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1 Clínica Médica Anel Linfático de Waldeyer Arthur Linhares de Almeida : 201910865 : UniFOA Introdução → tbm conhecido como NALT (tecido linfoide associado ao nariz) → papel importante na vigilância imunológica e na resistência a infecções no trato aerodigestivo superior → sua estrutura permite respostas rápidas na imunidade para desenvolver estimulação imunológica adequada → as tonsilas apresentam papel imunológico, com atividade linfocitária de defesa; mesmo em indivíduos hígidos, as tonsilas podem estar em estado altamente reativo, com ambos os braços do sistema imunológico funcionando em plena atividade Definição → as tonsilas são estruturas linfoepiteliais q promovem anel de proteção imunológica na abertura do trato aéreo e do digestivo → o anel realiza variedade de funções imunológicas complexas → ALW serve de defesa contra infecções e desempenha papel importante no desenvolvimento do sist. imune → o ALW compreende • adenoide ou tonsila nasofaríngea (TN) – teto da faringe • par de tonsilas tubárias (TT) – abertura faríngea da tuba auditiva • par de tonsilas palatinas (TP) – orofaringe • tonsilas linguais (TL) – terço posterior da língua • mucosa da faringe (contém pequenas coleções subepitelias de tec linfoide) → maior parte do ALW é representado por TP e TN → cresce até os 11a e dps tem diminuição espontânea Estruturas do ALW Localização Tonsila Nasofaríngea teto da faringe Tonsila Tubária (par) abertura faríngea da tuba auditiva Tonsila Palatina (par) orofaringe Tonsilas Linguais terço post da língua Mucosa da Faringe 2 Clínica Médica Faringotonsilites e Hipertrofia das Tonsilas Palatinas e Faríngea Arthur Linhares de Almeida : 201910865 : UniFOA Introdução → faringotonsilites (FT) – infecções autolimitadas com desenvolvimento nas tonsilas, faringe posterior, palato mole, órgãos linfoides → FT são umas das IVAS mais frequentes, principalmente em crianças → os primeiros tecidos imunocompetentes a entrarem em contato com antígenos e microrganismos exógenos no trato aéreo- digestivo são as tonsilas palatinas e faríngeas, linfoides periféricas ou secundárias → FT podem ser classificadas em: • inespecíficas – ñ há especificidade entre agente etiológico e quadro clínico • específicas – há correlação entre a clínica e o agente etiológico Faringotonsilites Virais → 75% dos casos em menores de 2a, com redução após puberdade → adenovírus - principal vírus (20% dos casos) → outros vírus: rinovírus, coronavírus, influenza, parainfluenza e VSR → herpes simplex e Epstein-Barr podem manifestar como faringotonsilites e/ou estomatite → sintomas clássicos: febre, exsudato na faringe e tonsilas, mialgia, coriza e obstrução nasal → evolução benigna geralmente → tratamento – sintomático + hidratação Mononucleose Infecciosa → causada por: Epstein-Barr (principal), Citomegalovírus, toxoplasma, adenovírus ou vírus da hepatite → EBV • principal causa • pode causar tonsilite aguda, recorrente ou hipertrofia tonsilar • países desenvolvidos - infecção primária ocorre normalmente entre 2-3ª década de vida • países em desenvolvimento – crianças menores • qnt mais jovem se adquire o vírus, menos graves serão os sintomas • transmissão – saliva por meio de beijo ou contato próximo • infecta linfócitos B – causa leucocitose e linfócitos atípicos • incubação 2-7sem • suspeita – angina eritêmato-pultácea, grande volume das amigdalas, ñ melhora com ATB, cefaleia, astenia, febre, linfadenopatias cervicais e pode ter hepatoesplenomegalia • diagnóstico – monoteste (reação de Paul- Bunnel-Davidson) ou sorologia específica (IgG e IgM específico) • tratamento de suporte – evitar o uso de ampicilina (amoxicilina e penicilina VO) 3 Clínica Médica Bacterianas Inespecíficas → duração sintomas – 3-6d no adulto;6-19d na criança → relevância se dá pelas complicações do Streptococcus pyogenes do grupo A → os estreptococos do grupo C e G tbm podem causar angina, mas