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Historia 8a Classe

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 
DIRECÇÃO NACIONAL DE ENSINO SECUNDÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
STOP SIDA 
 
 
STOP COVID -19 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA TÉCNICA 
 
Título: 
 
O meu caderno de actividades de História - 8ª Classe 
Direcção: Gina Guibunda & João Jeque 
Coordenação Manuel Biriate 
Elaboradores: Salvador Sumbane, Nárcia Bonnett & Isac Malombe 
Concepção gráfica e layaout Hélder Bayat & Bui Nguyet 
Evolução 
Impressão e acabamentos: MINEDH 
Revisão: Rui Manjate 
Tiragem: xxx exemplares. 
 
3 
 
 
 
4 
 
ÍNDICE 
UNIDADE DIDÁCTICA 1: HISTÓRIA COMO CIENCIA 
 
 
SÍNTESE 
 
1.1 O conceito de História e sua Importância ............................................................ 7 
1.2 As Fontes da História .............................................................................................. 7 
1.3 A História e outras ciências .................................................................................... 8 
1.4 O tempo em História ................................................................................................ 9 
 
 
EXERCÍCIOS………………………………………..……………..……..…………….9 
 
UNIDADE DIDÁCTICA 2: A ORIGEM E EVOLUÇÃO DO HOMEM ............. 13 
SÍNTESE 
 
2.1. Teorias sobre a origem e evolução do homem ................................................ 13 
2.2. O processo da Hominização ............................................................................... 13 
2.3. A conquista e importância do fogo ..................................................................... 15 
2.4 A evolução da vida económica, social e espiritual dos Homens em África .. 15 
2.4.1 Organização social dos homens na comunidade primitiva ................ 15 
2.4.2. O surgimento da agricultura e da pastorícia ........................................ 15 
2.4.2.1 Consequências da prática da agricultura e criação de animais ..... 16 
 
EXERCÍCIOS …………………………………………………………………………………..16 
 
 
UNIDADE DIDÁCTICA 3 : A DIFERENCIAÇÃO SOCIAL E A FORMAÇÃO DE ESTADO 
 
 
SÍNTESE 
 
3.1 As Primeiras civilizações ...................................................................................... 2 
3.1.1 O Egipto Antigo ............................................................................................ 2 
3.1.1.1 Localização Geográfica do Egipto Antigo ............................................ 2 
3.1.1.2 Principais actividades económicas ....................................................... 2 
3.1.1.3 Estrutura político-administrativa do Egipto antigo .............................. 3 
3.1.1.4 A Religião e a Cultura do Egipto Antigo ............................................... 3 
3.1.2A Mesopotâmia ............................................................................................. 4 
3.1.2. 1 Localização Geográfica.......................................................................... 4 
3.1.2. 2 Actividades Económicas dos Sumérios .............................................. 4 
3.1.2. 3 Surgimento da diferenciação social na Mesopotâmia ...................... 5 
3.1.2. 4 A Religião ................................................................................................. 5 
3.1.2. 4 A Babilónia ............................................................................................... 5 
3.2 O desenvolvimento da sociedade esclavagista na europa: Grécia e Roma .. 6 
3.2.1. A Grécia Antiga ........................................................................................... 6 
5 
 
3.2.1. 1 Localização geográfica .......................................................................... 6 
3.2.1. 2 Actividades Económicas ........................................................................ 6 
3.2.1. 3 As cidades-estados gregas ................................................................... 7 
3.2.1.4 Evolução Política na Grécia ................................................................... 7 
3.2.1.5 Características da democracia Ateniense ........................................... 8 
3.2.2. A Roma Antiga ............................................................................................ 8 
3.2.2.1 Localização geográfica e povoamento ................................................. 8 
3.2.2.2 Formação da Roma Antiga ..................................................................... 8 
3.2.2.3 A formação do Império Romano ............................................................ 9 
3.2.2.4 A crise e a queda do império romano ................................................. 10 
3.2.2.6 A cultura greco-romana……………………………………………….11 
EXERCÍCIOS ……………………………………………………………………………………..11 
UNIDADE DIDÁCTICA 4: MOÇAMBIQUE: DA COMUNIDADE PRIMITIVA AOS 
PRIMEIROS ESTADOS 
 
 
SÍNTESE 
 
4.1 As comunidades de caçadores e recolectores - Khoisan .................................. 3 
4.2 Os povos de Língua Bantu ..................................................................................... 3 
4.2.2 Actividades económicas dos bantu .......................................................... 4 
4.2.3 Organização sócio-política dos bantu ...................................................... 4 
4.3 O Reino do Zimbabwe ............................................................................................. 4 
4.3.1 Localização do Reino de Zimbabwe ........................................................ 4 
4.3.2 A economia no Reino de Zimbabwe ........................................................ 5 
4.3.3 Estrutura política do Reino do Zimbabwe ............................................... 5 
4.3.4 A Organização sócio-administrativa do reino do Zimbabwe ................ 5 
4.4 O Império dos Mwenemutapa ................................................................................ 6 
4.4.1 Localização geográfica do Império de Mwenemutapa .......................... 6 
4.4.2 Organização Política do Império de Mwenemutapa ...................... 6 
4.4.3 4.4.3 Economia do Império de Mwenemutapa ............................... 7 
4.4.4 Decadência do Império de Mwenwmutapa ............................................. 7 
EXERCÍCIOS ……………………………………………………………...……………7 
UNIDADE DIDÁCTICA 5 : AS RELAÇÕES SÓCIO-POLÍTICAS NA EUROPA 
E NA ÁFRICA ENTRE OS SÉCULOS V – XV 
 
SÍNTESE 
 
5.1 A economia europeia no período feudal .............................................................. 2 
 
6 
 
 
EXERCÍCIOS ………………………………………………………………………………………..5 
TÓPICOS DE CORRECÇÃO/SOLUÇÕES 2 
 
BIBLIOGRAFIA ……………………………………………………………………..3 
 
 
 
 
7 
 
 
UNIDADE DIDÁCTICA 1 A HISTÓRIA COMO CIÊNCIA 
 
 
SÍNTESE 
 
1.1 O conceito de História e sua Importância 
História - ciência que estuda a vida dos Homens ao longo do tempo. A História é a disciplina que 
ajuda a obter a informação que necessitamos para melhor compreender o mundo que nos rodeia. 
A História é importante porque nos permite conhecer o passado e, a partir dele, dar respostas a 
questões do presente. O conhecimento do passado ajuda-nos a perspectivar o futuro. 
 
1.2 As Fontes da História 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fontes escritas – 
todos os documentos 
escritos (jornais, 
documentos oficiais, 
cartas, contratos, livros, 
leis, etc.) feitos no 
passado e que 
chegaram até nós. 
Fontes históricas ou 
Documentos Históricos 
Tudo aquilo que nos pode 
fornecer informação sobre 
o passado da Humanidade. 
Fontes arqueológicas – todos os 
restos de objectos produzidos e/ou 
utilizados nos tempos passados 
(utensílios, armas, ruínas, ossos, 
moedas, etc.) e que permanecem 
conservados até ao presente. 
Documentos audiovisuais - 
fotografias, cinema, satélites, 
computadores e outros produtos 
da tecnologia moderna. 
Fontes orais – 
informações orais 
prestadas pelas pessoas 
que viveram ou 
testemunharam 
acontecimentospassados. 
8 
 
1.3 A História e outras ciências 
Para a produção do conhecimento cada ciência apoia-se nas outras ciências. Assim, a História 
busca conhecimentos de outras ciências, mas ela também contribui para o enriquecimento das 
outras ciências, uma vez que dá a essas ciências um sentido de evolução. Portanto, a relação da 
História com as outras ciências não é de dependência, mas, sim, de complementaridade. 
 
É importante que todas as ciências se complementem e partilhem conhecimentos, pois, através 
desta complementaridade, a ciência avança rapidamente e permite-nos ter um conhecimento mais 
aprofundado, não só da nossa sociedade como também dos nossos antepassados. 
 
Veja no esquema abaixo as ciências que se relacionam com a História. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antropologia - Estuda os 
agrupamentos humanos através do 
comportamento e do modo como 
organizam a sua vida. 
 
A História e 
outras 
Ciências 
Arqueologia - Estuda os 
vestígios materiais da 
actividade humana. 
 
Demografia - Estuda as 
populações (número, distribuição, 
ritmo de crescimento, etc.) 
Economia - Estuda os princípios e 
normas que regulam a produção, 
distribuição e consumo de bens. 
 
Epigrafia - Estuda as inscrições feitas sobre 
materiais duros (pedra, bronze, cerâmica). 
 
Etnografia - Estuda as actividades materiais 
e espirituais (técnicas, religião, costumes, 
arte, instituições, etc.) 
 
Geografia - Estuda os fenómenos 
físicos, biológicos e humanos que 
ocorrem na superfície terrestre. 
 
Paleografia - Estuda textos antigos (em 
geral anteriores ao século XVIII) escritos 
sobre papiro, pergaminho, papel, etc. 
 
Linguística - Estuda a evolução das 
línguas através das diferentes fases 
do seu desenvolvimento. 
 
Matemática - Estuda as propriedades 
dos seres abstractos (números, figuras 
geométricas, etc.) e as relações que 
estabelecem entre si. 
 
Psicologia - Estuda a natureza, o 
carácter e comportamento do 
Homem. 
Sociologia - Estuda a formação, 
organização e transformação da 
sociedade humana. 
 
Heráldica - Estuda os 
brasões. 
Numismática - Estuda 
moedas e medalhas. 
9 
 
1.4 O tempo em História 
Em História, a localização dos acontecimentos no tempo é muito importante, pois os 
acontecimentos que estudamos em História só têm significado e valor histórico se soubermos 
dizer quando é que eles tiveram lugar. 
 
Para percebermos o sentido histórico dos acontecimentos, ou seja, para entendermos as relações 
entre acontecimentos ao longo dos tempos, temos de saber quando, ou seja, o tempo em que os 
acontecimentos se deram. 
 
O tempo é a dimensão fundamental da História. 
 
