Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
@resumosodontol @resumosodontol Sumário Exame Clínico ..................................................................................................................................................................................... 3 Exames Complementares ................................................................................................................................................................... 5 Alterações dentárias ............................................................................................................................................................................ 7 Lesões potencialmente malignas ...................................................................................................................................................... 13 Manifestações Virais ......................................................................................................................................................................... 16 Manifestações Fúngicas .................................................................................................................................................................... 21 Manifestações Bacterianas ............................................................................................................................................................... 24 Carcinoma espinocelular ................................................................................................................................................................... 29 @resumosodontol Exame Clínico Diagnóstico Oral Exame clínico: conjunto de procedimentos que devem ser realizados de forma disciplinada com objetivo de chegar ao diagnóstico. É necessário observar como o paciente se expressa, dede o seu andar até a sua fala. Possui duas etapas: anamnese e exame físico. Devem-se evitar perguntas evasivas e questionamento pontual sobre cada órgão; Respostas negativas devem ser apontadas de forma explícita. Queixa principal: deve ser registrada nas palavras do paciente, até mesmo de forma informal. Pode-se usar aspas. Quando o paciente relatar algo duvidoso, incoerente, podemos utilizar o acrônico “sic” (segundo informação coletada); Para a formulação da queixa atual: Data dos primeiros sinais e sintomas; Descrição dos primeiros sinais e sintomas; Caracterização da sintomatologia; Desenvolvimento; Tratamentos realizados e seus resultados; Estado atual da doença. História buco-dental/odontológica: perguntar sobre experiências anteriores do paciente com outros dentistas, doenças e tratamentos. História médica: perguntar se o paciente já sofre acidentes, se têm alergias ou se já realizou cirurgias anteriores. Etapa Extra – Bucal: observar a presença de linfonodos, simetria facial, além de observar a pele do paciente. Para identificar a presença de linfonodos incline a cabeça para baixo e para os lados, palpite a região do corpo da mandíbula para identificar: 1) Processo inflamatório ativo: linfonodos palpáveis, móveis, superfície lisa, consistência fibro-elástica e doloroso. 2) Processo inflamatório anterior: linfonodos palpáveis, móveis de consistência fibro-elástica e indolor (Linfonodos residuais). 3) Linfonodos Metastásicos: linfonodos fixos, rugosos, endurecidos e indolores (presença de um tumor maligno). Etapa Intra – Bucal: é um exame simples, dependendo de uma iluminação, espátula e gaze. Lábio e vestíbulo lingual; Mucosa Jugal Bilateral; Fundo do sulco inferior e superior; Palato duro e mole; Orofaringe; Assoalho bucal; Língua . @resumosodontol Podemos classificar as lesões, inicialmente, em 3 graus: 1) Lesões planas ou elevadas a. Mácula / Mancha; b. Placa; c. Pápula / Nódulo. 2) Aumento de vol. que contém líquido: a. Vesícula; b. Bolha. 3) Lesão envolvendo perda de substância: a. Erosão; b. Úlcera. Mancha: alteração de cor sem alteração de superfície. Placa: alteração de cor com alteração de superfície. Podemos observar lesões benignas, potencialmente malignas e malignas. Pápula / Nódulo: na maioria dos casos indicam lesões benignas, mas podem ser malignas. Pápula < 5 mm – Nódulo > 5 mm Vesícula / Bolha: contém líquidos em seu interior. Vesícula < 3 mm – Bolha > 3mm Erosão / úlcera: lesões em que o tecido epitelial foi parcialmente (erosão) ou totalmente (úlceras) perdido. @resumosodontol Exames Complementares Diagnóstico Oral BIÓPSIA Indicações: Lesão Óssea ou intraóssea; Suspeita de neoplasias; Curso clínico incoerente com o diagnóstico; Quando a avaliação clínica é insuficiente; Lesões inflamadas por mais de 10 dias; Lesões que interfiram na função local. Contra indicações: Em casos de lesões vasculares; Quando a avaliação física é suficiente; Lesões identificadas por exames hematológicos; Quando o paciente não tem condições financeiras. Tipos de Biópsia: 1) Biópsia Incisional: indicada para lesões múltiplas, extensas e com suspeitas de neoplasias malignas. Remoção parcial e profunda com margem do tecido não lesionado. 2) Biópsia Excisional: indicada para lesões pequenas, isoladas e com suspeitas de neoplasias benignas. Remoção total da lesão, corte elíptico e profundo. “Antissepsia extrabucal: clorexidina 2% ou iodopovidona; Antissepsia Intrabucal: clorexidina 0,12%” Passos cirúrgicos: 1) Anestesia em um local próximo a lesão; 2) Estabilização dos tecidos; 3) Incisão elíptica com formação de 2 “v”, paralelas as fibras musculares; 4) Hemostasia (gazes estéreis); 5) Manipulação dos tecidos; 6) Identificar a margem da peça removida; 7) Fechamento cirúrgico. 8) Sutura. Avaliação Pós-operatória: Alimentação fria, pastosa e líquida; Evitar exposição solar e atividades físicas; Analgésicos geralmente por 2 dias; Após 7-14 dias remoção da sutura. Obs.: Deve-se ter extremo cuidado ao manusear a peça coleta. O ideal é que ao ser removida, esta seja depositada cuidadosamente em um recipiente de boca larga contendo formol em um volume 20 vezes superior ao tamanho da amostra. EXAME HISTOPATOLÓGICO Hemograma: Exame para identificação de células sanguíneas. Eritrograma: Contagem de hemácias; Dosagem de hemoglobina; Hematócrito; Volume corpuscular médio: anemia micro e macrocítica; Hemoglobina corpuscular média; Concentração de hemoglobina corpuscular média: Anemia hipercrômica e hipocrômica. Anemia: baixa concentração de eritrócitos ou hemoglobina no sangue. Sinais: Astenia; dispineia, hipertensão ortostática, glossite, quelite angular; picos de taquicardia; pele fria e seca, mucosas pálidas. @resumosodontol Leucograma: 1) Neutrófilos: o Aumento: pode refletir em infecção bacteriana, virótica ou fúngica e aguda, necroso tecidual, insuficiência renal aguda. o Diminuição: Casos de hepatite, viroses, mononucleoses, doenças autoimunes. 2) Linfócitos: o Aumento: Infecção viral, sífilis, infecções crônicas, leucemia linfocítica. o Diminuição: Linfoma, HIV, anemia aplásica, lúpus, uremia. 3) Monócitos: o Aumento: Infecções crônicas, tuberculose, neoplasia. o Diminuição: Anemia aplásicas, uso de corticoides. 4) Eosinófilos: o Aumento: Doenças alérgicas e infecções parasitárias o Diminuição: Estresse agudo, infarto do miocárdio e inflamação aguda. 