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UNIVERSIDADE EVANGÉLICA DE GOIÁS CURSO DE NUTRIÇÃO ANNA CLARA FENATO DE LISBÔA FERNANDA LÔBO MARTINS VIEIRA JULIA ANDRADE RORIZ DE OLIVEIRA MONTEIRO LUANDA ALVES SILVA MARIANA ISAAC MIKAELLEN DE SOUZA DUARTE MILLENA CANGUSSÚ MACEDO ATIVIDADE PRÁTICA: ANAMNESE ALIMENTAR + HIV E AIDS Anápolis 2022 ANNA CLARA FENATO DE LISBÔA FERNANDA LÔBO MARTINS VIEIRA JULIA ANDRADE RORIZ DE OLIVEIRA MONTEIRO LUANDA ALVES SILVA MARIANA ISAAC MIKAELLEN DE SOUZA DUARTE MILLENA CANGUSSÚ MACEDO ATIVIDADE PRÁTICA: ANAMNESE ALIMENTAR + HIV E AIDS Trabalho da disciplina de Patologia da Nutrição e Dietoterapia II, apresentado à Universidade Evangélica de Goiás, curso de Nutrição, como exercício avaliativo. Professora: Mª Giovanna Mello. Anápolis 2022 1. ANAMNESE ALIMENTAR O termo anamnese é originário do grego como anmnesis, ou seja, recordar. Para que haja conhecimento clínico do paciente, é necessário o uso de certas ferramentas para compreensão mais próxima da história clínica, história pessoal e identificação de sinais e sintomas acometidos. Para que seja realizado uma boa anamnese é necessário que haja confiança entre as partes, paciente e profissional, e para que haja sucesso nesse quesito, o profissional deve utilizar de métodos e falas auxiliem nessa aproximação (SAMPAIO, 2012). De acordo com Sampaio (2012), o principal objetivo da anamnese alimentar ou anamnese nutricional é a identificação do estado nutricional do paciente, conhecimento de seus hábitos alimentares, costumes e cultura, além dos fatores de risco associados. Além do citado, os pesquisadores Vale e Logrado (2013) afirmam que as características de desnutrição são difíceis para identificação em seus estágios iniciais e que pacientes desnutridos tem maiores riscos de complicações relacionadas com o tratamento da doença base, portanto, são utilizadas certas ferramentas para identificação do estado e risco nutricional dos pacientes de forma rápida, não invasiva e criteriosa. 1.1 FERRAMENTAS DE AVLIAÇÃO DA INGESTÃO A principal ferramenta de avaliação de ingestão alimentar em pacientes internados é o índice de resto-ingestão (IR), o qual estabelece a relação percentual entre o peso da refeição rejeitada (PR) e o peso da refeição distribuída (PRD), representada pela fórmula: IR = PR x 100/PRD (GANDRA, 1983). Um nível acima de 20% pode ser decorrente da inadequação do planejamento e na execução do cardápio, além de poder indicar falha no porcionamento, preparações incompatíveis com o padrão e hábito dos pacientes e má apresentação das preparações (SOUSA et al., 2011). Nesse sentido, para a avaliação do estado nutricional de um indivíduo é importante aplicar certos métodos para identificação de ingestão dos alimentos em detrimento de suas necessidades nutricionais. Dentro da avaliação do consumo alimentar, na prática clínica, apresentam-se o recordatório 24 horas (R24h), o diário alimentar (DA) para diagnóstico da ingestão atual, o questionário de frequência alimentar (QFA) e a história alimentar (HA) para diagnóstico da ingestão habitual (FISBERG et al., 2009). O R24h consiste em definir e quantificar todos os alimentos e bebidas ingeridas no período anterior à entrevista, que podem ser as 24 horas precedentes ou, mais comumente, o dia anterior. No diário alimentar, o paciente ou pessoa responsável anota, em formulários especialmente desenhados, todos os alimentos e bebidas consumidos ao longo de um ou mais dias, devendo anotar também os alimentos consumidos fora do lar. Normalmente, o método pode ser aplicado durante três, cinco ou sete dias. O QFA é composto por uma lista de alimentos pré-definida e uma seção com a frequência de consumo (número de vezes que o indivíduo consome um determinado alimento por dia, semana, mês ou ano). A história alimentar consiste em uma extensa entrevista com o propósito de gerar informações sobre os hábitos alimentares atuais e passados (FISBERG et al., 2009). Tabela 1. Vantagens, desvantagens e aplicabilidade dos métodos de inquérito alimentar segundo objetivos da avaliação do consumo alimentar na prática clínica. MÉTODO VANTAGENS DESVANTAGENS APLICABILIDADE Recordatório 24h Rápida aplicação; Não altera a ingestão alimentar; Pode ser utilizado em qualquer faixa etária e em analfabetos; Baixo custo. Depende da memória do entrevistado; Depende da capacidade de o entrevistador estabelecer uma boa comunicação e evitar a indução de respostas; Um único recordatório não estima a dieta habitual; A ingestão relatada pode ser atípica. Avaliação quantitativa da ingestão de nutrientes. Diário Alimentar Os alimentos são anotados no momento do consumo; Não depende da memória; Menor erro quando há orientação detalhada para o registro; Mede o consumo atual; Identifica tipos de alimentos e preparações consumidos e horários das refeições. Consumo pode ser alterado, pois o indivíduo sabe que está sendo avaliado; Requer que o indivíduo saiba ler e escrever; Há dificuldade para estimar as porções; Exige alto nível de motivação e colaboração; Menor adesão de pessoas do sexo masculino; As sobras são computadas como alimento ingerido; Requer tempo; O indivíduo deve conhecer medidas caseiras. Avaliação quantitativa da ingestão de nutrientes. Fonte: Adaptado Fisberg et. al., 2009. Tabela 1.1 Vantagens, desvantagens e aplicabilidade dos métodos de inquérito alimentar segundo objetivos da avaliação do consumo alimentar na prática clínica. MÉTODO VANTAGENS DESVANTAGENS APLICABILIDADE Questionário de Frequência Alimentar Estima a ingestão habitual do indivíduo; Não altera o padrão de consumo; Baixo custo; Classifica os indivíduos em categorias de consumo; Elimina as variações de consumo do dia a dia; A digitação e a análise do inquérito são relativamente simples, comparadas a outros métodos. Depende da memória dos hábitos alimentares passados e de habilidades cognitivas para estimar o consumo médio em longo período de tempo pregresso; Desenho do instrumento requer esforço e tempo; Dificuldades para a aplicação conforme o número e a complexidade da lista de alimentos; Quantificação pouco exata; Não estima o consumo absoluto, visto que nem todos os alimentos consumidos pelo indivíduo podem constar na lista. Avaliação do consumo de alimentos ou grupos alimentares. História Alimentar Elimina as variações de consumo do dia a dia; Leva em consideração a variação sazonal; Fornece a descrição da ingestão habitual em relação aos aspectos qualitativos e quantitativos. Requer entrevistadores treinados; Depende da memória do entrevistado; Tempo de administração longo. Avaliação do padrão alimentar. Fonte: Adaptado Fisberg et. al., 2009. 1.1 FERRAMENTAS DE TRIAGEM NUTRICIONAL Os métodos de triagem nutricional têm objetivo de detectar a presença de desnutrição e risco do desenvolvimento de desnutrição em ambiente hospitalar. Por ser um processo rápido e simples, todos os pacientes devem ser triados durante as primeiras 72 horas de internação, a depender a instituição, a fim de se obter um curso de ação, que também poderá levar à avaliação nutricional (CGMAC/DAET/SAS/MS, 2016). Dessa forma, as ferramentas de triagem nutricional validadas internacionalmente são: Nutritional Risk Screening (NRS), Malnutrition Screening Tool (MST), Mini Nutrition Assessment Short Form (MNA-SF), Malnutrition Universal Screening Tool (MUST) e Short Nutritional Assessment Questionnaire (SNAQ) (WESCHENFELDER et. al., 2020). Além disso, Vale e Logrado (2012) explicam que essas ferramentassão métodos integrados, ou seja, um conjunto de indicadores utilizados para classificar o estado nutricional ou para avaliar o risco nutricional, associado à predição de complicações e mortalidade. Para maior compreensão destes estudos as mesmas serão descritas de forma sintética. Ademais, a escolha dos instrumentos de triagem e de avaliação nutricional utilizados por cada instituição deve ser definida de acordo com a população (crianças, adultos ou idosos), devendo ocorrer adequado treinamento ao profissional que irá aplicá- los (ASBRAN, 2014). Tabela 2. Parâmetros clínicos, variáveis e aplicabilidade dos métodos de triagem nutricional na prática hospitalar. MÉTODO PARAMÊTROS CLÍNICOS VARIÁVEIS APLICABILIDADE Nutritional Risk Screening (NRS) Consiste em uma triagem inicial composta por quatro questões referentes ao IMC, perda ponderal indesejada no último trimestre, redução da ingestão alimentar na última semana e presença de doença grave e uma triagem final que classifica