A medição do tempo histórico 
 
A contagem do tempo que hoje usamos teve como ponto de partida o Nascimento de Jesus 
Cristo. Este acontecimento passou então a ser o ponto de partida do calendário ocidental e da 
maioria dos países do mundo. No entanto, existem também outros calendários que dependem de 
outros acontecimentos históricos em outras culturas e religiões. 
 
Quando se faz a datação dos acontecimentos com base no marco do nascimento de Cristo, 
consideram-se os acontecimentos que tiveram lugar antes e depois do nascimento de Cristo, 
usando-se, para isso, a indicação antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.). 
 
Também se usam as expressões antes da nossa era (a.n.e.) para indicar o período antes de 
Cristo e nossa era (n.e.) para indicar o período depois de Cristo. 
 
A ciência que estuda as divisões do tempo e determina a ordem e sucessão dos acontecimentos 
chama-se Cronologia. 
 
Quando se diz “organizar os acontecimentos por ordem cronológica” pretende-se dizer organizar 
os acontecimentos na sequência da data em que aconteceram, começando do mais antigo até ao 
mais recente. 
 
EXERCÍCIOS 
 
I. Assinale a opção correcta 
1. História pode ser definida como … 
A. A ciência que estuda a vida do Homem ao longo do tempo. 
10 
 
B. A ciência que estuda a distribuição do Homem no espaço. 
C. A ciência que estuda as condições favoráveis à vida do Homem na Terra. 
D. A ciência mais estudada pelo Homem. 
 
2. A História é importante porque … 
A. faz um estudo profundo do passado dos homens. 
B. estuda tudo o que se relaciona com toda a Humanidade em todas as épocas. 
C. nos permite conhecer o passado e, assim, dar respostas a questões do presente. 
D. nos ensina como se faziam as coisas no passado para podermos imitar no presente. 
 
3. Em História, é importante localizar os acontecimentos no tempo pois... 
A. todos os acontecimentos têm sempre localização espacial. 
B. os acontecimentos ocorrem sempre num determinado período de tempo. 
C. o tempo dá aos acontecimentos o sentido histórico, uma vez que permite ver a sua 
evolução ao longo dos tempos. 
D. alguns acontecimentos tiveram lugar antes da nossa era e outros na nossa era. 
 
4. Das opções seguintes, qual delas se refere às fontes escritas? 
A. Museus, bibliotecas, livrarias, instituições públicas 
B. bibliotecas, livrarias, documentos oficiais, jornais 
C. Armas, ruínas, testemunha, moedas 
D. Cartas, documentos oficiais, jornais, contratos 
 
5. Que acontecimento marca o início da contagem do tempo no calendário universal 
actualmente em uso? 
A. A formação do universo C. O surgimento do Homem 
B. O surgimento dos seres vivos D. O nascimento de Cristo 
 
6. Como se chama a forma de organização dos acontecimentos no tempo que nos permite 
observar com clareza a sequência dos acontecimentos: 
A. Cronologia B. Periodização C. Gráfico de tempo D. Facto histórico 
 
II. Escreva no espaço apropriado a resposta correcta 
7. Preencha o quadro seguinte com os nomes das ciências auxiliares da história, definidas na 
coluna da esquerda: 
Ciência que estuda… Designação 
A. os brasões. 
 
B. as inscrições feitas sobre materiais duros (pedra, bronze). 
 
11 
 
C. textos antigos (em geral anteriores ao século XVIII) escritos 
sobre papiro, pergaminho, papel, etc. 
 
D. as actividades materiais e espirituais (técnicas, religião, 
costumes, arte, instituições, etc.). 
 
E. a natureza, o carácter e o comportamento do Homem. 
 
F. as propriedades dos seres abstractos (números, figuras 
geométricas, etc.) e as relações que estabelecem entre si. 
 
G. moedas e medalhas. 
 
H. a evolução das línguas através do seu desenvolvimento. 
 
I. os princípios e normas que regulam a produção, a 
distribuição e o consumo de bens. 
 
J. as populações (número, distribuição, ritmo de crescimento). 
 
K. os vestígios materiais da actividade humana. 
 
L. os fenómenos físicos, biológicos e humanos que ocorrem 
na superfície terrestre. 
 
M. a formação, a organização e a transformação da 
sociedade. 
 
N. os agrupamentos humanos através do comportamento e do 
modo como organizam a sua vida. 
 
 
III. Faça correspondência. 
8. Escreva na tabela dada os anos do início e do fim dos séculos seguintes: 
Século Anos 
Início Fim 
A. XX a.C. 
 
B. V a.C. 
 
C. I a.C. 
 
D. I d.C. 
 
E. XV 
 
F. XVIII 
 
G. XX 
 
 
12 
 
9. A que século corresponde cada um dos anos? 
Anos Séculos 
A. 2040 a.C. a. I a.C. 
B. 789 a.C. b. VIII a.C. 
C. 1 a.C. c. XXI a.C. 
D. 4 d.C. d. XV 
E. 1467 e. XVIII 
F. 1680 f. I d.C. 
G. 1798 g. XVII 
H. 1975 h. XX 
 
13 
 
 
UNIDADE DIDÁCTICA 2 A ORIGEM E EVOLUÇÃO DO HOMEM 
 
 
SÍNTESE 
2.1. Teorias sobre a origem e evolução do homem 
 
Existem duas teorias mais divulgadas sobre a origem da vida e do homem: 
 Teoria da criação – teoria de base teológica, segundo a qual o Homem foi criado por 
Deus. 
 Teoria evolucionista – com uma base científica. Tem como principal defensor Charles 
Darwin (1808-1882), naturalista e biólogo britânico, para quem o Homem é produto da 
matéria abiótica, ou seja, sem vida e que, ao reproduzir-se, foi se transformando em 
diferentes formas de vida,sem ter havido uma direcção inteligente ou uma intervenção 
sobrenatural. Darwin chamou a esta teoria de “lei do mais forte”, sobrevivência dos mais 
fortes, ou seja, a chamada “selecção natural”. 
 
Darwin acreditava que a Natureza seleccionava as “mais aptas coisas vivas para a sobrevivência” 
à medida que os mais aptos adquiriam novas características que lhes fossem vantajosas, 
evoluíram lentamente. 
 
No que diz respeito ao homem, a África é considerada ″Berço da Humanidade” porque é a única 
região do mundo onde foram encontrados, em sucessão regular e sem descontinuidade, os restos 
ósseos mais antigos da evolução humana. Estes restos ósseos foram encontrados na Tanzânia, 
na Etiópia, no Quénia e na África do Sul. O crânio de um ser muito diferente do Homem actual foi 
descoberto em 1959 e a datação atribui a este hominídeo (Australopiteco) cerca de 6 milhões de 
anos. 
 
2.2. O processo da Hominização 
Chama-se Hominização ao processo de transformação dos hominídeos até chegarem ao homem 
actual. Ao longo desse processo, os hominídeos passaram por cinco (5) etapas ou fases de 
evolução: 
 
1ª- Australopiteco, 2ª - Homo Habilis, 3ª - Homo Erectus, 4ª - Homo Sapiens, 5ª - Homo Sapiens 
Sapiens (homem actual) 
14 
 
Hominídeos Características 
Australopiteco 
Tem uma posição erecta, um crânio muito menor, uma face 
projectada para frente e a dentição próxima da nossa. Este 
conseguiu conquistar a bipedia. Os seus restos ósseos foram 
descobertos apenas em África (Austral e Oriental). 
Homo Habilis 
Tinha capacidade de fabricar e utilizar instrumentos. Começou a 
construir abrigos para habitar. 
Homo Erectus 
Tem a posição vertical; fronte achatada; maxilar muito forte e 
caninos (dentes) desenvolvidos. Desenvolveu o fogo; era 
caçador; desenvolveu a linguagem e instalou-se em grutas e em 
acampamentos ao ar livre. Localização: na Ásia (Ilha de Java e 
China), na África Oriental e do Norte e Europa. 
Homo Sapiens 
Desenvolveu a inteligência, fabricava instrumentos 
especializados com base na pedra e enterrava os seus mortos. 
Localização: Alemanha. 
Homo Sapiens 
Sapiens 
(Semelhante ao Homem actual). Tinha 1,30 m de altura; ombros 
largos; testa elevada; capacidade craniana próxima a do Homem 
actual e dentadura humana. Fabricava instrumentos de pedra e 
de ossos, caçava e desenvolveu as primeiras manifestações 
artísticas. 
 
Principais transformações 
No processo da hominização podemos destacar algumas transformações fundamentais para se 
chegar ao Homo Sapiens Sapiens, a saber: 
a) A Verticalidade – para se adaptar às exigências da Natureza, na busca de alimentos e 
observar os perigos que os rodeavam, alguns primatas endireitavam o corpo para se 
orientar. Assim, gradualmente foram adquirindo a posição vertical passando a caminhar 
apenas com os membros inferiores – a bipedia. 
b) O desenvolvimento do cérebro - a posição erecta, a libertação das mãos e a utilização 
destas em actividades que estimulam o pensamento, conduziram ao aumento da caixa 
craniana e da massa cerebral, o que significou o desenvolvimento da inteligência. 
c) A Linguagem - como consequência da posição vertical, alinhou a laringe em relação à 
boca e, por conseguinte, a libertação das cordas vocais, o que possibilitou a emissão de 
sons mais articulados. A necessidade de se comunicar com os seus semelhantes no dia-a-
dia, na aprendizagem do fabrico de instrumentos, na caça, na recolecção, estimulou o 
desenvolvimento da linguagem, o que permitiu a comunicação dentro das comunidades. 
15 
 
2.3. A conquista e importância do fogo 
O hominídeo que descobriu o fogo foi o Homo Erectus, tendo aprendido depois a produzi-lo e a 
utilizá-lo em seu benefício. 
 
Quando o Homem produzia instrumentos de pedra (técnica lítica) percebeu que batendo duas 
pedras ou friccionando dois pedaços de madeira de dureza diferente, saia o fogo e aprendeu a 
domesticá-lo. 
 
O fogo foi utilizado pelos hominídeos para o aquecimento, para iluminar as grutas e as cavernas, 
para cozimento dos alimentos, defesa contra os animais ferozes, aperfeiçoamento de 
instrumentos de trabalho e desenvolvimento da linguagem e laços sociais entre os elementos da 
comunidade. A partir do uso do fogo, o modo de vida do Homem alterou-se profundamente. 
 
