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Roncos e SAOS

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SAOS (sindrome de apneia obstrutiva do sono), é um 
disturbio do sono onde ocorrem diversos episodios de 
obstruçoes, podendo ser totais ou parciais, das vias 
aereas superiores no periodo do sono. Essa sindrome 
pode levar a hipoxemia intermitente, hipercapnia 
transitória e despertares frequentes, associados a sinais e 
sintomas característicos. 
Caracterizada por colapsos ou estreitamentos múltiplos 
das vias aéreas sup. Durante o sono. 
A hipopneia caracteriza a redução do fluxo aéreo em 
menos de 10 segundos, enquanto a apneia obstrutiva 
ocorre com a parada de fluxo por 10 ou mais segundos. 
 
Nessa imagem podemos ver que roncos ainda sim tem 
entrada parcial do ar, porem entrecortado. Na apneia 
vemos obstruçao total, onde o ar não passa e tera 
paradas respiratorias. 
Lembrando que paradas de mais de 10s caracteriza 
apneia do sono. 
 A sintomatologia geralmente esta relacionada a 
multiplos colapsos ou estreitamentos da via aerea sup no 
sono especialmente nas partes retropalatal e retrolingual, 
por colabamento do palato mole ou da base da língua 
sobre a faringe. 
SAOS tmb pode ser causada por obstruções da 
passagem de ar por hipertrofia de adenoide. Isso é 
responsável por cerca de noventa por cento de casos 
de apneia nas crianças. 
OBS: Apneia obstrutiva temos parada de fluxo por 10s ou 
mais, enqt na hipopneia temos apenas redução do fluxo. 
Nos 2 casos vai ter diminuição de sat de O2 e aumento 
de CO2. Isso pode levar a despertares noturnos. O ronco 
mais forte e seguido de um período de apneia denomina-
se Ronco Ressuscitatório 
 
 
 
 
 
Pacientes obesos possuem risco aumentado 
para SAOS. Pode estar presente em 70% dos pacientes 
apneicos. Em obesos mórbidos temos cerca de 80% de 
pacientes do sexo masculino com apneia e 50% no sexo 
feminino. Nesses casos, o paciente deve perder pelo 
menos 10KG para começar a ter melhora na SAOS. 
No sexo masculino a prevalência é de 4% enqt 
no feminino são 2%. Essa prevalência, porém, se iguala 
praticamente quando chegamos a meia idade, ficando 
prox. a porcentagem masculina. O envelhecimento por si 
já é um fator de risco. 
Com ganho de peso temos tmb aumento de 
deposito gorduroso na faringe e isso dificulta a reversão 
de quadros apneicos. 
Como já fld anteriormente, apneias em crianças 
são patológicas e geralmente causadas por hipertrofia de 
amigdalas e vegetações adenoides. O tratamento deve 
ser cirúrgico. 
Anormalidades craniofaciais como retrognatismo 
causam diminuição do calibre na passagem aérea; 
anormalidades endócrinas como hipotireoidismo e 
acromegalia tmb podem ser considerados fatores de 
risco. 
OBS: História familiar deve sempre ser levada em conta. 
OBS 2: o desvio de septo causa ronco, mas só ele não 
é capaz de causar uma apneia. 
• Tipo I: estreitamento ou colapso retropalatal; 
• Tipo II: estreitamento ou colapso na região retropalatal 
e retrolingual; 
• Tipo III: estreitamento ou colapso retrolingual. 
Devemos saber que palato, úvula e língua podem estar 
juntos ou isolados na fisiopatologia na SAOS. 
Quadros de queixa principal com roncos. Tem 
fragmentação de sono com despertares frequentes e 
alterações na saturação sanguínea de oxigênio. 
Presença de sonolência diurna excessiva e personalidade 
depressiva. 
Tem alterações de memória, sono não descansado, 
dores de cabeça na manhã, cansaço e irritabilidade; pode 
 