sem as consequências dos S. pyogenes → Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae – afetam preferencialmente entre 9-19a; outros sinais de infecção respiratória como tosse → Neisseria gonorrheae – típica em adolescentes sexualmente ativos; apresenta sinais de infecção genital ou exantema → Staphylococcus aureus, Haemophilus spp, Moraxella catarrhalis - por vzs ocorrem após recaídas do sist. imune por infecções estreptocócicas; dificultam erradicação estreptocócica por produzirem betalactamases → clínica mais comum – dor de garganta, disfagia, febre, gânglios submandibulares aumentados e dolorosos à palpação → clínica menos comum – náuseas, vômito, dor abdominal e cefaleia → exame físico – orofaringe hiperemiada, mucosa edemaciada, tonsilas palatinas com exsudato e criptas om pontos purulentos ou recobertos por secreções Diagnóstico de Faringotonsilites Estreptocócicas → bases clínicas, epidemiológica e confirmado por exames laboratoriais – cultura (padrão ouro) ou detecção antigênica (teste rápido) → principais sinais e sintomas • início súbito de dor de garganta • idade: 5-15a • febre acima de 38,5ºC • cefaleia • náuseas, vômitos e dor abdominal • inflamação das tonsilas e faringe • exsudato faringotonsilar em placas • petéquias no palato • adenite cervical anterior • história de exposição estreptocócica • exantema escarlatiniforme • hemograma com leucocitose, com desvio à esquerda e neutrofilia → testes rápidos – ELISA, OIA e probes; custp inferior ao da cultura Sinais e Sintomas das FT virais Conjuntivite Coriza Tosse Diarreia Rouquidão Estomatite ulcerativa discreta Exantema viral 4 Clínica Médica Critérios Centor modificado Febre +1 Exsudato nas tonsilas +1 Adenopatia cervical anterior +1 Ausência de tosse +1 Idade <15a +1 Idade >44a -1 Probabilidade de S. pyogenes <0 ponto 2,5% 1 ponto 6-7% 2 ponto 15% 3 ponto 30-35% 4ou+ pontos 50-60% Tratamento preconizado a partir da contagem de pontos: -1, 0, 1 ñ é necessário cultura e ATB 2 ou 3 cultura ou teste rápido, se positivo ATB 4 ou 5 teste rápido ou cultura, se positivo ATB Tratamento → sintomático – analgésico, antitérmico, hidratação, alimentação adequada → em casos FT estreptocócica • fazer ATB - melhora sintomas, diminui período de contágio e previne complicações supurativas, invasivas e não supurativas • Penicilina é o ATB de escolha • tbm podem ser usados Amoxicilina, Ampicilina, Macrolídeos e até cefalosporinas • macrolídeos são fármaco de escolha para alérgicos à Penicilina • em casos de betalactamases - Amoxicilina associada a Clavulanato, Cefalosporinas e Macrolídeos ou Clindamicina Incidência de Febre Reumática → 1% dos casos de faringotonsilites podem evoluir para FR e surge de 1-4sem dps da instalação da angina → em países desenvolvidos é a afecção que mais causa mortalidade cardiovascular Faringotonsilite Recorrente → recaída ≠ recorrência • recaída = ag infeccioso q causou primeira infecção ñ é totalmente debelado e processo infeccioso ressurge por este; uso inadequado de ATB • recorrência – ag infeccioso diferente doq causou a infecção precedente, independente do intervalo entre os episódios → fatores predisponente ou q favorecem FT recorrente: • uso abusivo e incorreto de antibióticos • alterações da microbiota locorregional • mudanças estruturais no epitélio das criptas • algumas infecções virais → tonsilas inflamadas apresentam várias espécies de microrganismo e concentração de bactérias é maior PFAPA → sintomas principais – febre periódica, estomatite, faringite e adenite cervical → causa mais comum de febreperiódica na infância → episódios febris a cada 3-8sem, com duração de 3-6d → tratamento – Prednisona ou Betametasona; Colchicina pode ser usada profilaticamente; amigdalectomia apresenta benefício significativo Tratamento das Faringotonsilites Recorrentes → Penicilina/Amoxicilina → refratários pode-se fazer uso de ATB contra betalactamases → tonsilectomia indicada qnd o tratamento