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A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE GRUPO O viés da subjetividade se torna um empecilho no fazer história, e também aqui não seria diferente, ainda mais em se tratando de história da psicologia, um campo que traz consigo uma diversidade de métodos e objetos de estudo (Andery, Micheletto & Sério, 1998) Os grupos, para a autora, consistem em inter-relacionamentos de duas ou mais pessoas, exceto para casos onde o conceito é empregado de forma mais ampla, como quando ela se refere a classe social, sociedade, homens, muitos, todos, dentre outros. Cada indivíduo deve preencher determinados pré-requisitos para poder fazer parte de um grupo, é o que a autora chama de “características pessoais”. Essas características pessoais são fortemente produzidas pelas relações grupais, pois são nelas que os indivíduos se identificam uns com os outros e também se diferenciam, contribuindo na formação da individualidade e também dos papéis sociais. Assim sendo, são os grupos que dirão o que será reforçador ou não para o indivíduo, segundo sua participação em cada um deles. (Silvia, 2009, p. 9) Silvia Lane, nessa publicação de 1981, já fala da formação de grupos como importante na tomada de consciência, isto é, que é através do reunir-se com um grupo de semelhantes (reunião de duas ou mais pessoas que desempenham determinados papéis sociais em torno de uma tarefa que lhes diz respeito) que os indivíduos podem analisar e compreender os fenômenos sociais, os quais estão intimamente ligados ao modo de produção capitalista, tendo assim condições de reivindicar seus direitos perante a sociedade. Cinco grandes temas: “Psicologia da Linguagem”, seguidos por “Psicologia Social”, “Psicologia Comunitária”, “A mediação emocional” e, finalmente, “Processo Grupal”. Silvia Lane justifica o uso da expressão processo grupal, ao invés do uso de apenas grupo, dizendo que os grupos só poderão ser reconhecidos enquanto forem vistos como inseridos dentro da sociedade, levando-se em conta a sua história, com suas determinações econômicas, institucionais e ideológicas, o que dá um caráter de movimento aos grupos, em contraponto a uma visão estática. Além disso, a análise do processo grupal leva em conta a história do grupo para que não seja perdido o caráter ideológico presente nele, o qual está ligado às relações de produção capitalistas. A análise do processo grupal deve partir de dois níveis: o da vivência subjetiva e o da realidade objetiva. O primeiro é “marcado pela ideologia, onde cada um se representa como indivíduo livre, capaz de se autodeterminar, ‘consciente de sua própria ação e representação”, reproduzindo a ideologia do capitalismo (o individualismo, o self-made-man). O nível da realidade objetiva é aquele “onde as ações e interações estão sempre comprimidas e amalgamadas por papéis sociais que restringem essas interações ao nível do permitido e do desejado (em função da manutenção do status quo)”, reproduzindo o cerne do sistema, isto é, a relação dominador-dominado, explorador-explorado. É no nível da realidade objetiva que qualquer dialética poderá se desenvolver, pois é nela que se dá o desempenho dos papéis sociais, os quais reproduzem as relações de poder e de dominador-dominado, e que podem fazer emergir os processos de oposição, negação, contradição e negação da negação, constituintes de qualquer processo dialético. Outro aspecto importante para análise do processo grupal é o tipo de inserção que tem o grupo dentro da instituição, isto é, em que condições ele foi criado, com que finalidade, se em direção dos interesses da instituição ou contra eles, se criada por ela ou por algum tipo de contestação. Silvia afirma que, na sua relação com o ambiente social, o indivíduo interioriza o mundo como realidade concreta, subjetiva na medida em que é pertinente ao indivíduo em questão, e que por sua vez se exterioriza através de seus comportamentos. Assim sendo, a capacidade de resposta do homem decorre de sua adaptação ao meio no qual ele se insere, sendo que essas respostas (comportamentos) se tornam habituais na medida em que seus resultados sejam positivos. A história de vida de cada elemento constituinte do grupo também é importante na análise do processo grupal. O último elemento tratado no texto como fundamental para análise do processo grupal é o caráter de “máscaras” envolvido na representação dos papéis sociais quando