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1 TERAPÊUTICA 1) Plínio começa a fazer musculação na nova academia que abriu perto de sua casa. Após a 1ª semana, percebe que chega em casa com um pouco de dificuldade respiratória que, após seu banho e jantar, volta à normalidade. O rapaz tem um sono tranquilo, repousante e levanta cedo diariamente, com muita disposição. Na troca de sua série, ele tem que parar no meio da sessão, por tamanha dispneia, e decide procurar atendimento médico. Após a expirometria forçada, o VEF de Plínio resulta em 83% da capacidade pulmonar e o médico prescreve comprimidos de Decadron®, um medicamento à base de dexametasona, 10mg, 12/12 horas. Discuta a terapia prescrita para Plínio, de acordo com a sua condição clínica. O médico suspeitou de asma leve, porém o uso de corticosteróides não seria a indicação correta para esse caso, pois a primeira escolha de tratamento para asma leve são os broncodilatadores de ação curta, principalmente os simpaticomiméticos, agonista de receptor b2- adrenérgico por via inalatória. O tratamento até poderia ser com glicocorticoides, desde que fossem por via tópica inalatória. 2) Sempre que saía da academia, subia escadas ou a temperatura caía muito, Solange precisava visitar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) próxima à sua residência para terapia broncodilatadora de emergência, em função de sua asma leve. Na sua última consulta, que ocorreu há, mais ou menos, um ano, seu clínico decidiu iniciar um tratamento com Fluticasona, por via tópica inalatória, para diminuir a intensidade e a frequência das suas crises, mas, sem sucesso nenhum. O médico já aumentou três vezes a dose inicial, substituiu a fluticasona por outros glicocorticoides, mas a moça, simplesmente, não mostra efeito algum. Dessa forma, ele decide fazer a terapia de sua paciente com Montelucaste sódico, 1x ao dia, o que faz com que Solange visite menos a UPA. Discuta o insucesso terapêutico de fluticasona em Solange, justificando a sua resposta. Solange provavelmente tem resistência tipo ll à glicocorticoides. Ou seja, ocorre mutações dos seus receptores que resulta em impedimento de ligação do glicocorticóide, e é tipo ll, pois ela não tem nem efeito adverso, nem efeito terapêutico o que ocorre por não ter ligação generalizada a esses receptores. Já o uso do Montelucaste, ele é um antagonista do receptor cistenileucotrienos, que são receptores para os leucotrienos, ou seja, são modificadores de leucotrienos, e diminue as ações broncoconstritoras dos leucotrienos, causando uma broncodilatação que não depende do receptor b- adrenérgico. 3) Paciente do sexo masculino, 19 anos de idade, começa a apresentar picos de pressão arterial frequentes, taquicardia e episódios de ansiedade. Durante a anamnese, o médico descobre que seu paciente está se preparando para o próximo vestibular e usa um medicamento à base de oximetazolina frequentemente, administrando o medicamento em suas narinas a cada 2 horas por, pelo menos, 6 anos. Suspeitando que os efeitos observados possam ser explicados por este uso de oximetazolina, o médico diz ao paciente que vai prescrever um medicamento para tratar a sua rinite alérgica, que vai atingir a causa de seu problema, e não os seus sintomas. Justifique a afirmação “...os efeitos observados possam ser explicados por este uso de oximetazolina...” e diga qual provável novo medicamento será prescrito para o paciente, justificando a sua resposta. O médico suspeita que os sintomas apresentados pelo paciente estejam sendo causados pelo uso contínuo da oximetazolina, descongestionante nasal, (posologia errada, exacerbada). Pois o uso contínuo dessa classe de medicamento, pode levar a ação deixar de ser apenas tópica e 2 TERAPÊUTICA atingir a circulação sistêmica, agindo então como estimulante dos receptores alfa adrenérgicos da musculatura lisa vascular de forma geral, causando vasodilatação (vasoconstrição). Portanto o ideal seria suspender a oximetazolina e a administrar um corticoide para o tratamento mais específico da rinite alérgica. Os corticoides, como são antiinflamatórios, vão agir na origem do problema. 4) Gabriel começou a sentir muita azia sempre que comia salgadinhos, pão francês, massas etc. e, para conter essa azia, o rapaz passou a ser consumidor assíduo de Estomazil abacaxi sachês (uma mistura de carbonato e bicarbonato de sódio), sendo que, a cada vez que o rapaz consumia os mesmos alimentos, ele sentia azias piores. As queimações foram piorando tanto, que o rapaz chegou a apresentá-las, ainda que não houvesse comido nada “diferente”. Assim, decide procurar um gastroenterologista, que pede uma endoscopia digestiva para investigar a causa da “queimação”. Enquanto espera o resultado, o médico recomenda a Gabriel cápsulas de Omeprazol, 20mg, 1 vez ao dia, em jejum. Quinze dias depois, o resultado da endoscopia mostra áreas hiperemiadas, bem diferentes da coloração rosada da mucosa normal, mas sem presença de qualquer microrganismo. Durante a anamnese, o gastroenterologista descobre que Gabriel sofre de tendinite no carpo da mão esquerda há, mais ou menos, seis anos, e que, frequentemente, faz ciclos de Cetoprofeno, 50mg, de 8/8 horas, por 7 dias, para alívio das dores. Discuta a presença de úlceras em Gabriel, de acordo com a anamnese do paciente. O uso frequente de cetoprofeno ocasionou em uma ulceração no estomago, pois o organismo libera prostraglandina quando o estomago está com excesso de acidez, o que estimula as células a produzirem o gel bicarbonato, e assim protege o estomago. Quando usamos o cetoprofeno, que inibe a produção de prostraglandina, ocorre o aumento da concentração de ácido e diminuição da liberação desse gel, então o excesso de ácido começa a agir nas mucosas do estomago causando lesões que viram úlcera. Outro fato que ajudou nas úlceras de Gabriel foi a hipergastrinemia de rebote, provocada pelo uso frequente do Estomazil. 