5) Basófilo: o Aumento: Leucemia mileóide crônica e hipersensibilidade. o Diminuição: Estresse agudo. Coagulograma: É o exame realizado para verificar a hemostasia (equilíbrio entre a hemorragia e a trombose). Tempo de sangramento; Tempo de coagulação; Tempo de ativação da protrombina; Tempo da ativação parcial da Tromboplastina; Número de plaquetas. Exames Bioquímicos: Glicemia; Creatina; Calcemia. Exames Sorológicos: VDAL; FTA-ABS; EBV; CMV EXAMES DE IMAGENS Radiografia Intrabucal: 1) R. Periapicais: indicação: relação coroa-raiz, anatomia da coroa e da raiz, lesão de cárie, lesões apicais, lesões periodontais, anquiloses, dilacerações, hipercementose, fraturas radiculares, dente retidos, infecções. 2) R. Oclusais: indicações: visões mais amplas do arco, verificar presença e localização de corpos estranhos, visualização de áreas patogênicas e fendas palatinas. Radiografia Extrabucal: Indicadas para suspeita de lesões intraósseas. É uma técnica barata de fácil execução. Há completa reprodução dos dentes e maxilares com a inclusão da ATM e seio maxilar. Tomografia: Permite uma excelente visualização das lesões e estruturas anatômicas, sendo indicada para o diagnóstico e para o planejamento cirúrgico. @resumosodontol Alterações dentárias Diagnóstico Oral As anomalias dentárias são alterações que podem ser induzidas através do desenvolvimento dos dentes ou estarem associadas a fatores ambientais. Podem ser divididas de duas formas: 1. Alterações Ambientais: a. Defeitos dentários de desenvolvimento; b. Perda da estrutura dentária após desenvolvimento; c. Pigmentação ambiental dos dentes; d. Distúrbios de localização dos dentes. 2. Alterações de Desenvolvimento: a. Número dos dentes; b. Tamanho dos dentes; c. Forma dos dentes; d. Estrutura dos dentes. DEFEITOS DENTÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO As alterações variam com a época de desenvolvimentos dos dentes. As principais alterações são: Hipoplasia: redução na quantidade de esmalte; Opacidade difusa: redução na mineralização do esmalte, opacificidade sem delimitações; Opacidade opaca: coloração esbranquiçada com limite demarcado. Fluorose dental: são defeitos na estrutura do esmalte por incorporação excessiva de flúor. Apresentam-se como áreas brancas, opacas e sem brilho. Fonte: Google Imagens. Perda da estrutura dentária após o desenvolvimento Quando falamos da perda das estruturas dentárias após o desenvolvimento, estamos falando sobre desgastes dentários, os quais são processos fisiológicos, mas podem ser caracterizados como patológicos quando alteram a função, a estética e a sensibilidade dos dentes. Atrição: é um evento fisiológico, pois ao decorrer da idade a estrutura dentária se perde normalmente, mas pode ser caracterizada como patológica quando eventos mecânicos acontecem, como é o caso do Bruxismo. Fonte: Google Imagens. Abrasão: é um processo patológico causado por ações mecânicas de um agente externo. A força colocada durante a escovação e uso de materiais @resumosodontol abrasivos como pastas de dentes podem induzir o desgaste. Fonte: Google Imagens. Erosão: a perda dos elementos dentários se dá pela ação química. Alterações do pH bucal, consumo de alimentos ácidos, cárie e vômitos podem levar a uma erosão. Fonte: Google Imagens. Abfração: é causado por estresse oclusal e cervical através de forças mastigatórias. É caracterizada perda da estrutura dentária nas superfícies cervicais deixando o terço cervical em formato de cunha. Fonte: Google Imagens. Reabsorção Interna: é a reabsorção do esmalte, dentina e da polpa, podendo ser causada por uma pulpite ou traumas. Um exemplo é o Dente rosa de Mummery. Reabsorção Externa: é um processo inflamatório que ocorre no Periápice de um dente induzindo uma reabsorção dos ossos circundantes. Os exemplos são Cistos, tumores e forças oclusais. Pigmentação dos Dentes Para identificar alterações por pigmentação deve- se levar em conta a matiz, translucidez e espessura. As cores dos dentes são variáveis, como por exemplo, o esmalte dente a ser translucido não dente uma cor bem definida, enquanto a dentina tende a ser mais opaca com uma coloração amarelada. As pigmentações podem ser intrínsecas ou extrínsecas. Pigmentações extrínsecas: são manchas bacterianas. O dente tende a aderir uma coloração mais acinzentada ou marrom escuro, sendo mais frequente em crianças devido aos traumas sofridos. Tais manchas podem ser causadas pelo uso de tabaco, café e chá. Fonte: Google Imagens. Pigmentações intrínsecas: são manchas que podem ser causadas por porfirina eritopoiéticas congênita, ou seja, devido ao aumento da síntese e excreção de porfirinas. Traumas também podem ser fatores contribuintes. Fonte: Google Imagens. @resumosodontol Distúrbios de localização dos dentes Dentes impactados e inclusos: é a interrupção do processo de erupção dos dentes. É mais frequente no 3º molar. Sua etiologia pode estar relacionada com traumas, apinhamento, cistos, etc. Pode ser classificada como mesioangular, distoangular, vertical, horizontal e invertida. O tratamento se baseia com remoção cirúrgica ou erupção ortodôntica. Fonte: Google Imagens. Número dos dentes Agenesia: é falta dos elementos dentários nas arcadas, podendo afetar a maxila ou a mandíbula. Pode ser classificadas como: Anodontia: a falta de todos os dentes. Hipodontia: a falta de 1 ou mais dentes; Oligodontia: a falta de 6 ou mais dentes. Fonte:https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/170324/001051720.pdf ?sequence=1&isAllowed=y. Hiperdontia: são dentes supranumerários. Podem estar relacionados com fatores genéticos ou ambientais. Uniformes: permanentes – incisivos e molares; Múltiplos: mandíbula – pré-molar e molar. Fonte:http://revodonto.bvsalud.org/pdf/rbo/v73n1/a11v73n1.pdf. Transposição dental: quando o dente erupcionado não ocupa seu lugar apropriado. É frequente em caninos e pré – molares. Não existe um tratamento adequando quando o mesmo não implica na oclusão. Tamanho dos dentes Microdontia: são dentes pequenos, com coroas curtas e muitas vezes sem os pontos de contato. Ocorre devido a uma proliferação anormal na fase de broto. Pode ser generalizada envolvendo todos os dentes. O tratamento pode ser uma restauração ou uma correção ortodôntica. Generalizada: verdadeira (nanismo hipofisário ou síndrome de Down); Relativa quando associadas com fatores hereditários. Localizada: comum nos Incisivos Laterais, 3º molar superior e em dentes supranumerários. Fonte: Google Imagens. https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/170324/001051720.