as respostas da triagem inicial, considerando o percentual de peso perdido e o tempo, IMC, aceitação da dieta e grau da severidade da doença. Fácil, barato, considera o fator de estresse da doença e não exclui grupos específicos, porém idades acima de 70 anos são um fator de risco. Todas as faixas etárias de hospitalizados. Malnutrition Screening Tool (MST) Seus critérios são: ser aplicável em população adulta heterogênea; utilizar dados rotineiramente disponíveis; ser conveniente para o uso, devendo ser simples, rápida e facilmente completada por equipe não profissional, tais como pacientes, amigos ou familiares. É não invasiva, barata, válida e reproduzível. A MST não considera dados antropométricos e laboratoriais. É barata, válida, não invasiva e reproduzível. Adultos de setores variados, como idosos, cirúrgicos, ortopédicos, em cuidados intensivos, podendo ser adaptada até mesmo para gestantes e lactantes. Fonte: Adaptado Weschenfelder, 2020; Raslan et. al, 2008; Vale & Logrado, 2013. Tabela 2.1 Parâmetros clínicos, variáveis e aplicabilidade dos métodos de triagem nutricional na prática hospitalar. MÉTODO PARAMÊTROS CLÍNICOS VARIÁVEIS APLICABILIDADE Mini Nutrition Assessment Short Form (MNA-SF) A aplicação da MNA original tem média complexidade e lentidão que impedem seu uso como uma ferramenta breve de rastreamento. Muitas questões necessitam treinamento do aplicador (como antropometria) ou implicam em julgamentos subjetivos. A MNA - SF almeja preservar a sensibilidade, a especificidade e o diagnóstico confiável da MNA original, enquanto minimiza tempo e treinamento necessários para a aplicação. Método barato e de fácil aplicabilidade, identifica pessoas em risco e fornece informações necessárias para um plano de intervenção, além de não necessitar de exames laboratoriais. Principalmente idosos. Malnutritio n Universal Screening Tool (MUST) Consiste em: 1) IMC > 20 kg/m², pontuação igual a zero, 18.5-20 kg/m², pontuação igual a um, abaixo de 18.5 kg/m², pontuação igual a dois; 2) perda ponderal menor que 5% , pontuação igual a zero, 5 a 10%, pontuação igual a um, maior que 10%, pontuação igual a dois; 3) doença aguda ou jejum superior a cinco dias, se ausente, pontuação igual a zero; se presente, pontuação igual a dois. Um escore maior que dois pontos classifica o paciente como em alto risco de desnutrição; escore igual a um ponto como médio risco de desnutrição, escore igual a zero como baixo risco de desnutrição. Fácil, barato e simples. Adultos e idosos de diversos setores, tais como cirurgia, ortopedia, cuidados intensivos, sendo possível a adaptação para gestantes e lactantes. Short Nutritional Assessment Questionnai re (SNAQ) É composto por quatro questões e para cada resposta é atribuído um escore: 1) perda de peso intencional; mais de 6 kg nos últimos seis meses, equivale a três pontos ou mais de 3 kg no último mês, equivale a dois pontos; 2) redução do apetite no último mês, equivale a um ponto, 3) uso de suplementação via oral ou sonda enteral no último mês, equivale a um ponto. Os pacientes com escore menor que dois pontos são classificados como bem nutridos, escore igual a dois pontos são classificados como moderadamente desnutridos e pacientes com escore maior ou igual a três pontos são classificados como gravemente desnutridos. Necessita profissionais capacitados. Adultos e idosos hospitalizados, de várias especialidades médicas, como gastroenterologia, dermatologia, nefrologia, cirurgia geral e oncológica. Fonte: Adaptado Weschenfelder, 2020; Raslan et. al, 2008; Vale & Logrado, 2013. 1.4 FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL A avaliação nutricional busca promover o cuidado nutricional por meio da verificação detalhada de variáveis metabólicas, nutricionais e funcionais. Normalmente, é realizada por nutricionista após a triagem, identificando os pacientes que irão se beneficiar da intervenção dietética precoce (WESCHENFELDER et. al., 2020). Em vista disso, a Avaliação Subjetiva Global (ASG) é método clínico que avalia o estado nutricional baseado na história e exame físico do paciente. É composta por anamnese, que engloba aspectos da história nutricional como perda de peso recente, alteração na ingestão alimentar, sintomas gastrointestinais e exame físico simplificado para aspectos nutricionais. É técnica eficiente, rápida, prática, de baixo custo, não invasiva e que não demanda o uso de aparelhos, além de ter sensibilidade e especificidade. No final os pacientes podem ser classificados como A: bem nutrido; B: suspeito de ser desnutrido ou moderadamente desnutrido; C: desnutrido grave (CGMAC/DAET/SAS/MS, 2016; VALE & LOGRADO, 2012). Para mais, a avaliação antropométrica é um método de avaliação nutricional que pode ser considerado em instituições hospitalares, a depender do paciente. Esse método considera o Peso Atual (PA), Peso Habitual (PH) e o Peso Ideal (PI). Em adultos utiliza- se Peso/Altura/Índice de massa corporal (IMC)/ Dobra Cutânea Tricipital (DCT)/ Circunferência do Braço (CB) e Circunferência Muscular do Braço (CMB), e em idosos o IMC segundo classificação Opas, Circunferência Panturrilha (CP), Circunferência do Braço (CB) + Dobra Cutânea Tricipital (DCT) + Circunferência Muscular do Braço (CMB) utilizando referência NHANES III. Nesse sentido, outros métodos de avaliação são os exames laboratoriais e o exame físico (BRASPEN, 2011). 1.5 FLUXOGRAMA DE QUANDO A INGESTÃO SE TORNA INEFICIENTE PROMOVENDO RISCO NUTRICIONAL Figura 1. Algoritmos de indicação da terapia nutricional Fonte: CGMAC/DAET/SAS/MS, 2016. 2. PACIENTE TN A portaria nº 272/MS/SNVS, de 08 de abril de 1998, define terapia nutricional (TN) como um conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente, por meio de nutrição parenteral e/ou enteral. 2.1 TIPO/VIA DE TN 2.1.1 NUTRIÇÃO ENTERAL A Resolução RCD n. 63, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa/MS), de 6 de julho de 2000, define NE como: “Alimentos para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou completar a alimentação oral de pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou à manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.” Segundo a Cuppari (2019), a alimentação por via enteral é um método de prover nutrientes no trato gastrointestinal através de um tubo. Asprincipais indicações para uso, de acordo com Calixto-Lima e Gonzalez (2017): • Ingestão alimentar via oral menor que 60% das necessidades nutricionais, sem expectativa de melhora; • Deglutição comprometida de causa muscular ou neurológica (disfagia); • Alteração do nível de consciência, impossibilitando alimentação via oral; • Pancreatite; • Queimaduras; • Fistula digestiva • Desnutrição. Contraindicações, conforme Cuppari (2019): • Pancreatite grave; • Disfunção do TGI; • Fístula do TGI de alto débito; • Vômitos e diarreia graves; • Obstrução mecânica do TGI; • Íleo paralítico; • Hemorragia no TGI grave. A terapia nutricional deve ser instituída nas primeiras 24-48 horas, especialmente em pacientes com diagnóstico de desnutrição e/ ou catabolismo intenso decorrente do quadro patológico, e quando não houver previsão de ingestão adequada em 3 a 5 dias (SBNPE, 2011). Ao determinamos a via de acesso, devemos levar em consideração a condição clínica do paciente, a previsão do tempo de uso da terapia e a avaliação dos riscos e complicações (SBNPE, 2011). Elas podem estar dispostas no estômago, duodeno ou jejuno. Para pacientes que necessitam de nutrição enteral por curto período, inferior a 6 semanas, a sonda naso ou oroenterais (nasogástrica e nasoentérica) é a mais utilizada, graças a seu baixo custo e fácil colocação. A gastrostomia e a jejunostomia, por sua vez, são utilizadas, em geral, quando a duração da terapia nutricional for superior a 4 semanas (CUPPARI, 2019). Ademais, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (2011), as gastrostomias são recomendadas quando não há risco de aspiração e a indicação de TNE excede 3 a 4 semanas e as jejunostomias quando houver risco de aspiração e a TNE for superior 3 a 4 semanas. 