Ana Carolina De Alvarez 
Med 103 
Ana Carolina De Alvarez MED 103 2 
 
ter tmb dificuldade de concentração e engasgos durante 
o sono. 
Pacientes com SAOS tem risco aumentado para HAS, 
arritmia cardíaca noturna, HAP, IC esquerda e direita, IAM, 
AVE e acidentes automobilísticos. 
Padrão ouro é polissonografia, exame assistido onde 
paciente tem uma noite de sono monitorada e com 
avaliação de padrões de EEC, ECG, fluxo aéreo, 
emiograma (?), esforço respiratório e oximetria. 
 No caso de crianças, um quadro de apneia por 
noite já é patológico. Adultos devemos ter entre 5 e 15 
episódios por hora para considerar SAOS leve; 15 e 30 
episódios por hora para SAOS moderado e mais de 30 
para SAOS grave. 
• Rinoscopia: observa desvio de septo, polipose nasal ou 
hipertrofia de corneto e outras causas de ronco. 
• Oro e Faringoscopia: oclusão dentária, posição e 
tamanho da língua, tamanho das amígdalas, diagnosticar a 
respiração bucal. 
• Pescoço: procurar pescoços curtos, largos e com 
acúmulo de tecido adiposo. 
• Exame Físico Geral: peso, altura, IMC, circunferência 
cervical e PA. 
• Avaliação de Face e VA Superior: desenvolvimento de 
maxila e mandíbula, oclusão dentária, palato ogival, 
aumento do volume da língua, aumento de tonsilas, 
aspecto dos pilares, espessamento e alongamento de 
palato mole, úvula espessa e alongada ou edemaciada, 
impressão dos dentes na língua (sinal de Macroglossia) e 
pilares mais flácidos e baixos (favorecem o colabamento). 
Graduação de tonsilas 
Quanto maior forem as amigdalas, maior será o resultado 
obtido para sua retirada. A ausência de amigdalas pode 
abrir mais espaço na cavidade oral. Esse resultado de 
amigdalectomia acontece bastante em pacientes com 
malampatti grau 1 com amigdalas grau 4. 
 
 
O contorno facial pode se apresentar hipodesenvolvido 
no terço médio e inferior da face. A classificação de 
mallampatti pode estar modificada em relação a posição 
da língua com palato mole. 
Pode ter mordida cruzada ou palato ogival. Pesquisa o 
estreitamento maxilar. 
Classificamos mordida avaliando oclusão dentaria e 
impressões dos dentes nas línguas pela presença de 
Macroglossia ou pseudomacroglossia. 
Palato caído e palato mole posterior espessado ou 
alongado 
Pilares tonsilares medianizados ou volumosos; Hipertrofia 
de tonsila palatina. 
Úvula pode ser alongada e espessada. 
Paciente deve passar pelo menos 6h com monitorização 
realizando EEG, ECG e oximetria digital; Eletro-
oculograma D e; Eletromiograma da MMII; Fluxo aéreo 
nasal e oral – termístor; 
Pressão nasal – transdutor de pressão; 
Ana Carolina De Alvarez MED 103 3 
 
Movimento torácico e abdominal por meio de cintas de 
indutância; 
Registro do ronco – microfone traqueal 
Registro de posição corporal. 
 