2.4 A evolução da vida económica, social e espiritual dos Homens em África 
A Comunidade primitiva é caracterizada por uma economia recolectora, pelo nomadismo e pelo 
uso de instrumentos de pedra. Os Homens primitivos tinham como principais actividades 
económicas a recolecção, a caça e a pesca, por isso diz-se que dependiam do que a Natureza 
lhes oferecia (raízes, folhas, frutos, bolbos, mel, ovos de algumas aves, caça e pesca). 
 
2.4.1 Organização social dos homens na comunidade primitiva 
A comunidade primitiva era uma sociedade igualitária, pois todos participavam nos trabalhos e os 
produtos eram divididos por todos. A divisão do trabalho era feita com base no sexo e na idade 
(divisão natural do trabalho), não havendo exploração do homem pelo homem. 
Viviam da caça e da recolecção, eram nómadas, ou seja, não tinham residência fixa. Também 
eram imediatistas, pois produziam para o consumo imediato, não guardavam excedentes. 
A nível religioso as primeiras comunidades tinham certos rituais como o de enterrar os mortos 
colocados em determinadas posições, rodeados por pedras e objectos do dia-a-dia especiais, o 
que indica que eles acreditavam na imortalidade e continuidade da vida depois da morte. 
Acredita-se, na Arte Antiga, que as pinturas de animais nas paredes e tectos das grutas (arte 
rupestre) tinham um valor simbólico e ideológico, além do seu valor artístico. 
 
 
2.4.2. O surgimento da agricultura e da pastorícia 
A descoberta da agricultura e da pastorícia marcou a transição das comunidades nómadas de 
caçadores e recolectores para as comunidades sedentárias de agricultores e pastores. Teve o seu 
início no período Neolítico, entre 10000 e 4000 a.n.e. 
 
CRESCENTE FÉRTIL - região localizada entre o Oriente Médio (vales dos rios Tigre e 
16 
 
Eufrates) e nordeste da África (vale do rio Nilo). É assim chamada por ter um formato 
de lua na fase quarto crescente e ser bastante fértil e estar localizada nos vales dos 
rios Nilo, Tigre e Eufrates. Foi na região do crescente fértil que se desenvolveram duas 
das mais importantes e antigas civilizações da antiguidade: a egípcia e a 
mesopotâmica. 
 
A agricultura surgiu na zona do Crescente Fértil a partir da observação que as sementes que 
caiam germinavam dando origem a novas plantas, tendo o homem começando a recolher as 
sementes e a plantá-las. 
 
Os primeiros cereais cultivados foram o trigo, a cevada, o centeio e a aveia. A partir do Crescente 
Fértil, a agricultura expandiu-se para África onde primeiro desenvolveu-se no Norte de África, no 
vale do Alto Níger e nas regiões da floresta equatorial, bem como na Europa. 
 
Paralelamente à descoberta da agricultura, o homem aprendeu a domesticar animais durante o 
trabalho de caça, quando retiravam das armadilhas crias ou animais ainda pequenos que 
passaram a conviver com o homem. Com o tempo e o convívio com os seres humanos, estes 
animais acabaram sendo domesticados. 
 
Os primeiros animais a serem domesticados foram: o cão, o carneiro, a cabra, o boi e o porco. 
Destes animais obtinham a carne, o leite, lã, peles de animais e ajudavam nos trabalhos de 
agricultura. 
 
2.4.2.1 Consequências da prática da agricultura e criação de animais 
● Os Homens tornaram-se sedentários, pois já passaram a ter residências fixas e a 
constituir os primeiros aldeamentos; 
● A agricultura permitiu a formação de comunidades mais estáveis e seguras, obrigando 
a permanência do Homem em sua residência para controlar a produção e depois fazer a 
colheita; 
● A prática da agricultura e da pastorícia melhorou e diversificou a alimentação, o que 
contribuiupara o aumento da população; 
● A economia produtiva fez com que surgissem outras actividades e uma nova organização 
social: artesanato, comércio, entre outras; passou a haver a especialização no trabalho, o 
que originou a produção do excedente e, consequentemente, o desenvolvimento do 
sentido da propriedade e da riqueza, isto é, as primeiras formas de diferenciação social; o 
mesmo excedente servia para pagar tributos aos conselhos dos anciãos. 
17 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
I Assinale as opções correctas que completam as afirmações. 
1. As teorias sobre a origem do Homem mais divulgadas são... 
A. Teoria de negação e Teoria da evolução. 
B. Teoria de Deus e Teoria da Criação. 
C. Teoria da evolução e Teoria da Criação. 
D. Teoria de Deus e Teoria de negação. 
 
2. A teoria defendida por Charles Darwin chama-se… 
A. Teoria de negação. 
B. Teoria da evolução. 
C. Teoria de Deus. 
D. Teoria da Criação. 
 
3. A África é considerada o Berço da Humanidade porque… 
A. o processo de hominização teve início na Tanzânia. 
B. actualmente, o Homo Sapiens Sapiens só existe em África. 
C. é a única região do mundo onde foram encontrados sem descontinuidade os restos ósseos 
dos hominídeos. 
D. a África tem boas condições para o crescimento populacional e tem um mapa sob a forma 
de um crânio. 
 
II Estabeleça a correspondência. 
4. Faça a correspondência entre os elementos da coluna A e os da coluna B. 
 Coluna A Coluna B 
1. Desenvolvimento das cordas vocais A. Verticalidade ( ) 
2. Aumento do volume do cérebro B. Desenvolvimento das mãos ( ) 
3. Recolha de alimentos C. Inteligência ( ) 
4. A procura de alimentos e a necessidade de 
visualizar o perigo ainda distante 
D. Linguagem ( ) 
 
III Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas. 
Afirmações 
V/F 
E. O fogo era retirado da Natureza pelos hominídeos. 
 
F. Os animais ferozes fogem do fogo. 
 
G. A descoberta do fogo constituiu um retrocesso na vida do Homem. 
 
H. O fogo era usado para aquecer as grutas. 
 
2 
 
I. O fogo foi descoberto pelo Homo Erectus. 
 
J. Com o aparecimento do fogo, o Homem passou a cozer os alimentos. 
 
K. Os primeiros instrumentos de trabalho foram fabricados pelo Homo Sapiens 
Sapiens. 
 
 
IV Complete os espaços em branco. 
L. Complete os espaços em branco usando as seguintes palavras: 
Transformações 
primatas 
mentais 
Evolução 
paleolítico 
próximas 
homem 
características 
 
Hominização é o conjunto de a)____________ físicas e b)__________ que levaram um grupo de c) 
____________, numa lenta d) ___________, a adquirirem e) ___________ sucessivamente mais 
f)____________ às do g) _____________ actual. 
 
V Atente à questão abaixo. 
M. Nas Comunidades primitivas havia uma certa organização e cooperação para a realização 
de várias actividades dentro do grupo. Explique como era feita a divisão do trabalho nesta 
comunidade. 
 
 
2 
 
 
UNIDADE DIDÁCTICA 3 A DIFERENCIAÇÃO SOCIAL E A FORMAÇÃO 
DE ESTADOS 
 
 
SÍNTESE 
 
3.1 As primeiras civilizações 
 
O Crescente Fértil, nos vales dos rios Nilo, Tigre e Eufrates tornou-se, graças à agricultura, palco 
das primeiras civilizações - as civilizações egípcia e mesopotâmica. O desenvolvimento destas 
civilizações foi acompanhado pela gradual substituição da comunidade primitiva, igualitária, por 
uma sociedade de classes, na qual o estado tornou a forma mais aperfeiçoada de organização da 
mesma. 
 
3.1.1 O Egipto Antigo 
3.1.1.1 Localização Geográfica do Egipto Antigo 
O Egipto localiza-se a nordeste de África, numa região predominantemente desértica e uma vasta 
planície atravessada pelo rio Nilo. Nas margens do rio Nilo, a terra era muito fértil, o que permitiu o 
desenvolvimento da vida económica, política, social e cultural dos Egípcios. No seu percurso, o rio 
transportava ricos aluviões (materiais fertilizantes), durante as cheias transformando o vale em 
terra arável e muito fértil. Reconhecendo a grande importância que o rio Nilo tinha para a vida 
económica, política e sócio cultural do Egipto, o historiador Heródoto afirmou que: o Egipto é um 
dom do Nilo. 
 
O Baixo Egipto é a região norte do território, onde o Nilo desagua em forma de delta. É uma região 
plana que sofria constantemente cheias, por isso os solos eram férteis e excelentes para a 
agricultura. 
 
3.1.1.2 Principais actividades económicas 
Agricultura: cultivava-se o trigo, a cevada, centeio, o milho-miúdo, variados legumes, árvores de 
frutas, vinha, papiro e linho. 
Pastorícia: domesticava-se o burro, o boi, ovelhas, o cavalo e a cabra. 
Artesanato: a olaria, a tecelagem, a cestaria, a cerâmica, a ourivesaria, o mobiliário. 
Comércio: comércio interno (entre várias regiões do Egipto) e o comércio externo (com povos 
vizinhos como os Fenícios e Sumérios), usando o Nilo como via de comunicação. 
 
 
3 
 
3.1.1.3 Estrutura político-administrativa do Egipto antigo 
 
 
 
Faraó 
Nobres e 
Sacerdotes 
Soldados 
Escribas 
Comerciantes 
Artesãos 
Camponeses 
Escravos 
 
 
A partir da estrutura percebe-se que o Egipto antigo 
era uma sociedade bastante hierarquizada, com 
vários estratos sociais. 
 
A classe dominante tinha no topo o Faraó, que era 
considerando um “deus”, seguido pelos nobres e 
sacerdotes. Os soldados e os escribas estavam ao 
serviço da classe dominante, desempenhando 
actividades como a defesa, a colecta de impostos, o 
registo das terras, dos excedentes e da própria 
população. 
 
A classe dominada, dos trabalhadores, era constituída 
pelos comerciantes, artesãos e camponeses. Não 
tinham direito a posse de terra, mas trabalhavam para 
o sustento da classe dominante, pagando tributos. 
 
