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SOBREPESO E OBESIDADE-DEFINIÇÃO-DETERMINANTES E IMPACTOS

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21/06/2022 14:47 Unidade
https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/457144/mod_resource/content/24/moodleface1/mooc/index.html#/ 1/6
SOBREPESO E OBESIDADE: 
DEFINIÇÃO, DETERMINANTES E IMPACTOS| DEISE WARMLING | 
| CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO | 
| LUCIARA FABIANE SEBOLD |
SOBREPESO E OBESIDADE: 
DEFINIÇÃO, DETERMINANTES E IMPACTOS
Conteúdo
DEFINIÇÕES DE SOBREPESO E OBESIDADE
DETERMINAÇÃO SOCIAL DO SOBREPESO E DA OBESIDADE
EPIDEMIOLOGIA DO SOBREPESO E DA OBESIDADE
IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS DO SOBREPESO E DA OBESIDADE
 
INTRODUÇÃO
Esta unidade abordará a problemática do sobrepeso e da obesidade como uma questão relevante de
saúde pública, com dimensões multifatoriais e que necessita de atuação multipro�ssional e intersetorial
para a atenção e cuidado integral às pessoas, com base nos princípios e diretrizes da Atenção Primária à
Saúde (APS), reconhecendo as potencialidades e desa�os do território para prevenção e controle da
obesidade.
DEFINIÇÕES DE SOBREPESO E OBESIDADE
Em primeiro lugar, é preciso diferenciar os termos
sobrepeso e obesidade, muitas vezes utilizados
como sinônimos. Enquanto o primeiro signi�ca um
aumento exclusivo do peso, o segundo representa
o aumento da adiposidade (gordura) corporal. Para
esclarecer esses conceitos, de�ne-se obesidade
como acúmulo de gordura no organismo, que está
associado a riscos para a saúde, devido à sua
relação com complicações metabólicas.
Pode ser compreendida como um agravo de
caráter multifatorial, pois suas causas estão
relacionadas a questões biológicas, históricas,
ecológicas, econômicas, sociais, culturais e
políticas. Trata-se simultaneamente de uma
doença e de um dos fatores de risco mais
importantes para outras doenças crônicas não
transmissíveis, como doenças cardiovasculares e
Diabetes Mellitus (BRASIL, 2014).
A obesidade é um agravamento do sobrepeso que acarreta em problema de saúde. Aprofunde um pouco
mais seus conhecimentos sobre a obesidade clicando no ícone 
Usualmente, o sobrepeso e a obesidade são
mensurados pelo Índice de Massa Corporal (IMC),
calculado por meio da divisão do peso em kg pela
altura em metros elevada ao quadrado (kg/m²),
sendo esse o cálculo mais usado para avaliação da
adiposidade corporal – um bom indicador: simples,
prático e sem custo.
https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/course/view.php?id=48
21/06/2022 14:47 Unidade
https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/457144/mod_resource/content/24/moodleface1/mooc/index.html#/ 2/6
É fundamental que você, pro�ssional de saúde, reconheça a obesidade como problema de saúde e
promova re�exão sobre o cuidado e acompanhamento dos usuários na APS. Mediante a isso, nos
próximos itens conheceremos alguns aspectos que estão fortemente relacionados com a obesidade, e
que precisam ser conhecidos para subsidiar nossas ações no território ampliado. Vamos lá!
DETERMINAÇÃO SOCIAL DO SOBREPESO E DA OBESIDADE
Na maioria dos países, em particular naqueles economicamente emergentes como o Brasil, a frequência
da obesidade e do diabetes vêm aumentando rapidamente. De modo semelhante, evoluem outras
doenças crônicas relacionadas ao consumo excessivo de calorias e à oferta desequilibrada de nutrientes
na alimentação, como a hipertensão (pressão alta), doenças do coração e certos tipos de câncer.