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/170324/001051720.pdf?sequence=1&isAllowed=y http://revodonto.bvsalud.org/pdf/rbo/v73n1/a11v73n1.pdf @resumosodontol Macrodontia: é um crescimento anormal dos dentes cérvico – incisal ou mésio – distal. Também ocorre na através de uma proliferação anormal na fase de broto. Tratamento restaurador, protético, ou sem necessidade de tratamento. Generalizada: verdadeira (gigantismo hipofisário); relativa (hereditariedade). Localizada: é rara, mas atinge em maior parte os incisivos centrais superiores. Fonte: Google Imagens. Forma dos dentes Fusão: é uma falha na divisão de um germe dentário, caracterizado como um dente duplo ou aumentado. A união completa une a raiz e a coroa, já a união parcial une somente a raiz ou a coroa. Para realizar o diagnóstico basta fazer a contagem dos dentes, se faltar 1 é fusão. Fonte: Google Imagens. Fonte: Google Imagens. Germinação: é um dente que origina dois apresentando aumento de tamanho e coroa dupla. Pode ser confundido com a fusão, porém, para fazer o diagnóstico clínico, o dente alterado deve ser identificado e a contagem deve ser feita, caso a contagem seja normal o diagnóstico é deGerminação. Fonte: Google Imagens. Concrescência: é a união de dois dentes normais na porção radicular através do cemento. Os dentes mais acometidos são os incisivos permanentes e o terceiro e segundo molares. Os canais radiculares permanecem individualizados. O tratamento consiste em uma remoção cirúrgica acompanhado de uma habilitação protética. Fonte: Google Imagens. Dente invaginado: também chamado de Dens in dente, é uma alteração que consiste da invaginação do órgão do esmalte na papila dentária tendo inicio na coroa e podendo se estender até a porção apical. O Dens in dente pode ser dividido em três tipos: Tipo I: a invaginação está somente na porção coronária; Tipo II: a invaginação se estende até ou posteriormente a junção amelocementária; @resumosodontol Tipo III: a invaginação atinge o ápice do dente podendo formar um ou mais forames. O tratamento pode ser realizado através da aplicação de selantes de fóssulas ou fissuras. Já em um dente cariado o tratamento pode ser feito através de uma endodontia e restaurador. Fonte: Google Imagens. Fonte: Google Imagens. Cúspide em Garra: é a formação de uma cúspide acessória na face vestibular ou língua, podendo alterar a oclusão normal dos dentes. Fonte:http://www.uel.br/graduacao/odontologia/portal/pages/arquivos/TCC 2016/LUIZ%20GUILHERME%20COLENCI%20SAHADE.pdf. Esmalte Ectópico: são formações de pérolas de esmalte, as quais se formam na superfície radicular dos dentes. Radiograficamente, são visualizados nódulos bem definidos e radiopacos. Essa alteração impede a aderência periodontal normal com o tecido conjuntivo, por isso o seu tratamento deve ser realizado através de uma ameloplastia. Fonte:https://www.scielo.br/pdf/rounesp/v42n3/v42n3a12.pdf. Taurodontismo: ocorre devido a uma falha na invaginação da bainha epitelial de Hertwig, formando uma alongada câmara pulpar com pequenos e curtos canais radiculares. Atinge em maior proporção os dentes permanentes. Fonte: Google Imagens. Hipercementose: é caracterizada por uma deposição excessiva de cemento, promovendo um espaçamento anormal do ápice do dente. Pode ser generalizada envolvendo todos os dentes ou localizada envolvendo apenas um dente. Não há necessidade de tratamento. Fonte: Google Imagens. http://www.uel.br/graduacao/odontologia/portal/pages/arquivos/TCC2016/LUIZ%20GUILHERME%20COLENCI%20SAHADE.pdf http://www.uel.br/graduacao/odontologia/portal/pages/arquivos/TCC2016/LUIZ%20GUILHERME%20COLENCI%20SAHADE.pdf https://www.scielo.br/pdf/rounesp/v42n3/v42n3a12.pdf @resumosodontol Dilaceração: é uma alteração onde há um desvio ou angulação da raiz do dente (pode atingir a coroa, mas quase não é com menor frequência). Pode estar relacionados com traumas ou com fatores hereditários. Fonte: Google Imagens. Estrutura dos dentes Amelogênese imperfeita: para entender o processo é necessário compreender que os ameloblastos são responsáveis pela formação do esmalte. Os defeitos na amelogênese podem ocorrer através da elaboração da matriz orgânica, pela mineralização da matriz, ou pela maturação do esmalte. Defeitos Hipoplásicos: é um defeito que está relacionado com a elaboração da matriz orgânica, podendo deixar o dente com pouca espessura, levando a uma perda dos pontos de contato e logo a formação de coroas conoides. Defeitos hipomineralizados: é uma alteração no conteúdo dos minerais. A espessura do esmalte é normal, mas o mesmo apresenta uma coloração branca opaca. Defeitos hipomaduro: que ocorre durante a maturação dos cristais de esmalte, deixando o mesmo mais rugoso e coloração opaca. Dentiogênese Imperfeita: é o tipo mais comum de defeitos dentinários hereditários. A dentina afetada apresenta pouca rigidez e o esmalte se desfaz com facilidade. Dentiogênese Imperfeita tipo I: alterações dentinárias associadas à presença de osteogênese imperfeita. Dentiogênese Imperfeita tipo II: não está relacionada com desordem óssea. Os dentes apresentam coloração que variam de cinza ao azul. A dentina exposta hipomineralizada por ser rapidamente desgastada pelo atrito. Dentiogênese Imperfeita tipo III: é rara. Apresentam-se normalmente com múltiplas exposições da câmara pulpar. O esmalte destes dentes pode apresentar depressões isoladas. Displasia Dentinária: é rara e é um defeito que atinge a formação da dentina. Pode se apresentar de duas formas: Diplasia Dentinária tipo I: é também conhecida como dentes sem raízes, pois afeta a porção radicular. Os dentes apresentam extrema mobilidade e são esfoliados prematuramente. Radiograficamente é possível observar uma formação deficiente com raízes curtas ou ausentes. Displasia Dentinária tipo II: afeta a coroa dos dentes e exibem as mesmas características da dentiogênese imperfeita e afeta somente os dentes decíduos. Radiograficamente apresenta como uma grande câmara pulpar com canais radiculares alongados e finos. Odontodisplasia Regional: é uma alteração rara que pode afetar tanto a dentição decídua quanto a dentição permanente. A maxila é mais afetada, atingindo frequentemente os dentes superiores anteriores. Apresenta- se como superfícies irregulares, com rachaduras e fissuras. O esmalte é fino e macio. Há falha na erupção. Na radiografia é possível ver a perda da radiopacidade por causa de espessura do esmalte e da dentina, os ápices são abertos, curtos ou sem a presença de raízes. Além disso, pode haver a presença de calcificações difusas dentro da polpa. @resumosodontol Lesões potencialmente malignas Diagnóstico oral Trata-se de um processo neoplásico sendo caracterizado como uma lesão potencialmente maligna de caráter inflamatório. Isso acontece devido a exposição excessiva do paciente a raios solares, por isso costuma afetar principalmente homens de pele clara acima de 45 anos. Clinicamente essa lesão é observada devido à perda do vermelhão do lábio inferior, com superfícies lisas e manchas pálidas. Com a progressão da doença, as lesões se apresentam mais espessas e ásperas cobertas de escamas. A forma crônica da doença se dá pela formação de áreas ulceradas ou erosivas em diversos sítios do lábio inferior e perda da plasticidade, podendo ser assintomático. Histopatologicamente essa lesão apresenta áreas de hiperqueratinização, graus variados de displasia, infiltrado crônico de células inflamatórias e elastose no tecido conjuntivo. O que é ELASTOSE? É um processo de degeneração de fibras colágenas e elásticas do tecido conjuntivo. O tratamento consiste em uma biópsia incisional para analisar o grau de displasia celular; Uso de protetores labiais; Vermelhoctemia; Eletrodissecação. A formação de um carcinoma de células escamosa costuma ser desenvolvido ao longo do tempo em 6% a 10% dos pacientes acometidos, raramente ocorrendo antes dos 60 anos, por isso é necessário um acompanhamento