Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
21/06/2022 14:51 Unidade https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/457144/mod_resource/content/24/moodleface1/mooc/index.html#/un3 1/9 PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL | DEISE WARMLING | | CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL Conteúdo POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PARA O CONTROLE E A PREVENÇÃO DO SOBREPESO E DA OBESIDADE ALCANÇANDO UMA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL A PARTIR DO GUIA ALIMENTAR DIETAS DA MODA: DO MITO À EVIDÊNCIA INTRODUÇÃO Nesta unidade, vamos conhecer as principais políticas públicas que têm apresentado estratégias para o controle e prevenção do excesso de peso no Brasil, tanto no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) como do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). Estas políticas buscam promover sistemas alimentares sustentáveis, favorecendo a aquisição de alimentos in natura e minimamente processados. Após a abordagem das políticas públicas, apresentaremos a classi�cação dos alimentos e principais recomendações, baseadas no Guia Alimentar para População Brasileira. Considerando as dúvidas existentes sobre informações frequentemente apresentadas na mídia e redes sociais acerca de dietas e alimentação, abordaremos algumas dietas da moda, esclarecendo os mitos existentes. A partir deste conhecimento, esperamos que você, pro�ssional de saúde, esteja apto a reconhecer estratégias e orientações a serem aplicadas no seu cotidiano de trabalho, promovendo uma alimentação adequada e saudável da população adscrita em seu território de atuação. POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PARA O CONTROLE E A PREVENÇÃO DO SOBREPESO E DA OBESIDADE Para que você possa atuar no controle e prevenção do sobrepeso e da obesidade, no âmbito da APS, é fundamental conhecer quais as políticas públicas têm sido implementadas no contexto brasileiro. O principal propositor de políticas públicas na área de alimentação e nutrição, no Brasil, é o Ministério da Saúde, por meio do SUS, que vem pautando a temática desde a década de 1990. O enfoque no controle e prevenção da obesidade justi�ca-se pela sua elevada e crescente prevalência, bem como da sua associação às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e às doenças cardiovasculares (MALTA et al., 2014). Vamos, agora, conhecer mais sobre os principais documentos, produzidos no âmbito do SUS, que abordam o controle e prevenção da obesidade enquanto política pública e que marcaram a inserção do tema nas agendas de governos no Brasil. https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/course/view.php?id=48 21/06/2022 14:51 Unidade https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/457144/mod_resource/content/24/moodleface1/mooc/index.html#/un3 2/9 NEXTNEXTPREVPREVA partir da Política Nacional de Promoção da Saúde e da Política Nacional de Alimentação e Nutrição, é sinalizada a necessidade de ações intersetoriais para a implementação das suas diretrizes. Quando de sua criação, em 2006, integravam o SISAN a Caisan (e similares nos estados e DF e municípios) Consea nacional, estaduais e municipais e conferências de SAN (nacional, estaduais e municipais). Vamos, agora, conhecer as principais políticas e normativas estabelecidas no âmbito do SISAN, para o controle e prevenção do sobrepeso e da obesidade. NEXTNEXTPREVPREVA partir das principais políticas públicas e marcos assumidos na agenda brasileira para o controle e prevenção da obesidade, notamos que a temática foi historicamente vinculada ao setor saúde, por meio do SUS. Embora a obesidade seja uma problemática que se manifesta no indivíduo, cujas consequências recaem sobre o sistema de saúde, a busca da intersetorialidade é essencial para o controle e prevenção do excesso de peso, por meio de abordagens e estratégias que transcendam a abordagem biológica e contemplando também os contextos ambientais, culturais e sociais e econômicos envolvidos na determinação da obesidade e comorbidades a ela relacionadas. ALCANÇANDO UMA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL A PARTIR DO GUIA ALIMENTAR Para iniciarmos nossos estudos sobre alimentação adequada e saudável, vamos conhecer o conceito adotado pelo Ministério da Saúde. A alimentação adequada e