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1 Clínica Médica DPOC Arthur Linhares de Almeida : 201910865 : UniFOA Introdução → caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo aéreo não totalmente reversível → DPOC inclui (podem estar presentes em graus variados): • enfisema – destruição dos alvéolos pulmonares e dilatação dos espaços aéreos • bronquite crônica – definida clinicamente por tosse crônica e expectoração purulenta • doença das pequenas vias aéreas – bronquíolos de pequeno calibre estreitados e menos numerosos → 3ª maior causa de morte e afeta > 10 milhões de pessoas nos EUA → a gravidade da obstrução ventilatória na DPOC pode ser mensurada pelos critérios da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) • estágios iniciais da DPOC estão primariamente associados com doença de vias aéreas de pequeno e médio calibres (maioria das pessoas em GOLD I e II) demonstrando nenhum ou pouco enfisema • estágios avançados da DPOC (GOLD III e IV) são tipicamente caracterizados por enfisema extenso → achado de enfisema (TC de tórax) cedo ou tarde no processo da doença sugere maior risco de progressão da doença Patogênese → a limitação do fluxo aéreo pode advir de doença das pequenas vias aéreas e/ou enfisema → pequenas vias aéreas podem se tornar estreitadas por causa de hiperplasia e acúmulo de cels, muco e fibrose; a extensa destruição de pqns vias aéreas já foi registrada como marca registrada da DPOC → patogênese do enfisema compreende 4 eventos correlacionados: • exposição crônica à fumaça de cigarro em pessoas geneticamente suscetíveis • cels inflamatória liberam proteinases q danificam a matriz extracel • morte celular estrutural por meio de dano induzido • reparo desordenado da elastinas e de outros componentes da matriz celular para alargamento dos espaços aéreos e para o enfisema → com a exposição de longo prazo à fumaça de cigarro em pessoas geneticamente suscetíveis, as cels epiteliais pulmonares e os linfócitos T e B recrutam cels inflamatórias para o pulmão; as vias biológicas em desequilíbrio levam a múltiplos resultados patológicos 2 Clínica Médica Inflamação e Proteólise da Matriz Extracelular → elastina é fundamental à integridade do pulmão → hipótese elastase:antielastase – equilíbrio entre enzimas q degradam a elastina e seu inibidores determina a suscetibilidade do pulmão à destruição, oq induz à dilatação dos espaços aéreos → estresse oxidativo é um componente importante da biopatologia da DPOC → há evidência de q mecanismos autoimunes podem promover a progressão da doença → a perda concomitante dos cílios do epitélio das vias aéreas induzida pela fumaça do cigarro e o comprometimento da fagocitose dos macrófagos predispõem à infecção bacteriana com neutrofilia → a capacidade do pulmão adulto de substituir a microvascularização e as pequenas vias aéreas perdidas e de reparar os alvéolos danificados parece limitada Patologia Vias Aéreas de Grande Calibre → tabagismo causa – dilatação das glds mucosas e hiperplasia das cels caliciformes → resposta `a fumaça do cigarro – aumento das cels caliciformes em nº e em extensão na árvore brônquica → brônquios sofrem metaplasia escamosa → hipertrofia da musculatura lisa e hiper- reatividade brônquica → influxo de neutrófilos Vias Aéreas de Pequeno Calibre → alterações celulares típicas – metaplasia das cels caliciformes (cel secretora de muco) substituindo cels exócrinas bronquiolares secretoras de surfactante → hipertrofia da musculatura lisa → infiltração celular, estreitamento luminal por fibrose, excesso de muco e edema Parênquima Pulmonar → enfisema causa destruição de bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alvéolos; paredes dessas estruturas tornam—se perfuradas e lúmen obstruído por 3 Clínica Médica coalescência de delicadas estruturas alveolares que formam espaços enfisematosos maiores → acúmulo de macrófagos nos bronquíolos respiratórios (essencialmente de todos os tabagistas; tbm ocorre aumento de neutrófilos e linfócitos T) → classificação patológica do enfisema • centrolobular – mais associado ao tabagismo; espaços aéreos dilatados encontrados inicialmente em associação com os bronquíolos respiratórios; mais marcante nos lobos superiores e nos segmentos superiores dos lobos inferiores; em geral é focal • panlobular – espaços