periódico do paciente para evitar uma progressão da patologia. Fonte: Neville, 2009. Fonte: Neville, 2009. A estomatite nicotínica é uma lesão benigna que se desenvolve através do hábito de fumar tabaco. Esta lesão afeta o palato devido ao calor produzindo durante o fumo, porém o cachimbo costuma produzir mais calor podendo induzir a uma lesão potencialmente maligna, além disso, o consumo de bebidas quentes como chimarrão pode influenciar no aparecimento da lesão. O habito de fumar invertido consiste em manter a ponta acesa do tabaco no interior da boca podendo levar a uma estomatite nicotínica do fumo invertido. Costuma acometer homens com idade superiora há 45 anos. Clinicamente apresenta-se pela formação de lesões papulares no palato acompanhada por áreas esbranquiçadas. Além disso, é possível observar áreas de@resumosodontol pigmentação pela nicotina nos dentes, facilitando o diagnóstico clinico. Histopatologicamente é caracterizada por uma hiperceratose e acantose do epitélio palatino. Observa-se também inflamação crônica e metaplasia escamosa ductal. Acantose é o espessamento da camada epitelial. Hipercetarose é o espessamento da camada de ceratina. Tratamento da estomatite nicotínica é reversível quando o paciente para de fumar. Quando isso ocorre o palato tende a voltar ao normal entre 1 a 2 semanas. Caso a lesão persista por mais de 1 mês esta deve ser considerada como uma leucoplasia. A leucoplasia é uma placa/mancha branca potencialmente maligna. Esta não pode ser identificada clinica ou patologicamente como nenhuma outra lesão branca, por isso, o seu diagnostico é baseado em critério de eliminação de outras alterações que surgem como placas brancas orais. Esta lesão não é removível por raspagem. Esta é uma lesão potencialmente maligna mais encontrada na cavidade oral. Costuma afetar, em sua maioria, homens que fazem a utilização de tabaco. A sua etiologia continua incerta, mas acredita-se quem tem uma relação com o uso de tabaco, de exaguatórios bucais contendo extrato de erva sanguinária, além da radiação ultravioleta, podendo então estar associado com outras patologias como a Quielite Actínica. Microrganismo como o Treponema pallidum (causador da sífilis) pode estar associado com o desenvolvimento da Leucoplasia, além da Candida (causadores da candidose) e o Papilomonas vírus humano (HPV). Clinicamente esta lesão costuma acomete homens com idade média de 60 anos. Esta lesão apresenta-se como bordas bem demarcadas e costumam afetar a língua, vermelhão do lábio e soalho da boca. Podem estar levemente elevadas com coloração brancas e acinzentadas. A leucoplasia apresentam diferentes graus de progressão, podendo assumir características delgada e lisa1, espessa e fissurada2, verrucosa proliferativa3, eritroleucoplasia (leocoplasia mosqueada)4, e no seu estágio final Eritroplasia5. 1. Leucoplasia delgada e fina: raramente apresenta displasia na biópsia. Apresenta áreas de hipercetarose e acontose. Caso o paciente continue com o hábito de fumar, a lesão pode progredir. 2. Leucoplasia espessa e fissurada: como o nome já diz, nessa fase as lesões passam apresentar uma aparência branca marcante com fissuras mais profundas. Apresentam áreas de hipercetarose e acontose, podendo ser visualizada uma displasia leve ou moderada. Se estas lesões não regredirem pode haver a formação um aumento da intensidade das mesmas com maiores irregularidades. 3. Leucoplasia verrucosa proliferativa: este é um estágio de alto risco. É caracterizada pela formação de múltiplas placas ceratinizadas com projeções ásperas em sua superfície. É um tipo especial de leucoplasia sendo incomum entre as variantes da patologia, pois é mais frequente em mulheres e tem relação mínima com o uso do tabaco. Este tipo de leucoplasia pode estar associado com hifas de cândida e tendem a se desenvolver para o um carcinoma de células escamosa em um período de 8 anos. No histopatológico apresenta uma hipercetarose irregular, cristas epiteliais bulbosas e displasia moderada ou severa. 4. Eritroleucoplasia: é vista clinicamente como áreas de vermelhidão na mucosa, isso se explica devido a uma provável atrófica ou imaturidade das células epiteliais, as quais têm dificuldade de produzir @resumosodontol ceratina. Quando estas lesões estão próximas a áreas brancas (hiperceratinizadas) denomina-se ERITROLEUCOPLASIA, mas os sítios lesionados conterem somente áreas avermelhadas denomina- se ERITOPLASIA5. A Eritroleucoplasia é marcada por displasia severa, atrofia epitelia, hiperceratose irregular e cristas epiteliais bulbosas. Histopatologicamente não há muita displasia das células, mas essa alteração pode ser visualizada em estágios mais avançados da lesão. É possível observar atividades mitóticas aumentadas e anormais, células e núcleos aumentados, nucléolo grande e proeminente. Além disso, é possível observar infiltrado de células inflamatórias crônicas. Para o diagnóstico é necessário fazer uma biópsia incisional das áreas mais severas. O tratamento é baseado no grau de displasia, se esta for moderada ou grave pode ser feita a remoção completa da lesão através de excisão completa e eletrocauterização. Mas se as lesões forem de grau leve deve ser removido o hábito de fumar para reverter à patologia. Além disso, deve haver um acompanhamento periódico, pois a recidiva é frequente. Fonte: Neville, 2009. É semelhante à leucoplasia, porém apresenta um grau de displasia muito maior. É observada como uma placa vermelha. Estas lesões têm um potencial de malignidade maior que as leucoplasias, porém ocorrem com menos frequência. Clinicamente podem ser observadas múltiplas áreas avermelhadas em forma de placas/máculas, sendo comum no soalho da boca, língua e palato mole. Esta patologia costuma afetar pacientes adultos e idosos de ambos os sexos. Histopatologicamente não apresenta cetarinização, mas contém displasias severas. A microvascularização do tecido subjacente pode ser visualizada e o tecido conjuntivo pode apresentar inflamação crônica. Para o diagnóstico é necessário uma biópsia incisional. O tratamento de lesões com displasia moderadas ou graves devem ser removidas completamente por excisão completa ou eletrocauterização. É necessário fazer acompanhamento por longos períodos com o paciente, pois a recidiva é comum. Fonte: Neville, 2009. @resumosodontol Manifestações Virais Estomatologia Dentre as manifestações virais mais comuns que se manifestam na cavidade oral são os vírus pertencentes à família do Herpetoviridae e Paramixovírus. HHV – 1: Herpesvírus Simples tipo 1; HHV – 2: Herpesvírus Simples tipo 2; HHV – 3: varicela zoster (causador da catapora); HHV – 4: Epstein barr (causador da mononucleose); HHV – 5: Citomegalovírus; HHV – 6, 7 e 8: pouco conhecidos. Herpesvírus Simples (HHV-1/2 ou HSV) O Herpesvírus simples tipo 1 (HSV – 1) afeta mais a região oral, facial e ocular, e se dissemina pela saliva. Enquanto o Herpesvírus simples tipo 2 (HSV – 2) afeta mais a região genial se disseminando pelo contato sexual. Ambos os vírus são semelhantes e os anticorpos direcionados para combater um podem realizar reação cruzada e combater o outro tipo também. Características Clínicas: Infecção primária: quando o indivíduo não tem anticorpos contra