2.1.2 NUTRIÇÃO PARENTERAL De acordo com Cuppari (2019), a nutrição parenteral como uma solução estéril de nutrientes (aminoácidos, carboidratos, lipídios, sais minerais e vitaminas) infundida via endovenosa, por meio de um acesso venoso periférico ou central, indicada, na maioria das vezes, na impossibilidade de utilização do trato gastrintestinal (TGI). Para a escolha da via de acesso deve-se levar em consideração fatores como a duração da terapia e a condição clínica do paciente, além disso, a osmolaridade da fórmula de nutrição parenteral deve ser compatível com o tipo de acesso venoso (SBNPE, 2011). Conforme a Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (2011) existem as seguintes vias de acesso: • Periférica: refere-se à localização da ponta do cateter em uma veia superficial de grosso calibre, geralmente, as veias das extremidades superiores, na mão ou antebraço. É indicada para TNP de curto prazo, não devendo ultrapassar 15 dias. • Central: refere-se à localização da ponta do cateter em uma veia de alto fluxo sanguíneo interligada à veia cava superior ou ao átrio direito, chegando diretamente no coração. É indicada para TNP de longa permanência (mais do que 15 dias). As indicações mais frequentes para uso de nutrição parenteral, conforme Calixto- Lima e Gonzalez (2017): • Síndrome do intestino curto; • Complicações cirúrgicas pós-operatórias (fístulas enterocutâneas, íleo prolongado); • Distúrbios gastrointestinais; • Obstruções mecânicas do TGI; • Pancreatite aguda, quando não for possível nutrição enteral. As principais contraindicações, conforme Calixto-Lima e Gonzalez (2017): • Instabilidade hemodinâmica; • Distúrbios metabólicos; • Edema agudo de pulmão; • Anúria sem diálise; • Infarto agudo do miocárdio. A evolução da oferta planejada deve ser atingida nas primeiras 72 horas, após início. Para evitar complicações metabólicas e favorecer a tolerância, sugere-se utilizar como rotina calcular o total necessário e planejar a sua administração de forma progressiva, iniciando com um terço do planejado nas primeiras 24 horas, evoluir para dois terços no segundo dia e oferta total no terceiro dia. A interrupção abrupta da TNP não deve ser realizada, pois oferece riscos de hipoglicemia grave e descompensação metabólica, devendo realizar o desmame de forma progressiva (CUPPARI, 2019). Em pacientes que estão em terapia nutricional parenteral, deve-se ter cuidado com a síndrome da realimentação. Diante disso, Cuppari (2019) define síndrome da realimentação como um conjunto de sinais e sintomas que ocorre após abrupta provisão de alimentos, por via enteral, oral ou parenteral, para pacientes que passaram por um período de inanição, pois o organismo adapta-se a usar menos o metabolismo dos carboidratos e mais o de gorduras. Algumas medidas importantes para a prevenção e o tratamento da síndrome da realimentação: reconhecimento precoce de pacientes em risco iminente; a dosagem plasmática diária e sistemática de fósforo, potássio e magnésio; a correção das alterações eletrolíticas antes do início da terapia nutricional; iniciar com cerca de 20 a 30% das necessidades energéticas e realizar aumento progressivo da oferta de energia e administração rotineira de vitaminas (CUPPARI, 2019). Figura 2. Organograma para escolha da TN. Fonte: Adaptado Calixto-Lima e Gonzalez, 2017. 2.2 CARACTERÍSTICAS DAS FÓRMULAS Em conformidade com Moraes e seus colaboradores (2014), as fórmulas e os suplementos utilizados na nutrição enteral podem ser classificados em Artesanais ou caseiras, quando são preparadas a partir de alimentos in natura e/ou suplementos industrializados, suas desvantagens são a não garantia de valor nutricional, excessivo manuseio e maior risco de infecção; Industrializadas são quimicamente determinadas, possibilitam uma maior segurança microbiológica; Os modulares são módulos de nutrientes (carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, minerais, aminoácidos e fibras), podem ser usados como suplementos ou combinados corretamente para fornecer uma dieta completa, podendo compor elementos para a produção artesanal de fórmula enteral (como exemplos: WheyProtein, albumina, glutamina); As monoméricas ou elementares são aquelas em que os nutrientes aparecem em sua forma mais simples e hidrolisada, tem osmolaridade elevada; Oligoméricas são aquelas em que os nutrientes aparecem na forma mais simples e hidrolisada, tem à osmolaridade elevada; As poliméricas são constituídas por nutrientes inteiros ou parcialmente hidrolisados, tem peso molecular elevado e um trabalho digestivo maior, em sua maioria são isosmolares ou hiposmolares; Hiperproteicas são aquelas com quantidade relativamente maior de proteínas, igual ou superior a 18 a 20% da oferta calórica total por litro de solução; As especializadas são específicas para determinado quadro clínico, por exemplo, pacientes diabéticos vão receber fórmulas com fonte de carboidratos de menor índice glicêmico. Segundo Cuppari (2019), a escolha de uma fórmula enteral adequada requer uma avaliação da habilidade digestiva e absortiva do paciente e também um conhecimento das fontes de substratos e sua forma de apresentação. As fórmulas possuem características físicas como a osmolalidade, combinação com a função do tamanho e da quantidade das partículas iônicas e moleculares (proteína, carboidratos, eletrólitos, minerais) em uma capacidade definida. Alguns fatores podem interferir na osmolalidade (abrangendo o aumento da hidrólise do nutriente e em posterior a unidade do tamanho), como os minerais/eletrólitos: em decorrência de suas propriedades de desagregação e do pequeno tamanho; proteínas: devido aos seus componentes mais hidrolisados, como aminoácidos, terem maior efeito osmótico do que as moléculas com peso molecular maior, como as proteínas inteiras; carboidratos: possuem componentes mais hidrolisados, como glicose e têm maior efeito osmótico que moléculas com peso molecular maior, como o amido. Fórmulas com uma maior quantidade de nutrientes hidrolisadospossuem maior osmolalidade consequentemente (CUPPARI, 2019). A respeito das fórmulas poliméricas, grande parte dos pacientes se beneficiam com esse modelo de fórmula, elas possuem categorias como as do tipo padrão que tem em sua composição proteínas (10 a 15%), carboidratos (50 a 60%), lipídios (25 a 30%), do tipo isotônica (300 mOsm/kg de água), podendo ser isenta de lactose e nutricionalmente completa; as hiperproteicas com proteína (> 15%), isotônica, isenta de lactose e nutricionalmente completa; as suplementadas com fibras com um conteúdo de fibra (5 a 14 g/L de fórmula Isotônica), isenta de lactose e nutricionalmente completa; proteína parcialmente hidrolisada possui conteúdo médio de lipídios (3 a 40%, média osmolalidade- 250 a 650 mOsm/kg de água), isenta de lactose e nutricionalmente completa. As fórmulas parcialmente hidrolisadas são indicadas para pacientes com capacidade absortiva e digestiva parcial, já as fórmulas especializadas são designadas para disfunções orgânicas específicas e para condições de estresse metabólico. Os módulos são indicados para suplementar fórmulas e individualizar esse processo de formulação (CUPPARI, 2019). De acordo com Murakami e Santos (2015), as vias de acesso aplicadas para a administração da alimentação parenteral são a periférica, na qual só podem ser oferecidas soluções hipo-osmolares, hipoconcentradas e as gorduras, para não ter risco de flebite e a via central, em que se tem infusão de soluções hipertônicas de glicose e proteínas, vitaminas, entre outros. 2.3 MÓDULOS ADICIONADOS Baseado na RDC n. 21/15, capítulo III (seção III), o módulo para nutrição enteral pode ser constituído somente por um dos seguintes grupos de nutrientes: Carboidratos; lipídios; proteínas (pode ser constituído por proteínas intactas, proteínas hidrolisadas ou aminoácidos isolados ou associados); fibras alimentares; micronutrientes, como vitaminas e minerais (pode ser constituído por vitaminas ou minerais, isolados ou associados). A classe proteica é concedida ao perfil dos aminoácidos, quando se tem um perfil de no mínimo 40% dos essenciais é recomendado para os casos de anabolismo. A fonte principal de proteína engloba a soja e a caseína. Já sobre os carboidratos, eles possuem uma diferença primária em seus componentes e está relacionada com sua forma e concentração, sua forma prevalente é o hidrolisado de amido de milho ou a maltodextrina. Em relação aos lipídios, sua gordura amplia a palatabilidade e o sabor da dieta, já os óleos vegetais envolvem uma variedade de ácidos graxos essenciais, essa ingestão de ácidos graxos essenciais (principalmente o ácido linoleico) deve ser de 3 a 4% do total da necessidade energética, já as fontes lipídicas encontradas nas fórmulas incluem vários óleos vegetais. São vistas como fibras alimentares todos os polissacarídeos vegetais da dieta, adicionada