Inicialmente apresentados como doenças de pessoas com idade mais avançada, muitos desses
problemas atingem agora adultos jovens e mesmo adolescentes e crianças (OMS, 2014).
Alguns indicadores servem para embasar as ações de promoção da saúde na Atenção Primária,
entretanto é importante identi�cá-los nos contextos populacionais, direcionando para a atenção à saúde
da pessoa obesa (BRASIL, 2006). Re�ita sobre esses temas clicando no ícone 
Ao longo dos anos, ocorreram mudanças nos padrões alimentares da população (transição nutricional)
que estão fortemente ligadas também às modi�cações de ordem demográ�ca e social.
Fatores sociais, econômicos e culturais estão
presentes, com destaque para o novo papel
feminino na sociedade e sua inserção no mercado
de trabalho, a concentração das populações no
meio urbano e a diminuição do esforço físico e,
consequentemente, do gasto energético, tanto no
trabalho quanto na rotina diária, assim como a
crescente industrialização dos alimentos (MOTTA
et al., 2004).
Alguns ambientes são considerados obesogênicos, por incentivarem a inatividade física e escolhas
alimentares não saudáveis, e que estão relacionados a possíveis causas e feitos da obesidade
(FIESBERG, 2016). Re�ita sobre essas in�uências clicando no ícone 
Um fator imprescindível para a promoção de práticas corporais e atividades físicas se refere às condições
de infraestrutura, pois a utilização de espaços públicos seguros facilita a incorporação dessa prática no
cotidiano. A segurança nas ruas é um fator essencial para a garantia desses espaços, assim como o
planejamento urbano, devendo prever instalações para iluminação, recreação, ciclovias, condições de
calçadas, investimento em parques e equipamentos públicos (ANDRADE, 2013).
Mudanças sociocomportamentais estão
implicando no aumento da ingestão alimentar e,
portanto, no aparecimento da obesidade, tais
como: a diminuição do número de refeições em
casa, o aumento da ingestão de fast food, menor
consumo de frutas e hortaliças, maior consumo de
gordura, açúcar e alimentos processados.
Além disso, o nível de escolaridade e a renda têm
sido identi�cados como variáveis que podem
interferir na forma como a população escolhe seus
alimentos, na adoção de comportamentos
saudáveis e na interpretação das informações
sobre cuidados para a alimentação e saúde.
Assim, a obesidade é determinada por múltiplos fatores, e por isso �ca tão complexo e difícil de�nir uma
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única estratégia para prevení-la e controlá-la. Apontar um fator dietético especí�co como responsável
pelo ganho de peso é excluir todo o ambiente, os hábitos de vida e a maneira com que nos relacionamos
com a alimentação, que, como visto, são um potente estímulo para o ganho de peso e obesidade. Como
pro�ssionais da saúde, de que maneira podemos auxiliar os usuários com intervenções em nível local
para apoiar nas escolhas alimentares mais saudáveis e na adoção de prática de atividade física?
EPIDEMIOLOGIA DO SOBREPESO E DA OBESIDADE
O panorama da evolução nutricional da população brasileira revela, nas últimas décadas, mudanças em
seu padrão. Acompanhe os principais motivadores destas mudanças a seguir:
As tendências temporais da desnutrição e da obesidade de�nem uma das características marcantes do
processo de transição nutricional do país. Ao mesmo tempo em que declina a ocorrência da desnutrição
em crianças e adultos em ritmo bem acelerado, aumenta a prevalência de sobrepeso e obesidade. No
entanto, esses agravos continuam a coexistir, ainda que a desnutrição atinja grupos populacionais mais
delimitados (populações mais vulneráveis), representando situação de extrema gravidade social.
Dados recentes do Vigitel – inquérito telefônico para vigilância de fatores de risco e proteção para
doenças crônicas do Ministério da Saúde – apontam que, no Brasil, a frequência de adultos com excesso
de peso ocorre de maneira diferente em cada estado, e com diferenças expressivas de acordo com o
sexo, variando entre 47,2% em São Luís e 60,7% em Cuiabá (Brasil, 2018). Acompanhe, a seguir, outros
dados apresentados na pesquisa.