o vírus. Costuma ser assintomático se deslocando através dos nervos sensitivos até atingir os gânglios permanecendo em sua forma latente. Infecção Secundária: é a reativação do vírus levando a manifestações sintomáticas. Essa reativação pode estar relacionada com estresses emocionais ou físicos, além de traumas e alergias. Nos casos sintomáticos primários pode haver Gengivoestomatite e faringotonsilite. Acredita-se que o Eritema Multiforme possa estar associado com o HSV podendo aparecer alguns dias antes de recidiva do HSV, auxiliando assim em uma profilaxia antiviral. O herpesvírus secundário ou recorrente costuma ser sintomático e afetar a região próxima dos lábios, sendo Gengivoestomatite Herpética Aguda (GEHA): é uma doença que se manifestação através do primeiro contato do paciente com o vírus do herpes primária, sendo mais comum em pacientes até os 5 anos de idade. Começam com vesículas puntiformes que logo se rompem formando lesões ulceradas maiores rasas e irregulares. Pode haver lesões erosivas e “vesículas-satélites” na pele peroral. (Figura 1 e 2) Eritema Multiforme: é uma doença autoimune, podendo ser precedente de um herpes simples, uso de drogas, analgésicos e antibióticos.Sintomas prodrômicos como febre, mal-estar, cefaleia, tosse e dor de garganta, usualmente estão presentes. As lesões bucais são múltiplas placas eritematosas que evoluem para grandes erosões ou ulcerações rasas com bordas irregulares associadas com dor. Crostas hemorrágicas na região dos lábios também são comuns. Costumam ser difusas, podendo ser encontradas em qualquer região da boca, sendo menos frequente no palato e na gengiva. Sua morfologia costuma ser planas e redondas parecendo um alvo. Faringotonsilite: são manifestações sintomáticas por infecção primária em adultos. Os sintomas iniciais correspondem a dores de gargantas, febre, cefaleia, mal-estar. Está associado com o HHV – 1, mas pode também se apresentar como manifestações do HHV – 2. @resumosodontol conhecida como herpes labial. Os sintomas prodômicos (dor, formigamento, ardência, prurido, calor localizado e eritema do epitélio envolvido) aparecem de 6 a 24 horas antes da lesão. São observadas múltiplas pápulas e eritematosas que formará, posteriormente, vesículas. Figura 1 Fonte: Neville, 2009 Figura 2 Fonte: Neville, 2009 Características histopatológicas: o vírus atinge células epiteliais induzindo acantólise e aumento dos núcleos. As células infectadas tornam-se multinucleadas. Há presença de células de Tzank (células epiteliais livres e flutuantes). Fonte: Neville, 2009 Diagnóstico: Testes sorológicos para detectação de anticorpos contra o HSV; Detectação de antígeno através de técnica direta de fluorescência ou PCR. Tratamento: Evitar tocar nas lesões para não disseminar; Aciclovir em solução (bochecho e engolir) 5x ao dia por 5 dias; Spray tópico de Cloridrato de Diclonina; Aciclovir pomada e creme, Penciclovir e N- Docosanol. Varicela (HHV - 3 ou VZV) O HHV – 3 é o vírus da varicela zoster. A fase primária é caracterizada pela Catapora, podendo atingir uma latência e uma recidiva na forma de herpes-zoster. Características Clínicas: os sintomas iniciais podem ser faringite, mal-estar, rinite, enxatema pruriginoso, podendo apresentar eritemas, vesículas, pústula e lesões de crostra endurecida. Na mucosa oral costuma tingir o vermelhão do lábio, palato e mucosa jugal. Estas lesões tendem a ser indolores e as vesículas formarão ulceras. Fonte: Neville, 2009 @resumosodontol Fonte: Neville, 2009 Características histopatológicas: o vírus atinge células epiteliais induzindo acantólise e aumento dos núcleos. As células infectadas tornam-se multinucleadas. Há presença de células de Tzank (células epiteliais livres e flutuantes). Diagnóstico: Testes sorológicos para detectação de anticorpos; Análise citológica das células epiteliais e do líquido vesicular. Tratamento: Aciclovir, Vanciclovir e Fanciclovir; Imunoglobulina purificada para pacientes sem evidencias de imunidade; Vacina. Mononucleose Infecciosa (HHV - 4 ou EBV) É proveniente do vírus Epstein Barr (HHV – 4), também conhecida como doença do beijo. Costuma ser assintomático em crianças e sintomático em jovens adultos. Características Clínicas: quando sintomática em crianças ocorre febre, tosse, rinite, lifadenopatia, hepatoesplenomegalia, e faringite. Já nos adultos ocorre febre, linfadenopatia, faringite e tonsilite, além disso, é relatado mal-estar, anorexia e fadiga antes da febre que dura de 2 a 14 dias em tempo de 40ºC, tumefação e petéquias no palato duro e mole. Na mucosa oral é possível ocorrer Gengivite ulcerativa necrosante, pericoronarite e mucosite ulcerativa necrosante, mesmo estas duas ultimas sendo menos recorrentes. Diagnóstico: Leucograma para indicação de linfocitose; Exames sorológicos para identificação de antígenos e anticorpos de Paul Bunnell; Teste de imunofluorescencia indireta; Método ELISA. Tratamento: Costuma regredir dentro de 4 a 6 semanas sem um tratamento específico, mas caso o paciente tenha febre pode ser utilizado antipirético sem aspirina. Não é recomendado o uso de penicilina e ampicilina. Fonte: Neville, 2009 Fonte: Neville, 2009 @resumosodontol Citomegalovírus (HHV - 5 ou CMV) É semelhante ao herpesvírus. Permanece em latência nas glândulas salivares, nos linfócitos e nos macrófagos. A transmissão pode acontecer durante a amamentação, parto, relação sexual, transfusão de sangue e transplante de órgãos. Características Clínicas: 90% das infecções são assintomáticas; Infecção neonatal: hepatoesplenomegalia, eritropoiese cutânea extramedular, trombocitopenia e encefalite; Em pacientes imunodeprimidos pode ocorre febre, dores musculares e articulares, tremores, erupção cutânea, diarreia e tosse. É possível observar ulcerações crônicas na mucosa oral; Características Histopatológicas: Alteração das células endoteliais vasculares com dilatação e nucléolos proeminentes, também chamadas de “Olho de Coruja”. Fonte: Neville, 2009 Diagnóstico: Biópsia; Teste de ELISA; Análise Imuno-histoquímica; PCR; Hibridização in situ. Tratamento: as lesões costumam regredir espontaneamente, mas caso haja sintomatologia pode ser feito o uso de Ganciclovir, Foscarnet, Cidofovir, Valgaciclovir. Também pode ser tratado com AINEs, corticosteroides e Gamaglobulina IV. É causado pelo vírus da família dos paramixovíruse gênero morbillivírus, mas vem sendo controlado devido a eficácia da vacina. Características Clínicas: leva a uma hiperplasia linfoide envolvendo linfonodos e amígdalas. É marcada pela por possuir três fases sendo cada uma delas de 3 dias. Fase I: coriza, tosse e conjuntivite, manchas de Koplik na mucose jugal e labial. Fase II: febre persistente, desaparecimento das manchas de Koplik, surgimento de erupção maculopapular e eritematosa se iniciam. Fase III: A febre some, as erupções maculopapular eritematosas difusas desaparecem sendo substituídas por pigmentações acastanhadas. Características Histopatológicas: as manchas de Koplik constituem uma área hiperceratinizada com um epitélio apresentando espongiose, edema intracelular, células gigantes com muitos núcleos, podendo levar a uma necrose de epitélio devido à intensa exocitose de linfócitos e finamente ulceração. Fonte: Neville, 2009 @resumosodontol Diagnóstico: testes sorológicos para identificação de anticorpos. Tratamento: vacinação. Pacientes saudáveis podem fazer o uso de antipiréticos para controlar a febre, porém pacientes imunodeprimidos podem usar Iterferon, Vitamina A, Imunoglobulina e Ribovirina. @resumosodontol Manifestações Fúngicas Estomatologia Dentre as doenças fúngicas com manifestações orais podemos citar a candidíase e paracoccidioidomicose. Além destas duas, nesse resumo iremos abordar também a Blastomicose. É a infecção fúngica mais comum na cavidade oral. Também chamada de candidose, podendo se apresentar de duas formas: Levedura: forma inócula Hífas: forma de invasão tecidual. É um componente da microbiota oral, onde os indivíduos podem apresentar o microrganismo sem haver manifestações clínicas. As manifestações podem se desenvolver através de três fatores: 1. Estado imunológico do hospedeiro; 2. O ambiente da microbiota oral; 3. A cepa de Candida albicans. Características Clínicas: pode induzir 4 tipos de candidíase 1. Candidíase Pseudomembranosa; 2. Candidíase Eritematosa; 3. Candidíase crônica hiperplásica; 4. Candidíase mucocutânea. Características histopatológicas: Hiperceratinização; Alongamento de projeções epiteliais; Inflamatório crônico contendo neutrófilo os quais formarão microabscessos. Hifas são vistas nas camadas paraqueratinizadas. Diagnóstico: Exames citopatológicos ou biópsia com coloração por PAS, esse método cora os carboidratos presente na parede celular dos fungos. Tratamento: Nistatina creme ou pomada; Clotrimazol e fluconazol são os mais indicados; Cetoconazol não é indicado devido a sua alta hepatotoxicidade. Candidíase pseudomembranosa É o de candidíase mais conhecida. Costuma afetar a mucosa jugal, palato e dorso da língua. Pode surgir de forma aguda através do uso de antibióticos de amplo espectro, ou de forma crônica através de problemas imunológicos. São placas brancas removidas por raspagem contendo células epiteliais descamadas, hifas e leveduras, e fragmento tecidual necrótico. Fonte: Neville, 2009 @resumosodontol Candidíase Eritematosa É mais comum que a Pseudomembranosa. Este tipo não apresenta placas brancas, mas sim uma mancha avermelhada. Pode ser apresentar em sua forma crônica ou aguda. A forma aguda acontece através o uso de antibióticos de amplo espectro, sendo chamada de Candidíase Atrófica Aguda, os pacientes relatam queimação na língua, além de apresentar perda das papilas filiformes no local da lesão. A forma crônica da doença é conhecida como Atrofia das Papilas Centrais ou Glossite Romboidal Mediana. É uma forma assintomática que atinge a região central e posterior da língua com uma mancha vermelha podendo ser de superfície plana ou lobulada. Pode atingir o palato causando Candidíase Multifocal Crônica (lesão beijadora) ou a comissura dos lábios (queilite angular). Fonte: Neville, 2009 Fonte: Neville, 2009 Candidíase Crônica Hiperplásica É um tipo mais raro e é caracterizada pela presença de lesões brancas não removíveis por raspagem. Esta lesão pode estar sobreposta a uma lesão de leucoplasia preexistente. Localizada em regiões anterior da mucosa jugal. Não pode ser diferenciada clinicamente de uma leucoplasia comum. Fonte: Neville, 2009 Candidíase Mucocutânea É uma desordem rara marcada por distúrbios imunológicos. São lesões brancas não removíveis por raspagem podendo afetar outras parte do corpo como unhas e pele. Fonte: Neville, 2009 É causado pelo Blastomyces dermatitidis, um fungo dimórfico que cresce em solos úmidos e costuma afetar mais homens adultos. Características Clínicas: é adquirida através da inalação de esporos, os quais alcançam os alvéolos pulmonares e crescem como leveduras. @resumosodontol A sua forma aguda se assemelha a uma pneumonia, enquanto a sua forma crônica se assemelha a uma tuberculose. Características Histopatológicas: é obsivel observar inflamação aguda e granulomatosa encolcendo as leveduras; pode ser utilizada a coloração por PAS para identificar as células e os tecidos. A infecção pode induzir uma reação benigna no epitélio de revestimento das lesões (hiperplasia pseudoepitelitematosa / pseudomembranosa) similar a um carcinoma, sendo necessário extremo cuidado na hora de realizar o diagnóstico a partir do histopatológico. Diagnóstico: biópsia e exame citopatológico. Tratamento: na forma aguda da doença, não é necessidade de tratamento, contudo medicamentos como Itraconazol, fluconazol e cetoconazol podem ser usados para pacientes em fase crônica. Já a Anfotericina B é utilizada para pacoientes que estão muito doentes em estágios mais graves da doença. Fonte: Neville, 2009 Fonte: Neville, 2009 Causada pelo Paracoccidioides brasiliense. É observado em maior frequência na América do Sul. Atinge em maior parte homens em meia-idade. Características Clínicas: a doença se manifesta quando os esporos se instalar no pulmão do hospedeiro, causando uma infecção pulmonar e uma possível disseminação para outros tecidos. Na cavidade oral as lesões são marcadas por úlceras multiformes que surgem na mucosa alveolar, gengiva e palato. Características Histopatológicas: hiperplasia pesudoeritematosa, com inflamação granulomatosa, com a presença de macrófagos e células multinucledas, e leveduras grandes. Diagnóstico: obtenção de espécimes para cultura com exame citopatológico. Tratamento: Em casos leves e moderados: usa-se derivados das sulfonamidas; Em casos graves: usa-se Anfotericina B intravenosa, itraconazol e fluconazol. Fonte: Neville, 2009 @resumosodontol Manifestações Bacterianas Estomatologia É uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium tuberculosis e é transmitida por via aérea,, através da inalação dos bacilos presentes nas partículas vindas da tosse, fala ou espirros. A tuberculose primária é a disseminação do microrganismo de pessoa para pessoa, produzindo uma resposta inflamatória crônica e formando um nódulo fibrocalcificado no sítio inicial de envolvimento (pulmão). Os microrganismos podem permanecer dentro desse nódulo até que a doença possa progredir, através de uma imunossupressão do paciente, e induzir uma tuberculose secundária. Nesta segunda fase, os microrganismos podem se disseminar para outras partes do corpo através do sangue. Características Clínicas: A primeira fase costuma ser assintomática podendo ocorrer febre e efusão pleural. A tuberculose secundária pode apresentar febre baixa, mal-estar, anorexia, perda de peso e sudorese noturna. Com a progressão da lesão desenvolve-se uma tosse produtiva com dor torácica. Em pacientes com AIDS as manifestações extrapulmonares são mais constante, podendo atingir a pele (lúpus vulgar), o trato gastrointestinal, os rins, o sistema nervoso central, entre outros órgãos. A cavidade oral não costuma ser atingida, mas quando isso acontece pode formar úlceras indolores e crônicas, e raramente áreas leucoplasicas. Afetam língua, palato e lábios são as áreas mais afetadas. Aumento de linfonodos e formação de Osteomielite tuberculosa têm sido relatados nos maxilares. Fonte: Neville, 2009 Fonte: Neville, 2009 Características Histopatológicas: Formação de granulomas com coleção de histiócitos epitelioides, linfócitos e células gigantes multinucleadas, e