Havia ainda os escravos, usados nas obras públicas, 
como a construção de canais, diques, represas e 
pirâmides. 
 
3.1.1.4 A Religião e a Cultura do Egipto Antigo 
 
Egípcios eram politeístas porque adoravam e acreditavam em vários deuses ligados à Natureza, 
criados pela classe dominante, que podiam os proteger do mal ou abençoar-lhes. 
Os principais deuses egípcios são: 
• Ámon-Rá (Deus do Sol). 
• Ísis (Deus da Terra). 
• Osíris (Deus da vegetação e do mundo dos mortos). 
• Hórus (Deus protector dos faraós e Símbolo da Vitória do Nilo sobre o deserto). 
• Hator (Deus da fecundidade, do amor e da alegria). 
• Thot (Deus da sabedoria). 
• Set (Deus do vento quente do deserto que secava os campos). 
A arte dos egípcios estava ligada à religião, ao culto dos deuses e dos mortos. Os Egípcios 
construíram palácios, templos, túmulos decorados com relevos, faziam estátuas, hieróglifos e 
4 
 
pinturas. Os palácios, templos e túmulos eram construídos de materiais duráveis como granito e 
diorito. 
 
As obras de arte e a arquitectura reflectiam a crença na vida extraterrena e o desejo da 
imortalidade, como se pode ver no embalsamento dos corpos e na construção de sarcófagos. 
Várias estatuetas eram colocadas junto ao cadáver e as pinturas representadas nos túmulos 
reproduziam o mundo terreno. 
 
 
 
3.1.2 A Mesopotâmia 
3.1.2. 1 Localização Geográfica 
 
Região asiática que se encontra entre os rios Tigre e Eufrates. Corresponde ao actual Iraque e é 
considerada o berço das primeiras cidades-estados. 
 
Na Mesopotâmia desenvolveu-se a civilização conhecida por Suméria, entre 4000 a.n.e – 2000 
a.n.e. Eram povos com um enorme espírito inventivo, o que lhes permitiu desenvolver a terra e se 
tornarem uma grande civilização. 
 
3.1.2. 2 Actividades Económicas dos Sumérios 
 
Nesta região destacam-se as seguintes actividades: 
● Agricultura (cultivavam o trigo, a cevada e o centeio). 
● Pastorícia: o gado bovino, ovino, caprino e suíno que forneciam carne, leite e lã. 
● Artesanato: (cerâmica, tecelagem, cestaria e metalurgia do ferro). 
As pirâmides egípciasconstituem um 
dos maiores atractivos arquitectónicos 
e turísticos de África, onde os egípcios 
aplicaram conhecimentos da 
matemática, da geometria, aritmética, 
astronomia, entre outros 
conhecimentos. Na sua construção foi 
usada muita mão-de-obra escrava. 
5 
 
● Comércio: permitiu o enriquecimento de algumas cidades-estados que passaram a 
exercer o seu domínio sobre outras. As principais cidades-estados da Suméria eram: Ur, 
Uruk. Lagash, Nippur, e Kish. 
 
3.1.2. 3 Surgimento da diferenciação social na Mesopotâmia 
O aperfeiçoamento dos instrumentos de trabalho possibilitou o aumento da produção e, 
consequentemente, o aparecimento dos excedentes de produção. Parte destes excedentes eram 
entregues aos chefes das comunidades aldeãs, permitindo, deste modo, uma grande desigualdade 
entre os habitantes da Mesopotâmia. Essa desigualdade deu origem às classes sociais: a classe 
exploradora ou dominante e a explorada ou a dominada. 
Classe exploradora (aristocratas) 
● o Rei (Lugal) - com poderes religioso, militar e judicial; 
● os nobres, os sacerdotes; 
● e os escribas - ligados à administração e dominavam a escrita (cuneiforme) e o cálculo. 
● os militares e os comerciantes ricos. 
A classe explorada (dominada) - composta por mercadores, artesãos, camponeses e escravos. 
 
3.1.2. 4 A Religião 
Tal como os egípcios, os sumérios eram politeístas. Os deuses sumérios estavam ligados aos 
astros e às forças da natureza. 
 • An (Deus do céu), 
• Enlil (Deus da terra e do ar), 
• Enki (Deus da água), 
• Nin (Deusa mãe) e 
• Inanna-Ishtar (Deus da fertilidade do amor e da guerra). 
 
3.1.2. 5 A Babilónia 
A civilização mesopotâmica atingiu o auge do seu desenvolvimento entre 1894 a 1595 a.n.e., 
período em que a cidade-estado da Babilónia assumiu o controlo da região, em especial no reinado 
de Hamurabi (1728 a 1686 a.n.e), após conquistar quase toda a Mesopotâmia e usar o poder e a 
força para evitar possíveis revoltas. 
 
Hamurabi tornou-se supremo sacerdote e representante dos deuses na terra e instituiu uma 
administração forte como a regulamentação das cheias dos rios Tigre e Eufrates, construção e 
conservação dos canais para a irrigação, a navegação, impulsionando, assim, a produção agrícola 
e comercial. 
6 
 
Hamurabi mandou gravar um conjunto de leis numa pedra para que passassem a ser utilizadas na 
resolução de diferentes problemas que acontecessem no reino, o chamado Código de Hamurabi. 
Estas leis protegiam os Homens ricos em prejuízo dos mais pobres. 
 
O Código de Hamurabi 
1. Se um homem acusa o outro e pretende que ele cometeu um assassinato, mas não 
pode provar, o acusador deve ser morto... 
2. Se um homem rouba um boi ou um carneiro, um asno ou um porco, ou um barco 
pertencente a um deus ou ao palácio, pagará trinta vezes mais; pertencentes a um 
homem comum, restituirá no decuplo; se o ladrão nada possuir com que pagar, será 
morto. 
3. Se um homem furar o olho de outro, ser-lhe-á furado um olho. 
4. Se um médico faz num homem uma incisão profunda com uma lanceta de bronze e 
ocasiona a morte do homem, ou se ele opera o globo ocular com uma lanceta de 
bronze e cega o olho do homem, ser-lhe-á cortada a mão. - Suméria, II milénio a.n.e. 
 
3.2 O desenvolvimento da sociedade esclavagista na europa: Grécia e Roma 
3.2.1. A Grécia Antiga 
3.2.1. 1 Localização geográfica 
A civilização Grega desenvolveu-se no século VIII a.n.e. ocupando no Mediterrâneo, um território 
pouco extenso, mas muito variado sob ponto de vista geográfico. Localizada na Península 
Balcânica, a sudoeste do continente Europeu, a Grécia é banhada por vários mares: Mediterrâneo, 
Egeu e Jónio, prolongando-se até as costas ocidentais da Ásia Menor. A Grécia apresenta 
numerosas montanhas cortadas por vales profundos e as planícies eram apenas 1/5 da área total. 
Devido à disposição do relevo, a população vivia de forma isolada, dando origem à formação de 
várias cidades-estados. 
 
3.2.1. 2 Actividades Económicas 
 
A agricultura - trigo e cevada em pequenas quantidades; vinha e a oliveira. 
Pastorícia- ovelha e a cabra, nas zonas mais agrestes das montanhas. 
Mineração - ouro, prata, cobre, mármore e granito. 
Comércio 
 
7 
 
3.2.1. 3 As cidades-estados gregas 
A dispersão dos povos da Grécia pelas ilhas e na Ásia menor deu origem às chamadas cidades-
estados ou pólis (em grego). A formação destas deveu-se às condições naturais e geográficas da 
Grécia (solos montanhosos com vales favoráveis ao isolamento das populações) e às rivalidades 
entre as tribos. 
Cidade-estado é um território que possui seu próprio governo (tem suas 
leis, economia e cultura), geralmente localizado dentro de um país, ou em 
um local autónomo, mas que consegue viver sem auxílio de outra cidade 
que também é centro político e administrativo. 
À volta destes edifícios surgiam espaços de habitação, de produção, de 
artesanato, de comércio e a praça pública (ágora). 
 
As mais importantes foram as cidades de Esparta e Atenas, cuja organização social e política era 
semelhante. Todavia, a necessidade de mais terras férteis para agricultura, matéria-prima para o 
artesanato e de novos mercados, para comprar e vender, lançou os Gregos num processo de 
expansão e colonização de novos territórios. 
 
3.2.1.4 Evolução Política na Grécia 
Ao longo da sua existência, a Grécia passou por diversas formas de organização política. 
 Monarquia (ou realeza) foi o regime político inicial em todas as pólis gregas. Todas 
cidades-estado foram governadas por reis. 
 Oligarquia (governo dos nobres) – século VII a.n.e, um regime político em que o poder 
pertence a um pequeno número de famílias ricas e poderosas. 
 Tirania - em 560 a.n.e. o reformador Perístrato apoiado pelas massas populares. 
 Democracia significa governo de demos (povo). Assim, cada tribo tinha eleitores de 
diferentes grupos sociais dos diferentes órgãos do governo. Deste modo, foi decretada a 
igualdade de direitos políticos para todos os cidadãos. 
Durante o regime Democrático em Atenas, Clístenes estabeleceu o ostracismo para evitar 
qualquer forma de ditadura, pois o povo podia expulsar da cidade qualquer pessoa que 
demonstrasse ambição pelo poder pessoal. Os crimes políticos sujeitos ao ostracismo eram 
votados na assembleia. 
 
 
A evolução política na Grécia. 
 
REGIMES POLÍTICOS REFORMADORES 
Monarquia 
8 
 
Oligarquia (século VII a.n.e.) Drácon e Sólon 
Tirania (VI a.n.e.) Pisístrato 
Democracia (século V a.n.e) Clístenes e Péricles 
 
3.2.1.5 Características da democracia ateniense 
A democracia ateniense caracterizou-se pela participação de todos os cidadãos nos vários órgãos 
políticos (eclésia, bulé, magistrados e tribunais), que funcionavam da seguinte forma: 
 Eclésia (Assembleia) - órgão constituído por todos os cidadãos. Suas atribuições eram: 
aprovar leis, decidir sobre guerra e paz, controlar os magistrados, etc. 
 Bulé ou Conselho dos 500 - constituído por 500 cidadãos com mais de 30 anos escolhidos 
anualmente. Preparava o trabalho da eclésia, ou seja, elaborava as leis que viriam a ser 
votadas pela assembleia, exercendo com esta o poder legislativo; 
 Os Magistrados - escolhidos anualmente executavam e publicavam as leis aprovadas pela 
assembleia. Eram constituídos por: 
o 10 arcontes que dirigiam a organização do tribunal e o culto dos deuses; 
o 10 estrategos, chefes militares que dirigiam a política interna de cada tribo. Os 
estrategos e os arcontes exerciam o poder executivo. 
 Os Tribunais - asseguravam a administração da justiça, sendo constituídos por 600 juízes 
eleitos por um ano e julgavam casos mais vulgares. 
 
