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Fundação Getulio Vargas Marketing T15 Leticia Vieira da Silva Harvard Business case WrapItUp Empreendedorismo 04/2022 Empresa fundada em 2002, a WrapItUp foi idealizada por dois fundadores, Shawn Jackson e Simon Sethi, por se considerar seletivos na sua alimentação a frustração com os alimentos que eram oferecidos na Universidade onde estudavam, lhes trouxeram uma inquietação, principalmente ao se depararem com as opções gordurosas oferecidos no restaurante do campus de sua faculdade. A ideia de desenvolver e vender wraps customizados teve início na cozinha de seu apartamento no campus onde morava, este projeto possibilitou aos estudantes uma opção de alimentação com ingredientes frescos e saudáveis. Com essa ideia, ganharam um concurso de plano de negócios patrocinado pela universidade e com prêmio recebido , construíram um negócio de tempo integral após se formarem. A iniciativa dos fundadores da WrapItUp tem muito a ver com o perfil empreendedor, e a construção de algo que estava dentro da visão dos fundadores, ajudou a dar início às operações. Iremos analisar agora três perfis de empreendedores onde iremos entender um pouco mais sobre os fundadores desta marca. Perfil empreendedor Executor O perfil empreendedor executor é aquele que coloca a mão na massa, tendo uma visão micro da empresa, e não é somente aquele que gere os seus negócios. É um tipo bastante comum de um empreendedor em montar uma empresa focado naquilo em que você sabe fazer. Ele domina a parte técnica do trabalho, definido as perspectivas da empresa de como será feito o atendimento e as entregas aos clientes. Empreendedor Gestor Esse empreendedor é pessoa que gosta de ter uma visão macro, planeja os próximos passos com a base de coleta de dados. E, certamente, aquele que pensa em montar um plano de negócios antes de dar o pontapé inicial da empresa. Seria aquele que fica atrás de uma mesa revisando papéis, tomando decisões difíceis do tipo de investimento que será realizado. Empreendedor Criativo Perfil daquele que vê ideia de negócio em todo o lado. Este empreendedor vai criar três empresas ao mesmo tempo interessadas em saber quais irão funcionar. Estão sempre abertos a novas ideias, e sugestões, tem flexibilidade em testes de novos projetos para tornar seu processo melhor e mais rápido. Os empreendedores, Jackson e Sethi, se encaixam nos perfis executor e gestor, desde o início de sua trajetória os idealizadores da marca vem executando e gerindo os restaurantes, com uma cultura “mão na massa” dos seus fundadores para criar a melhor experiência para os seus clientes. WrapItUp sob a ótica do ciclo do empreendedor Ao avaliar o negócio WrapItUp sob a ótica do ciclo do empreendedor, entendemos que ao ver uma oportunidade a ser explorada na realidade onde os fundadores estavam, eles criaram um negócio que obteve crescimento substancial ao longo dos anos. Ao analisar as quatro etapas deste ciclo entendemos que não é somente uma ideia boa que faz o negócio de sucesso, mas o seu planejamento, verificando a viabilidade de aproveitar a oportunidade, obter recursos para sua implementação e gerenciá-la. Existem quatro fases deste ciclo que são necessárias para o sucesso de um negócio. A identificação de oportunidades de negócio, ação empreendedora pressupõe identificar novas necessidades dos clientes e das formas de atendê-las, prospectar e abordar novos mercados, mudar processos de negócios. Inovação é a grande chave, e ao analisar uma nova chance e trazer alimentos mais saudáveis para os estudantes da faculdade, este projeto foi expandindo, e a sua visão continuou levando os seus alimentos para outras localidades, através de restaurantes que tiveram a possibilidade de produção em maior escala. A oportunidade de negócio era existente e estava sendo fundamentada pelos gestores, mas as dificuldades no gerenciamento das implementações das gestões dada pelo crescimento da empresa, exigia um pouco mais de atenção de seus fundadores. Problemas com a gestão de pessoas deram início, falta de organização em seu recrutamento, e uma rotatividade alta, trouxeram problemas que os donos da empresa estavam engajados em buscar uma solução. Por não existir uma estratégia única de sucesso engessada que funcione para todos os empreendimentos, a análise de uma forma crítica do negócio da WrapItUp em relação aos desafios enfrentados pela empresa, fizeram decisões sobre buscar ajuda profissional externa fosse tomada para encarar os desafios da empresa. A contratação de Martha Reys, para liderar o departamento de RH para resolver a questão da rotatividade de funcionários, foi muito importante para a idealização do ShareIt, um programa trimestral de participação de lucros ShareIt e o Intraempreendedorismo Com o novo programa ShareIt, os funcionários tiveram uma sensação mista em relação a esta nova iniciativa, pois exigiria um maior planejamento de seus gerentes, aumentando as suas responsabilidades. Este processo de intraempreendedorismo, focava em aumentar vendas, melhorar a qualidade de seus restaurantes e dar mais autonomia aos gerentes da WrapItUp, havendo também a consequência de aumento de salário dos funcionários. O ShareIt não exigia nenhuma mudança na jornada de trabalho da gerência, mas a monitoração do “antes” e “depois” do projeto e coletar feedbacks regulares. Os primeiros participantes foram Erika Whitefield e Carlos Colon, Locke e Tiller. A satisfação dos clientes continuaria sendo monitorada através de pesquisas pela Internet, com a inclusão de clientes ocultos. Duas localidades foram selecionadas para um projeto piloto de seis meses, restaurantes de porte médio no sul da Califórnia, um em Santa Monica e o outro em Costa Mesa. As mudanças realizadas pelos gerentes de Santa