a lignina, estes não são hidrolisados pelas enzimas do trato digestório humano, o conteúdo de fibras nas fórmulas é em torno de 5 a 14 g/L, a recomendação diária de ingestão de fibra é de 20 a 25 g/dia e sua forma prevalente usada nas fórmulas é o polissacarídeo da soja (CUPPARI, 2019). As fórmulas comercialmente inteiras são reguladas em vitaminas e minerais, quando o volume certo da fórmula é utilizado para satisfazer as necessidades energéticas e dos macronutrientes. Algumas fórmulas especializadas para certos tipos de doenças são nutricionalmente incompletas com relação ao conjunto das vitaminas e dos minerais, os suplementos vitamínicos e minerais podem ser importantes para pacientes que utilizam formulações nutricionalmente incompletas ou fórmulas diluídas por períodos prolongados. A quantidade de água está relacionada em mL de água por 1.000 mL de fórmula ou mL de água/L de fórmula, grande parte das fórmulas enterais contém de 690 a 860 mL de água por 1.000 mL da fórmula enteral (CUPPARI, 2019). A respeito dos módulos das proteínas, alguns motivos podem ser associados como a configuração de uma digestibilidade diversificada, sua forma de pó. Com relação ao dos carboidratos, são facilmente dissolvidos em diferentes fórmulas, de fácil digestão, sua apresentação é na forma de pó. Já no caso dos lipídios, possuem elevada densidade calórica, é relativamente insolúvel, tem digestibilidade diversificada, sua apresentação é na forma líquida. As fibras tem sua apresentação na forma de pó (CUPPARI, 2019). 2.4 CÁLCULO DA VELOCIDADE/TEMPO DE INFUSÃO Segundo Cuppari (2019), a técnica de administração das fórmulas pode ser contínua ou intermitente, em bolo ou gravitacional. A administração em bolo ocorre com uma injeção com seringa de 100 a 350 mL de dieta no estômago, a cada 2 a 6 horas, adiantada e seguida por irrigação da sonda enteral com 20 a 30 mL de água potável. Já a administração intermitente utiliza a força da gravidade, volume de 50 a 500 mL de dieta administrada por gotejamento, a cada 3 a 6 horas, precedida e seguida por irrigação da sonda enteral com 20 a 30 mL de água potável. A administração contínua usa a bomba de infusão, 25 a 150 mL/h, por 24 horas, administrada no estômago, no jejuno e no duodeno, interrompida a cada 6 a 8 horas para irrigação da sonda enteral com 20 a 30 mL de água potável. A agilidade e a intensidade da infusão passam a ter relevância secundária em decorrência dos mecanismos fisiológicos de adequação do estômago, a partir da extremidade distal da sonda nasoenteral se localizar na câmara gástrica, a dose. Na administração intermitente de nutrientes o órgão deve iniciar com 100 mL e o volume é elevado a cada 24 ou 48 horas até as necessidades totais de nutrientes serem completadas. Caso necessário, maiores volumes podem ser induzidos (até 500 mL) a cada 3 a 4 horas. Os resíduos gástricos são analisados antes de cada refeição e esta é suspensa se os resíduos forem maiores que 150 mL. A administração contínua é estabelecida com volume de 25 a 30 mL/h/dia, e o aumento deve ser gradativo até atingir a velocidade máxima de 100 a 150 mL/h, de acordo com Cuppari (2019). Em relação a nutrição parenteral, é recomendado o máximo de 7 g/kg/dia de carboidratos para diminuir complicações metabólicas, como a hiperglicemia, as anormalidades no metabolismo hepático e o aumento do trabalho ventilatório. A ingestão de 0,85 a 1,1 g/kg/dia permite atingir o balanço nitrogenado positivo para a grande parte dos indivíduos saudáveis. A recomendação de lipídios da dieta não deve exceder 2,5 g/kg/dia, para diminuir o risco de complicações metabólicas. Em pacientes graves, a recomendação máxima de lipídios via venosa é de 1 g/kg/dia (CUPPARI, 2019). Segundo Murakami (2015), as soluções do tipo base são hipertônicas, constituídas por 500 mL de solução de glicose a 50% – aproximadamente 1.000 kcal – adicionada 500 mL de solução de aminoácido a 10%, tornando-se 200 kcal. As soluções de gorduras são providas sob forma de emulsão 10%, no volume de 500 mL e com aproximadamente 450 kcal. Uma das vantagens da emulsão é o seu alto aporte energético em volumes diminuídos, além de ofertar os ácidos graxos essenciais. A respeito dos carboidratos, eles são ofertados na forma de dextrose, em concentração de 50% (50 g em 100 mL; 3,4 kcal/g), devendo fornecer 60 a 70% das calorias não proteicas ou 50 a 60% das calorias totais. A taxa de infusão de glicose (TIG) deve ficar abaixo de 3 a 4 mg/kg/min, e os níveis de glicemia devem ser conservados abaixo de 180 mg/dL. Os lipídios podem ser aplicados na forma de triglicerídeos de cadeia longa (TCL), de cadeia média (TCM), ou como uma mistura de ambos (TCL/TCM), geralmente em concentrações de 10 a 20% (10 a 20 g em 100 mL; 10 kcal/g), devendo fornecer 30 a 40% das calorias não proteicas ou 15 a 40% das calorias totais. A dose limite de lipídios não deve elevar 1 a 1,5 g/kg/dia. O nível de triglicerídeos séricos deve ser monitorado, e a carga delipídios, ajustada, para que o nível se mantenha abaixo de 300 a 400 mg/dL. A administração de propofol fornece 1 kcal/mL, devendo entrar no cálculo da oferta calórica e no perigo de hipertrigliceridemia. Os aminoácidos são dirigidos em concentração de 10% (10 g em 100 mL; 4 kcal/g) devendo ser fornecidas doses de 1,2 a 1,5 g/kg/dia (15 a 20% das calorias totais). No caso de pacientes com obesidade e em pacientes em terapia substituída, doses mais elevadas com limite de 2,0 a 2,5 g/kg/dia podem ser administradas. A necessidade diária de água é de cerca de 30-35 mL/kg/dia, podendo ser aplicadas plenamente pela nutrição parenteral ou em outras infusões e diluições de medicamentos, infusões contínuas e líquidos intravenosos para hidratação. Os pacientes em nutrição parenteral devem acolher as necessidades básicas diárias de eletrólitos, com a atenção de evitar divergências e os riscos de precipitação e instabilização da solução de NP. Exigências específicas para pacientes em caso críticos não são bem determinados. Deste modo, preparações padrão de vitaminas e de elementos traço são frequentemente utilizadas (MORAES et al., 2014). De acordo com a Associação Americana de Nutrição Enteral e Parenteral (Aspen), a estimativa de calorias a se ofertar é de 20 a 35 kcal/kg de peso/dia, que é um valor de referência aos diferentes graus de estresse de acordo com a condição clínica do paciente. Sobre os carboidratos, a administração deve ser de até 7 g/kg/dia, e lipídios de até no máximo 2,5 g/kg/dia. Para os pacientes com quadros críticos, é indicado o uso de até 1 g/kg/dia de lipídios. Para a prevenir a deficiência de ácidos graxos essenciais, é recomendado o uso entre 1 a 2% do valor calórico total (VCT) de ácido graxo ômega-6 (ácido linoléico) e 0,5% do VCT de ácido graxo ômega-3 (ácido alfa-linolênico). No caso de pacientes estáveis, é recomendado 0,8 g/kg/dia de proteína e, para deficiências metabólicas, esse valor se eleva até 2 g/kg/dia de proteína (ASPEN, 2002). 2.5 DIETOTERAPIA INFANTIL Indicativos para uso de nutrição enteral em pacientes pediátricos, de acordo com Axelrod e seus colaboradores (2006): • Baixo peso ao nascer (< 2.500g), mesmo na ausência de distúrbios gastrointestinais, pulmonares ou cardíacos • Prematuridade • Peso ao nascer menor que dois desvios padrão abaixo da média (aproximadamente percentil 3) para a idade gestacional nas curvas de peso fetal • Perda aguda de 10% ou mais do peso • Dificuldade ou incapacidade para ingerir ou tolerar a alimentação oral • Registro de consumo inadequado ou intolerância aos nutrientes • Inadequado ganho de peso ou uma diminuição significativa no percentual de crescimento normal • Paralisia cerebral e outras doenças neurológicas • Crianças que apresentam necessidades metabólicas alteradas • Erros inatos do metabolismo Geralmente as contraindicações para NE em pediatria são relativas ou temporárias, destacando-se íleo paralítico intestinal, obstrução intestinal ou colônica, vômitos incoercíveis, fístulas enterocutâneas de alto débito, sangramento intestinal, choque hipovolêmico ou séptico, inflamação intestinal ou isquemia intestinal. (VASCONCELOS et al., 2011). A American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN) para terapia nutricional cita, com grau de recomendação C, que, para crianças alimentadas com nutrição enteral, não há dados suficientes para fazer recomendações com relação ao local de alimentação enteral (gástrico ou pós-pilórico), e salienta que as alimentações