tomados no nível das vivências subjetivas. Segundo os autores, na perspectiva de Baró, ao se estudar grupo devem ser enfatizados a identidade do grupo, o poder de que o grupo dispõe e o significado social desse grupo. A identidade deve ser entendida como um fenômeno dinâmico, no qual os indivíduos vão se relacionando uns com os outros, dentro do próprio grupo, ou com outros grupos (relação eu x outro e relação meu grupo x outros grupos), surgindo daí a consciência de grupo para cada indivíduo, em relação a si mesmo e outros grupos. É possível inferir que o contato de Silvia Lane com autores como Vigotski e Martin-Baró vieram a complementar sua análise dos processos grupais. A consciência é um conceito que é abordado por Silvia Lane em todos os textos analisados, e significa tomar consciência, conhecer os mecanismos desencadeantes de nossos comportamentos, com a clareza de que estão ligados ao desempenho de nossos papéis sociais, os quais foram construídos no contexto do sistema de produção capitalista, que por sua vez engendra papéis sociais que são atravessados pelas relações de poder. Segundo Silvia Lane, todos desempenhamos papéis sociais nas rela-ções com os outros. E quanto mais cristalizados se encontram esses papéis sociais, maior é a dificuldade de se alcançar a consciência. Professora partia de uma teoria, aplicando-a na prática, para então repensar a teoria, agora transformada pela prática, voltando a aplicá-la na prática novamente. A afetividade - Esse novo conceito aparece como fundamental para a aprendizagem e para a formação dos grupos, uma vez que é na relação com os outros membros do grupo que a identidade vai sendo formada, e também negada, movimento chamado de “dupla negação”. Para que haja essa identificação, é necessário que haja interesse de uns membros pelos outros, o que está permeado pela emoção, pela afetividade. Ela aparece como forma de complementar a teoria da “dupla negação” de Silvia Lane. Na primeira publicação e no primeiro texto analisado essa teoria já aparece, quando Silvia diz que, nas inter-relações, num primeiro momento os indivíduos tentam negar a unidade grupal, exaltando as diferenças, como forma de assegurar suas individualidades. Num segundo momento, tentam eliminar essas individualidades através da negação, em busca da unidade grupal, de um “nós”. Então, a afetividade foi aplicada na teoria dos processos grupais para complementar a teoria da “dupla negação”. Através de conversas com os membros de outros grupos sociais, que passam situações seme-lhantes, é possível identificar os mecanismos que condicionam suas vidas. Processo Grupal Segundo Pichon-Rivière e Oliveira: o grupo é um conjunto de pessoas que, ligadas por constantes de tempo e espaço articulada por sua mútua representação interna, se propõem de forma implícita a uma tarefa, que constitui sua finalidade, interatuando através de complexos mecanismos de assunção e atribuição de papéis. Os processos grupais são experiências fundamentais para as nossas formações, estruturação de convicções e para o desenvolvimento de nossas capacidades, com toda a carga das experiências anteriormente vividas que nos jogamos em novas experiências de relacionamentos grupais. Segundo Zimmermann (2000) apud Oliveira (2008) são características dos grupos: Identidade própria (um grupo não é o somatório das características de seus membrose sim o resultado da interação grupal que forma a nova identidade do grupo) Comunicação em todos os níveis (grupos com grande número de integrantes precisa assegurar comunicação efetive para que assim o grupo atinja seus objetivos) Normatização e Respeito às Regras (a atividade em grupo tem que ser normatizada e seus membros terão que obedecer e respeitar as regras estabelecidas) Unidade como totalidade (o grupo se organiza a serviço de seus membros e seu membros se organizam a serviço do grupo. Cada indivíduo é indispensável para composição do grupo) Preservação da identidade individual (entender que cada ser é único) Existência de Interações afetivas (faz parte da natureza dos grupos a presença de interações afetivas de inúmeras naturezas) Forças contraditórias (regulam a coesão e a desintegração do grupo) Criação do campo grupal (é um espaço plural e interdisciplinar para o intercâmbio e partilha de experiências) FASES DO PROCESSO DE GRUPO Segundo Castilho (2004) apud Oliveira (2008) os grupos passam por quatro fases durante seu relacionamento: Inclusão: é o momento inicial do grupo onde surge o desejo de ser aceito, este processo tem duração ligada ao estabelecimento da confiança. Durante este período o nível de comunicação é baixo, caracterizado pelo silêncio e tensão. Controle: fase de difícil comunicação, verifica-se uma luta inconsciente pela liderança e espaço dentro do grupo. Afeição: fase onde sei identificar uma maior produtividade e criatividade. O grupo já adquiriu confiança mútua, os membros demostram respeito e aceitação as diferenças individuais. Separação: fase final do grupo, caracteriza-se pela finalização da tarefa ou afastamento de um participante. Os demais membros do grupo podem ficar agressivos ou satisfeitos isto vai depender da razão ou condição da separação. KURT LEWIN Teoria de Campo: Baseia em duas premissas: o comportamento humano é consequência da totalidade dos fatos coexistentes; a coexistência cria um campo dinâmico, no qual qualquer parte desse campo depende de toda as demais partes. (Os fatos são mutuamente interdependentes) Espaço de vida: é formado pelo individuo, pelo meio psicológico e como esse meio existe para o indivíduo num determinado momento. Da relação entre esses três elementos (individuo, meio, e como o meio existe para o individuo) é que surge o comportamento. O espaço de vida de um grupo é formado por seus elementos mais o meio em que vivem, num determinado tempo. Três características que definem o grupo: existência (o comportamento é função da pessoa e do meio), interdependência (de seus membros) e contemporaneidade (só os eventos do momento presente podem ter efeito em um determinado momento). Campo de forças opostas: formado por toda as forças ativas (internas ou externas) que contribuem para determinar um nível de atividade específico do grupo. Forças impulsoras: que tendem a elevar o nível de atividade do grupo. Forças Restritivas: que tendem a diminuir o nível de atividade do grupo SCHULTZ O autor também considera as dimensões de dependência como fatores entrais de compatibilidade de grupo, indicando que o determinante estratégico de compatibilidade é a dosagem específica de orientações para autoridade com orientações para intimidade pessoal. A concepção de compatibilidade de grupo é importante na constituição de equipes de trabalho, que tem metas bem definidas a alcançar, que poderia, ou deveria, funcionar adequadamente pela competência técnica de seus integrantes, mas que, por vezes, não rendem o esperado, certamente pelas dificuldades interpessoais no trabalho grupal. O autor inova o fenômeno grupal com sua teoria das “Necessidades Interpessoais” na formação e desenvolvimento de um grupo, conceito usado para especificar que a integração dos membros de um grupo acontece quando certas necessidades fundamentais são satisfeitas, pois só em grupo e pelo grupo essas necessidades podem ser satisfeitas, sendo fundamentais porque são vivenciadas por todo ser humano em um grupo qualquer. Três zonas de necessidade interpessoal: Inclusão: que significa a necessidade de se sentir considerado pelos outros, de sua existência no grupo ser de interesse para o outros. Cada membro do grupo procura seu lugar através de tentativas para encontrar e estabelecer os limites de sua participação no grupo, o quanto vai dar de si, o quanto espera receber, como se mostrará ou que papel desempenhará primordialmente. É uma fase de introdução do grupo de forma ativa e experimental. (sentir-se aceito) Controle: significa respeito pela competência e responsabilidade dos outros e consideração dos outros pela competência e responsabilidade do indivíduo. Encontrado o seu lugar, cada membro passa a interessar- se pelos procedimentos que levem às decisões, ou seja, pela distribuição do poder no grupo e controle das atividades dos outros. (sentir-se responsável por tudo aquilo que constitui o grupo) Afeto: Significa sentimentos mútuos ou recíprocos de amar os outros e ser amado, ou seja, sentir-se amado. Uma vez resolvidos razoavelmente os problemas de controle, os membros começam a expressar e buscar integração emocional. Surgem abertamente manifestações de hostilidade direta, ciúmes, apoio, afeto e outros sentimentos. Cada um procura conhecer as possibilidades de intercâmbio emocional, estabelecer limites quanto à intensidade e qualidade das trocas afetivas. O clima emocional do grupo pode oscilar entre momentos de grande harmonia e momentos de insatisfação, hostilidade e tensão. A tendência é