aéreos anormalmente grandes q distribuem uniformemente; predileção pelos lobos inferiores • parasseptal (10-15% dos casos) – s distribui ao longo das margens pleurais com preservação relativa do núcleo do pulmão ou das regiões centrais; comumente associado com inflamação significativa das vias aéreas e com enfisema centrolobular 4 Clínica Médica Fisiopatologia → redução persistente das taxas de fluxo expiratórios é a anormalidade mais típica da DPOC → obstrução do fluxo aéreo – geralmente determinada com propósitos clínicos pela espirometria → hiperinsuflação – DPOC geralmente tem “encarceiramento de ar” e hiperinsuflação progressiva nos estágios avançados da doença; hiperinsuflação do tórax durante a respiração corrente preserva o fluxo expiratório máximo; apesar de compensar a obstrução das vias aéreas acabar empurrando o diafragma para uma posição retificada, q leva a efeitos adversos → troca gasosa – ventilação não uniforme e desequilíbrio da ventilação-perfusão (V/Q) são características da DPOC; volume de shunting é mínimo Fatores de Risco Tabagismo → nº de maços-anos de tabagismo é o fator preditivo mais significativo do VEF1 → fatores genéticos e/ou ambientais contribuem para o impacto do fumo no desenvolvimento da DPOC → charutos e cachimbos são menos associados ao desenvolvimento da DPOC por as doses de subprodutos do tabaco inalados serem menores → impacto dos cigarros eletrônicos ainda não foi determinado Responsividade das Vias Aéreas e DPOC → mts pacientes com DPOC apresentam hiper- reatividade a estímulos exógenos como metacolina e histamina (como na asma) → diferente da asma, a DPOC se origina primariamente de inflamação e dano relacionados ao tabagismo; ainda compartilha fatores ambientais e genéticos mas em menor qtd q na asma Infecções Respiratórias → infecções respiratórias são causas importantes de exarcebações da DPOC → exarcebações da DPOC estão associadas com maior perda da função pulmonar longitudinalmente Exposições Ocupacionais → mineradores de carvão expostos ao pó das minas de carvão apresentam risco significativamente maior para enfisema, tanto em tabagistas quanto em não tabagistas → importante frisar que essas exposições ainda assim são menos importantes do que o efeito do tabagismo Poluição do Ar Ambiente → exposição prolongada à fumaça produzida pela combustão de biomassa parece ser fator de risco significativo para a DPOC Exposição Passiva ao Tabagismo → exposição das crianças ao tabagismo materno causa redução significativa do crescimento pulmonar → exposição intrauterina contribui para reduções significativas da função pulmonar pós-natal 5 Clínica Médica História Natural → efeitos do tabagismo sobre a função pulmonar dependem da intensidade da exposição ao tabaco, da fase do crescimento na qual houve a exposição e da função pulmonar inicial do indivíduo; outros fatores ambientais podem produzir efeitos semelhantes → o risco de mortalidade final por DPOC está diretamente relacionado com níveis reduzidos de VEF1 curvas de trajetórias hipotéticas do volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1 ) para os indivíduos ao longo de suas vidas. O padrão normal de crescimento e declínio de acordo com a idade é mostrado na curva A. Um VEF1 significativamentereduzido (< 65% do valor previsto aos 20 anos) pode se desenvolver a partir de uma taxa normal de declínio após uma fase de crescimento da função pulmonar reduzida (curva C), início precoce de declínio da função pulmonar após crescimento normal (curva B), ou de um declínio acelerado após crescimento normal (curva D). Manifestações Clínicas História → 3 sintomas mais comuns – tosse, produção de escarro e dispneia aos esforços → embora seja um processo gradativo, mts pacientes assinalam q o início da doença coincidiu com uma doença aguda ou exacerbação; história minuciosa em geral revela a existência de sintomas antes da exacerbação aguda → início da dispneia de esforço pode ser insidioso → atividades q envolvem esforço significativo com os braços elevados ao nível dos ombros ou acima são particularmente difíceis para mts pacientes com DPOC → atividades q permitem que os pacientes estique os braços e use os mm acessórios da respiração são bem mais toleradas → com o avanço da DPOC a principal manifestação é o agravamento da dispneia aos esforços