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Letícia França Diabetes Saude do Adulto I Caso Clínico ID: Joaquim, 47 anos, analista de sistemas QP: "glicose alta" HMA: Informa glicemia de jejum alterada (140mg/dl) em exame periódico de saúde do seu trabalho. Nega poliúria, polidipsia, polifagia ou perda ponderal recente. Afirma ganho ponderal nos últimos anos, alimentação rica em guloseimas (salgadinhos, refrigerantes, doces) sedentarismo. HPP: Nega comorbidades ou uso crônico de medicações. Nega cirurgias, internações ou alergias. Nega tabagismo, etilismo ou uso de drogas. HE: Pai tem DM, HAS, obesidade, DAC (AM aos 42 anos); Mãe tem DM e obesidade, Irmãos e filhos hígidos. Exame fisico: Peso 102kg, altura 1,70m, IMC 35,3, CA 112cm. Restante sem alterações. Joaquim retorna após 2 semanas com exames laboratoriais, mantém-se assintomático. Reduziu ingesta de doces e refrigerantes, aumentou ingesta de vegetais e iniciou caminhadas diárias de 30 minutos. Exame fisico: Peso 100kg, restante sem alterações Exame complementares: •G|130mg/dl • HbAlc1.1% Sinais de diabetes: Polidipsia, poliúria, polifagia e perda de peso. Precisa de 2 exames alterados. Quais orientações de modificação de estilo de vida? Quais exames pediria? Precisa rastrear complicações. Doença comum e heterogenia Grupo de distúrbios metabólicos que compartilham fenótipo de hiperglicemia. Tipos distintos de diabetes mellitus -Resulta de secreção deficiente de insulina pelas células beta pancreáticas e/ou resistência à ação da insulina DM 2: resistência insulínica – dificuldade da insulina agir – começa a produzir mais insulina ate saturar, com o tempo pode diminuir a produção da insulina e que não vai ser mais eficiente. DM I: para de produzir ou diminui muito a produção de insulina História do diabetes 1500 AC – Papiro Ebers, no Egito, descrevia doença com diurese aumentada. Século II DC – Grécia Antiga, recebeu nome de Diabetes, que significa “passar através de um sifão” Século V –VI – Médico indiano notou urina adocicada, atraente às formigas Século XVIII – Sugerido termo mellitus (mel, em latim), diferenciando de diabetes insipidus Século XIX – sugerido 2 tipos de diabetes: Século XIX-XX – dieta para tratamento de diabetes Fins do século XIX – ausência de pâncreas levava ao diabetes mellitus e descrição de 2 sistemas celulares no pâncreas, (por Paul Langerhans) 1922 – Insulina foi aplicada pela primeira vez em Leonard Thompson, de 13 anos 1955 – Primeiro antidiabético oral (sulfonilureia) 1960 – Metformina Epidemiologia OMS estima que seja o 3º fator mais importante de mortalidade prematura (superado por HAS e tabaco) DM está associado a maiores taxas de: hospitalizações, de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, cegueira, insuficiência renal e amputações de membros inferiores-descontrole leva a complicações Início insidioso do DM tipo 2 favorece atraso do diagnóstico e desenvolvimento de complicações – muitas vezes assintomático. Estima-se que 50% dos casos de DM em adultos não sejam diagnosticados. Letícia França FISIOLOGIA Células pancreáticas – células dos ácidos (secreções para digestão) e ilhota de Langerhans produzem substanciais que agem local e sistemicamente – somatostatina, insulina e glucagon Principal estimulo para secreção da insulina é a glicose. Glicemia acima de 100 é grande estimulo par secreção insulina – para não deixar a glicose subir demais e aproveitar como forma de energia em pessoas normais. Nos diabéticos tem aumento da insulina (talvez tardiamente, ou não vai produzir o necessário) Quando a insulina liga no receptor (músculo, fígado, gordura) ela desencadeia várias reações – síntese de proteínas, glicogênio, lipídeos, transporte do GLUT para entrada de glicose e ação na expressão genica de alguns fatores – produção de energia e estoque -Estado pós-prandial: Aumento na carga de