Mônica foram, criar uma página no Facebook e Twitter, convidando clientes a curtirem e seguirem para saber as novidades e ofertas especiais do cardápio. A criação do programa de fidelidade chamado RepeatIt, criacao de um programa de fidelidade chamado RepeatIt, e tentou expandir o negócio de catering da loja, visitando escritórios da região no horário de almoço e oferecendo cupons de desconto para assistentes administrativos e planejadores de evento. Para reduzir o tempo de espera dos clientes, ela passou a receber pedidos por mensagem de texto Ron Locke, da loja de Costa Mesa, com cursos em contabilidade e grande experiência em restaurantes, acreditava que o aumento de sua rentabilidade dependia da redução de custos. Ele renegociou os termos de compra com dois fornecedores locais. Para reduzir os custos de trabalho por hora e benefícios de sua equipe, desenvolveu um plano de contratação para preencher uma vaga. Para garantir cobertura nos principais turnos, ele e Lisa Tiller às vezes faziam sanduíches, anotavam os pedidos e lavavam os equipamentos. Para reduzir o desperdício, distribuía utensílios e condimentos no balcão de atendimento, ao invés de colocá-los na área de alimentação para que o próprio cliente servisse. Tiller usou seu conhecimento de alimentos naturais para encontrar ingredientes substitutos mais baratos para algumas opções do cardápio, como kimchi no lugar de algas no wrap de salmão, por exemplo. Ambas equipes tiveram que trabalhar mais tempo que antes, e em uma primeira reunião, Martha Reyes afirmou estar trabalhando 70 horas por semana, 20 a mais comparadas anteriormente, mas não se importou por estar muito mais envolvida com a empresa, e liberdade para construir negócio faz a diferença. Tiller, da loja de Costa Mesa, relatou também um aumento similar nas horas de trabalho, mas teve algumas dificuldades com isso pois seus gastos com cuidadores para seus filhos aumentou significativamente. A relação da WrapItUp com seus clientes A preocupação em oferecer alimentos frescos e opções saudáveis para os seus clientes, fez com a empresa tivesse uma expansão significativa em seus negócios, um estudo do setor de restaurantes, realizado em 2011, apontou que 70% dos consumidores estavam tentando se alimentar de maneira maissaudável. Uma variedade de “wraps” e saladas personalizados, além de inúmeras opções para dietas especiais, como veganos, sem glúten, sem lactose, opções crudívoras e frutas frescas de sobremesa, sao presentes em seu cardapio, atigindo assim uma maior variedade de publico. Durante alguns anos, uma pesquisa de satisfação com o início em 2009, foi aplicada através da internet, sendo as respostas de uma escala de 1 a 5, onde 1 equivale a péssimo e 5 excelente, mostra que a hospitalidade em receber os clientes têm uma performance efetiva, com os resultados de 4,1 no ano de julho de 2011, mantendo o alto padrão em comparação aos anos anteriores. A valorização do cliente obteve uma mudança significativa nas pesquisas, mostrando avanços na forma em que o cliente se sentia valorizado. Comprometimento com o meio ambiente, valor agregado à comunidade, tempo de espera para a refeição, probabilidade de volta e probabilidade de recomendar sempre mantiveram seus indicadores altos durante as pesquisas. Mas clientes apontavam grandes insatisfações com as filas, barulho e repetição do cardápio. A contratação de pessoas que tivessem a mesma paixão dos sócios Jackson e Simon era algo que os gestores miravam, pois as preocupações em manter a qualidade do empreendimento era algo que os donos sempre buscavam firmar na empresa, funcionários que entendiam a visão de uma alimentação saudável e sua importância, possui mais autoridade na comunicação e venda do seus alimentos e prestação de serviços, pois seu entendimento vai além, e com mais facilidade se atrela a missão. Com a expansão do seu crescimento, com um modelo de negócio engessado, mostrando dificuldades a mudanças, este princípio foi deturpado, criando diversos desafios para a empresa, e dentre eles, alta rotatividade de funcionários e o recrutamento desorganizado. Os fundadores assumiram que precisavam fazer algo, pois não poderiam perder mais bons gerentes. Uma das insatisfações era o salário baixo em comparação ao ritmo de trabalho. Mostrando uma grande dificuldade em reter talentos por questões de motivação e remuneração. E para ajudá-los com este problema, a contratação de uma empresa externa de consultoria ajudaria a avaliar o atual regime de remuneração e desenvolvimento de uma solução. A avaliação mostrou que a remuneração da empresa era de fato inferior à média do setor e foi quando o projeto ShareIt foi idealizado, em que a remuneração dos gerentes de loja seria diretamente relacionada aos lucros do restaurante, não ao volume de vendas (métrica do plano antigo). Os gerentes de loja receberiam 35% dos lucros incrementais de sua loja (definidos como o lucro líquido controlável da loja menos o pagamento do aluguel). Os gerentes associados receberiam 15% dos lucros; e os 50% restantes seriam pagos ao corporativo da WrapItUp. Funcionário que deixasse a empresa antes da data de pagamento abdicaria do pagamento do período. Com esta iniciativa, os gerentes teriam maior liberdade para inovar, podendo, com algumas limitações, personalizar os cardápios e até mesmo testar suas próprias ideias de promoção. Após o término dos seis meses de teste do projeto ShareIt, Martha Reys ainda não estava convencida de que o ShareIt era unicamente responsável pelos resultados. Com dúvidas sobre as métricas de melhorias dos restaurantes poderiam ser realidade mesmo sem a implementação do projeto. https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/perfis-de-empreendedor/
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