanhar deve sempre estar abaixo do nível do coração. A mãe, o pai ou o acompanhante da criança deverá ficar de pé, segurando a criança na posição de arroto. 16.11.1 A coleta só pode ser feita após o segundo dia de vida O profissional que vai executar a coleta deve estar sentado, ao lado da bancada, de frente para o adulto que está segurando a criança. 1. Realizar a antissepsia do calcanhar com algodão ou gaze levemente umedecida com álcool 70%. Massagear bem o local, ativando a circulação. Certificar-se de que o calcanhar esteja avermelhado. Aguardar a secagem completa do álcool. Obs.: O álcool pode causar hemólise. Deve-se evitar álcool colorido ou iodado, pois podem dar alterações no resultado do exame. Anemia Falciforme 44 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 2. A punção deve ser executada numa das laterais da região plantar do calcanhar, locais com pouca possibilidade de se atingir o osso. Deve-se evitar o uso de agulhas. 3. Segure o pé e o tornozelo da criança, envolvendo com o dedo indicador e o polegar todo o calcanhar, de forma a imobilizar, mas não prender a circulação. 4. Penetrar num único movimento rápido toda a ponta da lanceta (porção triangular) no local escolhido, fazendo em seguida um leve movimento da mão para a direita e esquerda, para garantir um corte suficiente para o sangramento necessário. Unidade 16 – As Doenças Detectadas no Teste do Pezinho Realizado pela Rede Pública 45 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 5. Aguarde a formação de uma grande gota de sangue. Retire-a com algodão seco ou gaze esterilizada. Ela pode conter outros fluidos teciduais que podem interferir nos resultados dos testes. 6. Encoste o verso do papel filtro na nova gota que se forma na região demarcada para a coleta (círculos) e faça movimentos circulares com o papel, até o preenchimento de todo o círculo. Deixe o sangue fluir naturalmente e de maneira homogênea no papel, evitando concentração de sangue. Anemia Falciforme 46 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 17 ESCLARECENDO DÚVIDAS SOBRE A ANEMIA FALCIFORME 17.1 O QUE É DOENÇA FALCIFORME? É uma doença genética (causada pela presença de dois genes alterados), hereditária (ou seja, é herdada dos pais). Estes genes provocam uma alteração nos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias). Tais alterações vão provocar variados sinais e sintomas indicativos da doença falciforme. 17.2 COMO ACONTECEM ESTAS ALTERAÇÕES? O gen envolvido está ligado à produção de hemoglobina, que é o pigmento (corante) responsável pela cor vermelha do sangue. Quando a hemoglobina não está alterada (ou seja, tenha o gen A), ela contribui para que o glóbulo vermelho tenha um formato arredondado, parecido com uma bala Soft muito pequenina. Naquelas pessoas com o gen alterado (gen S), a hemoglobina, sob determinadas situações que provoquem baixa de oxigênio no sangue, muda o formato do glóbulo vermelho e ele fica parecido com uma foice (falciforme que dizer parecido com foice). Existem diferentes formas de alteração do gen da hemoglobina. Estas formas são chamadas de S, C, D e talassemia. Unidade 17 – Esclarecendo Dúvidas Sobre a Anemia Falciforme 47 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 17.3 COMO SE “PEGA” ESTA DOENÇA? A doença falciforme acontece naquelas pessoas que herdaram de cada um de seus pais um gen da hemoglobina) alterado. Ou seja, quando tem dois genes alterados (chamados SS, SC, SD ou S talassemia). 17.4 ISTO QUER DIZER QUE OS PAIS TAMBÉM TÊM A DOENÇA? Não. Pois os pais podem ser portadores do traço falcêmico, mesmo sem saber (sendo então AS). Ou podem ter a doença. 17.5 DOENÇA FALCIFORME É O MESMO QUE ANEMIA FALCIFORME? Não. Doença falciforme refere-se a variadas formas de união do gen S com outros genes alterados para a hemoglobina (hemoglobinopatias, ou doenças da hemoglobina, com os pares SS, SC, SD ou Stalassemia. Anemia falciforme somente refere-se às pessoas portadoras do par SS. 17.6 A MULHER PORTADORA DE DOENÇA FALCIFORME PODE ENGRAVIDAR? Sim. Gravidez deve ser sempre uma escolha da mulher ou do casal. A mulher portadora da doença falciforme vai precisar de cuidados especiais durante a gravidez. 17.7 TODA PESSOA QUE TEM O TRAÇO FALCÊMICO VAI TER FILHOS COM A DOENÇA? Não. A pessoa que tem o traço pode ter filhos com ou sem o traço. Com ou sem a doença. As chances são variadas. Mas para ter filhos com a doença é preciso que os dois, o casal, sejam portadores do traço falcêmico ou tenham a doença falciforme. Anemia Falciforme 48 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Mesmo assim não se pode ter certeza. Somente quando pai e mãe têm a doença falciforme é que os filhos com certeza terão a doença. 17.8 A DOENÇA FALCIFORME TEM CURA? Não. As doenças genéticas ainda não têm cura. Mas tem tratamento e controle.E a pessoa pode conviver com ela, com apoio dos serviços de saúde. 17.9 COMO É QUE SE PODE SABER SOMOS PORTADORES DA DOENÇA? O diagnóstico pode ser feito de várias formas: Se os pais sabem que são portadores do traço ou da doença, quando nascem seus filhos buscam fazer exames neles para confirmar ou não a presença de doença falciforme, mesmo se as crianças não apresentarem sintomas. Na consulta do pediatra, quando este encontra o baço da criança aumentado, anemia ou icterícia; Na emergência, em crianças com sintomas agudos da doença falciforme; Em crianças maiores ou adolescentes que apresentem complicações agudas; Através de um exame do sangue. O Programa de Anemia Falciforme do Ministério da Saúde recomenda que este exame seja feito no recém-nascido através do teste do pezinho (triagem neonatal). Na criança maior e no adulto o exame de sangue chamado eletroforese de hemoglobina informa se a pessoa tem o traço ou se tem a doença ou não. Unidade 17 – Esclarecendo Dúvidas Sobre a Anemia Falciforme 49 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 17.10 O EXAME É CARO? A rede pública, através do SUS, deve estar preparada para fazer este exame. O que quer dizer que o custo do exame já foi pago pelos nossos impostos. 