necrose caseosa central. Fonte: Neville, 2009 @resumosodontol Diagnóstico: teste tuberculínico cutâneo. Tratamento: 8 semanas de Isoniazida, rifampicina, pirazinamida, seguidas por 16 semanas de Isoniazida, e Rifampicina; Vacina Bacilo Calmette Guérin (BCG); Quimioprofilaxia. É uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycrobacterium leprae. A forma de infecção ainda é desconhecida, mas acredita-se que a infecção inicial ocorre através da mucosa nasal ou orofaríngea. Lepra tuberculoide: desenvolve-se em pacientes com resposta imune alta. Os microeganismos não são encontrados em espécimes de biópsia de pele. É uma doença localizada. Lepra lepromatosa: desenvolve-se em pacientes com baixa imunidade. É uma doença difusa. Características Clínicas: Hanseníase Paucibacilar: é semelhante a lebra tuberculoide. Possui pequenas lesões bem delimitadas e hipopigmentdas na pele. As lesões são raras na cavidade oral. Ocorre perda da sensibilidade. Hanseníase Multibacilar: são lesões mal delimitadas, hipopigmentadas, marcadas pela formação de máculas e pápulas. Pode atingir a face levando a um aumento da mesma. Os pelos da sobrancelha, cílios e cabelos tendem a cair, além de ocorrer perda da sensibilidade e do olfato. Na cavidade bucal costuma apresentar pápulas amareladas ou avermelhadas que ulceram e necrosam, sendo mais comum no palato duro e mole, gengiva anterior e terço anterior da língua. Fonte: Neville, 2009 Características histopatológicas: Hanseníase paucibacilar: inflamação granulomatosa contendo histiócitos epitelioides, linfócitos e células gigantes multinucleadas,com pouca quantidade de microrganismo. Hanseníase Multibacilar: sem granulomas, comtém células de lepra (lenções de linfócitos misturados com histiócitos epitelioides), além de possuir muitos microrganismos. Fonte: Neville, 2009 Diagnóstico: visualização do microrganismo em um esfregaço ou no tecido através de coloração por ácidos resistentes. Tratamento: Hanseníase paucibacilar: é tratado com um esquema de 6 meses com Rifampicina e Dapsona.; Hanseníase multibacilar: é tratado com um esquema de 24 meses com Clofazimina, Rifampicina e Dapsona; @resumosodontol Pacientes alérgicos a rifampicina podem ser tratados com Clofazamina, Ofloxacina e minociclina por 24 meses. É causada pelo Treponema pallidum e transmitida através do contato sexual desprotegido, de mãe para feto e por transfusão sanguínea. Possui três fases sendo as duas primárias de alto grau infeccioso, e a ultima fase é marcada após uma latência. Sífilis primária Apresenta-se como um cancro que pode ser visto na genitália externa ou no ânus, podendo surgir também na boca. Na cavidade oral as lesões podem aparecer nos lábios, no palato e na língua, além das amígdalas em formato de ulceras de base clara e indolor. Observa-se também uma linfadenopatia regional. A lesão não tratada pode cicatrizar dentro de 3 a 8 semanas. Fonte: Neville, 2009 Sífilis secundária É a fase de disseminação. Pode surgir antes da cicatrização das lesões primárias. Ocorre o surgimento de sintomas sistêmicos como febre, cefaleia, perda de peso e mal-estar, linfadenopatia indolor. Além dessas, podem ocorrer a formação de lesões maculopapulares por todo o corpo principalmente pela região palmo-plantar. Na mucosa oral ocorre formação de zonas esbranquiçadas múltiplas que podem se fusionar umas as outras e formar algo semelhante a um caracol. Estas lesões podem levar a uma necrose epitelial e logo uma exposição do tecido conjuntivo. Além disso, pode haver a formação de pápulas fendidas. São comuns nos lábios, mucosa jugal e palato. A cicatrização ocorre entre 3 a 12 semanas. Fonte: Neville, 2009 Fonte: Neville, 2009 Sífilis Terciária Se desenvolve após o período de latência que pode durar de 1 ate 30 anos. É um caso de sífilis grave devido ao seu estágio avançado. No sistema cardiovascular: arterite prévia, aneurisma da aorta ascendente e hipertrofia ventricular esquerda. Nos siatema nervoso: paralisia generalizada, psicose, demência, paresia e morte. @resumosodontol Lesões oculares: irite, coroidoretinite e Pupilas de Argyll Robertson. Ocorre também formação de lesões granulomatosas em formato de gomas (nodulares ou ulcerados) em diversos tecidos. Na boca, as gomas podem surgir na língua levando a ulceração ou nódulos no palato e na língua. Fonte: Neville, 2009 Sífilis Congênita Ocorre através da transmissão de mãe para feto. Costuma se desenvolver de 2 a 3 semanas após o nascimento. É marcada pela Tríada de Hutchison (dentes de Hutchison, surdez e ceratite ocular). Os primeiros sinais e sintomas são febre, retardo de crescimento, icterícia, anemia, hepatoesplenomegalia, rinite e rágades (fissuras ao redor da boca), erupção maculopapulares na pele desacamtivas, ulcerações e vesículas. Na boca os incisivos tem diâmetro mediodistal maior no terço médio e o terço incisal é afunilado. Já os molares possuem aspecto de amora. Fonte: Neville, 2009 Características Histopatológicas da Sífilis: Na fase primária: superfície epitelial ulcerada; Na fase secundária: superfície epitelia ulcerada ou hiperplásica com espongiose e exocitose; Na fase terciária: lesões orais exibem superfícies ulceradas com hiperplasia pseudoepiteliomatosa periférica e inflamação granulomatosa; Lâmina própria é marcada por aumento de canais vasculares com infiltrado inflamatório de plasmócitos e linfócitos. Diagnóstico: Deve ser feita a coleta da lesão para a análise, seja através de um esfregaço ou de uma biópsia. Realização de teste de imunofluorescencia específico para identificar os microrganismo espirolados. @resumosodontol Testes sorológicos como VDRL, RPR, FTA-ABS, TPHA, TPPA, MHA-TP para identificação de anticorpos. Tratamento: Fase 1ª, 2ª e latente inicial: Penicilina G parenteral. Dose única; Fase latente tardia e 3ª: Penicilina Intramuscular uma vez por semana durante 3 semanas; Pacientes alérgicos a Penicilina podem ser tratados com Doxiciclana e Eritromicina. @resumosodontol Carcinoma espinocelular Estomatologia Também chamado de Carcinoma de Células Escamosas ou Carcinoma Epidermoide. É responsável por cerca de 90% a 95% dos cânceres que atinge a boca. A boca é formada por um epitélio que está constantemente em renovação. As células mais profundas do epitélio precisam se multiplicar para renovar as células superficiais da mucosa bucal. Porém, alguns fatores podem induzir distúrbios no processo de multiplicação dessas células, resultando na multiplicação descontrolada das mesmas. Esse processo pode ser causado devido fatores externos que levam a mutações celulares, ou fatores internos baseados nas condições sistêmicas do paciente. O número de casos aumentará 60% nas duas próximas décadas. Em 2020, 19,3 milhões de novos casos foram registrados com 10 milhões de mortes. Nos Estados Unidos 1 a cada 2 homens e 1 a cada 3 mulheres desenvolverão alguma malignidade com o decorrer da vida. No Brasil constitui a 2ª causa de morte mais importante entre os indivíduos acima de 40 anos. É o 5º tipo de câncer mais comum em homens, e o 11º tipo de câncer mais comum em mulheres. O risco de câncer oral aumenta com o decorrer da idade, principalmente em homens. O diagnóstico tardio leva a uma baixa taxa de sobrevida após 5 anos de