saudável constitui-se enquanto um direito humano básico em assegurar o acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma 21/06/2022 14:51 Unidade https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/457144/mod_resource/content/24/moodleface1/mooc/index.html#/un3 3/9 alimentação adequada aos aspectos biológicos e socioculturais; acessível do ponto de vista físico e �nanceiro, em quantidade e qualidade su�ciente, considerando a variedade, equilíbrio, moderação e prazer; fundamentada em formas de produção adequadas e sustentáveis. Ressalta-se que este conceito, adotado em publicações do Ministério da Saúde, está em consonância com a política de segurança alimentar e nutricional, no que se refere à adequação cultural, social, econômica da alimentação. A promoção da alimentação adequada e saudável é considerada uma dimensão da promoção de saúde e engloba estratégias de incentivo e apoio a práticas alimentares saudáveis. Alguns exemplos são a regulação da rotulagem nutricional e da publicidade de alimentos, bem como a elaboração de guias alimentares, voltados para população em geral. A primeira versão do Guia Alimentar para a População Brasileira foi publicada em 2006, alertando para o risco do consumo excessivo de açúcar, sal, gorduras e alimentos com densidade energética elevada, com vistas ao controle da obesidade e de Doenças Crônicas Não Transmissíveis. Conheça o Guia Alimentar para a População Brasileira clicando no ícone Em 2014, foi publicada a edição atual do Guia, apresentando recomendações sobre alimentação para promoção da saúde, em nível individual e da sociedade brasileira como um todo. Trata-se de um guia que pode ser lido por qualquer cidadão, em quaisquer espaços. Seja nas residências, nas unidades de saúde, escolas, centros comunitários, sedes de movimentos sociais ou demais espaços, onde ocorram atividades de promoção de saúde (DIAS et al. 2017). Essa versão atual do Guia Alimentar para a População Brasileira reconhece o caráter intersetorial da promoção da alimentação saudável e seu papel entre os campos da saúde e da segurança alimentar e nutricional. O enfoque principal do material é a promoção da saúde e prevenção de doenças. Para as situações de doenças especí�cas, é indispensável que nutricionistas adaptem as recomendações do guia para as condições apresentadas individualmente. Um dos diferenciais deste guia é o estímulo a adoção de hábitos alimentares saudáveis e incentivo à ampliação da autonomia de cada um, sobre a escolha das suas práticas alimentares. Está fundamentado em práticas que ampliam o autocuidado, respeitando as preferências, diferenças e subjetividades das pessoas. As recomendações, que serão apresentadas a seguir, partem de um olhar ampliado sobre a alimentação, no sentido de valorizar o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, valorizando a cultura e os sistemas alimentares locais. Classi�cação dos alimentos segundo o guia alimentar Para orientar sobre a escolha dos alimentos, os guias adotam sistemas de classi�cação dos alimentos, sendo que os convencionais partem do per�l de nutrientes. Por exemplo, alimentos fontes de proteína podem ser carnes frescas ou embutidos à base de carne com adição de sal; alimentos fontes de carboidratos podem ser grãos de arroz ou trigo, bem como as farinhas, e biscoitos adicionados de açúcares. Tal classi�cação foi relevante em um período em que os maiores problemas alimentares decorriam da carência de energia e nutrientes. Porém, considerando o contexto epidemiológico em que predominam as doenças crônicas não transmissíveis, bem como o acesso facilitado a alimentos ultraprocessados, o Guia passou a adotar uma classi�cação dos alimentos fundamentada no seu grau de processamento. Nesse sentido, o Guia Alimentar para a População Brasileira considera o processamentode alimentos os processos físicos, biológicos e químicos que ocorrem após a colheita do alimento ou, de modo mais geral, após a separação do alimento da natureza e antes que ele seja submetido à preparação culinária ou antes do consumo (no caso alimentos crus). Re�ita sobre esse tema clicando no ícone Esta nova classi�cação divide os alimentos em três grupos (BRASIL, 2014). Vamos conhecer melhor cada um desses grupos a seguir, clique em cada um dos grupos abaixo. Alimentos in natura ou minimamente processados Alimentos