pós- pilóricas ou transpilóricas podem melhorar o consumo calórico quando comparadas às alimentações gástricas e que a alimentação pós-pilórica deve ser considerada em crianças em alto risco de aspiração (ASPEN, 2009). As dietas para terapia nutricional enteral em pediatria podem ser classificadas em três grupos (GRANT, 1999; KALNINS, 1997): 1. Pacientes sem problemas absortivos, que poderão receber fórmulas poliméricas (nutrientes íntegros, necessitando de trabalho digestivo); 2. Pacientes com problemas absortivos, nas quais os nutrientes serão fornecidos com menor complexidade (fórmulas semielementares e elementares); 3. Pacientes que necessitam de dieta especializada (nefropatias, hepatopatias, intolerância à lactose, regurgitação, erros inatos do metabolismo e outras). Dentro destas classificações, as dietas podem ser: • Dietas poliméricas: são compostas de proteínas, lipídios e carboidratos complexos que exigem trabalho digestivo. Podem ser artesanais ou industrializadas (GRANT, 1999; KALNINS, 1997). • Dietas semi-elementares: são fórmulas em que a fonte proteica é resultante da hidrólise de proteínas mais complexas, acrescida de carboidratos e lipídios, todos de fácil digestibilidade, estando indicado para crianças com distúrbios absortivos, como síndrome do intestino curto, diarreia persistente ou crônica (WAITZBERG, 2017). • Dietas elementares: são formulações cuja fonte proteica são aminoácidos livres. Essas dietas são consideradas elementares somente no que se refere à fonte proteica, já que os lipídios e os carboidratos, apesar de serem de fácil digestibilidade, não são completamente elementares (WAITZBERG, 2017). • Dietas especializadas: desenhadas para disfunções orgânicas específicas, estresse metabólico (CUPPARI, 2014). • Módulos de nutrientes: são composições de nutrientes isolados para serem adicionados a outras dietas, transformando-as conforme as necessidades do paciente (WAITZBERG, 2017). Consistem nos preparados industrializados específicos de cada macronutriente: lipídios, carboidratos e proteínas. São indicados para suplementar fórmulas e individualizar a formulação (CUPPARI, 2014). Quando o paciente é neonato, a NE deve ser iniciada no primeiro dia de vida, objetivando atingir as recomendações energéticas estimadas por volta da segunda ou terceira semana. Nos prematuros, o leite materno ordenhado acrescido de suplemento é a melhor opção, mas quando não for possível, a fórmula láctea especial para prematuros deve ser utilizada. Recomenda‐se não aumentar a oferta de volume além de 20 mL/kg/dia, visto que, a maior parte dos prematuros tem ganho ponderal aceitável. Ademais, crianças que têm aumento de perdas hídricas (febre, diarreia, taquipneia, sudorese) e não podem expressar a sensação de sede estão em risco de desidratação hipertônica, devendo, por essa razão, receber água livre adicional, principalmente, crianças neuropatas (Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017). Em relação as necessidades nutricionais em pacientes pediátricos em NE, as necessidades diárias de água são de 100 ml/kg/peso em recém-nascidos na primeira semana de vida, 140 a 160 ml/kg/peso até três meses e 120 ml/kg/peso até os dois anos. A partir desta idade administram-se volumes entre 80 e 100 ml/kg/peso/dia (WAITZBERG, 2017). Ademais, a ASPEN (2009) enfatiza que a oferta de proteína dietética suficiente para otimizar a síntese proteica facilita a cura de feridas, a resposta inflamatória e preserva a massa proteica do músculo esquelético, sendo considerada a intervenção alimentar mais importante em crianças criticamente doentes. As necessidades estimadas de proteína para crianças com lesões de diversas faixas etárias são: 0-2 anos: 2-3 g/kg/dia; 2-13 anos: 1,5-2 g/kg/dia e 13-18 anos: 1,5 g/ kg/dia (ASPEN, 2009). Além disso, em relação aos carboidratos, a glicose é a energia primária usada pelo cérebro, eritrócito e medula, sendo útil no reparo de tecidos lesionados. Tanto a hiperglicemia quanto a hipoglicemia não são desejáveis em crianças criticamente enfermas e têm sido associadas a resultados negativos em estudos retrospectivos, estando a variabilidade de glicose também associada à maior permanência hospitalar (ASPEN, 2009). Já os lipídios, estas crianças apresentam taxa maior de oxidação de lipídios, sugerindo que os ácidos graxos são, de fato,a principal fonte de energia em crianças metabolicamente estressadas (ASPEN, 2009). Pacientes sem perspectiva de receber NE efetiva em 5 a 7 dias são candidatos à nutrição parenteral. Nos desnutridos graves e neonatos prematuros que não têm perspectiva de ser alimentados em curto prazo pela via digestiva, recomenda‐se iniciar a NP em até́ 48 horas, indicada principalmente nos pacientes desnutridos crônicos, naqueles em risco de desnutrição por doença aguda ou pós-operatório complicado, na síndrome de má́ absorção intestinal e nos neonatos prematuros (FUSCH, 2009). Além disso, na NP as necessidades hídricas basais diárias são de 100 mL/100 kcal metabolizadas, contudo, a oferta hídrica pode variar conforme a situação clínica. A avaliação diária do peso, do estado de hidratação, da densidade urinária, do volume de diurese e do balanço hídrico fornece boa estimativa do estado de hidratação. Deve-se ofertar maior volume hídrico se há́ febre, aumento de temperatura ambiente, hipermetabolismo e perda de líquidos por diarreia ou sucos do tubo digestivo (Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017). 3. DEFINIÇÃO, FISIOPATOLOGIA E PRINCIPAIS TRATAMENTOS 3.1 DEFINIÇÃO, FISIOPATOLOGIA E PRINCIPAIS TRATAMENTOS DO HIV/AIDS HIV é denominado como um vírus que tem o potencial de enfraquecer o sistema imunológico, sabe-se que, em português, a nomenclatura é conhecida como vírus da imunodeficiência humana. As células mais atacadas são os linfócitos T CD4+, que são parte do sistema imunológico do indivíduo, sendo assim, o vírus do HIV tem o poder de infiltrar nessas células, modificar seu DNA e, assim, possibilitar com que suas cópias sejam realizadas. Com esse processo, o vírus sai da célula e inicia a infecção ao corpo humano (REIS et al., 2017). Diante do exposto, para que esse vírus consiga adentrar nas células T CD4+, o processo se inicia com a alta taxa de comunicação com as glicoproteínas (gp120) do HIV e a parte externa da célula do sistema imunológico. Com isso, a gp120 consegue diminuir a função das células T CD4+, ocasionando uma apoptose (morte celular). Nota-se ainda que o HIV pode ser classificado em dois, sendo o primeiro deles o mais acometido e que gera maiores complicação, e o segundo é conhecido como desencadeador de doenças oportunistas por depletar o sistema imune (SANTOS, 2021). Em um primeiro momento de contato com o vírus, identifica-se a infecção aguda, onde irá ocorrer uma alta taxa replicação do retrovírus nos tecidos e nas células do sistema imune. Portanto, durante esse tempo nota-se que os valores das células linfóides se apresentarão baixas, enquanto a carga viral será alta, por conta disso, é necessário que haja um cuidado maior do indivíduo portador do vírus para que não transmita para outras pessoas, pois, nesse período, ele é um importante transmissor (SANTOS, 2021). A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS ou SIDA) é uma patologia decorrente da infecção pelo vírus HIV, portanto, é decorrente do HIV e não ao contrário. É considerada uma patologia crônica e letal, que pode ser transmitida pelo contato com o sangue do indivíduo contaminado, sendo assim, é uma doença considerada como agravo de saúde pública, principalmente pelo fato de alterar o sistema imunológico e afetar o estado nutricional dos indivíduos. Como já se sabe, para que o estado nutricional esteja adequado, o estado imunológico deve se apresentar adequado também, pois, com o sistema imune sofrendo mudanças, tem-se também o acometimento de novas patologias oportunistas (PINTO et al., 2016). Para o tratamento da infecção pelo vírus são utilizados os medicamentos antirretrovirais (ARV), sendo eles empregues com um coquetel para que possibilite uma melhora da qualidade de vida do indivíduo ao retardar a ação do HIV no sistema imunológico. É importante que seu uso seja realizado de forma correta, tendo em vista que a infecção pode evoluir para uma doença, denominada AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) (SABIN & LUNDGREN, 2013). O uso da terapia com medicamentos antirretrovirais (TARV) auxilia no manejo do HIV/AIDS, reduzindo os índices de