o estabelecimento de um clima afetivo positivo dentro do grupo e que traz satisfações a todos, mas que não perdura muito tempo, passando ao polo oposto. (sentir-se valorizado) PIAGET Passou a combinar a psicologia experimental, que é um estudo formal e sistemático, com métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e análises de pacientes. Foi então em 1919 que Piaget iniciou seus estudos experimentais sobre a mente humana e começou a pesquisar também sobre o desenvolvimento das habilidades cognitivas. Jean Piaget revolucionou as concepções de inteligência e de desenvolvimento cognitivo partindo de pesquisas baseadas na observação e em entrevistas que realizou com crianças. A capacidade de adaptar-se para Piaget é o processo de funcionamento do organismo a uma nova situação, e como tal, implica a construção contínua do modo como as partes ou elementos se relacionam, e que determina as características ou o funcionamento do todo. Para Piaget o comportamento dos seres vivos não é inato: para ele o comportamento é construído numa interação entre o meio e o indivíduo, sendo caracterizada como uma teoria interacionista. A inteligência do indivíduo, como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a complexidade desta interação do indivíduo como meio. Em outras palavras, quanto mais complexa for esta interação, mais “inteligente” será o indivíduo. Piaget (1982) apresenta o pressuposto de que a inteligência humana somente se desenvolve no indivíduo em função de interações sociais que são, em geral, negligenciadas. Porém, apesar de tal afirmação, Piaget não se deteve sobre essa questão do papel dos fatores sociais no desenvolvimento humano e sim, das influências e determinações dessa mesma interação sobre a inteligência do ser humano. Piaget põem em foco as condições intelectuais: A estruturação do pensamento em agrupamentos e em grupos móveis permite que cada indivíduo adote múltiplos pontos de vista. Outro tipo de comportamento que a atividade grupal desenvolve, segundo a linha de Piaget, é chamado de reciprocidade. No momento em que ocorre contribuições de ajuda mútua, colaboração. O indivíduo raciocina com mais lógica quando discute com os outros, em reciprocidade. (MINICUCCI,1997). Para o autoro indivíduo raciocina com mais lógica quando discute com outro, pois, frente ao companheiro, a primeira coisa que procura é evitar a contradição. Por outro lado, a objetividade, o desejo de comprovação, a necessidade de dar sentido ás palavras e ás ideias são não só obrigações sociais, como também condições de pensamento operatório. (MINICUCCI,1997). Mediante experiências em grupo, o indivíduo aprende que, ante algo objetivo, pode-se adotar diferentes pontos de vista correlatos e que as diversas observações extraídas não são contraditórias, mas complementares. O indivíduo que intercambia em grupo suas idéias, com seus semelhantes, tende a organizar de maneira operatória seu próprio pensamento, portanto, o grupo favorece o desenvolvimento do chamado pensamento operatório. (MINICUCCI,1997). Considerando estes conceitos centrais, o educador deve tornar a atividade grupal proporcional ao nível de desenvolvimento cognitivo dos alunos, não podendo ir além das suas capacidades, nem os deixar agindo sozinhos, uma vez que, busca-se que os sujeitos e já capaz de formar esquemas conceituais de conteúdos com flexibilidade de pensamento, estimulando-se a reflexão e construção de conceitos e princípios ao interagir com o outro. PICHON-RIVIÈRE Inicia sua prática psiquiátrica no Asilo de Torres, e umas das suas primeiras tarefas era organizar uma equipe de futebol e graças ao Pichón Rivière o futebol se torna terapia grupal dinâmica. Em Buenos Aires trabalha por 15 anos no Hospício de la Merced, um dos primeiros trabalhos de Pichón neste hospital foi o de fazer grupos e instruí-los quanto ao trato do paciente, o que conhecemos hoje como “Grupo Operativo”. Pichon-Rivière define da seguinte forma um grupo: "conjunto de pessoas, ligadas no tempo e no espaço, articuladas por sua mútua representação interna, que se propõ em explícita ou implicitamente a uma tarefa, interatuando para isto em uma rede de papéis, com o estabelecimento de vínculos entre si."