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1 Clínica Médica Farmacologia HAS Arthur Linhares de Almeida : 201910865 : UniFOA Introdução → apenas 10-15% dos pacientes apresentam HAS secundária (casos em que é possível estabelecer a etiologia da hipertensão) → maioria dos casos o da PA ocorre por aumento global da resistência ao fluxo sanguíneo por meio das arteríolas; normalmente o débito cardíaco está normal → fatores genéticos, estresse psicológico e fatores ambientais e fatores ambientais e nutricionais contribuem para o desenvolvimento da HAS → PA = DC x RVP • PA - Pressão Arterial • DC – Débito Cardíaco • RVP – Resistência Vascular Periférica → mecanismos de regulação da PA • mecanismo neural – barorreceptores (ajustes rápidos e contínuos da PA) • mecanismo humoral – SRAA () • mecanismos locais – NO, PGs → todos fármacos anti-hipertensivos agem em 1 ou + locais anatômicos de controle → faz-se uma divisão de fármacos de acordo com seus principais locais reguladores: • diuréticos – realizam depleção de Na+, diminuição vol sanguíneo e outros mecanismos • agentes simpaticoplégicos – reduzem RVP, inibem função cardíaca e aumentam acúmulo venoso nos vasos de capacitância • vasodilatadores diretos – relaxamento da m liso vascular, dilatando vasos de RVP • fármacos que interferem com o SRAA – reduzem RVP e (potencialmente) volume sanguíneo 2 Clínica Médica Fármacos que Alteram a Função do SN Simpático → tratam hipertensão moderada-grave → subclasses apresentam diferentes padrões de toxicidade potencial → todos qnd usados isoladamente tem efeito limitado pela retenção renal de sódio e expansão do volume sanguíneo; uso mais efetivo qnd uso é feito junto a diurético Simpaticoplégicos de Ação Central (Metildopa, Clonidina (Guanabenzo e Guanfacina)) → raramente utilizados atualmente → mecanismo de ação: reduzem descarga simpática dos centros vasomotores; são agonistas de receptores -2 → local de ação: receptores -2 no tronco cerebral → efeito: reduzem RVP, FC e DC; diminuição da resistência vascular renal → Guanabenzo e Guanfacina não oferecem qlqr vantagem em relação à Clonidina; raramente usados 3 Clínica Médica → Metildopa • prescrito normalmente durante a gravidez • ef colaterais: sedação (início do tratamento); cansaço mental persistente e diminuição da concentração mental (a longo prazo); em casos particulares pesadelos, depressão mental, vertigem e sinais extrapiramidais; pode ocorrer lactação (devido a secreção de prolactina); obs.: interrupção geralmente resulta em regressão imediata das anormalidades → Clonidina • não deve ser administrada a pacientes que correm risco de depressão mental • além da diminuição da resist vasc renal ocorre tbm manutenção do fluxo sanguíneo renal • ef colaterais: ressecamento da boca e sedação; interrupção após uso prolongado pode causar crise hipertensiva potencialmente fatal, mediada por atividade do SNS Bloqueadores Ganglionares (Mecamilamina e Trimetafan) → maioria não está mais disponível → efeitos tóxicos intoleráveis relacionados com sua ação primária → mecanismo de ação: competição com bloqueadores colinérgicos nicotínicos → local de ação: neurônio pós-ganglionar colinérgico nicotínico da acetilcolina → efeitos: taquicardia leve → ef colaterais: simpaticoplegia (hipotensão ortostática excessiva e disfunção sexual) e parassimpaticoplegia (constipação intestinal, retenção urinária, precipitação de glaucoma, visão turva, ressecamento da boca) Bloqueadores do Neurônios (Terminais Adrenérgicos) (Reserpina e Guanetidina) → uso limitado pelos efeitos colaterais → mecanismo de ação: impedem a liberação normal da norepinefrina dos neurônios → local de ação: neurônios simpáticos pós- ganglionares → efeitos: redução da ativ cardíaca → Guanetidina • geralmente associada à diurético para redução de colaterais • efeitos: venodilatação • ef colaterais: hipotensão, ejaculação tardia ou retrógrada e diarreia → Reserpina • efeitos: vasodilatação • ef colaterais: sedação, cansaço, pesadelos, depressão mental grave, efeitos q se assemelham à doença de Parkinson, diarreia leve, cólicas gastrintestinais e aumento de secreção de ác gástrico Antagonistas dos Receptores Adrenérgicos Bloqueadores dos Receptores - adrenérgicos / Betabloqueadores → úteis para prevenção de taquicardia reflexa por consequência de tratamento com vasodilatadores diretos → mecanismo de ação: bloqueio de receptores beta (antagoniza efeitos das catecolaminas endógenas e reduz liberação de renina) → efeitos: redução DC (por redução de inotropismo e cronotropismo cardíacos); redução de consumo de O2 miocárdio (efeito antianginoso) e efeito antiarrítmico → ef colaterais: broncoespasmo, bradiarritmias, claudicação intermitente, alteração do perfil lipídico com redução da capacidade física e impotência sexual → contraindicações: • asma/ DPOC • insuficiência arterial periférica • bloqueios AV • DM – contraindicação relativa – na DM2 reduz secreção insulínica e na DM1 podem causar hipoglicemia de jejum → classificação qnt a seletividade do bloqueio • ñ seletivos: inibem receptores -1 e -2 • -1 seletivos 4 Clínica Médica → classificação qnt a lipossolubilidade • lipossolúveis: passam pela barreira hematoencefálica podendo acarretar efeitos adverso no SNC (comum com o Propanolol • ñ lipossolúvel: ñ atravessam a barreira hematoencefálica (pouco/nenhum efeito colateral sobre o SNC) → atividade simpaticomimética intrínseca: alguns betabloq possuem são agonistas parciais beta (menor efeito adverso cardíaco e menor interferência no perfil lipídico; ex.: Pindolol) → Propanolol • bloqueio ñ seletivo • indicado para pacientes com HAS após infarto do miocárdio e com insuf cardíaca • atualmente substituído por betabloqueadores seletivos, como o metoprolol e o atenolol • ef colaterais: Bloqueadores Alfa-Adrenérgicos (Prazosina, Doxazosina e Terazosina) → alto custo → usados normalmente em homens com hipertensão e hiperplasia prostática benigna concomitantes → mecanismo de ação: bloqueio periférico seletivo de receptores -1 pós-sinápticos → efeitos: redução RVP, vasodilatação e venodilatação → ef colaterais: fenômeno da primeira dose; retenção de sal e de H2O qnd são administrados sem diuréticos → mais efetivos qnd administrado com diuréticos e betabloq 5 Clínica Médica Vasodilatadores → atuam melhor em combinação com outros fármacos anti-hipertensivos → efeito: relaxamento da musculatura lisa das arteríolas causando redução da RVP → Hidralazina • hipertensão grave • efeitos: dilata arteríolas, mas n veias; i • ef colaterais: cefaleia, náuseas, anorexia, palpitações, sudorese e rubor; síndrome Lúpus-Símile; • deve ser considerada a combinação com nitratos principalmente em casos de negros com insuficiência cardíaca; pode levar a angina ou arritmias isquêmicas em pacientes com cardiopatias isquêmicas e taquicardia reflexa → Minoxidil • usado qnd hidralazina ñ tem resultados satisfatórios • mecan. de ação: abertura dos canais de potássio nas membranas vasculares • efeito: dilata arteríolas mas n veias • ef colaterais: cefaleia, sudorese e Hipertricose; taquicardia, palpitações, angina e edema caso ñ ocorra administração de betabloq e diuréticos → Nitroprussiato de Sódio • usado emergências hipertensivas; efeitos duram de 1-10min após suspensão • mecan. de ação: liberação de NO, q ativa via guanilatociclase-GMPc • efeitos: dilata os vasos arteriais e venosos, com consequente redução da RVP e do retorno venoso; pouco aumento da FC; redução do consumo de O2 • ef colaterais (normalmente qnd mantidos por mais de 1h): acúmulo de cianeto (acidosemetabólica hipotensão excessiva e morte); acúmulo de tiocianato (comum em administração prolongada)(fraqueza, desorientação, psicose, espasmos musculares convulsões); há casos de metemoglobinemia durante a infusão • pode-se administrar tiossulfato de sódio ou hidroxicobalamina para tratamento/profilaxia dos ef colaterais → Diazóxido • emergências hipertensivas; efeito persiste de 4-12h • mecanismo de ação: abre canais de potássio e estabilizar potencial de membrana em repouso • efeitos: dilatação arteriolar prolongada • ef colaterais: hipotensão excessiva (pode levar a AVE e infarto do miocárdio); hiperglicemiante; resposta simpática reflexa pode causar angina, evidências eletrocardiográficas de isquemia e insuficiência cardíaca em pacientes com cardiopatia isquêmica; retenção renal de sal e água Bloqueadores dos Canais de Cálcio → eficácia superior q betabloq e IECAs em negros → excelente ação em idosos → mecanismo de ação: bloqueiam os canais de cálcio presentes na memb celular (artérias, arteríolas e miocárdio), levando a redução de influxo de cálcio oq leva a vasodilatação e redução da atividade cardíaca → efeito benéficos secundários: efeito antianginoso (Diltiazem e Verapamil além da vasodilatação coronariana causam inotropismo e cronotropismo negativo q causam redução metabólica miocárdica) → ef colaterais: edema de mm ii, sobretudo com as diidropiridinas e Diltiazem; cefaleia; → classificação: • diidropiridinas o vasosseletividade (agem preferencialmente na musculatura lisa vascular, especialmente das artérias e arteríolas) o causam RVP o Nifedipina, Amlodipina, Felodipina, Isradipina, Nitrendipina, Nisoldipina e Lacidipina o a Nifedipina tem curta duração; optar por formas de liberação lenta para evitar taquicardia reflexa (principalmente na angina, no IAM e no AVE) 6 Clínica Médica • não-diidropiridinas o cardiosseletividade (intensa ação cardíaca e baixa intensidade vascular) o causam FC e condução AV o Diltiazem, Verapamil ▪ contraindicados em disfunção ventricular0sistólica grave pois podem descompensar a insuf card e causar bradiarritmias sinusais, ou até BAV grava; contra efeitos Verapamil Diltiazem diidro piridinas vasodilatação periférica frequência cardíaca contratilidade cardíaca / condução SA/AV fluxo sang coronariano Inibidores da Angiotensina → 20% dos pacientes com hipertensão essencial apresentam atividade da renina plasmática inapropriadamente baixa e os outros 20% inapropriadamente alta; no caso da renina alta o uso fármaco que afetam o SRAA tem efeitos satisfatórios → a angiotensina pode ser produzida em vários tecidos, como o coração que nesse caso pode levar a alterações tróficas como a hipertrofia cardíaca Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) (Captopril e Enalapril) → determinação da renina é desnecessária → mecanismo de ação: inibição da enzima q faz conversão da angiotensina I em angiotensina II; inativa bradicinina → efeitos: da RVP, da atividade vascular, cardíaca e renal; proteinúria; estabilização função renal; tratamento diabetes e insuf card pós IAM → ef colaterais: ação vasopressora; hipotensão grave após administração inicial (em pacientes com hipovolemia por diuréticos, restrição de sal ou perda de líquido gastrintestinal); IRA (principalmente em pacientes com estenose de artéria renal), hiperpotassemia, tosse seca, sibilos, angioedema; efeitos menos tóxicos incluem alterações de paladar, erupções cutâneas alérgicas e febre medicamentosa → contraindicação: gestantes (teratogênese, hipotensão fetal, anúria e insuf renal) Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina (BRA) (Losartana, Valsartana, Irbesartana, Candesartana) → bloqueadores mais seletivos dos efeito da angiotensina (inibição mais completa) → ñ exercem nenhum efeito sobre o metabolismo da bradicinina → benefícios semelhantes aos IECA em pacientes com insuf cardíaca e DRC → tosse e angioedema menos comum que nos IECA → tbm n deve ser utilizado durante a gravidez Farmacologia Clínica → a HAS é uma doença vitalícia, em geral, e a medicação é de consumo diário → necessário estabelecer com crtz se a hipertensão é persistente e se é por causa 1ária → para avaliação da medicação a ser usada deve-se ficar atento ao nível de PA, a idade, a gravidade da lesão orgânica (se houver) e a presença de fatores de risco cardiovasculares Terapia Ambulatorial → etapa inicial pode ser não farmacológica → maioria dos pacientes com HAS necessitam de dois ou mais medicamentos hipertensivos → terapia farmacológica inicial pode ser feita com: tiazídicos, betabloq, IECA, BRAS ou BCC → clortalidona (tiazídico) efetiva na redução da morte por DAC, IAM não fatal e prevenção de AVE → betabloq são menos efetivos na de eventos cardiovasculares e ñ são recomendados para o tratamento de 1ª linha (em HAS ñ complicada) → IECAs são úteis para pacientes com diabetes ou com DRC com proteinúria → betabloq e BCC são bons para pacientes com angina → diuréticos, IECAs, BRAs, betabloq ou hidralazina+nitrato são bons para pacientes com insuf cardíaca 7 Clínica Médica 8 Clínica Médica
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