morbidade de mortalidade, porém, como são medicamentos fortes, produzem efeitos colaterais indesejáveis, ocasionando em uma não adesão ao tratamento medicamentoso. Dentre esses efeitos podemos citar náuses, vômitos, dor abdominal, por intolerância gástrica; astenia, cefaléia, insônia e anemia. Um dos principais relatos de patologias recorrentes ao uso desses medicamentos é a anemia, principalmente pela infecção ao vírus ocasionar mudanças hematológicas, gerando, por exemplo, deficiências nutricionais (OLIVEIRA et al., 2011). Apresentando a AIDS como uma patologia multifatorial, a anemia se enquadra em uma das causas/sintomas decorrentes, podendo se caracterizar por deficiência de ferro (anemia ferropriva), anemia megaloblástica (deficiência ou alteração da vitamina B12 e/ou do ácido fólico) e anemia decorrente de doenças crônicas (OLIVEIRA et al., 2011). O risco nutricional acometido aos portadores de AIDS provoca a eliminação da função monocelular, o que pode ocasionar infecções oportunistas e, assim sendo, sem o tratamento adequado nutricional e medicamentoso pode ocorrer o desencadeamento da mortalidade nesses pacientes. Porém, nota-se que a nutrição possibilita a melhora da qualidade de vida dos pacientes portadores de HIV/AIDS e retarda o acometimento de complicações, sendo assim, essencial para o tratamento da patologia (PINTO et al., 2016). O diagnóstico para identificação do vírus se dá por meio de testes de detecção de anticorpos, detecção de antígenos, cultura viral, amplificação do genoma do vírus e testes rápidos (TR) (MS, 2016). Nota-se a importância de se realizar também testes de resistência aos medicamentos antirretrovirais (ARV), pois eles compõem a terapia medicamentosa da patologia, além disso, mulheres que desejam engravidar devem realizar os testes para detecção do vírus para que, caso positivado, inicie o tratamento afim de não prejudicar o bebê. Fato importante e curioso é que o Brasil foi o país em desenvolvimento pioneiro na distribuição de medicamentos gratuitos para o tratamento da AIDS. Esses medicamentos são os antirretrovirais (ARV), muito conhecidos nos dias atuais e distribuídos para os brasileiros a partir do sistema único de saúde (SUS). Pressupõe-se que cerca de 600 mil brasileiros estejam infectados pelo vírus HIV, e mais de ¼ deles utilizem os ARV fornecidos pelo SUS (LAGO & COSTA, 2010). 3.2 ESTÁGIOS DE INFECÇÃO PELO VÍRUS HIV De acordo com Brasil (2013) a infecção pelo HIV pode ser dividida em quatro estágios distintos, sendo eles iniciados pelos assintomáticos até a evolução para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS): Estágio 1: Síndrome da soroconversão aguda, sinais e sintomas: • No primeiro mês de exposição ao HIV apresenta sintomas de: febre e linfadenopatia; faringite; exatema maculopapular; úlceras orogenitais ou meningoencefalite. • Linfadenopatia generalizada persistente. • Assintomático, ou seja, sem sintomas relatados que possam estar relacionados a HIV/AIDS • Capacidade funcional 1 (completamente ativo ou assintomático). Estágio 2: período assintomático de latência clínica, sinais e sintomas: • Perda de peso inferior a 10% do peso corporal • Herpes-zóster • Manifestações mucocutâneas menores • Infecções recorrentes do trato respiratório superior • Capacidade funcional 2 (sintomático, mas quase completamente ativo). Estágio 3: Durante um período sintomático de desregulação imune e deficiência imunológica mais leve antes do desenvolvimento da síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS), sinais/sintomas: • Perda de peso de mais de 10% do peso corporal • Diarreia crônica por mais de 1 mês • Febre prolongada por mais de 1 mês • Cândida oral, candidíase vaginal crônica • Leucoplasiapilosa oral • Infecções bacterianas graves • Tuberculose pulmonar (TB) • Capacidade funcional 3 (no leito menos que 50% do último mês). Estágio 4: Com imunodeficiência grave e AIDS, sinais e sintomas: • Tuberculose extrapulmonar • Pneumonia por Pneumocystis jirovecii • Meningite criptocócica • Úlcera causada pelo vírus do herpes simples por mais de 1 mês • Candidíase esofagiana ou pulmonar • Toxoplasmose • Criptosporidiose • Isosporíase • Citomegalovírus • Síndrome de emaciação por infecção pelo HIV • Encefalopatia pelo HIV • Sarcoma de Kaposi • Leucoencefalopatia multifocal progressiva • Micose disseminada • Micobacteriose atípica • Bacteremia não tifoide por salmonela • Linfoma • Pneumonia recorrente • Carcinoma cervical invasivo • Capacidade funcional 4 (confinado ao leito mais de 50% do tempo). 4. MEDICAMENTOS E INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Os antirretrovirais são medicamentos indispensáveis no tratamento de uma pessoa portadora de HIV. Este tratamento é recomendado para todas as pessoas que possuem HIV que sejam sintomáticos, independentemente da contagem de linfócitos T-CD4+, e para aqueles assintomáticos com contagem de linfócitos T-CD4+ abaixo de 200/mm3 (Brasil, 2006). Com o avanço da terapia antirretroviral, houve uma melhora significativa no estado nutricional dos pacientes com HIV/Aids. Além disso, observa-se que aqueles com bom estado nutricional, possuem melhor resposta ao tratamento. Todavia, tanto os antirretrovirais quanto os fármacos empregados para tratamentos de infecções e comorbidades podem interagir com os nutrientes. Os nutrientes podem afetar a absorção, o metabolismo, a distribuição e a excreção dos fármacos, ademais, podem interferir na biodisponibilidade dos medicamentos por meio da modificação da acidez gástrica, do aumento ou da diminuição da velocidade do trato intestinal ou por interferir nas enzimas de metabolização no fígado (CUPPARI, 2014). Os principais objetivos do tratamento com antirretrovirais são, de acordo com Brasil (2006): • reduzir a morbidade associada ao HIV; • melhorar a qualidade de vida; • preservar o sistema imune do paciente; • reduzir a quantidade de vírus no organismo do paciente (redução da carga viral); • ajudar a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Segundo Kirchner e seus colaboradores (2022), os fitoterápicos também possui evidências de interações com medicamentos de terapia antirretroviral, como por exemplo: • Hortelã pimenta (Mentha x Piperita L.): Atua por inibição de enzimas citocromo P450, podendo aumentar a concentração plasmática do fármaco e seus efeitos adversos; • Unha de gato (Uncaria tomentosa): Atua na inibição de proteína aumentando biodisponibilidade e toxicidade. Tabela 3. Uso dos antirretrovirais e interação medicamentosa. MEDICAMENTO OBSERVAÇÃO DE USO INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS FONTE Abacavir (ABC) Utilizar com ou sem alimento (com alimento pode diminuir irritação GI). Álcool (etanol): pode reduzir a eliminação do ABC e aumentar risco de efeitos adversos Anti-inflamatórios não hormonais: pode ocorrer aumento da concentração plasmática dos anti-inflamatórios BRASIL, 2010 Atazanavir (ATV) Utilizar com alimento Esomeprazol, omeprazol, lansoprazol, pantoprazol e outros: não associar em nenhuma circunstância, pois reduz absorção do ATV. Não co-administrar com erva de São João (Hypericum), cápsula de alho, Ginseng, Ginkgo-biloba, Equinácea. BRASIL, 2010 Fonte: Autoras. Tabela 3.1. Uso dos antirretrovirais e interação medicamentosa. MEDICAMENTO OBSERVAÇÃO DE USO INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS FONTE Didanosina (DDI) Utilizar 30min antes ou 2h após refeição. Mastigar o comprimido completamente ou diluir na água. Não usar antiácidos de Al ou Mg. Evitar a ingestão de álcool (aumenta a incidência de pancreatite). Alimento diminui absorção do fármaco. BRASIL, 2006 Efavirenz (EFZ) Utilizar com ou sem alimento. Evitar alimento gorduroso (Cuppari, 2014) Não co-administrar com erva de São João (Hypericum), cápsula de alho, Ginseng, Ginkgo-biloba, Equinácea. Alimento gorduroso aumenta absorção do fármaco. BRASIL, 2006 Estavudina (D4T) Utilizar com ou sem alimento. Evitar a ingestão de álcool. BRASIL, 2006 Lamivudina (3TC) Utilizar com ou sem alimento. Evitar a ingestão de álcool. BRASIL, 2006 Lopinavir (LPV) Utilizar com alimento. Utilização com alimento melhora absorção do fármaco. BRASIL, 2006 Nevirapina (NVP) Utilizar com ou sem alimento Não co-administrar com erva de São João (Hypericum), cápsula de alho, Ginseng, Ginkgo-biloba, Equinácea. BRASIL, 2006 Ritonavir (RTV) Utilizar com alimento. O consumo de álcool é contra-indicado. Não co-administrar com erva de São João (Hypericum), cápsula de alho, Ginseng, Ginkgo - biloba, Equinácea. BRASIL, 2006 Tenofovir (TDF) Utilizar com alimento gorduroso (Cuppari, 2014). Evitar a ingestão de álcool BRASIL, 2006 Zidovudina (AZT) Utilizar com ou sem alimento, evitando os muito gordurosos. Dieta rica em gordura diminui a absorção do fármaco. Com seu uso, pode ser necessário a suplementação de Zinco. BRASIL, 2006 Fonte: Autoras. 