– í
Presença de Sonolência diurna excessiva inexplicável por 
outras causas e /ou 2 ou mais dos seguintes, não 
explicados por outras condições: asfixia ou respiração 
difícil durante o sono não restaurador, fadiga diurna e 
dificuldade de concentração; 
Monitorização durante a noite inteira, demonstrando 5 
ou mais eventos respiratórios obstrutivos por hora de 
sono. 
Apneia do sono obstrutiva do adulto 
Critérios (A + B + D) ou (C + D) 
 A) No mínimo 1 queixa: 
• episódios de sono não intencionais durante a vigília, 
SDE, sono não reparador, fadiga ou insônia 
• acordar com pausas respiratórias, engasgos ou asfixia 
• companheiro relatar ronco alto e/ou pausas 
respiratórias no sono 
B) Polissonografia (PSG): 5 ou mais eventos respiratórios 
detectáveis (apneias e/ou hipopneias e/ou despertares 
relacionados a esforço respiratório) /hora de sono. 
Evidência de esforço respiratório durante todo ou parte 
de cada evento 
C) PSG: 15 ou mais eventos respiratórios detectáveis 
(apneias e/ou hipopneias e/ou despertares relacionados 
a esforço respiratório) /hora de sono. Evidência de 
esforço respiratório durante todo ou parte de cada 
evento 
D) O distúrbio não pode ser mais bem explicado por 
outro distúrbio do sono, doenças médicas ou 
neurológicas, uso de medicações ou distúrbio por uso de 
substâncias 
Escala de sonolência de Epworth 
Avalia a possibilidade do paciente de adormecer em 
certas situações seguindo esse escore: Dez ou mais 
pontos – sonolência excessiva que deve ser investigada 
• 1 - pequena chance de cochilar 
• 2 – moderada chance de cochilar 
• 3 - alta chance de cochilar 
 1. Sentado e lendo 
2.Vendo televisão 
3. Sentado em lugar público sem atividades como sala de 
espera, cinema, teatro, igreja 
4. Como passageiro de carro, trem ou metro andando 
por 1 hora sem parar 
5. Deitado para descansar a tarde 
6. Sentado e conversando com alguém 
7. Sentado após uma refeição sem álcool 
8. No carro parado por alguns minutos no durante 
trânsito 
• Monitoração cardiorrespiratória; 
• Polissonografia do tipo Split-night: SAOS diagnosticado 
ou paciente que tem difícil acesso ou aquele que já faz 
uso de CPAP. É feita com a segunda metade da noite 
utilizando o CPAP. Esse exame tem como objetivo, 
acabar com as apneias; 
• Oximetria noturna; 
• Polissonografia diurna. 
 
 • Fibronasofaringolaringoscopia – manobra de Muller: o 
paciente faz esforços inspiratórios forçados com boca e 
nariz ocluídos e o examinador, com o 
nasofibrolaringoscópio posicionado na região retrolingual 
observa o estreitamento látero-lateral e ântero-posterior 
das paredes da faringe; 
repete a manobra com o aparelho na região retropalatal. 
Quando há colabamento da parede, pode-se pensar que 
esse paciente tem manobra de Muller positiva, ou seja, 
sugerindo que esse paciente faz apneias durante o sono; 
• Sonoendoscopia: paciente dorme com anestesia de via 
aérea superior, permitindo avaliar a anatomia da faringe 
e laringe, e determinar o grau e local de obstrução destas 
estruturas durante o sono 
• TC vai avaliar nariz e seios paranasais; 
• RNM: neoplasias e tumores; 
• Cefalometria: cirurgia de avanço mandibular 
 
Pode gerar alterações neuroendócrinas como resistência 
insulínica, intolerância glicose e produção incorreta de 
Ana Carolina De Alvarez MED 103 4 
 