com crescente interferência na capacidade de realizar atividades profissionais ou de outros tipos → simultaneamente ao agravamento da obstrução do fluo aéreo, há aumento na frequência das exacerbações; tbm podem manifestar hipoxemia em repouso e necessitar da administração de O2 suplementar Achados Físicos → estágios iniciais – exame físico absolutamente normal → tabagistas – odor de fumaça ou manchas de nicotina nas unhas dos dedos da mão → pacientes com doença mais grave apresentam • fase expiratória longa e pode incluir sibilância à expiração • sinais de hiperinsuflação incluem tórax em barril e ampliação dos volumes pulmonares com limitação das excursões diafragmáticas avaliadas por percussão • uso dos mm acessório da respiração sentando-se na posição típica de “tripé” • alguns pacientes podem desenvolver cianose, visível nos lábio e leitos ungueais 6 Clínica Médica → ensino tradicional ensina q (evidências já demonstram q exame físico n diferencia confiavelmente as duas entidades): • enfisema predominante – sopradores rosados (pink puffers) – magros, ñ cianóticos durante o repouso e fazem uso importante de mm acessórios • bronquite crônica – sopradores azuis (blue bloaters) – em geral são mais pesados e cianóticos → doença avançada • caquexia • perda de peso significativa • consumo bitemporal • perda difusa do tec adiposo subcutâneo • alguns pacientes apresentam movimentos paradoxais no gradil costal para dentro durante a inspiração (sinal de Hoover) → sinais de insuf card direita avançada (cor pulmonale) são relativamente incomuns desde o advento da oxigenoterapia suplementar → baqueteamento digital deve alertar o médico para a necessidade de iniciar investigação das causas desse sinal; câncer de pulmão é a explicação mais provável Achados Laboratoriais → provas de função pulmonar mostram obstrução ventilatória de VEF1 e VEF1/CVF; agravamento da doença leva a vol pulmonar aumentado, resultando em ampliação da CPT, CRF e VR → no enfisema a capacidade de difusão pode estar reduzida → grau de obstrução do fluxo aéreo é fator prognóstico importante da DPOC e constitui a base do sistema de classificação espirométrica por gravidade da GOLD → gasometria arterial e oximetria podem evidenciar hipoxemia em repouso ou em situação de esforço; gasometria arterial é um componente importante da avaliação dos pacientes que se apresentam com sintomas de exacerbação → hematócrito elevado sugere presença de hipoxemia crônica, assim como sinais de hipertrofia ventricular direita → exames radiográficos • enfisema – bolhas evidentes, escassez da trama parenquimatosa ou hiper transparência no RX de tórax • hiperinsuflação – visualizável por aumento dos volumes pulmonares e retificação do diafragma • TC de tórax – exame definitivo para estabelecer a presença ou ausência de enfisema; permite tbm descoberta de doença pulmonar intersticial coexistente e de bronquiectasias; câncer de pulmão tbm pode ser identificado • avaliação de 1AT – teste inicial razoável para pacientes com DPOC ou asma com obstrução crônica do fluxo aéreo → . 7 Clínica Médica Radiografias posteroanterior (A) e lateral (B) de tórax em um paciente com enfisema. As mais óbvias anormalidades são aquelas associadas ao aumento do volume pulmonar. Os pulmões aparecem escuros por causa de seu aumento de ar em relação ao tecido. Os diafragmas são caudais à sua posição normal e aparecem mais horizontalizados do que o normal. O coração é mais verticalmente orientado do que o normal por causa do deslocamento caudal do diafragma, e o diâmetro transversal do gradil costal aparece aumentado; como resultado, a largura do coração em relação ao gradil costal na incidência posteroanterior é diminuída. O espaço entre o esterno e o coração e grandes vasos é aumentado na visão lateral. Tomografia computadorizada de alta resolução axial de um corte de 1 mm do tórax de um paciente com enfisema no nível da carina traqueal. O pulmão direito se encontra à esquerda. Múltiplas grandes bolhas – “buracos negros” – são evidentes. Muitas áreas menores de destruição tecidual semelhantes também estão presentes em ambos os pulmões. O brônquio do lobo superior direito é visto entrando no pulmão; suas paredes são espessadas, sugerindo inflamação crônica. Tratamento →
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