tratamento e acompanhamento. Esta patologia é considerada como multifatorial, tendo influência de fatores extrínsecos como tabaco, álcool, sífilis e radiação, ou fatores intrínsecos, como desnutrição geral e anemia por deficiência de ferro. Tabagismo: o hábito de fumar associado ao consumo de álcool tende a desenvolver o carcinoma bucal. Pacientes que têm o habito apresentam 23 vezes mais chance de desenvolver um carcinoma do que uma pessoa que nunca fumou. Além disso, pessoas que fazer o uso de charutos ou cachimbos podem ser mais afetadas. O uso de tabaco vem diminuindo com o decorrer dos anos. Álcool: Sabe-se que o consumo de bebidas alcoólicas tem aumentado no Brasil e este é outro fator que pode influenciar no desenvolvimento dos carcinomas. Não se sabe corretamente como funciona o mecanismo de indução do álcool sob as mutações, embora esteja estabelecido que este quando associado ao tabaco pode sim levar ao desenvolvimento do câncer bucal. A cirrose hepática pode é observada em 20% dos pacientes com carcinoma espinocelular. Radiação: a radiação ultravioleta é outro fator muito importante para o desenvolvimento de carcinomas. Este fator é o causador da Queilite Actínica que quando não tratada inicialmente pode progredir para um carcinoma. Costuma atingir o lábio inferior e é comum em pacientes com que desenvolvem atividades em ambientes solares sem a devida proteção. Dieta: sabe-se que a vitamina A pode exercer um papel preventivo e protetor contra o câncer bucal. HPV (vírus do Papiloma humano): alguns autores relatam que há relação entre o câncer de boca e o HPV 16. @resumosodontol Pode ocorrer e diferentes locais do lábio e da boca, principalmente na língua e no assolho da boca, além dos lábios. As manifestações clínicas são varias podendo ocorrer através de uma apresentação Exofítica (aumento de volume, verruciforme), Endofítica (invasivae ulcerada), Leucoplásica, Eritroplásica ou Eritroleucoplasica. Incialmente, o carcinoma de células epiteliais podem se desenvolver através de uma lesão potencialmente maligna (leucoplasia, eritroplasia ou eritroleucoplasia). Em seguida poderão acontecer processos exofíticos ou endofíticos com formação ulcerada ou erosiva da lesão. A superfície da lesão costuma ser endurecida. É caracterizada muitas vezes por uma úlcera indolor, de bordas endurecidas e elevadas, com áreas de necrose central que não cicatrizam após duas semanas de acompanhamento. Lesões brancas associadas à leucoplasias, para a confirmação deverá ser feita uma biopsia para identificar o grau de displasia celular, podendo ter também característica avermelhadas (lesões vermelhas e erosivas) associadas à eritroplasia. Ou também lesões nodulares proliferativas de consistência endurecida. Caso o paciente não seja diagnosticado precocemente, poderá haver metástase e logo o agravamento da doença dificultando a sobrevida do indivíduo. Fonte: Neville, 2009. Fonte: Neville, 2009. Fonte: Neville, 2009. Fonte: Neville, 2009. Quando o paciente é diagnosticado com Carcinoma Espinocelular é necessário caracterizar o estágio de evolução da patologia, para isso, é usado o método TNM que visa classificar o tamanho do tumor (T), se há @resumosodontol disseminação para os linfonodos regionais (N) e se há metástase sistêmica (M). Tamanho do Tumor (T): TX: Não há evidência de tumor primário; T0: Não é possível classificar o tumor primário; Tis: Carcinoma in situ; T1: Tumor com até 2 cm; T2: Tumor de 2 cm até 4 cm; T3: Tumor acima de 4 cm; T4a: (lábio) é a disseminação para tecidos adjacentes; T4b: (cavidade oral) é a disseminação para os tecidos adjacentes; T4b: (lábio e cavidade oral) o tumor invade tecidos mais profundos, como espaço mastigatório, base de crânio, lâminas pterigoides etc. Linfonodos Regionais (N): NX: os linfonodos regionais não podem ser avaliados; N0: ausência de metástase nos linfonodos regionais; N1: metástase em único linfonodo homolateral com até 3 cm de diâmetro; N2a: metástase em um único linfonodo homolateral com dimensões de 3 até 6 cm. N2b: metástase linfonodos homolaterais múltiplos com dimensões de 3 até 6 cm. N2c: metástase em um linfonodos bilaterais de 3 até 6 cm de dimensão. N3: metástase em linfonodos com mais de 6 cm de diâmetro. Metástase a distancia (M): MX: não pode ser avaliada; M0: Ausência de metástase à distância; M1: Presença de Metástase a distancia. Como base nessas análises, será possível identificar o estágio de evolução do CEC. Observe a tabela abaixo: Estágio I: pacientes com T1N0M0 Estágio II: pacientes com T2N0M0 Estágio III: pacientes com T3N0M0, T1N1M0, T2N1M0, T3N1M0. Estágio IVa: pacientes com T4aN0M0, T4aN1M0, T4aN2M0, T1N2M0, T2N2M0 ou T3N2M0. Estágio IVb: pacientes com qualquer T N3M0 ou T4b com qualquer N M0. Estágio IVc: pacientes que apresentam metástase a distacia (M3). Fonte: Neville, 2009. Fonte: Neville, 2009. @resumosodontol Algumas lesões potencialmente malignas como queilite actínica e leucoplasias podem induzir a formação de um carcinoma espinocelular devido a suas alterações celulares como a displasia. Dessa forma, é possível observar nas lâminas de tecido biopsiado a presença de displasia celular. Quando analisado, o tecido biopsiado pode revelar áreas de invasão de células escamosas no tecido conjuntivo através de ilhas ou cordões epiteliais. Ocorre então aumento dessas células tanto do citoplasma quanto do núcleo, pleomorfismo celular com áreas focais de necrose. Além disso, pode haver a formação de pérolas de ceratina. Os tumores podem ser avaliados e classificados através de uma gradação, de grau I até grau IV. Tumores de grau I (baixo grau) são tumores maduros que crescem em velocidade lenta e possui pouco pleomorfismo celular. Tumores de grau IV (alto grau) são tumores imaturos, com muito pleomorfismo celular, baixa produção de ceratina e de crescimento rápido, com tendência de metastizar rapidamente. Fonte: Neville, 2009. O tratamento vai depender do estadiamento da lesão do paciente, quanto mais cedo tratada, mais fácil será a recuperação e menos invasivo será o procedimento clínico. O mais comum é ser tratado através de procedimento cirúrgico com excisão completa da lesão, porém quando o tumor se apresenta em estágios mais avançados poderá ser necessária à radioterapia ou a quimioterapia. A quimioterapia e a radioterapia são tratamentos avançados que podem induzir ao surgimento de novas lesões orportunistas na boca, como candidíase, herpes simples e mucosite. Dessa forma, o tratamento oncológico necessita de uma abordagem multidisciplinar envolvendo profissionais de outras áreas, como farmacêuticos, fonoaudiólogos, psicólogos (para amparar o paciente frente ao surgimento de problemas psíquicos causados pelo tratamento radio ou quimioterápico). Além disso, antes de ser realizado o tratamento oncológico para a remoção do tumor, o cirurgião dentista precisa realizar uma avaliação bucal e tratamentos odontológicos (remoção de cárie, de raízes residuais e lesões periapicais) para evitar complicações pós-operatória. Recomenda-se acompanhamento periódico para evitar recidivas. Também é necessário entender que o tratamento radioterápico pode causar efeitos nas glândulas salivares e nos tecidos ósseos sub ou adjacente as lesões.
Compartilhar