5) Isis é uma menina muito inteligente, ativa, mas que nasceu com uma patologia chamada de neuropatia periférica, que faz a menina ingerir muitos comprimidos diários de Metadona, uma substância opioide de alta potência. Em função de sua pouca idade (Isis tem 6 anos), certo dia, a menina começa a apresentar sinais de intoxicação forte pela Metadona e sua mãe a leva ao hospital mais próximo, onde a equipe, após a anamnese, inicia injeções de Naloxona IV, um antagonista opioide, para desintoxicar o organismo da pequena Isis. Os médicos ficam preocupados com a consequência da injeção de naloxona por causa dos efeitos gastrointestinais que ela pode apresentar na menina, que podem ser mais graves, em função de sua pouca idade. Explique o efeito intestinal desenvolvido pela naloxona em Isis e justifique a maior gravidade deste em função da pouca idade da menina. A paciente faz uso crônico de metadona, que é um opióide, e um de seus efeitos adversos é constipação severa, portanto deve fazer uso de algum tipo de laxante, e ao administrar a naloxona IV que tem efeito laxativo no intestino, o efeito laxativo pode ser severo. Em crianças isso é um problema, pois as crianças tem uma facilidade de desidratação, ou seja, se desidrata rapidamente. 6) Sr. Cardiolano, de 66 anos de idade e com história de tabagismo e de coronariopatia, segue uma terapia com pravastatina e com ácido acetilsalicílico. Um dia, enquanto trabalhava em sua carpintaria, o idoso começou a sentir um forte aperto no peito. A sensação tornava-se 3 TERAPÊUTICA dolorosa, e a dor começava a irradiar-se pelo braço esquerdo. Ao ser encaminhado para o serviço de Pronto-Socorro mais próximo, foi realizada uma avaliação e constatação de que o paciente estava tendo um infarto do miocárdio anterior. O médico iniciou uma terapia com o ativador de plasminogênio tecidual e heparina. A administração de uma dose inadequada de desses dois fármacos pode ter consequências graves, em virtude de seu baixo índice terapêutico;por esse motivo, o paciente foi rigorosamente monitorado. Os sintomas do paciente diminuíram nas primeiras horas, embora permaneça hospitalizado para monitorização. Após 4 dias, recebeu alta e os medicamentos prescritos incluem pravastatina, ácido acetilsalicílico, atenolol, lisinopril e clopidogrel. Em relação ao Caso Clínico e à Farmacoterapêutica responda: a) Justifique a utilização da pravastatina e do ácido acetilsalicílico pelo paciente; Pravastatina é uma estatina, um fármaco hipolipemiante, que tem por função manter os níveis de colesterol normais, para que não seja causada mais nenhuma obstrução em seu cardiolano. O ácido acetilsalicilico é antiplaquetário, para diminuir a probabilidade da formação de trombos, o que também agravaria o quadro do paciente. b) Com base nas propriedades farmacodinâmicas do fator de ativação de plasminogênio tecidual e da heparina, correlacione a sua utilização nesta situação clínica; O fator de ativação de plasminogenio tecidual ao se ligar aos trombos recém formados com alta afinidade, resulta no processo de fibrinólise no local do trombo, sendo indicado por essa propriedade no infarto do miocárdio. A heparina, um agente anticoagulante injetável, ao inibir a hemostasia secundária através da inativação do fator Xa, IXa, XIa e XIIa, sendo desta forma útil na prevenção da embolia sistêmica associada ao infarto do miocárdio. Só pra complementar: o fator de ativação de plasminogênio tecidual degrada os trombos pré- formados e a heparina atua na prevenção de novos trombos. c) Quais os efeitos adversos a que o paciente estaria sujeito com a utilização do fator de ativação de plasminogênio tecidual e da heparina; A utilização destes fármacos pode ocasionar como efeito adverso, arritmias cardíacas, síndrome de embolia, hemorragia gastrointestinal, hemorragia intracraniana e reações alérgicas relacionadas à administração do fator de ativação de plasminogênio tecidual; além de hemorragia e trombocitopenia induzida por heparina, hipersensibilidade incluindo reações anafiláticas associadas ao uso da heparina. d) O que significa um fármaco apresentar baixo índice terapêutico? Qual a atitude clínica frente à utilização de fármacos com essa característica, como a heparina? Significa que a dose letal média é muito próxima da dose eficaz média, ou seja, fármacos com essa característica exigem monitoramento constante dos sinais vitais do paciente e precisam ser administrados bem vagarosamente. e) Por que a prescrição da alta do paciente tem ácido acetilsalicílico e clopidogrel? Essa associação é ótima, pois tem uma proteção mais significativa. Porém é muito arriscada podendo causar hemorragia em alguns pacientes. Pois torna o sangue mais fluido. 4 TERAPÊUTICA Essa associação demonstrou diminuição da taxa do desfecho combinado de AVC, infarto do miocárdio, embolismo sistêmico fora do sistema nervoso central, ou morte vascular, devido à redução de AVC. Porque essa combinação reduz o risco de AVC, através da potencialização da redução do risco de eventos trombóticos. Embora os dois sejam antiplaquetários, atuam sobre alvos diferentes e, dessa forma, atingem um efeito sinérgico de proteção contra acidentes cardiovasculares, derrames etc.
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