in natura são obtidos diretamente de plantas ou de animais e não sofrem qualquer alteração após deixar a natureza. São as partes comestíveis de plantas (sementes, frutos, folhas, caules, raízes) ou de animais (músculos, vísceras, ovos, leite), cogumelos, algas, bem como a água logo após sua http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf 21/06/2022 14:51 Unidade https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/457144/mod_resource/content/24/moodleface1/mooc/index.html#/un3 4/9 separação da natureza. Já os alimentos minimamente processados correspondem a alimentos in natura que foram submetidos a processos de limpeza, remoção de partes não comestíveis, fracionamento, moagem, secagem, fermentação, pasteurização, refrigeração, congelamento ou processos similares que não envolvam agregação de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento original. Quanto a óleos, gorduras, sal e açúcar, o uso destes ingredientes culinários costuma gerar dúvidas e insegurança em relação aos efeitos do consumo sobre a saúde. Vamos conhecer como eles são de�nidos e desmisti�car o seu uso no cotidiano. Óleos, gorduras, sal e açúcar são produtos extraídos de alimentos in natura ou da natureza por processos como prensagem, moagem, trituração, pulverização e re�no. São usados nas cozinhas das casas e em refeitórios e restaurantes para temperar e cozinhar alimentos e para criar preparações culinárias. Exemplos: óleos de soja, de milho, de girassol ou de oliva, manteiga, banha de porco, gordura de coco; açúcar de mesa branco, demerara ou mascavo; sal de cozinha re�nado ou grosso. Devem ser utilizados em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar, bem como nas preparações culinárias. Ao serem utilizados com moderação, adicionados a alimentos in natura ou minimamente processados, os óleos, as gorduras, o sal e o açúcar contribuem para diversi�car e dar sabor às preparações, sem desequilibrar o seu valor nutricional. Por que óleos, gorduras, sal e açúcar devem ser utilizados em pequenas quantidades? Esses são produtos alimentícios com alto teor de nutrientes cujo consumo pode ser prejudicial à saúde, se consumidos excessivamente. O sódio e a gordura saturada, em quantidades excessivas, aumentam o risco de doenças cardiovasculares. O açúcar em excesso está associado à cárie dental, obesidade e outras doenças crônicas. Além disso, óleos, gorduras e açúcar têm elevada quantidade de calorias por grama. Alimentos processados Estes se referem a produtos relativamente simples e preparados essencialmente com a adição de sal ou açúcar (ou outra substância de uso culinário como óleo ou vinagre) a um alimento in natura ou minimamente processado. As técnicas de processamento adotadas são em geral técnicas culinárias, 21/06/2022 14:51 Unidade https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/457144/mod_resource/content/24/moodleface1/mooc/index.html#/un3 5/9 podendo incluir cozimento, secagem, fermentação, acondicionamento dos alimentos em latas ou vidros e uso de métodos de preservação como salga, salmoura, cura e defumação. O objetivo principal do processamento de alimentos é aumentar a durabilidade dos alimentos in natura ou minimamente processados, além de torná-los mais agradáveis ao paladar. A forma recomendada dos alimentos processados é que sejam combinados com os alimentos in natura ou minimamente processados, como, por exemplo, o queijo adicionado ao macarrão ou as carnes salgadas adicionadas ao feijão. Por outro lado, o consumo isolado de alimentos processados ou combinados com os ultraprocessados, tais como queijos em sanduíches ou fast foods, deve ser desestimulado. Alimentos ultraprocessados Neste grupo, estão os alimentos industrializados, preparados principalmente a partir de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modi�cado) ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos usados para dotar os produtos de propriedades sensoriais atraentes). A produção dos alimentos ultraprocessados é realizada por indústrias de médio e grande porte. Possui diversas etapas e técnicas de processamento e muitos ingredientes, incluindo sal, açúcar, óleos e gorduras e substâncias de uso exclusivamente industrial. As técnicas de processamento utilizadas na fabricação de alimentos ultraprocessados incluem: tecnologias exclusivamente industriais, como