se mostrar ineficaz → pode-se usar Critérios de Paradise, mas a clínica global é q orienta a cirurgia Critérios de Paradise 7 episódios agudos em 1a 5 episódios/ano, em 2a consecutivos 3 episódios agudos, em 3a consecutivos 5 Clínica Médica Tonsilite Crônica → infecção persistente das tonsilas → sintomatologia clássica - dor de garganta superior a 3m; pode estar associada a halitose, presença de caseum nas criptas, eritema Peritonsilar e adenopatia cervical persistente → sintomatologia de casos mais intensos – repercussões sistêmicas, como febre recorrente, odinofagia, dificuldade de deglutição, enfartamento ganglionar submandibular e cervical, halitose, respiração bucal, alterações gerais na disposição física, aprendizado, apetite, humor e até palidez cutânea → alterações sistêmicas podem ficar evidentes no pós-operatório – melhora do apetite, da disposição, do humor e do rendimento escolar → remoção das tonsilas cronicamente doentes permite que o sist. imune de crianças funcione melhor → tonsilite crônica pode ocorrer tanto em tonsilas hiperplásicas qnt pqns, inclusive nas atróficas ou ocultas atrás dos pilares → microbiologia – flora bacteriana mista, por anaeróbios, estreptococos do grupo A e outras → cirurgia pode ser considerada qnd houver manifestações locorregionais e/ou sistêmicas bem evidentes; podendo auxiliar no controle de doenças crônicas (psoríase vulgar rebelde ao tratamento clínico, artrite reumatoide...) Abcesso Peritonsilar → complicação supurativa de tonsilites, qnd infecção atinge espaço entre a cápsula tonsilar e músc constritor superior da faringe Fisiopatologia → tonsilites recorrentes podem ocasionar obstrução de criptas ou da fosseta supratonsilar em virtude de fibrose → essa fibrose facilita proliferação bacteriana, q leva a celulite e necrose de tec conjuntivo Peritonsilar, com a formação do abcesso Complicações → ruptura espontânea e aspiração para a VAI → extensão ao espaço lateral da faringe (abcesso parafaríngeo) Sintomatologia → dor intensa unilateral, com irradiação para a orelha → sialorreia → dificuldade para deglutir → voz anasalada → trismo → febre → mal estar → calafrios Exame Clínico → abaulamento unilateral, q desloca a tonsila em direção à linha média, com edema, hiperemia e exsudato purulento Diagnóstico → TC – auxilia diferenciação entre celulite e abcesso Peritonsilar; evidencia disseminação da infecção para os espaços cervicais profundos → cultura – flora polimicrobianas com aumento de gram-negativas; anaeróbios predominantes são Prevotella, Porhpyromonas, Fusobacterium e Peptostreptococcus spp.; mais de 50% dos anaeróbio produzem betalactamases; aeróbios encontrados são Strepto, Staphylococcus aureus e H influenzae 6 Clínica Médica Tratamento → punção com drenagem → ATB – Penicilina associada a Metronidazol, Amoxicilina com Clavulanato, Clindamicina associada/ou não a Ceftriaxona → analgésicos e antiflamatórios Faringotonsilites Específicas Difteria → ag etiológico: Corynebacterium diphteriae (bacilo gram-negativo) → doença de notificação compulsória → rara em virtude da vacinação → epidemio - atinge preferencialmente <10a, principalmente no outono e inverno → transmissão – contato direto com doentes ou portadores, por meio de gotículas respiratórias (tosse, espirros) → incubação – 1-6d → sintomas – dor de garganta pouco intensa, febre baixa, sinais de toxemia, prostração e palidez; pioram com a progressão da doença → exame físico – placas pseudomembranosas aderentes às tonsilas, pilares e úvula, além de linfadenopatia cervical e submandibular → tratamento – desde a suspeita já deve administrar soro antidiftérico; Penicilina ou Eritromicina + medidas de suporte como hidratação vigorosa e analgesia → diagnóstico - cultura do C. diphteriae → prognóstico – depende da precocidade; ideal é tratar antes de 3d para n evoluir para edema periganglionar, manifestações hemorrágicas, placas extensas na faringe, miocardite precoce e