glicose >> ↑insulina ↓glucagon Armazenamento de carboidratos, síntese de proteínas e gorduras Jejum: ↓insulina ↑ glucagon – essa mudança favorece: ↑ produção de glicose hepática (para o SNC) – precisa manter o nível de glicemia para as funções vitais do organismo ➢Por gliconeogênese: glicose a partir de outros precursores (proteínas) ➢Por degradação do glicogênio (glicogenólise) Mobilização dos precursores armazenados (aminoácidos e ácidos graxos livres) ↓captação de glicose no músculo esquelético e na gordura – glicose é priorizada nos tecidos que funcionam apenas com ela. QUADRO CLÍNICO Sintomas clássicos: ●Poliúria: aumento do volume urinário – o rim tem o limiar tentando excretar a glicose em excesso pela urina – começa a excretar quando a glicose está em 180-185, glicose puxa a água e pode causar desidratação. ●Polidipsia – pela desidratação causada pela excreção em excesso ●Polifagia: começa a quebrar outros nutrientes, como proteína e lipídeo – com se estivesse em jejum ●Perda ponderal: glicose no lugar errado, não conseguem entrar na célula. *Cetoacidose diabética: liberação de cetona liberada pela quebra do lipídeo (que e usado como fonte de energia) *Presentes em quase 100% dos casos de DM tipo 1 *35-50% dos pacientes com DM tipo 2 são assintomáticos ou oligossintomáticos DM 2 é mais insidioso: TIPOS DE DIABETES DM tipo 1: ●Imunomediado: deficiência de insulina por destruição autoimune das células beta – não produz insulina suficiente. Tratamento: insulinoterapia. ● Idiopático: deficiência de insulina de natureza idiopática – quando não encontra o idiopático 2.DM tipo 2: Perda progressiva de secreção insulínica combinada com resistência insulínica 3.DM gestacional: Diagnosticada na gestação 4.Outros tipos de DM: ●Defeitos monogênicos na função das células β- pancreáticas – famílias, desconfia quando a HF é muito importante de DM, mas que não tem característica de diabetes. – jeito de tipo 1 mas toda a família com DM. Painel genético (particular) – trata de acordo com a manifestação (tipo 1 ou 2) ●Defeitos genéticos na ação da insulina ●Secundário a endocrinopatias – doença de Cushing, acromegalia. ●Secundário a doenças do pâncreas exócrino – paciente etilista que tem pancreatite – deficiência nas enzimas pancreáticas, com o tempo pode ter doença do pâncreas endócrino. Tratamento insulina ●Secundário a infecções TIPO 1 ●5-10% dos casos de DM Letícia França ●Causado por deficiência de insulina, por destruição autoimune ou idiopática das células beta pancreáticas ●Sintomas clássicos (“polis”) estão presentes em praticamente 100% dos DM tipo 1 ao diagnóstico ●Cetoacidose diabética ao diagnóstico pode ser manifestação inicial em até 30% dos casos. ●IMC tipicamente normal, mas sobrepeso/obesidade não exclui diagnóstico ●Invariável necessidade de insulinoterapia como tratamento ●Mais frequente em crianças e adolescentes ●Pode ser diagnosticado em adultos, que podem apresentar forma lentamente progressiva (LADA TIPO 2 ●90-95% dos casos ●Forte herança familiar + fatores ambientais ●Principal fator de risco: obesidade – quando começa a acumular muita gordura ela começa a ficar disfuncional. ●Principais mecanismos: ●Resistência periférica à ação insulínica ●Secreção deficiente de insulina pelo pâncreas ●Aumento da produção hepática de glicose– o fígado também fica resistente, com isso ele entende que o indivíduo não está com glicose no sangue e começa a liberar mais glicose. ●Doença assintomática ou oligossintomática por longo período >> atraso do diagnóstico >> possíveis complicações micro e macro vasculares ao diagnóstico. DIAGNÓSTICO Glicemia em jejum >= 126mg/dL TOTG>=200mg/dL – pós destrosol HbA1c >=6,5 **o pós destrosol só é feito quando não fecha critério, mas há suspeita. Peptídeo C Pré-diabetes: risco de desenvolver diabetes. – glicemia de jejum alterada quando só a glicemia de jejum está