a expansão da farinha de milho para fazer salgadinhos “de pacote”, versões industriais de técnicas culinárias, como o pré-processamento com fritura ou cozimento; e o emprego de embalagens so�sticadas em vários tamanhos e apropriadas para estocagem do produto ou para consumo imediato sem utensílios domésticos. Uma estratégia fácil para distinguir alimentos ultraprocessados e processados é consultar a lista de ingredientes, quando houver cinco ou mais e, principalmente, contar com ingredientes com nomes pouco familiares (gordura vegetal hidrogenada, óleos interesteri�cados, xarope de frutose, isolados proteicos, agentes de massa, espessantes, emulsi�cantes, corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários outros tipos de aditivos) indicam que o produto é ultraprocessado. Diferentemente dos alimentos processados, a maioria dos ultraprocessados é consumida, ao longo do dia, como substituto de preparações culinárias ou refeições principais. Desta forma, tendem a limitar o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. Por que preferir alimentos in natura e minimamente processados, consumir com moderação alimentos processados e evitar ultraprocessados? Alimentos in natura ou minimamente processados são bastante variados em relação à quantidade de calorias por grama (densidade energética) e em relação à proporção de nutrientes por caloria (teor de nutrientes). 21/06/2022 14:51 Unidade https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/457144/mod_resource/content/24/moodleface1/mooc/index.html#/un3 6/9 Por exemplo, as carnes são boas fontes de proteína, energia, vitaminas e minerais, porém são pobres em �bras. Já os alimentos de origem vegetal são boas fontes de �bras, além de vitaminas e minerais, com menor quantidade de calorias que os alimentos de origem animal. Com o consumo diversi�cado de alimentos in natura ou minimamente processados, torna-se possível alcançar uma alimentação adequada nutricionalmente. Já os alimentos processados em geral mantêm a maioria dos nutrientes do alimento de origem; contudo, os ingredientes adicionados e o processamento costumam afetar negativamente a sua composição nutricional. As quantidades de sal ou açúcar acrescentadas em geral são maiores que aquelas das preparações culinárias. Assim como a perda de água, no caso das frutas secas ou adição de óleo em peixes enlatados, por exemplo, elevam a quantidade de calorias desses alimentos, destacando-se que o consumo de alimentos com alta densidade calórica está associado ao maior risco de obesidade. Conheça a recomendação proposta pelo guia clicando no ícone Em relação aos alimentos ultraprocessados, estes têm um per�l nutricional desfavorável. Em geral, têm maior quantidade de calorias, açúcar, gorduras totais, saturadas e trans, com menor quantidade de nutrientes e �bras. Ainda há muitos desses alimentos que são reformulados pela indústria, e o marketing explora características como“menos calorias”, “zero açúcar”, “adicionado de vitaminas e minerais”, passando uma falsa imagem de saudável à população. Por serem alimentos que apresentam hipersabor (adicionados de sal, açúcar, gorduras e demais aditivos), prontos para o consumo imediato, muitas vezes sem necessidade de talheres ou pratos, favorecem o consumo excessivo, realizado em qualquer lugar, sem atenção à refeição. Há muitas razões para evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, devido a sua composição nutricional, às características que os ligam ao consumo excessivo de calorias, bem como ao impacto das suas formas de produção e distribuição sobre a cultura, vida social e meio ambiente. Combinação dos alimentos em forma de refeições A partir da classi�cação de alimentos apresentada, em três categorias – in natura ou minimamente processados, processados e ultraprocessados –, é importante sabermos como esses alimentos devem ser combinados para compor refeições saudáveis. Para isso, serão apresentados exemplos que se referem a preparações culinárias à base de alimentos in natura e minimamente processados, que são indicados pelo Guia Alimentar para População Brasileira (BRASIL, 2014). Visto isso, re�ita sobre a utilização dessas classi�cações clicando no ícone As refeições ilustradas a seguir demonstram como podem ser compostas as principais refeições do dia: café da manhã, almoço e jantar, bem como