leptina e adiponectina. hiperatividade autonômica, 
desregulação do eixo hipófise-adrenal, associações com 
endocrinopatias. 
Alterações cognitivas como diminuição de atenção, 
perda de memória, irritabilidade, deficiência nas funções 
executivas, impulsividade, labilidade emocional e perda da 
motivação. 
Alterações cardíacas como HAS, sinais precoces de 
aterosclerose, atividade simpática aumentada, aumento 
do risco de morte súbita noturna Causada pela hipóxia 
intermitente com retenção de CO2 e aumento de 
esforço respiratório por obstruções de VAS. 
Alterações sexuais como impotência e diminuição da 
libido além de risco aumentado para acidentes de trânsito 
e domésticos. 
Importante tentar manter esse padrão com esses 
pacientes. Nele temos medidas como manutenção de 
horários de sono, com horário para dormir e acordar; 
deitar-se na cama apenas para dormir; tentar ao máximo 
ter o quarto como ambiente agradável para o sono, 
sendo escuro e silencioso. 
Colchão adequado e confortável, evitar estimulantes 
como chá, café e cigarro. 
Evitar estresse, resolução de problemas e situações 
ansiosas perto da hora de dormir. 
Não realizar exercícios físicos a noite. 
Evitar comer demais a noite e não assistir tv deitado 
principalmente antes de dormir. 
• O principal e o qual devemos começar, são medidas 
comportamentais tais como higiene do sono, perda 
de peso, evitar álcool e medicamentos hipnóticos ou 
relaxantes antes de dormir. Evitar dormir em 
decúbito dorsal, evitar refeições pesadas antes de 
dormir, levantar a cabeceira da cama para diminuir a 
possibilidade de refluxo, tratar problemas alérgicos e 
outras alterações de vias respiratórias (deixar as vias 
aéreas livres) e tratar doenças endócrinas 
• Depois partimos para tratamentos farmacológicos, 
tratando doenças associadas. Fazemos reposição 
hormonal na acromegalia, hipotireoidismo e 
menopausa. Porém ainda não existem evidências 
clínicas sobre a efetividade do tratamento 
farmacológico específico para SAOS 
• CPAP: esse sim é a primeira escolha em pacientes 
com apneia moderada a severa. É um aparelho que 
gera e direciona um fluxo contínuo de ar até uma 
máscara firmemente aderida à face do paciente, 
gerando uma pressão positiva capaz de desobstruir 
o trajeto das vias aéreas superiores. Quando a 
pressão positiva passa pelas narinas, ocorre a 
dilatação de todo o trajeto da via aérea superior Não 
leva à cura, e gera um ressecamento das vias aéreas, 
mas é o tratamento mais eficaz. Podemos optar pelo 
BIPAP ou BPAP. 
O cpap está incluído no bipap o Bipap realiza duas 
pressões, Pressão maior para fazer inspiração- pressão 
inspiratória Bpap é indicado para pessoas 
1. Muito obesas, em que gordura dificulta o pulmão 
para puxar o ar 
2. Pessoas que tem problemas no músculo 
diafragma 
3. Doenças neuromusculares como esclerose lateral 
amiotrófica, sequelas de poliomielite etc. 
4. Alteração óssea da coluna 
5. Pessoas que retem co2 
6. Traqueostomia 
• Aparelhos intraorais: fazem avanço mandibular e são 
também dispositivos de retenção lingual (mais 
indicados para tratamento do ronco primário ou em 
casos de apneia leve). 
• Tratamento Cirúrgico: objetiva modificar os tecidos 
moles da faringe (palato, amigdalas, pilares e base da 
língua), e menos comumente, o esqueleto (maxila, 
mandíbula e osso hioide) para reduzir a obstrução ao 
fluxo de ar. Não existe um procedimento específico 
que possa resolver todas as necessidades do 
indivíduo. A combinação de cirurgias é a melhor 
forma de tratamento. 
1. Uvulopalatofaringoplastia: trata a obstrução de vias 
aéreas superiores a nível retropalatal (não trata 
se o problema for retrolingual). 
2. Glossectomia: ressecção de parte da língua no 
caso de Macroglossia. Tem Poucos resultados 
satisfatórios. 
3. Cirurgia Ortognática de Avanço Maxilomandibular: 
anteriorização eficiente do palato e base da 
língua, com boa taxa de cura da SAOS. Porém, é 
uma cirurgia agressiva que altera toda a estrutura 
bucal, e de difícil recuperação. 
4. Traqueostomia: na falha de procedimentos 
cirúrgicos e do uso do CPAP em pacientes com 
SAOS grave e importante complicação clínica. 
5. Radiofrequência. Utilizada na apneia obstrutiva do 
sono e grau leve (palato e úvula) ou moderado e 
severo que já envolvem a base da língua. Pode 
ser eficaz no tratamento do ronco, porém não 
tem eficácia tão comprovada no tratamento de 
SAOS.

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