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Guerra do Vietnã - Resumo

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GUERRA DO VIETNÃ
 A Conferência de Genebra, de 1954, dividira o Vietnã em dois Estados, o Norte, sob o domínio do Viet Minh, e o Sul, sob o governo de Bao Dai. Instituía, ainda, que fossem realizadas eleições para a reunificação do país, em 1956.
 Entretanto, conforme crescia o sentimento de rejeição ao domínio ocidental, ficou claro que o Viet Minh ganharia a eleição, o que alarmava o governo dos EUA, já as voltas com a vitória de Mao na China e a perda da Coreia do Norte. Assim, Washington apoiou o golpe militar, no Vietnã do Sul, que depôs Bao Dai e levou ao poder o primeiro-ministro Ngo Dinh Diem. Instaurando uma ditadura militar no país, Diem cancelou as eleições e perseguiu violentamente os opositores do regime, particularmente a esquerda, que apoiava o Viet Minh. A violência do regime foi tamanha que, em menos de 1 ano, mais de 70 mil pessoas foram executadas. A isso, a população apoiada pelo Vietnã do Norte respondeu com o crescimento do movimento de guerrilha contra o governo. Já em 1957 eclodiram os primeiros conflitos entre guerrilheiros comunistas e tropas fiéis ao regime de Saigon (capital do Vietnã do Sul - EUA). Em dois anos, esses conflitos generalizaram-se, configurando uma verdadeira guerra civil.
 Ante a incapacidade do governo de Diem de conter o avanço dos comunistas, os EUA passaram a intervir diretamente no conflito. O envio de "conselheiros militares", forma eufêmica através da qual os EUA procuravam ocultar o fato de que estavam mandando tropas para combater efetivamente no conflito vietnamita, chegou a 10 mil soldados em 1962. Já em 1960 havia sido criada a Frente de Libertação Nacional (FLN) no Vietnã do Sul, um exército de guerrilha que lutava ostensivamente contra o governo de Saigon com o apoio do Vietnã do Norte. Foram os EUA que deram à FLN o apelido de Vietcongue, termo que no idioma local significa vietnamita comunista, em uma tentativa de desmoralizar o movimento.
 A partir de junho de 1963, a reação no Vietnã do Sul contra o regime de Diem intensificou-se, tendo como manifestação mais dramática o suicídio de monges budistas que se imolavam em protesto contra o regime. A impopularidade de Diem e a sua incapacidade de conter a crescente onda de protestos geraram um golpe militar, no qual ele foi assassinado, assumindo o poder os generais Nguyen Van-Thieu e Cao Ky. Nesse mesmo ano, em novembro, o presidente Kennedy foi assassinado em Dallas e seu vice, Lyndon Johnson, assumiu o poder. Foi a partir daí que a presença norte-americana se tornou maciça no conflito. O número de "conselheiros militares" enviados para os EUA foi crescente, chegando a cerca de 500 mil soldados entre 1965 e 1968.
 Já nesse momento, embora ainda que timidamente, começavam as primeiras manifestações internacionais contra a presença americana na guerra. Essas manifestações eram sintoma do movimento cultural que marcou os anos de 1960 e que significou a emergência de toda uma nova geração na cena política. Tratava-se da geração que nasceu nos anos da Segunda Guerra Mundial ou imediatamente após o seu final, vivendo em um mundodestruído, dividido e com iminente terror da Guerra Fria. Jovens nos anos sessenta, eles pautaram pela reação aos valores que norteavam o pós-guerra, pela negação do discurso político tradicional e por uma atitude de contestação à moral vigente; que se traduzia em uma nova maneira de se vestir e de se comportar, por um novo gosto musical, que tinha no rock a sua grande expressão. Pautavam-se ainda por uma nova postura em relação ao sexo e ao amor, provocando uma das mais intensas revoluções nos costumes em toda a história recente.
 
CONTESTAÇÃO SOCIAL NOS EUA E NO MUNDO
 Havia outros componentes nesse turbilhão social que marcou os anos sessenta; um dos principais foi a nova condição da mulher. Desde os anos de guerra, necessária como força de trabalho, a mulher superou sua antiga condição de elemento apenas doméstico, submetida ao domínio masculino, passando a reivindicar um papel maior na sociedade. Sintoma dessa nova posição da mulher no contexto social foi a invenção e a popularização da pílula anticoncepcional, em 1958, que, muito além de seu significado como um avanço da medicina, teve um sentido social revolucionário. Era a admissão pública do direito da mulher ao sexo, independentemente de sua opção pela maternidade, uma afirmação da emancipação feminina ante seu próprio corpo, negando a ditadura patriarcal que marcava a sociedade.
 Também a questão dos negros ganhava um conteúdo explosivo. Desde o final da guerra, as reivindicações dos negros por liberdades civis vinham crescendo e, na década de 1960, dentro do clima de contestação que marcou o período, atingiram seu ponto crucial. Nos EUA, essa luta teve na figura do pastor Martin Luther King seu maior expoente e defendia o fim das leis discriminatórias que ainda vigoravam em grande parte do país, principalmente nos estados do Sul.
 De certa forma, a guerra do Vietnã catalisou todo esse clima de descontentamento e de contestação, gerando um movimento que fundia essas diversas vertentes contra a presença dos EUA no conflito. Frases como "Faça amor, não faça guerra" ou "Esta é uma luta na qual os brancos mandam negros lutar contra amarelos por uma terra que eles roubaram dos vermelhos" eram uma síntese de um amplo movimento de repulsa social à guerra e à ordem vigente.
 
O FIM DO CONFLITO
 Ao mesmo tempo em que aumentava o descontentamento da opinião pública contra a guerra, fato que se alastrou por todo u mundo ocidental, o governo americano procurava acelerar a vitória de suas tropas, lançando mão de táticas cada vez mais violentas, como o uso de bombas de napalm 9incendiáriaas, que provocavam imensa devastação), desfolhantes (que provocavam queda das folhas das árvores, visando impedir que os vietcongues usassem as florestas como esconderijo), além de bombardeios maciços sobre o Norte, penalizando acima de tudo a população civil.
 Entretanto, as vitórias do Vietnã do Norte e do Vietcongue aumentavam. Em janeiro de 1968, os comunistas desfecharam um ataque maciço em todo o território do Vietnã do Sul, na chamada "Ofensiva do Tet", chegando a ocupar até mesmo a embaixada dos EUA em Saigon. Contra isso, o governo americano lançou mão de ataques violentos contra o Vietnã do Norte, inclusive com o bombardeio de Hanói (capital do Vietnã do norte - comunista).
 Porém, para os EUA a guerra estava perdida. A pressão crescente da opinião pública, a resistência heroica do Vietcongue e do Vietnã do Norte e também o progressivo enfraquecimento do governo de Nixon, minado por denúncias de corrupção eleitoral, fizeram com que os norte-americanos iniciassem negociações que levariam à assinatura do Acordo de Paris em 1973, prevendo a gradual retirada de suas tropas do Vietnã.
 Com isso, a vitória dos comunistas tornou-se questão de tempo. Em 1975, tropas do Vietcongue tomaram Saigon, provocando a fuga humilhante dos últimos funcionários e militares americanos no país. A cidade teve seu nome mudado para Cidade de Ho Chi Minh e, no ano seguinte, promoveu-se a reunificação oficial do país, com o nome de República Socialista do Vietnã.

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