3.2.2. A Roma Antiga 
3.2.2.1 Localização geográfica e povoamento 
Roma localiza-se na península italiana no Mar Mediterrâneo. Compreende duas regiões: a região 
continental (montanhas e planícies interiores) e a região insular (ilhasSicília, Sardenha e Córsega). 
 
3.2.2.2 Formação da Roma Antiga 
A região onde se estabeleceu a cidade de Roma era uma região rica em minérios 
(chumbo, estanho e ferro), onde se fixaram os povos latinos em 753 a.n.e. na região de 
Lácio, junto ao rio Tibre. Inicialmente era um conjunto de aldeias que foi crescendo com o 
desenvolvimento do comércio. No século VII a.n.e. tomou características de uma cidade-
estado. 
O povoamento de Roma fez-se através de fixação de povos indo-europeus, a destacar os 
etruscos, latinos, sabinos, semitas, cartaginenses e outros. 
Roma era uma cidade esclavagista, pois a expansão e a conquista de outras regiões resultou na 
entrada de povos e culturas estrangeiras, condicionando o trabalho da escravidão. 
Os escravos provinham: 
9 
 
➢ Das guerras efectuadas pelos romanos para dominar outros povos e alargar as suas fronteiras. 
➢ Dívidas -habitantes das províncias conquistadas que não conseguiam pagar as dívidas dos 
impostos, também se tornavam automaticamente escravos. 
➢ Pirataria: assaltantes dos barcos no mar e povoações do litoral levavam consigo homens que 
depois eram vendidos nos mercados romanos como escravos. 
 
No Império Romano havia diferentes categorias de escravos: 
a) Escravos do Estado - utilizados nas obras públicas, na construção de aquedutos, edifícios 
públicos, no calçamento das estradas, etc; também eram servidores dos templos, correios, 
guardas prisionais, nas minas e pedreiras. 
b) Escravos urbanos - serviam como guardas, cozinheiros, tecelões, barbeiros sapateiros, 
pintores, pedreiros, arquitectos, professores, copistas músicos e actores. 
c) Os escravos rurais trabalhavam nas grandes propriedades fora da cidade. 
d) Escravos gladiadores - tinham a função de divertir o público, pois estes eram obrigados a 
lutar entre si até à morte ou com feras selvagens, na arena de um circo. Para isso, eram 
escolhidos os homens mais fortes e valentes entre os prisioneiros de guerra ou entre os 
criminosos. A preparação dos gladiadores era feita em escolas especiais, onde eram 
conservados como prisioneiros. 
 
3.2.2.3 A formação do Império Romano 
O Império Romano formou-se através de guerras de conquistas e expansão entre os séculos VIII 
a.n.e a I n.e, dominando os povos vizinhos. 
A conquista de novos territórios iniciou na época da República (cerca de 509 a.C.), com a queda da 
monarquia e sua substituição pelo governo chefiado por dois cônsules, eleitos anualmente pelos 
cidadãos e aconselhados pelo senado. Nessa altura, Roma conquistou e dominou 
progressivamente a Península Itálica; a partir do século II a.n.e, Roma lançou-se à conquista do 
Mediterrâneo Ocidental onde a Sicília, rica em terras para agricultura, e Cartago (actual Tunísia), 
antiga colónia Fenícia e senhora do comércio do mediterrâneo, despertavam a cobiça dos 
conquistadores. Depois da vitória romana sobre Cartago, passaram à conquista de vastos 
territórios em redor do mar Mediterrâneo (a Sicília, a Córsega, uma parte do norte de África, 
península ibérica e da Gália). 
Estas conquistas juntaram-se as outras do Mediterrâneo Oriental (Macedónia, Grécia, Síria e 
Judeia (Palestina). 
No século I a.n.e Roma deixou de ser uma República para ser um Império, com vastos territórios. 
As manifestações dos plebeus e as revoltas dos escravos punham em causa a ordem e a paz e 
levaram o Senado a confiar o poder político a uma única pessoa - Octávio César, que depois de 
10 
 
conseguir afastar seus rivais políticos, passou a concentrar em si os poderes das instituições 
republicanas. 
Como imperador, Octávio César era: 
● chefe militar; 
● responsável pela economia (geria o tesouro imperial e cunhava moeda); 
● chefe religioso; 
● tinha poder tribunício (poder de vetar ou reprovar as decisões do Senado) 
 
Inaugurou, no século I a.n.e. (27 a.n.e) a era imperial com o título de Augusto, passando a chamar-
se Octávio César Augusto. O seu reinado foi do ano 27 a.n.e. até ao ano 14 n.e., durante o qual 
nasceu Jesus Cristo, na Palestina. 
No seu período áureo o império romano compreendia também territórios da Britânia, da Dácia 
(margens do Danúbio), do Egipto e da Gália. 
Os territórios conquistados eram transformados em províncias Romanas dirigidas por governadores 
Romanos. Os povos dos territórios conquistados ficavam sujeitos ao pagamento de impostos ou a 
escravidão. Ao longo dos tempos estes povos assimilaram a cultura Romana (as leis, a língua e o 
modo de vida), num processo conhecido por romanização das populações. 
 
3.2.2.4 A crise e a queda do império romano 
Nos finais do século V, o Imperio Romano foi atacado por povos Bárbaros (povos que viviam fora 
do Império Romano). No ano de 476, Roma, a antiga capital foi conquistada pelos Hérulos. 
A queda do Império Romano marcou o início da Idade Média. 
Os factores da queda do Império Romano foram: 
➢ A ambição pelo poder de alguns chefes militares aumentou as lutas políticas e sociais; 
➢ Assassinato de muitos imperadores pouco tempo depois de assumirem o poder. A partir de 
um certo momento vive-se um ambiente de conspiração e traição entre os elementos do 
Senado; 
➢ Verifica-se assaltos, revoltas, corrupção, diminuição do número de escravos, desordem e 
crise; 
➢ A vastidão do Império, pois Roma tinha cada vez mais dificuldades em controlar a vastidão 
do Império. 
 
As cidades em crise perderam o seu valor e deixaram de ser residência das classes privilegiadas. 
Tentou-se resolver a crise imperial dividindo-se o Império em duas partes: 
Império Romano do Ocidente, com a capital em Roma, e o Império Romano do Oriente, com a 
capital em Constantinopla, cada um com seu imperador. Contudo, o Império Romano do Ocidente 
não conseguiu escapar às invasões bárbaras e à decadência. 
11 
 
 
3.2.2.6 A cultura greco-romana 
Com a expansão de Roma e formação do Império, a cultura greco-romana (língua, costumes, 
religião direito e arte espalhou-se por todo o império. Os Romanos eram politeístas - adoravam 
vários deuses- e veneravam os mesmos deuses gregos. Por todos os espaços do antigo Império 
Romano, até hoje podemos observar os vestígios desta cultura greco-romana. 
 
EXERCÍCIOS 
I. Assinale a afirmação correcta. 
1. Que grupo social egípcio tinha como funções a colecta de impostos, registo das terras, dos 
excedentes e da população? 
A. Sacerdotes B. Escribas C. Camponeses D. Escravos 
2. Uma das práticas funerárias dos egípcios era a prática do(a) … 
A. Politeísmo. 
B. Sarcófago. 
C. Mumificação. 
D. Cremação. 
3. O termo Mesopotâmia significa... 
A. Terras baixas e férteis. 
B. Territórios entre os desertos. 
C. Territórios entre rios. 
D. Territórios entre as montanhas. 
4. Qual destas civilizações se desenvolveu na Mesopotâmia? 
A. Egípcia B. Suméria C. Etíope D. Planáltica 
5. Assinala com D (maiúsculo) os elementos da classe dominante e d (minúsculo) os da classe 
dominada. 
A. Escribas 
B. Mercadores 
C. Rei 
D. Artesãos 
E. Sacerdotes 
6. O conjunto das leis da Babilónia foram gravados em... 
A. Papiro. B. Pedra. C. Bronze. D. Mármore. 
 
 
II. Assinale com V as afirmações verdadeiras e F as falsas. 
7. 
 Afirmações 
V/F 
A. Para evitar manifestações e descontentamento do povo, Hamurabi 
governou a Babilónia usando o poder e a força militar. 
 
2 
 
B. A cidade de Roma foi fundada em 27 a.n.e. pelos Etruscos. 
 
C. No século VII a.n.e., Roma tomou características de uma cidade-estado 
como resultado do desenvolvimento do comércio. 
 
D. Os povos que conquistaram e apoderaram-se de Roma foram os 
Semitas, povos da Ásia Menor. 
 
E. No século I a.n.e. Roma era capital de um vasto império dominando 
territórios que se situavam em volta do Mar Mediterrâneo. 
 
F. A expansão e as conquistas romanas datam do século V a.n.e a II a.n.e. 
 
G. O sucesso romano nas conquistas de outros territóriosfoi graças a um 
exército disciplinado, bem equipado e organização militar. 
 