17.11 O QUE UMA PESSOA QUE TEM A DOENÇA SENTE? Os sinais e sintomas são variados. Algumas pessoas têm sintomas leves e outras apresentam: Crises de dor: nos ossos, articulações, músculos, abdômen ou tórax, podendo aparecer em qualquer parte do corpo; Palidez, cansaço fácil; Icterícia – que é a cor amarela, mais visível no branco dos olhos. Não é contagiosa; Mãos e pés inchados, vermelhos e dolorosos, chamada de síndrome mão-pé; Feridas (úlceras) principalmente nos tornozelos, que geralmente começam na adolescência e demoram a curar-se; Maior chance de adquirir infecções principalmente na garganta, pulmões e ossos. Ou complicações destas; 17.12 QUAL É O TRATAMENTO? Não há cura para a doença falciforme. Existem tratamentos de duas espécies: o que visa manter a saúde e prevenir complicações é chamado de medidas gerais; e o tratamento dirigido a situações específicas. As medidas gerais incluem: Educação do portador e da família, para que aprendam a conviver com a doença; Vacinação, incluindo vacina contra pneumonia, tétano e hepatite B; Anemia Falciforme 50 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Uso de penicilina para evitar septicemia; Uso de ácido fólico, que é uma vitamina que ajuda na produção de glóbulos vermelhos; Acompanhamento da anemia, para detectar e tratar em caso de piora. No entanto, na maioria dos casos não se deve fazer transfusões de sangue; Exames regulares de fundo de olho, exames do coração, dos rins, fígado; Exames adicionais quando se encontra alguma alteração nos exames acima; Prevenção ou tratamento de complicações; Orientação psicológica; Acesso a tratamento dentário. Unidade 18 – Avaliação Nutricional do Paciente com a Doença Falciforme 51 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 18 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE COM A DOENÇA FALCIFORME O crescimento e o desenvolvimento constituem o resultante final de um conjunto de fatores que podem ser divididos em extrínsecos (dieta, atividade física e ambiente) e intrínsecos (genética e fatores hormonais). A doença falciforme tem um impacto significativo no processo de crescimento e desenvolvimento da criança e do adolescente, podendo ocasionar déficits de peso e estatura, atraso na maturação sexual e problemas de aprendizagem. Dessa forma a avaliação nutricional é o primeiro passo para o atendimento nutricional adequado. Na doença falciforme está avaliação é de suma importância para que a conduta adotada contribua para retardar ou minimizar os efeitos das complicações próprias da doença, permitindo uma melhor qualidade de vida para as pessoas. A avaliação nutricional corresponde a análise de um conjunto de fatores que interferem no diagnostico nutricional. É preciso avaliar os sinais e sintomas clínicos, exames bioquímicos, hábitos alimentares, condições socioeconômicas e indicadores antropométricos, para se obter o diagnóstico final. Anemia Falciforme 52 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 19 A DOENÇA FALCIFORME E AS ALTERAÇÕES OCULARES Na Doença Falciforme a hemoglobina alterada, sob certas circunstâncias, polimeriza-se tornando aos eritrócitos rígidos e com maior adesão ao endotélio vascular. Como consequência, pode ocorrer uma gama de manifestações clínicas cujos denominadores comuns são a anemia e os fenômenos vaso oclusivos. Em nenhum local do organismo essas alterações são tão bem observadas como no olho, especialmente na retina. As pessoas com doença falciforme podem apresentar alterações oculares que se manifestem assintomáticas ao longo dos anos, manifestando-se, em geral por meio de complicações que podem culminar com a redução da capacidade visual, às vezes irreversíveis. Os vasos da conjuntiva e da retina são as estruturas mais frequentemente afetadas. Os primeiros estão associados a alterações mais facilmente detectadas e que não tem implicações severas. As alterações vasculares retinianas, por sua vez são silenciosas, mas podem ter consequências graves se não detectadas e tratadas em tempo hábil. As alterações vasculares da conjuntiva são referidas com mais frequência em pessoas com genótipo SS. As pessoas com doença falciforme SS apresentam risco aumentado de alterações vasculares da conjuntiva em 8,8 vezes, quando comparadas às com fenótipos SC. As alterações vasculares da retina ocorrem com maior frequência em pessoas com hemoglobina SC, entretanto quando ocorrem, em indivíduos com fenótipo SS, parece associar-se a maior gravidade. A frequência da retinopatia proliferativa é referida como variável entre 5 a 10%, dependendo do genótipo do paciente, sendo mais comum nos indivíduos SC que nos demais. Unidade 19 – A Doença Falciforme e as Alterações Oculares 53 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Outros sinais ligados às oclusões vasculares da retina e da úvea incluem alterações pigmentares semelhantes a cicatrizes coriorretinianas, alterações isquêmicas crônicas da rede capilar perimacular (macula falciforme), atrofia da íris e aumento da glândula lacrimal. Anemia Falciforme 54 Este material é parte integrante do curso online "Anemia Falciforme" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). AVALIAÇÃO Responda a avaliação abaixo em sua conta, no
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