(AFONSO,2000,p.19). Os papéis se formam de acordo com a representação que cada um tem de si mesmo que responde as expectativas que os outros têm para com o indivíduo. Constata-se a manifestação de vários papéis no campo grupal, destacando-se: Porta-voz: é aquele que expressa as ansiedades do grupo, a qual está impedindo a tarefa; Bode expiatório: é aquele que expressa a ansiedade do grupo, mas diferente do porta-voz, sua opinião não é aceita pelo grupo, pode-se entender que esse papel assume caráter depositário de todas as dificuldades do grupo, sendo culpado de cada um de seus fracassos; Líder: A estrutura e função do grupo se configuram de acordo com os tipos de liderança assumidos pelo coordenador, apesar de a concepção de líder ser muito singular e flutuante. O grupo corre o risco de ficar dependente e agir somente de acordo com o líder e não com o grupo; Sabotador: é aquele que conspira para a evolução e conclusão da tarefa podendo levar a segregação do grupo (PICHON,1988). GRUPO OPERATIVO Essa teoria foi um marco para o funcionamento grupal; de relevância mundial quanto a uma contribuição latino–americana para o estudo dos grupos. Os Grupos Operativos surgiram nos hospitais psiquiátricos onde Pichón treinou enfermeiros com suas práticas para que os próprios enfermeiros compreendessem a dinâmica da vida de um internado. Esquema de vetores que verifica a operatividade no grupo, são: Pertença: sentimento de fazer parte do grupo. Cooperação: contribuição para o desenvolvimento do grupo. Pertinência: centramento nas tarefas. Comunicação: intercâmbio de informações. Aprendizagem: conscientização da natureza real da tarefa. Tele: empatia entre os participantes. JACOB LEVY MORENO No início da Faculdade de Medicina reunia crianças formando grupos de brincadeiras de improvisação. Depois trabalhou com um grupo de prostitutas, utilizando técnicas grupais. Em 1925 foi morar nos EUA onde desenvolveu e sistematizou suas descobertas: a socionomia. Esta teoria de estudos e divide em sociometria, sociodinâmica e a sociatria. Socionomia é composta pelo estudo do grupo e suas relações. Sociometria pretende medir as relações entre os membros do grupo, evidenciando as preferências e evitações presentes nas relações grupais. Moreno desenvolveu o teste sociométrico com objetivo de mensurar e visualizar as relações existentes em um grupo. A sociodinâmica busca entender a dinâmica do grupo. Sociatria trata as relações grupais utilizando três métodos: o Sociodrama, a Psicoterapia de grupo e o famoso Psicodrama. FUNDAMENTOS TEÓRICOS Psicodrama – pode ser definido como uma via de investigação da alma humana mediante a ação. O Psicodrama consiste em um método de pesquisa e intervenção nas relações interpessoais, nos grupos, entre grupos ou de uma pessoa consigo mesma. O objetivo se relaciona a mobilizar para vivenciar a realidade a partir do reconhecimento das diferenças e dos conflitos e facilita a busca de alternativas para a resolução do que é revelado, expandindo os recursos disponíveis. Tem sido amplamente utilizado na educação, nas empresas, nos hospitais, na clínica, nas comunidades. O Psicodrama é uma parte de uma construção muito mais ampla, criada por Jacob Levy Moreno, a Socionomia. O Psicodrama é uma parte de uma construção muito mais ampla, criada por Jacob Levy Moreno, a SOCIONOMIA. Socionomia – Ciência das leis sociais e das relações, que se caracteriza fundamentalmente por seu foco na intersecção do mundo subjetivo, psicológico e do mundo objetivo, social, contextualizando o indivíduo em relação às suas circunstâncias. Divide-se em três ramos: a Sociometria, a Sociodinâmica e a Sociatria: Sociometria: através do teste sociométrico, mensura as escolhas dos indivíduos e expressa-as através de gráficos representativos das relações interpessoais, possibilitando a compreensão da estrutura grupal. Sociodinâmica: investiga a dinâmica do grupo, as redes de vínculos entre os componentes dos grupos. Sociatria: propõe-se à transformação social, à terapia da sociedade. SIMPLIFICANDO Psicodrama é uma psicoterapia de grupo, em que a representação dramática é usada como ferramenta para explorar a psique humana e seus vínculos emocionais. Utiliza como pontos básicos de sua teoria o conceito de espontaneidade- criatividade, a teoria dos papéis, a psicoterapia grupal. A ação dramática permite insights profundos por parte do protagonista e do grupo, a respeito do significado dos papéis assumidos. Para Moreno, toda ação é interação por meio de papéis. O objetivo do psicodrama, no trabalho com psicóticos, é transformar uma alucinação em um objeto concretizado e compartilhado com os membros do grupo, para poder ser trabalhado.