H. O ano 27 a.n.e. marca o início da era imperial e Roma deixa de ser uma 
cidade com regime republicano. 
 
I. No ano 27 a.n.e., o imperador Octávio César adoptou o título de 
Augusto. 
 
J. A era imperial iniciou no ano 27 n.e. 
 
K. Os territórios conquistados pelos romanos continuavam independentes. 
 
L. Durante a era imperial os romanos consideravam o Mar Mediterrâneo 
como “Lago Romano”. 
 
 
3 
 
 
UNIDADE DIDÁCTICA 4 MOÇAMBIQUE: DA COMUNIDADE PRIMITIVA 
AOS PRIMEIROS ESTADOS 
 
 
SÍNTESE 
4.1 As comunidades de caçadores e recolectores - Khoisan 
Em Moçambique, os primeiros habitantes foram as comunidades de caçadores e recolectores 
Khoisan. Estes tinham como principais actividades económicas a caça, a recolecção e a pesca, 
usavam instrumentos feitos de madeira, pedra, ossos, chifres, cordas e marfim. Chama-se 
genericamente ao processo de produção de objectos de pedras, paus e ossos de técnica lítica. 
Vivendo basicamente da caça e da recolecção, os Khoisan deslocavam-se constantemente à 
procura de alimentos, não tendo, por isso, uma residência fixa. Eram nómadas e, ocasionalmente, 
encontravam abrigo em cavernas e grutas. 
É nestas cavernas e grutas onde deixaram registadas as chamadas pinturas rupestres, retratando 
cenas de caça e do seu quotidiano. 
Pensa-se que estas manifestações artísticas tinham uma função decorativa e mágico-ideológica, 
isto é, destinada a garantir êxitos nas actividades de caça e outras. 
Os khoisan dividiam as tarefas com base no sexo e na idade, ou seja, tinham divisão natural do 
trabalho. 
● os homens iam à caça, à pastorícia e organizavam as grutas; 
● as mulheres e as crianças dedicavam-se na recolecção de frutos, folhas e raízes 
comestíveis e produção de vestuário com peles de animais. 
 
4.2 Os povos de Língua Bantu 
Bantu, termo usado para designar os povos vindos do Noroeste das grandes florestas Congolesas/ 
floresta equatorial e que eram falantes de línguas com uma base comum. 
 
 4.2.1 As causas da expansão dos povos Bantu 
 Alargamento do deserto de Sahara; 
 Crescimento da população; 
 Difusão da tecnologia do ferro; 
 A prática da agricultura e a criação do gado. 
 
4 
 
4.2.2 Actividades económicas dos Bantu 
Os Bantu dedicavam-se à agricultura de cereais (mapira e mexoeira), à criação do gado (ovino e 
caprino), caça, pesca, olaria e tecelagem. 
Inicialmente a divisão do trabalho era feita com base no sexo e idade (divisão natural do trabalho). 
A caça e a pesca eram actividades para os homens, enquanto as mulheres dedicavam-se à 
recolecção, olaria, agricultura e tecelagem. 
 
4.2.3 Organização sócio-política dos Bantu 
 
A prática da agricultura tornou os Bantu sedentários e com uma organização baseada nas 
linhagens - grupos de indivíduos com antepassados comuns. Cada linhagem era dirigida por um 
chefe com poder político e religioso. O poder do chefe era hereditário, pois este passava de pai 
para filho, ou do irmão mais velho para o a seguir (em idade), ou ainda do tio materno para o 
sobrinho. 
 
O chefe era apoiado por um conselho de anciãos com a função de: 
 Garantir as relações políticas entre as linhagens; 
 Fazer a distribuição e o controlo de terras (propriedade das linhagens). 
Os Bantu acreditavam na vida ligada aos antepassados, isto é, adoravam os espíritos dos 
antepassados, a quem dedicavam cerimónias mágico-religiosas ligadas ao pedido de chuva, saúde 
e protecção na caça, na pesca e nas viagens, entre outros aspectos. 
 
4.3 O Reino do Zimbabwe 
 
4.3.1 Localização do Reino de Zimbabwe 
 
O reino do Zimbabwe ocupava um espaço entre os rios Zambeze e Limpopo, dominando as 
populações do planalto zimbabweano até à costa do oceano Índico. Foi fundado pelos Shona-
Karanga (povo Bantu) provenientes da região dos grandes lagos e ficou com o nome Zimbabwe 
porque a capital e outros centros de poder eram rodeados por muralhas de pedra conhecidas por 
madzimbabwe (Zimbabwe, no singular). 
 
O Estado do Zimbabwe existiu aproximadamente entre 1250 e 1450, altura em que foram 
construídas as muralhas de Mapungubwe e do Grande Zimbabwe. Em Moçambique, Manhiquene, 
parte do território de Sendanda, foi um dos vários centros regionais do reino de Zimbabwe. 
 
5 
 
4.3.2 A economia no Reino de Zimbabwe 
 
A base da economia da população do reino de Zimbabwe era a agricultura, a pastorícia, a 
mineração e o comércio. 
A agricultura era a actividade mais importante e era praticada por mulheres que produziam milho, 
mapira e mexoeira. Na pastorícia criavam bois, cabritos, carneiros e era praticada pela aristocracia. 
Na mineração extraíam ferro, cobre, estanho e ouro. Com o ferro fabricavam armas que serviam 
para conquistar novos territórios. O ouro era utilizado para produzir objectos de adorno e mais 
tarde passou a fazer parte das mercadorias do comércio a longa distância com os árabes, indianos 
e chineses, trocando por tecidos, pérolas, missangas, louças, finas garrafas de vidro. 
A comunidade aldeã fazia trocas directas de cereais, gado, sal e instrumentos de ferro. 
 
A aristocracia dominante obrigava os camponeses a trabalhar nas minas para a obtenção de ouro 
para a compra de bens de prestígios, como missangas, porcelanas e vidro colorido. O comércio foi 
de grande importância para o desenvolvimento, a organização e a manutenção do poder político 
dos chefes. 
 
4.3.3 Estrutura política do Reino do Zimbabwe 
 
No reino do Zimbabwe havia uma estrutura política composta pela classe dominante e dominada. 
A) O rei e a sua família viviam no Grande Zimbabwe (capital) que era o centro político e 
espiritual; 
B) Os anciãos possuíam conhecimentos sobre a natureza, passavam a ter autoridade religiosa 
e exigiam tributos às populações. Tinham a função de organizar actividades produtivas e 
armazenamento dos excedentes, não participando das actividades produtivas, mas se 
ocupavam com a observação da natureza para controlar as épocas chuvosas. Os tributos 
eram pagos em: trabalho nas suas terras ou nas minas, ou em produtos. 
C) A comunidade aldeã, musha, era a classe trabalhadora (agricultores, criadores, artesãos, 
ferreiros), pagava tributos à classe dominante. 
 
4.3.4 A Organização sócio-administrativa do reino do Zimbabwe 
 
O povo Shona acreditava no poder sobrenatural dos chefes porque achavam que estes 
interpretavam fenómenos naturais como a chuva, a trovoadas, curavam doenças, interpretavam a 
morte e outros fenómenos naturais. O rei e os sacerdotes eram os responsáveis por dirigir 
cerimónias mágico-religiosas, que estavam ligadas aos antepassados, tendo a função de controlar 
a população e manter a coesão social. Os chefes com poderes políticos e religiosos tinham suas 
6 
 
casas dentro das muralhas de pedra conhecidas por madzimbabwe e o povo vivia em aldeias fora 
das muralhas, em casas feitas de caniço ou pau-a-pique. 
Decadência do Reino de Zimbabwe não aconteceu de um momento para o outro, tendo levado 
alguns anos. Entre as causas da decadência destacam-se: 
● Esgotamento do solo que provocou a emigração da população para as regiões mais 
produtivas; 
● O esgotamento dos jazigos do ouro; 
● Redução do caudal do rio Save, dificultando a navegação e a ligação entre o reino de 
Zimbabwe e a costa; 
● As lutas internas entre os Clãs Rozwi e Torwa pelo controlo do comércio; 
● Aumento da população resultando na falta de terras para a prática da agricultura e 
pastorícia. 
 
4.4 O Império dos Mwenemutapa 
4.4.1 Localização geográfica do Império de Mwenemutapa 
 
A decadência do reino de Zimbabwe deu lugar ao Império de Mwenemutapa, localizando-se entre 
os rios Zambeze, a Norte, e o rio Limpopo, a Sul, e entre o deserto de Kalahari, a Oeste, e o 
Oceano Índico a Este. Foi fundado entre 1440 e 1450 pelos Shona Karanga. Por volta de 1450, 
Mutota, chefe do clã Rozwi,abandona a região do planalto do Zimbabwe com seus seguidores em 
direcção ao vale do Zambeze fixando-se na região de Dande. A partir de Dande e através de 
guerras de conquistas, Mutota e, mais tarde, o seu filho Matope dominaram os reinos vizinhos e 
formaram um império. 
O Império de Mwenemutapa tinha o seu poder central situado entre os rios Luía e Mazoe, tendo 
como estados vassalos ou satélites do império: Sendada, Quiteve, Manica, Quissanga, Butua, 
Maúngue, Venda, Bárue e outros. 
 
 
4.4.2 Organização Política do Império de Mwenemutapa 
 
Mwenemutapa (chefe supremo) era chefe máximo e tinha funções administrativas. O rei contava 
com auxílio de três principais esposas (Mazarira, Inhahanda e Nambuzia), que tinham funções 
importantes na administração do Império; nove altos funcionários responsáveis pela defesa, 
comércio, cerimónias mágico-religiosas, relações exteriores, festas da corte; os mutumes 
(mensageiros) e os infices (guarda pessoal do soberano). Cada estado vassalo era chefiado por 
um Mambo. O Estado era dividido em províncias chefiadas por Fumos/Encosses, que eram 
7 
 
parentes do Mambo; as aldeias eram dirigidas por Mukuru ou Mwenemushas, geralmente era um 
ancião. 
 
4.4.3 4.4.3 Economia do Império de Mwenemutapa 
 
No império de Mwenemutapa praticava-se a agricultura de cereais como a mapira, a mexoeira e o 
arroz. A caça, a pesca, o artesanato e a mineração eram actividades complementares. 
Com a presença árabe e mais tarde portuguesa, os produtos de mineração passaram a ser 
trocados com aqueles por tecidos, porcelanas, missangas e outros objectos. 
 