5. EXAMES BIOQUÍMICOS IMPORTANTES Os exames bioquímicos são parâmetros de avaliação do estado nutricional, corroborando para o diagnóstico de doenças com sintomatologia clara ou não. Quando se trata da doença da infecção por HIV ou pela AIDS/SIDA, doença propriamente dita já manifestada, existem alguns exames principais para diagnóstico e manejo da patologia. De acordo com Williamson e Snyder (2015) tendo como valores de referência 12 a 16 g/dL, para mulheres, e 13,5 a 18,0 g/dL, para homens, a hemoglobina - Hb é a proteína respiratória dos eritrócitos, onde está contido o ferro que permite o transporte de oxigênio pelo sistema circulatório (SILVEIRA, 2015). Essa proteína encontra-se reduzida em todas as anemias (WILLIAMSON & SNYDER, 2015). Quando os valores do hematócrito se apresenta abaixo dos valores de referência ou muito próximos é importante que haja a observação de outros sintomas. Além dos déficits nutricionais, o hematócrito pode estar reduzido quando com hemorragia, hemólise, aberrações genéticas, doença renal ou naqueles que estejam tomando determinados fármacos capaz de diminuir os valores do exame, como os antivirais utilizados para o tratamento do HIV e AIDS (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2018). A ureia é um exame importante para avaliação excretora do rim e função metabólica do fígado, sendo aumentada em doença renal crônica, excesso de hidratação ou alto catabolismo das proteínas, e sendo diminuída na insuficiência hepática, gestantes e equilíbrio inverso de nitrogênio (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2018). A creatinina é sintetizada pelo fígado, captada pelo músculo para armazenamento de energia na forma de fosfato de creatina e degradada em creatinina para posterior secreção pelos rins (WILLIAMSON & SNYDER, 2015). A creatinina avalia o estado funcional dos rins, sendo suas taxas diminuídas em pacientes com risco nutricional e aumentadas em pacientes que passaram por traumas/cirurgias ou que apresentam doença renal crônica (MAHAN & ESCOTT- STUMP, 2018). Os valores de albumina indicam a gravidade da doença, estresse inflamatório, e é utilizado como um indicativo de mortalidade. Aumentado quando apresenta desidratação, diminuído em doença hepática ou inflamatória aguda. Os valores de proteínas totais indicam a relação entre albumina e globulina no sangue, sendo não confiável para determinação de estado nutricional (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2018). O exame de glicose é utilizado para rastrear diabetes e para monitorar pacientes com diabetes. Segundo Mahan & Escott-Stump (2018) os indivíduos que experimentam estresse grave porlesões ou cirurgia têm hiperglicemia relacionada com a liberação de catecolaminas. Ainda de acordo com Mahan & Escott-Stump (2018), os valores de colesterol total diminuídos indicam desnutrição, doenças hepáticas, hipertireoidismo e má absorção de nutrientes. Já quando citamos o exame de triglicérides, seus valores podem indicar intolerância à glicose se elevados. Tabela 4. Determinação dos exames bioquímicos para avaliação de HIV e AIDS. EXAMES IMPORTÂNCIA NA PATOLOGIA VALORES DE REFERÊNCIA FONTE HEMOGLOBINA E HEMATÓCRITO Normalmente se apresentam diminuídos por conta do efeito de processo viral, decorrente da terapia com antivirais específicos e do estado de anemia presente no paciente. 12,0 a 16,0 g/dL (Mulheres) 13,5 a 18,0 g/dL (Homens) Adaptado de BRASIL, 2006. TRIGLICÉRIDES Normalmente se apresentam diminuídos por conta do efeito de processo viral, decorrente da terapia com antivirais específicos. < 150 mg/dL (normal) 150 a 199 mg/dL (limítrofe) 200 a 499 mg/dL (alto) >/= 500 mg/dL (muito alto) Adaptado de NCEP, 2001; BRASIL, 2006. COLESTEROL TOTAL Normalmente se apresenta elevado pela má alimentação do paciente, porém, pode ser pelos efeitos colaterais dos medicamentos. É importante que seja realizado intervenção nutricional e/ou medicamentosa, pois, com os valores alterados há propensão a desenvolvimento de doenças cardiovasculares. < 200 (desejável) 200 a 239 (limítrofe) ≥ 240 (alto) Adaptado de NCEP, 2001; BRASIL, 2006. COLESTEROL HDL Normalmente se apresenta elevado pelo hábito alimentar do paciente, porém, pode advir de efeitos colaterais dos remédios. É importante que seja realizado intervenção nutricional e/ou medicamentosa, pois, com os valores alterados há propensão a desenvolvimento de DCV. < 40 mg/dL (alto risco) ≥ 60 mg/dL (baixo risco) Adaptado de NCEP, 2001; BRASIL, 2006. COLESTEROL LDL Normalmente se apresenta elevado pelo hábito alimentar do paciente, porém, pode aumentar por efeitos colaterais dos remédios. É importante que seja realizado intervenção nutricional e/ou medicamentosa, pois, com os valores alterados há propensão a desenvolvimento de DCV. < 100 mg/dL (ótimo) 100 a 129 mg/dL (bom) 130 a 159 mg/dL (limítrofe) 160 a 189 mg/dL (alto) ≥ 190 (muito alto) Adaptado de NCEP, 2001; BRASIL, 2006. Fonte: Autora. Tabela 4.1. Determinação dos exames bioquímicos para avaliação de HIV e AIDS. EXAMES IMPORTÂNCIA NA PATOLOGIA VALORES DE REFERÊNCIA FONTE PROTEÍNAS TOTAIS É importante para a avaliação do estado proteico visceral. Quando diminuídos apresenta indicação de má nutrição e/ou presença de infecções. Por possuir meia vida de 12 horas, o exame de proteínas totais avalia registro importante para avaliação do estado nutricional. 6,5 a 8,0 g% (normal) 6,0 a 6,5 g% (leve) 5,3 a 6,0 g% (moderado) < 5,3 g% (grave) Adaptado de ANTUNES, 1994; BRASIL, 2006. ALBUMINA É importante para a avaliação do estado proteico visceral. Quando diminuídos apresenta indicação de má nutrição e/ou presença de infecções. Fatores como o estresse, cirurgias e aumento do líquido celular podem aumentar seus valores. Por possuir meia vida de 20 dias não é considerado um bom marcador de desnutrição, sendo necessário a avaliação juntamente de outros parâmetros. >3,5 mg/dL (normal) 3,0 a 3,5 mg/dL (leve) 2,1 a 3,0 mg/dL (moderado) < 2,1 mg/dL (grave) Adaptado de ANTUNES, 1994; BRASIL, 2006. PRÉ-ALBUMINA É importante para a avaliação do estado proteico visceral. Quando diminuídos apresenta indicação de má nutrição e/ou presença de infecções. Se apresenta como bom parâmetro de avaliação de estado hipermetabólico, sendo depletada precocemente nessa situação. 15,7 - 29,6 mg/dL (normal) 10 a 15 mg/dL (leve) 5 a 10 mg/dL (moderado) < 5 mg/dL (grave) Adaptado de ANTUNES, 1994; BRASIL, 2006. TRANSFERRINA É importante para a avaliação do estado proteico visceral. Quando diminuídos apresenta indicação de má nutrição e/ou presença de infecções. É considerado um ótimo parâmetro para avaliação do estado nutricional. Quando baixo, pode apresentar desnutrição. 250 a 300 mg/dL (normal) 180 a 200 mg/dL (leve) 100 a 150 mg/dL (moderado) < 100 mg/dL (grave) Adaptado de ANTUNES, 1994; BRASIL, 2006. Fonte: Autora. Tabela 4.2. Determinação dos exames bioquímicos para avaliação de HIV e AIDS. EXAMES IMPORTÂNCIA NA PATOLOGIA VALORES DE REFERÊNCIA FONTE GLICEMIA E INSULINA Pacientes com HIV/AIDS podem apresentar valores altos nesses exames (hiperglicemia), pois têm a tendência de acometimento de diversos fatores metabólicos, como intolerância a glicose, aumento da resistência periférica à insulina e diabetes mellitus. Os pacientes que estão sendo tratados para pneumonia, decorrente da HIV/AIDS, podem apresentar hipoglicemia. 70 a 110 mg/dL (normal) 110 a 125 mg/dL (limítrofe) > 125 mg/dL (alto) Adaptado de BRASIL, 2006. UREIA E CREATININA Pacientes com HIV/AIDS tem a propensão a apresentar problemas renais e/ou hepáticos. Eles podem ser adquiridos após a infecção pelo HIV; nefrite ou hepatite; drogas nefrotóxicas ou hepatotóxicas; e insuficiência renal e/ou hepática previamente existentes. Ureia nitrogenada no sangue 8 a 25 mg/dL (normal) Creatinina 0,6 a 1,2 mg/dL (normal) Adaptado de ANTUNES, 1994; BRASIL, 2006. CONTAGEM DE CÉLULAS CD4 As células CD4+ são importantes indicativos da função do sistema imune e dos efeitos que o vírus do HIV tem causado no paciente. Normalmente é realizado o exame de 3 a 4 meses para manejo da patologia. < 350 células/mm³, sem sintomas (recomendado o tratamento) 350 a 500 células/mm³, sem sintomas (recomendado o tratamento) > 500 células/mm³, sem sintomas (tratamento optativo) Qualquer valor, sintomática (iniciar o tratamento) Gestante e nefropata com qualquer valor (iniciar tratamento) MAHAN & ESCOTT- STUMP, 2018. Fonte: Autora. 