 
 
Na população geral o excesso de peso tendeu a aumentar com a idade até os 44 anos. Entre homens, a
frequência dessa condição aumentou com a idade até os 44 anos e foi maior nos estratos extremos de
escolaridade. Entre mulheres, a frequência do excesso de peso aumentou com a idade até os 64 anos e
diminuiu notavelmente com o aumento da escolaridade. Já para a obesidade, a frequência de adultos
obesos variou entre 15,7% em São Luís e 23,0% em Cuiabá e Manaus. A frequência de obesidade
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aumentou com a idade até os 44 anos para homens e até os 64 anos para mulheres. Em ambos os sexos,
a frequência de obesidade diminuiu com o aumento do nível de escolaridade, de forma notável para
mulheres.
Essa pesquisa também avaliou o consumo alimentar de frutas e hortaliças da população brasileira, em
que se considera como consumo regular a ingestão desses alimentos em cinco ou mais dias da semana.
Os resultados mostraram que a frequência de adultos que consomem cinco ou mais porções diárias de
frutas e hortaliças foi baixa na maioria das cidades estudadas, variando 23% em Belém e 44,7% em
Florianópolis.
As maiores frequências foram encontradas, entre
homens, em Florianópolis (38,7%), Belo Horizonte
(36,9%) e João Pessoa (35,5%) e, entre mulheres,
em Palmas (51,4%), Curitiba (50,8%) e Belo
Horizonte e Florianópolis (50,1%). O panorama �nal
mostrou que o consumo recomendado de frutas e
hortaliças foi de 23,1%, sendo menor entre homens
(18,4%) do que entre mulheres (27,2%).
A frequência do consumo recomendado de frutas e
hortaliças tendeu a aumentar com a idade entre
mulheres até os 64 anos, não havendo um padrão
uniforme de variação com a idade no caso dos
homens. Em ambos os sexos, o consumo
recomendado de frutas e hortaliças aumentou com
o nível de escolaridade. Con�ra a seguir
informações sobre outros estados brasileiros.
Perceba, a partir dos dados apresentados, a relevância da obesidade como problema de saúde pública em
nosso país, e como a prevalência do sobrepeso e da obesidade se comporta de maneira diferente em
homens e mulheres. Lembre-se de que as diferenças de saúde entre ambos denotam fatores biológicos,
mas também re�etem comportamentos especí�cos. Acesse mais informações sobre o consumo
alimentar dos brasileiros clicando no ícone 
No item seguinte vamos conhecer alguns problemas que a obesidade pode causar com os custos diretos
e indiretos para o sistema de saúde no Brasil. Vamos lá!
IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS DO SOBREPESO E DA OBESIDADE
O excesso de peso é um dos principais fatores que contribuem para a mortalidade e para a carga global
de doenças no mundo. Em termos de mortes atribuíveis, a hipertensão arterial, principal fator de risco
para doenças cardiovasculares, causa cerca de 7,5 milhões de mortes/ano (12,8% de todas as mortes).
Ao tabagismo são atribuídas 6 milhões de mortes/ano, ao passo que a inatividade física, sobrepeso/
obesidade, níveis sanguíneos elevados de colesterol e consumo abusivo de álcool são responsáveis,
respectivamente, por 3,2, 2,8, 2,6 e 2,3 milhões de mortes/ano (OMS, 2011).
Em 2018 foram registradas 41 milhões de mortes ao ano por DCNT. Coletivamente, câncer, diabetes,
doenças pulmonares e cardiovasculares responderam por 71% de todas as mortes no mundo (OMS,
2018). De natureza multifatorial, a obesidade é um dos elementos mais importantes para explicar o
aumento da carga das DCNT. Acompanhe a seguir algumas consequências sociais e econômicas da
obesidade.