4.4.4 Decadência do Império de Mwenemutapa 
 
Aconteceu a partir do século XVII, quando a dinastia dos Mwenemutapa perdeu a sua hegemonia 
naquela região a favor da dinastia dos Changamire Dombo. Apesar desta situação, Mwenemutapa 
deslocou o seu poder para o sudoeste de Tete, onde sobreviveu até ao início do século XIX. 
Para o fim do império contribuíram os seguintes factores ou causas: 
● Lutas internas pelo poder e pelo controlo do comércio com a Costa; 
● Conflitos permanentes entre o poder Central e os Estados-satélite; 
● Enfraquecimento do poder do Estado devido à interferência dos portugueses nos assuntos do 
Estado; 
● A expansão do sistema dos prazos no vale do Zambeze; 
● As calamidades naturais no início do século XVIII; 
● As invasões dos povos Nguni. 
 
EXERCÍCIOS 
I. Assinale com V as afirmações verdadeiras e F as falsas 
1. 
Afirmações V/F 
1. O povo Bantu era composto por comunidades nómadas. 
 
2. Na comunidade Bantu havia divisão social do trabalho. 
 
3. Os Bantu dedicavam-se à agricultura, pastorícia, caça, olaria e 
tecelagem. 
 
4. As aldeias Bantu localizavam-se próximos dos desertos. 
 
 
8 
 
II. Assinale a alternativa que completa correctamente as frases: 
2. Antes da ocupação Bantu, muitas áreas em Moçambique eram ocupadas por 
comunidades ... 
A. Shona. B. Khoisan. C. Zulu. D. Bitonga. 
 
3. Que actividades eram praticadas pelas primeiras comunidades nómadas em 
Moçambique? 
A. Caça e recolecção 
B. Agricultura e pastorícia 
C. Cestaria e olaria 
D. Metalurgia e comércio 
 
4. A divisão das tarefas diárias entre os Khoisan eram feitas de acordo com… 
A. os laços de parentesco/linhagens. 
B. o sexo e a idade. 
C. o cargo político de cada membro. 
D. o número de filhos de cada casal. 
 
5. O Império de Mwenemutapa localizava-se no espaço entre… 
A. Rios Zambeze e Limpopo, deserto de Kalahari e o oceano Índico. 
B. Rios Rovuma e Zambézia, deserto de Kalahari e oceano Índico. 
C. Rios Zambeze e Save e província de Manica e o oceano Índico. 
D. Rios Rovuma e Maputo e do Zumbo ao Índico. 
 
6. O Império de Mwenemutapa surgiu no intervalo de tempo compreendido entre: 
A. 1430-1450 B. 1440 -1540 C. 1440 -1450 D. 1450 -1540 
 
7. Preencha os espaços em branco. 
 
8. Completa os espaços em branco usando as seguintes palavras. 
Mwenemusha 
Mukuru 
Mambo 
Fumo 
Infices 
Mutumes 
Esposas 
Nos estados Mwenemutapa, o a) ________ era o chefe máximo. Na sua governação contava com 
ajuda das suas b) ________ principais e outros funcionários da corte: os c) _______que 
desempenhavam o papel de mensageiros e os d) ________, guarda pessoal do Mambo. As 
províncias de cada estado eram governadas pelos familiares do mambo chamados e) ______ As 
aldeias eram dirigidas por um f)_________ ou g)__________, geralmente era um ancião. 
 
 
 
2 
 
 
UNIDADE DIDÁCTICA 5 AS RELAÇÕES SÓCIO-POLÍTICAS NA EUROPA E NA 
ÁFRICA ENTRE OS SÉCULOS V – XV 
 
 
SÍNTESE 
 
5.1 A economia europeia no período feudal 
Durante o período da Idade Média, predominava na Europa o Feudalismo, um sistema económico 
caracterizado pela predominância da agricultura de subsistência. A actividade comercial e 
monetária regrediu e deu lugar à troca directa - troca de produto por produto. 
Na economia Feudal não existia o excedente, isto é, produziam apenas para o consumo, sendo 
que em anos de baixa colheita, a população passava fome associada a péssimas condições de 
higiene e ao atraso da ciência médica. A posse de terra era a principal fonte de riqueza. Os donos 
das grandes parcelas de terra eram designados por senhores e as suas propriedades eram 
senhorios ou domínios senhoriais. 
Os domínios senhoriais dividiam-se em duas partes: a reserva e o manso. A reserva era explorada 
directamente pelo senhor recorrendo aos servos (camponeses livres); o manso é constituído por 
pequenas parcelas de terras arrendadas pelo senhorio às famílias de camponeses para viver e 
trabalhar. A renda pela exploração do manso era paga com trabalho, géneros agrícolas e animais. 
 
5.2 A sociedade feudal 
A Europa feudal era constituída por uma sociedade tripartida, ou seja, estava dividida em três 
grupos sociais ou estados: 
● O 1º Estado – Clero (abades, bispos, párocos e os monges) – os bispos e abades levavam 
uma vida fastuosa, enquanto os párocos das aldeias e os monges viviam com muitas 
dificuldades. 
O Clero tinha a função de manter a paz espiritual, dar assistência aos pobres e 
doentes; 
Tinha grandes extensões de terras, cobrava dízimos à população, interferia na vida 
política e dinamizava a cultura com a produção de manuscritos. 
 
● 2º Estado - Nobreza (o rei - senhor dos senhores ou o suserano dos suseranos, duques, 
condes e cavaleiros) - tinha a função de dirigir os senhorios, declarar guerra aos inimigos e 
organizar o exército. 
● 3º Estado - Povo (camponeses, pastores, artesãos, etc) - estava sujeito ao pagamento de 
impostos ao rei, ao clero e à nobreza. 
3 
 
Os camponeses viviam nos domínios senhoriais e tinham como obrigações: 
 pagar a renda; 
 prestar dias de trabalho gratuitos nas terras dos senhores; 
 utilizar obrigatoriamente o forno, o bosque e o moinho do senhor pagando em géneros ou 
serviços pelo seu uso; 
 servir o senhor nos ataques dos invasores; 
 prestar a corveia (trabalho braçal) na reserva do senhor, na agricultura, na preparação das 
muralhas do castelo, na conservação dos caminhos, na abertura de poços e outras 
actividades. 
Na sociedade Feudal as pessoas estavam unidas por laços de dependência (vassalagem). 
 
● Deveres do suserano: Concessão do feudo; protecção; justiça; ajuda material em períodos de 
maus anos de colheitas agrícolas; julgar os habitantes dos seus domínios; obrigar os 
camponeses a usar o seu forno e o moinho mediante o pagamento de percentagens 
(banalidades) e a prestação das corveias. 
 
● Direitos do suserano: Receber impostos dos camponeses, portagens sobre as mercadorias em 
trânsito nos seus domínios, sobre a travessia das pontes, sobre os casamentos e em ocasiões 
de transmissão de heranças. 
 
● Direito do vassalo: O uso da terra. 
 
5.3 A Cultura feudal 
As manifestações culturais do período feudal na Europa estão ligadas à religião cristã. A Igreja era 
o centro da vida colectiva, estabelecianormas, orientava comportamentos e imprimia valores 
ideológicos no Homem medieval. Nos mosteiros funcionavam escolas monásticas, oficinas de 
cópias de manuscritos e as bibliotecas. 
 
No século XII apareceram as primeiras Universidades com objectivo de dar uma formação mais 
sólida ao clero, formar médicos e técnicos administrativos dos reinos. Neste período os palácios 
transformaram-se em centros culturais, com momentos de poesia cantada, prosa, serões da corte, 
torneios e festas animadas por trovadores que cantavam e dançavam ao som da música. 
 
A arquitectura feudal dividia-se em religiosa (mosteiros, catedrais, igrejas e palácios),civil e militar 
(castelos e palácios). 
 
Na pintura e escultura caracterizou-se por representar imagens dos santos e cenas bíblicas, 
túmulos dos senhores da nobreza e do clero. Na Literatura, destaca-se a religiosa (bíblia, vida dos 
4 
 
santos) e a civil (a poesia dos trovadores). Na vida profana, o carnaval, as romarias e as diversões 
nas feiras constituíam as manifestações culturais do povo. 
 
5.4 A Decadência do Feudalismo 
O regime Feudal conheceu o seu declínio no século XIII como resultado dos progressos técnicos 
na agricultura, nos transportes e no desenvolvimento do comércio. Aos poucos, o comércio 
internacional criou condições para o surgimento de novas cidades e de um novo grupo social que 
vivia nos “novos burgos” ou cidades novas - a burguesia. 
 
Os burgueses eram pessoas que saíam do povo, mas dedicavam-se à actividade comercial, 
acumulando muitas riquezas. 
 
No século XIV o regime Feudal foi abalado por vários factores: 
● Surgimento da classe assalariada devido às mudanças nas relações de produção (os 
camponeses deixam de ser servos); 
● Exploração intensiva das terras devido ao aumento da população conduzindo ao 
esgotamento e a infertilidade dos solos; 
● Os maus anos agrícolas que resultaram de secas ou chuvas prolongadas, provocando a 
fome no seio da população europeia; 
● A guerra dos Cem anos (1337 a 1453) entre a França e a Inglaterra que afectou os reinos 
europeus e as suas economias; 
● A revolta dos camponeses contra o clero e a nobreza como os grandes senhores feudais; 
● A Peste Negra que matou uma grande parte da população europeia nos finais do século 
XIV. 
 
5.5 África do século V ao século XV 
Enquanto a Europa vivia num regime Feudal, em África desenvolviam-se reinos e impérios 
com um dinamismo próprio e com uma certa estabilidade política, económica, social e 
cultural. Exemplos: os reinos de Zimbabwe, de Gana, o Império de Mwenemutapa, de Songhai, a 
Etiópia, entre outros. 
 
5.5.1 A Etiópia 
A Etiópia localiza-se no Nordeste da África sendo delimitada a Norte pela região de Shoa, a Oeste 
pelo Leste do lago Tana e pelo curso superior do afluente do rio Nilo (Nilo Azul) e a Leste pela 
extremidade do planalto. 
A vida económica, política e sócio ideológica da Etiópia, entre os séculos V a XV, esteve 
condicionada a factores como o comércio marítimo, cristianismo e islamismo, bem como as 
guerras. 
5 
 
 
5.5.1.1 A Economia da Etiópia 
A base da economia da Etiópia Antiga era a agricultura, de cereais (milho, arroz) algodão, tabaco, 
banana, mangas, legumes, cevada e café. Também criava-se gado (camelo, boi, carneiro, cabra, 
asno e elefante) e praticava-se a pesca. Outra actividade económica era o artesanato (metalurgia, 
olaria escultura). O comércio foi também importante na economia da Etiópia. Exportavam mármore, 
couro (pele) de hipopótamo, trigo e escravos e, importavam óleo de oliva, de sésamo e cana-de-
açúcar. 
 