exempli�ca a composição de pequenas refeições (lanches da manhã ou da tarde). Con�ra! Café da manhã Aqui você pode conferir alguns exemplos de café da manhã, baseado em alimentos do grupo 1 (in natura ou minimamente processados), tais como: café, leite, frutas, preparações à base de cereais e tubérculos e ovos. Pães e queijos são exemplos de alimentos processados, na composição desta refeição. Destaca-se a importância de compor refeições variadas e que estejam de acordo com a realidade local, valorizando- se alimentos regionais, de acesso fácil e menor custo. Almoço Nesta refeição, destaca-se a presença do arroz e feijão, que representa a realidade brasileira. Como alternativa ao feijão, um dos exemplos mostra o uso da lentilha, bem como a farinha da mandioca aparece ao lado do feijão no lugar do arroz. As verduras ou legumes constam em todos os exemplos, nas formas cruas em saladas e preparações cozidas ou refogadas. Reforçamos que são diversas as possibilidades de consumo desses alimentos, sendo um grupo importante para contribuição de 21/06/2022 14:51 Unidade https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/457144/mod_resource/content/24/moodleface1/mooc/index.html#/un3 7/9 vitaminas, minerais e �bras na alimentação. As carnes vermelhas, bovinas ou suínas, são restritas a um terço do prato, sempre se valorizando cortes e formas de preparo com pouca quantidade de gordura, tais como grelhados e assados. Também são opções carnes brancas, frango e peixes, além de ovos, que devem ser alternados com as carnes vermelhas, para composição de refeições saudáveis. Constam adicionados nos exemplos de almoço alimentos processados como frutas e doces caseiros, na forma de sobremesas, ou utilizados como ingredientes. Jantar Tal como demonstrado no almoço, a combinação de arroz e feijão é bastante presente na mesa dos brasileiros. Legumes e verduras estão presentes em todas as refeições, seja como acompanhamento do arroz e feijão ou na preparação de sopas. As carnes permanecem restritas a um terço do prato, alternando-se carnes vermelhas, frango, peixes e ovos. Pequenas refeições Para a composição das pequenas refeições, são mantidas as recomendações de preferir os alimentos in natura ou minimamente processados, limitando o consumo de processados e evitando os ultraprocessados. Como opções para essas refeições, destacam-se as frutas frescas ou secas, leite, iogurte natural e oleaginosas (nozes, castanhas, amendoim, amêndoas, entre outros), por serem alimentos com alto teor de nutrientes e que promovem saciedade, além de serem práticos para o consumo. As refeições apresentadas como exemplo são apresentadas no Guia Alimentar para População Brasileira, e são algumas sugestões que podem ser multiplicadas a partir da diversidade de alimentos disponíveis em cada região. Acesse mais informações disponibilizadas no guia sobre criação de refeição e combinações clicando no ícone Recomendações gerais sobre alimentação saudável Existem quatro recomendações gerais, que podem ser repassadas por você, pro�ssional de saúde da APS, para a população em geral, com o intuito de alcançar uma alimentação mais saudável. Conheça a seguir as quatro recomendações, e uma regra de ouro, propostas pelo Guia Alimentar para População Brasileira. 21/06/2022 14:51 Unidade https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/457144/mod_resource/content/24/moodleface1/mooc/index.html#/un3 8/9 DIETAS DA MODA: DO MITO À EVIDÊNCIA São muitas as dietas que surgem com a promessa de emagrecimento rápido. Em geral, elegem alguns alimentos como proibidos, sem promover mudanças de hábitos alimentares e da prática de atividade física, embora esses dois fatores sejam condições obrigatórias para a perda de peso saudável. As dietas da moda podem ser de�nidas como padrões de comportamento alimentar não usuais adotados por indivíduos que desejam conquistar uma aparência melhor, de maneira rápida. Por vezes, se apresentam como dietas milagrosas, que encorajam práticas até mesmo perigosas, promovidas pela mídia ou pelas redes sociais. A aderência às dietas da moda é alta inicialmente, porém a continuidade é falha a longo prazo por serem extremamente restritivas, e não retratarem os hábitos alimentares cotidianos das pessoas. Na percepção popular, a velocidade e a quantidade de perda de peso geralmente se confundem com