insuficiência renal Angina de Paul-Vincent → ag etiológico – Fusobacterium plautvicenti (gram-negativo, anaeróbio) e Spirochaeta dentium (saprófita da cavidade oral) → sintomas - disfagia e odinofagia; febre pode não estar presente → exame físico – lesão ulceronecrótica unilateral, recoberta por exsudato pseudomembranoso, fétida → diagnóstico – avaliação clínica, exame físico e confirmação com exame bacteriológico (evidencia natureza fusoespiralar) → diag diferencial – lesões tumorais ou doenças granulomatosas → tratamento – Penicilina ou Cefalosporina, associadas a Metronidazol; deve-se orientar tbm higiene bucal rigorosa com soluções antissépticas Faringite Herpética → ag etiológico – Herpes Simplex (HSV) tipo 1 → epidemio - infecção 1ária aparece como gengivoestomatites; 15-30% podem ter faringite herpética concomitante → transmissão – saliva ou secreções → incubação – 2-12d → sintomas (fase aguda 7-10d)– mal estar, febre e dor de garganta → exame físico – vesículas sangrentas ao toque ou úlceras com exsudato acinzentado e linfadenopatia cervical → tratamento – sintomático (AINEs e analgésicos); antirretrovirais para imunodeprimidos 7 Clínica Médica Herpangina → ag etiológico – Coxsackie 2, 3, 4, 5, 6, 8 e 10 ou Enterovírus → transmissão – fecal-oral ou respiratória → epidemio – 1-7a de idade → sintomas(2-4d) – febre alta acompanhada de anorexia e dor de garganta, vômitos e diarreia → exame físico – na orofaringe há lesões hiperemiadas com vesículas ao centro, principalmente nos pilares de tonsilas, palato mole e úvula; após o rompimento das vesículas formam-se úlceras rasas → tratamento – sintomático Hipertrofia das Tonsilas Palatinas e Faríngea → tonsilas palatinas e faríngea - ao nascimento são pequenas e volume aumenta progressivamente do 1º-4º ano → tonsilas palatinas – maior aumento de volume dos 4-10a → tonsila faríngea – maior aumento de volume dos 3-7a → após puberdade ocorre involução fisiológica → a hiperplasia fisiológica não deve causar sintomatologia clínica relacionada à respiração nasal e a deglutição → hiperplasia tonsilar exuberante e excessiva pode levar a distúrbios respiratórios, como respiração oral, distúrbios fonoarticulatórios, de deglutição e anomalias do desenvolvimento craniofacial → há uma relação clara entre respiração oral e distúrbio respiratório do sono; a postura de boca aberta pode acentuar características craniofaciais e distúrbios da oclusão dentária → a respiração bucal leva ao crescimento desarmônico da face, levando a típicas características faciais Características faciais dos respiradores bucais Maxila atrésica Protusão de incisivos superiores Mordidas aberta e cruzada Eversão de lábio inferior Lábio superior hipodesenvolvido Narinas estreitas Hipotonia da musculatura perioral → a principal causa de apneia obstrutiva do sono é hipertrofia tonsilar → crianças com hiperplasia adenoamigdaliana apresentam alterações funcionais de mastigação e deglutição; importante comprometimento de desempenho escolar por distúrbios de comportamento e neurocognitivos → sintomas AOP – sonolência, voz hiponasal, irritabilidade, roncos noturnos, apneia, respiração oral, engasgos, sono sem descanso, terror noturno, enurese noturna Diagnóstico→ anamnese e história clínica mt importantes → avaliação das tonsilas • tonsilas faríngeas – RX laterais da nasofaringe (radiografias de cavum) • nasofaringe – endoscopia nasal ou fibronasoscopia → hiperplasia de amígdala palatina – oroscopia; classificação de Brodsky (grau 3 e 4 são considerados obstrutivos) → aumento súbito e unilateral das amígdalas pode ser indicativo de doença neoplásica Tratamento → adenotonsilectomia – qnd houver aumento das tonsilas palatinas e faríngeas nos casos de apneia do sono na criança; dependendo do caso, pode ser feita apenas tonsilectomia ou adenoidectomia 8 Clínica Médica Classificação em graus da Hiperplasia amigdaliana de Brodsky
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