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/julho/25/vigitel-brasil-2018.pdf
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O aumento contínuo dessa enfermidade em várias partes do mundo pode signi�car sérios problemas
relativos aos custos sociais para indivíduos e serviços de saúde.
Os tratamentos oferecidos às pessoas obesas a �m de cuidar das consequências decorrentes da doença
representam enormes gastos no setor da saúde. Os custos diretos contemplam serviços de prevenção,
diagnóstico e tratamentos tanto para a própria obesidade quanto às comorbidades associadas. Além
disso, necessitam adaptações na infraestrutura na própria comunidade dos locais públicos e/ou privados
para pessoas obesas, como: camas reforçadas, mesas de operação e cadeiras de rodas; catracas
ampliadas e assentos em estádios, modi�cações para o transporte, entre outras (WOF, 2015).
No Brasil entre os anos de 2008 e 2011 , o gasto
médio com o tratamento da obesidade foi de
R$25.404.454,87, sendo constatado um aumento
de R$16.260.197,86 entre 2008 e 2011. Para o
diabetes, o gasto médio nestes quatro anos foi de
R$78.471.7365,08, com um aumento de
R$25.817.762,98 entre o primeiro e o último ano. O
tratamento do infarto agudo do miocárdio, por sua
vez, custou, em média, R$197.615.477,67, com
incremento de R$93.673.355,73.
Já o custo do tratamento da hipertensão arterial
manteve-se relativamente estável, com média de
R$43.773.393,48 e aumento de apenas
R$1.679.789,79. Entre os sexos, as mulheres
custaram mais que os homens, exceto para o
infarto agudo do miocárdio. As Regiões Sul,
Sudeste e Nordeste revelaram maiores gastos nos
tratamentos das enfermidades para o SUS
(MAZZOCCANTE, 2013). Visto isso, acesse mais
informações sobre o risco de hospitalização
clicando no ícone 
Dessa maneira, o tratamento e o acompanhamento da obesidade e de doenças a ela associadas têm
consequências econômicas relevantes para os serviços de saúde, repercutindo fortemente na economia
do país.
A compreensão da complexidade dessa doença é
fundamental para o controle e prevenção, uma vez
que os esforços de construção da
intrassetorialidade e da intersetorialidade podem
contribuir para uma maior integração e efetividade
do conjunto de medidas de prevenção e controle
das DCNT. No âmbito do SUS, a proposta das redes
de atenção à saúde, que inclui a linha de cuidado
da obesidade, consolida-se em um contexto de
valorização crescente das ações da Atenção
Primária e de organização da rede de serviços para
garantir o cuidado integral dos indivíduos,
considerando todas as suas necessidades e
particularidades.
A obesidade envolve uma complexa relação entre
corpo-saúde-alimento-sociedade e essas inter-
relações in�uenciam nas condições para a
promoção da saúde. Promover saúde é considerar
a autonomia e singularidade dos sujeitos, das
coletividades e dos territórios, pois as formas
como eles elegem seus modos de viver, como
organizam suas escolhas e como criam
possibilidades de satisfazer suas necessidades
dependem não apenas da vontade ou da liberdade
individual e comunitária, mas como já vimos nesta
unidade, estão condicionadas e determinadas
pelos contextos social, econômico, político e
cultural em que eles vivem (BRASIL, 2018).
ENCERRAMENTO DA UNIDADE
21/06/2022 14:47 Unidade
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Nesta unidade abordamos os aspectos multifatoriais que envolvem o sobrepeso e a obesidade,
percebendo-as como doenças crônicas não transmissíveis. O conhecimento sobre os determinantes
sociais e o panorama epidemiológico é fundamental para identi�cação dos usuários com esses agravos
de saúde e, principalmente, para o reconhecimento dessa problemática como uma questão relevante a ser
abordada na APS.

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