5.5.1.2 Organização social e política da Etiópia 
A civilização etíope emergiu do Antigo reino de Axum. No século IV os axumitas ou etíopes 
dominaram outras regiões como o Sudão, as terras situadas entre o Sahara, o deserto de Rub al- 
Khali e o reino de Méroe. Assim, no século V, a monarquia etíope deu lugar a um império. 
Na administração do vasto território estava: 
● o imperador Negusa Nagast (rei dos reis), auxiliado por membros da corte (dois comandantes 
do exército) e governadores (Rás). Estes tinham a função de manter o exército e garantir a 
cobrança de impostos. 
● os príncipes da periferia do império que prestavam vassalagem ao imperador. Os cargos 
mais importantes do império eram exercidos por familiares do rei a título hereditário. 
 
5.5.1.3 A Ideologia da Etiópia 
A Etiópia adoptou o catolicismo o desde o século IV, portanto, desde os tempos do Reino Axum, 
no I milénio a.n.e. até século IV, tornando-se a Etiópia o primeiro estado africano cristão a Sul do 
Sahara. 
 
5.5.1.4 Decadência do Estado Cristão de Negusa Nagast 
A política de Negusa Nagast, da dinastia salomónica, encontrou forte resistência dos estados e 
cidadãos não católicos. Perante esta situação, as autoridades etíopes renovaram os seus 
contactos com a Europa solicitando ajuda militar que, no entanto, demorou a chegar. 
Na segunda metade do século XV, os príncipes islâmicos da costa desencadearam guerra contra 
Negusa Nagast. Sob comando de Mahomed Grange, os muçulmanos conquistaram as províncias 
orientais e centrais da Etiópia, destruindo as cidades de Axum e Godjam. A família da dinastia real 
foi assassinada e Negusa Nagast David II refugiou-se nas montanhas. 
No século XVI (1541), após reorganizar o seu exército, chegou finalmente a ajuda das tropas 
portuguesas sob direcção do neto de Vasco da Gama. As duas tropas juntas (etíopes e 
portuguesas) somaram várias vitórias sobre as forças dos muçulmanos. 
Mas os ataques ao império etíope, quer dos muçulmanos, quer das tribos nómadas continuavam a 
enfraquecer o império. O poder central não conseguiu restabelecer a unificação do império devido 
6 
 
aos conflitos e guerras constantes com os proprietários das terras e os governadores (Rás) que 
queriam tornar-se independentes. 
A desagregação do poder central foi ficando consumada na sequência dos ataques dos Galla, uma 
tribo nómada, colocando fim à hegemonia da Etiópia e marcando o fim da economia e cultura do 
estado cristão etíope. 
 
EXERCÍCIOS 
I Assinale com V as firmações verdadeiras e com F as falsas. 
Afirmação 
V/F 
A. O Feudalismo teve início com a decadência do Império Romano do Ocidente 
no séc. V. 
 
B. Os bárbaros foram invadidos durante a expansão dos romanos na Europa. 
C. Mesmo com a invasão dos povos bárbaros, o império romano conservou a 
tranquilidade e paz. 
 
D. Depois da invasão dos bárbaros, a vida económica concentrou-se no campo. 
E. Durante o período Feudal a igreja era o centro da vida e da cultura. 
F. No século VII surgiram as primeiras universidades para formar os 
camponeses. 
 
G. A pintura e a escultura no período feudal caracterizaram-se por imagens dos 
artesãos e cenas bíblicas. 
 
H. A Etiópia foi o primeiro estado africano cristão desde os séculos V e IV a.n.e. 
I. A dinastia salomónica foi a primeira a abandonar a religião animista e a 
converter-se ao catolicismo. 
 
J. Os príncipes que mais se destacaram durante a dinastia salomónica foram 
Ande Sion e Hamurabi. 
 
 
II Complete. 
2. Complete o texto com as seguintes palavras: 
Mansos 
Reserva 
senhor(es) 
senhorios 
terra 
camponeses 
senhor feudal 
No regime feudal, a (a)______ era a principal fonte de riqueza. Os donos das grandes extensões 
de terras eram chamados (b)______ e as suas propriedades eram os (c)______ ou domínios 
senhoriais. Estes estavam divididos em duas partes: a (d)____________, explorada directamente 
2 
 
pelo (e) _______ e os (f)____________, parcelas de terras explorada pelas famílias dos (g) 
_________ para viver e trabalhar. 
 
III. Assinale a alternativa correcta para completar as seguintes afirmações: 
 3. Durante o período feudal o regime político que prevaleceu foi a... 
A . oligarquia. B. monarquia. C. tirania. D. democracia. 
 
4. Na Sociedade Feudal as pessoas estavamunidas por laços de ... 
A. vizinhança. B. matrimónio. C. vassalagem. D. negócios. 
 
5. O primeiro regime político da Etiópia foi... 
A. a República. B. a Monarquia. C. o Império. D. a Tirania. 
6. A civilização etíope teve início no antigo reino de/a/o ... 
A. Egipto. B. Suméria. C. Axum. D. Arábia. 
 
7. No século V, o antigo regime político etíope deu lugar a um... 
A. Reino. B. Império. C. Chefe militar. D. Déspota. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
TÓPICOS DE CORRECÇÃO/SOLUÇÕES 
UNIDADE DIDÁCTICA 1 : A HISTÓRIA COMO CIÊNCIA 
 
Soluções 
Unidade 1 
1. A 
2. C 
3. C 
4. D 
5. D 
6. B 
 
 
 
 
8. 
 Início Fim 
A. 2099 a.C 2000 a.C 
B. 499 a.C 400 a.C 
C. 99 a.C 1 a.C 
D. 1 d. C 99 d.C 
E. 1400 1499 
F. 1700 1799 
G. 1900 1999 
 
9. 
A. – c 
B. – b 
C. – a 
D. – f 
E. – d 
F. – g 
G. – e 
H. - h 
 
 
UNIDADE DIDÁCTICA 2 : A ORIGEM E EVOLUÇÃO DO HOMEM 
 
1. C 
2. B 
3. C 
 
 
7. A. Heráldica 
B. Epigrafia 
C. Paleografia 
D. Etnografia 
E. Psicologia 
F. Matemática 
G. Numismática 
H. Linguística 
I. Economia 
J. Demografia 
K. Arqueologia 
L. Geografia 
M. Sociologia 
N. Antropologia 
 
2 
 
 
II Estabeleça a correspondência. 
4. 
A - 4 
B - 3 
C - 2 
D - 1 
 
III Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas. 
 
5. F 
6. V 
7. F 
8. F 
9. V 
10. V 
11. F 
 
IV Complete os espaços em branco. 
6. A – transformações; B – mentais; C – primatas; D – evolução; E – características; 
F – próximas; G – homem. 
 
V Atente à questão abaixo. 
7. Na Comunidade primitiva a divisão do trabalho era feita com base no sexo e na idade, cabendo 
aos homens as actividades mais duras como a caça e as mulheres e crianças a recolecção e o 
cuidado dos acampamentos. A esta forma de divisão do trabalho chama-se Divisão Natural do 
Trabalho. 
 
 
UNIDADE DIDÁCTICA 3 : A DIFERENCIAÇÃO SOCIAL E A 
FORMAÇÃO DE ESTADOS 
 
Unidade 3
1. B 
2. C 
3. C 
7. 
A. V 
B. F 
G. V 
H. F 
I. F 
2 
 
4. B 
5. A – d ; B – d; C – D; D – d; E – D. 
6. A 
C. V 
D. F 
E. V 
F. F 
J. V 
K. F 
L. V 
 
 
UNIDADE DIDÁCTICA 4 : MOÇAMBIQUE: DA COMUNIDADE 
PRIMITIVA AOS PRIMEIROS ESTADOS 
 
I. Assinale com V as afirmações verdadeiras e F as falsas 
Afirmações V/F 
1. O povo Bantu era composto por comunidades nómadas. 
F 
2. Na comunidade Bantu havia divisão social do trabalho. 
F 
3. Os Bantu dedicavam-se à agricultura, pastorícia, caça, olaria e 
tecelagem. 
V 
4. As aldeias Bantu localizavam-se próximos dos desertos. 
F 
 
III. Assinale a alternativa que completa correctamente as frases: 
5. B 
6. A 
7. B 
8. A 
9. C 
 
 
10. 
a) Mambo 
b) Esposas 
c) Mutumes 
d) Infices 
e) Fumo 
f) Mwenemusha 
g) Mukuru 
2 
 
UNIDADE DIDÁCTICA 5 : AS RELAÇÕES SÓCIO-POLÍTICAS NA 
EUROPA E NA ÁFRICA ENTRE OS SÉCULOS V – XV 
 
1. 
A. V 
B. F 
C. F 
D. V 
E. V 
F. F 
G. V 
H. V 
I. F 
J. F 
 
2. a –terra; b-senhores; c – senhores; d – reserva; e – senhor feudal; f – mansos; g – camponeses 
 3. B 
4.C
5.B
6. C 
7. B 
 
 
2 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 Cumbe, G. et al. (2008). Saber História- 8ª classe. Maputo: Longman. 
 Impuia, L. (2009). H8-História, 8ª classe. Maputo: Texto Editores. 
 Jamisse, O. J. (2008). História para todos, 8ª classe: O passado da Humanidade. 
Maputo:, Diname. 
 Taju, G. et al. (1989). Da Comunidade Primitiva ao Feudalismo - 8ª classe. s/l: 
Edições ASA. 
 Sumbane, S., & Songane, L.F. (2002) História 8ª classe- Ensino Secundário à 
Distância, Ministério da Educação, Moçambique. 
 Nhampule, T., & Mavie, A. M. (2011). História- 8ª Classe. Maputo: Plural Editores.

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