o sucesso da dieta. Não há nenhuma evidência cientí�ca de longo prazo sobre a efetividade dessas dietas (LOTTENBERG, 2006). Conhecer as principais dietas da moda é relevante para que você, pro�ssional de saúde, possa orientar os usuários acerca dos seus falsos benefícios e possíveis riscos. As mais populares são: dieta da proteína, Dieta Revolucionária do Dr. Atkins, cetogênica, Dr. Bernstein’s diabetes solution, South Beach, Duncan, dieta paleolítica ou Paleo. Essa dieta se fundamenta na restrição total de carboidratos para que a gordura corporal seja mobilizada e utilizada como fonte energética. Porém, estudos mostram que não houve diferença na perda ponderal ao longo de seis semanas. Em curto prazo, as dietas ricas em gorduras e escassas em carboidratos (dietas cetogênicas) causam maior perda de água do que de gordura corporal. Esta perda de água faz com que o indivíduo perca peso mais rapidamente, porém sem, de fato, emagrecer. Em relação à limitação dessa dieta, ela é de baixa adesão, por ser extremamente restritiva. A redução de carboidratos, seguida do aumento da ingestão de gordura, especialmente saturada, pode contribuir para o aumento do colesterol, conferindo maior risco de doença cardiovascular, com possível aumento da mortalidade. Devido à restrição de muitos grupos de alimentos, podem ocorrer de�ciências das vitaminas A, B6 e E, folato, cálcio, magnésio, ferro, potássio e �bras. Algumas consequências negativas da dieta rica em proteínas são: halitose, dor de cabeça e litíase renal por oxalato, além do risco cardiovascular, quando mantida por longo prazo. 21/06/2022 14:51 Unidade https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/457144/mod_resource/content/24/moodleface1/mooc/index.html#/un3 9/9 Clique aqui para conhecer as principais dietas Outras práticas da moda incluem a dieta dos pontos, dieta da ração humana, dieta à base de água e ovo cozido, dieta do jejum (�car sem jantar), entre outras tantas divulgadas em revistas, jornais e sites de internet, todas temporárias e sem indução da mudança do comportamento alimentar, e sem comprovação cientí�ca a longo prazo. Independentemente do tipo de dieta adotada, o prognóstico de manutenção da perda de peso é ruim. Entre os indivíduos que perdem peso, somente 5% se controlampara impedir o reganho de peso ao �nal de cinco anos. Entre as di�culdades na manutenção do peso perdido, destaca-se o efeito sanfona provocado pela redução e ganho de peso. A cada ciclo, torna-se mais difícil de o indivíduo perder peso. Além disso, o reganho de peso é mais rápido e os indivíduos que perderam peso precisam manter uma ingestão energética reduzida, mesmo após alcançar a perda de peso desejada (LAQUATRA, 2002). Portanto, �ca um alerta para as soluções rápidas de emagrecimento. Dietas que priorizam um nutriente em detrimento de outros, dietas que restringem severamente o consumo energético, bem como os jejuns prolongados, representam um risco para a saúde. Essas dietas, por não serem elaboradas com um cardápio balanceado, na maioria dos casos, promovem a perda de massa muscular e água, além de eletrólitos e minerais, promovendo uma perda de peso não saudável. Acesse mais informações clicando no ícone A preocupação da sociedade atual pela perda e controle de peso leva à busca de dietas por meio dos diversos meios de comunicação. Por isso, é fundamental que você, pro�ssional de saúde, oriente para os riscos e os “falsos” benefícios da adoção dessas práticas, que não contribuem para as mudanças necessárias, e incentive a modi�cação gradual e sustentável de hábitos de vida que levam a um melhor controle do peso. ENCERRAMENTO DA UNIDADE Nesta unidade, apresentamos as políticas públicas no controle e prevenção do sobrepeso e da obesidade que podem subsidiar suas ações no âmbito da APS. Também expusemos as recomendações gerais sobre alimentação saudável, escolha dos alimentos e composição das refeições são descritas, conforme o Guia Alimentar para População Brasileira, a �m de que você, pro�ssional de saúde, possa trocar tais informações com os usuários atendidos. Por �m, descrevemos algumas das mais conhecidas dietas da moda, apresentando suas limitações, possíveis riscos e evidências. Esperamos que este conhecimento contribua e quali�que a sua prática cotidiana, na atenção às pessoas com sobrepeso e obesidade.
Compartilhar