5.1 DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO HIV Tabela 5. Exames para diagnóstico de HIV/AIDS EXAMES IMPORTÂNCIA EXEMPLOS DETECÇÃO DE ANTICORPOS Conhecido como exame de primeira geração. Com seu formato indireto, esse exame consegue detectar anticorpos por um conjugado de anticorpo anti-IgG humana. Em sua fase sólida, os antígenos presentes advêm de um lisado viral de HIV. Atualmente não são utilizados por serem menos sensíveis e pouco específicos. Janela de soroconversão: 6 a 8 semanas. ELISA; Western-blot; Imunofluorecência indireta; Radioimunoprecipitação. DETECÇÃO DE ANTÍGENOS Conhecido como exame de segunda geração. Com seu formato indireto, faz o uso de antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos derivados de proteínas do HIV. Mais sensíveis e específicos, por conta da elevada concentração de proteínas importantes. Janela de soroconversão: 28 a 30 dias. Pesquisa de Antígeno p24 CULTURA VIRAL Conhecido como exame de terceira geração. Com seu formato imonumétrico, faz o uso antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos em sua fase sólida e na forma de conjugado. Esse exame contempla a detecção simultânea de anticorpos anti-HIV IgM e IgG. É um ensaio mais sensível e específico. Janela de soroconversão: 22 a 25 dias. Cultura de células mononucleares de sangue periférico para isolamento do HIV; Cultura quantitativa de células; Cultura quantitativa de plasma. AMPLIFICAÇÃO DO GENOMA DO VÍRUS Conhecido como exame de quarta geração. Com seu formato imonumétrico, pode detectar tanto o antígeno p24, quanto os anticorpos específicos anti-HIV. Considerado mais específicoe sensível. Janela de soroconversão: 15 dias. Reação de polimerase em cadeia (PCR) quantitativa; Amplificação de DNA em cadeia ramificada (branched-chain DNA ou bDNA); Amplificação seqüencial de ácidos nucleicos (nucleic acid sequence-based amplification ou NASBA) TESTES RÁPIDOS (TR) São imunoensaios (IE) realizados em cerca de 30 minutos, podendo ser aplicados em ambientes não laboratoriais. Detectam anticorpos anti-HIV. Dispositivos/tiras de imunocromatografia; Imunocromatografia de dupla migração (DPP); dispositivos de imunoconcentração; e fase sólida. Fonte: MS, 2016. 6. RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS Tabela 6. Recomendações nutricionais para indivíduos com HIV/AIDS NUTRIENTES Estágio A Assintomático/ peso estável Estágio B Sintomático / complicações do HIV, necessidade de ganho de peso Estágio C Infecções oportunistas e/ou AIDS (CD4<200) Estágio C com desnutrição grave Obesidade Energia (kcal/kg) 30 - 35 kcal/kg PA 35 - 40 kcal/kg PA 40 - 50 kcal/kg PA Iniciar com 20 kcal/kg PA, aumentar gradualmente evitando síndrome de realimentação 20 - 25 kcal/kg PAj Proteínas (g/kg) 1,1 - 1,5g/kg PA 15 - 2,0g/kg PA 2,0-2,5g/kg PA Aumentar gradualmente Utilizar PA para cálculo das recomendações Lipídeos (% VCT) 20 - 35% VCT CHO (% VCT) 45 - 65% VCT Fibras 25 - 30g/dia Hidratação 30 - 35 ml de água/ kg de peso corpóreo (aumentar a quantidade se, diarreia, vômito, febre ou sudorese) Vitaminas A, E, B6, B12 e zinco Não devem ser inferiores a 100% dos valores de ingestão dietética de referência (DRI – dietary reference intakes) + um suplemento básico de complexo B. Arginina (imunomodulador) É um aminoácido essencial em estado hipermetabólico Glutamina (imunomodulador) Possui efeitos benéficos em relação ao ganho de peso, massa magra, melhora da diarréia, SD4 e carga viral. Dose: 3 a 30 g/dia Fonte: Adaptado de Cuppari, 2014. Tabela 7. Recomendações nutricionais na gestação HIV/AIDS HIV ASSINTOMÁTICOS HIV FASE AGUDA FONTE Energia GET para mulher adulta + 10% do VET (Energia adicional HIV) + Energia adicional gestação Fase inicial: GET para mulher adulta + 20% do VET (Energia adicional HIV) + Energia adicional gestação Fase avançada: GET para mulher adulta + 30% do VET (Energia adicional HIV) + Energia adicional gestação BRASIL, 2010 Proteínas 60g/dia (semelhante às recomendações para gestantes não infectadas pelo HIV) BRASIL, 2010 Lipídeos Normolipídica BRASIL, 2010 Carboidratos Normoglicídica BRASIL, 2010 Ferro e ácido fólico Incentivar o uso de fontes de ferro heme, ferro não heme e vitamina C. Realizar suplementação de 300 mg de sulfato ferroso após a 20ª semana. Suplementação de ácido fólico – 400 µg/dia BRASIL, 2010 Cálcio Fazer o uso de 3 porções diárias de leite e derivados BRASIL, 2010 Vitamina A Não exceder a recomendação das DRIs. Suplementação pós- parto de 200.000 UI BRASIL, 2010 Fonte: Autoras. 7. CARDÁPIO PROPOSTO Tabela 8. Cardápio proposto para pacientes com HIV/AIDS em casa. REFEIÇÃO ALIMENTOS DESJEJUM Pão de forma com queijo branco e patê de atum Vitamina de abacate com sementes de abóbora ou girassol COLAÇÃO Mamão Pasta de amendoim ALMOÇO Frango ao molho branco com açafrão Abóbora refogada com azeite de oliva Arroz branco Feijão Mexerica LANCHE Pão de batata com requeijão Suco de laranja com acerola JANTAR Peixe grelhado Couve refogada com limão Arroz branco Feijão Goiaba CEIA Mingau de aveia com banana Fonte: Autora. Tabela 9. Cardápio proposto para pacientes com HIV/AIDS no hospital. REFEIÇÃO ALIMENTOS DESJEJUM Vitamina de maçã e aveia COLAÇÃO Biscoito integral de aveia Banana Suco de laranja ALMOÇO Carne de panela com cenoura Espinafre refogado Arroz branco Feijão Manga LANCHE Pão doce Iogurte sem lactose Mamão JANTAR Frango com molho de tomate Brócolis refogado Arroz branco Feijão Gelatina de morango sem açúcar CEIA Pão francês com mel Leite sem lactose gelado Fonte: Autora. A organização do cardápio do paciente deve ser individualizada e a frequência do aconselhamento nutricional determinada de acordo com as necessidades de cada paciente. As principais metas são otimizar o estado nutricional, a imunidade e o bem- estar, manter níveis adequados de massa magra, evitar deficiências de nutrientes, reduzir o risco de comorbidades e maximizar a eficácia dos tratamentos médico e farmacológico. Portanto, a triagem deve ser realizada em todos os pacientes clinicamente diagnosticados com HIV para identificar aqueles com risco de deficiências nutricionais ou que necessitam de dietoterapia (MAHAN & ESCOTT- STUMP, 2018). Para pessoas com o vírus HIV/AIDS, uma alimentação saudável e adequada às necessidades individuais, contribui para o aumento dos níveis dos linfócitos T CD4, melhorando a absorção intestinal, diminuindo os agravos provocados pela diarreia, perda de massa muscular, anorexia, má absorção, perda de peso, alterações da cavidade oral e esofágica, Síndrome da Lipodistrofia e todos os outros sintomas que podem ser minimizados ou revertidos por meio de uma alimentação balanceada (BRASIL, 2006). A alimentação dos pacientes com HIV/AIDS deve ter um cuidado especial tendo em vista seu sistema imunológico depletado, por isso, é essencial que os alimentos consumidos tenham o mínimo de contaminação possível, diminuindo a incidência de doenças oportunistas. Em relação a isso, a segurança dos alimentos deve ser considerada para auxiliar na manipulação dos alimentos consumidos, principalmente se tratando de hortaliças cruas, o que não é recomendado para pacientes imunossuprimidos por facilitar o risco de contaminações e doenças transmitidas por alimentos (BRASIL, 2006). Algumas práticas podem ser realizadas afim de proporcionar uma melhora do estado de saúde do paciente, sem prejudicar seu sistema imunológico, como preferir os alimentos cozidos, frutas cruas ou cozidas sem casca ou suco de frutas natural, alimentos ricos em potássio (banana, batata, carnes brancas), leite e derivados, uso de fibras solúveis para auxiliar quando apresentar obstipação, uso de gorduras ou óleos para aumentar a palatabilidade dos alimentos, e assim, proporcionar melhor aceitação do paciente, além de aumentar o aporte energético necessário, maior fracionamento das refeições com menor diminuição de volume, auxiliando na melhor aceitação do cardápio sugerido e permitindo a disponibilização de maior aporte nutricional, entre outras (BRASIL, 2006). De forma geral, pacientes com AIDS assintomáticos devem ter uma alimentação saudável, consumindo frutas e verduras todos os dias, consumindo leguminosas todos os dias possíveis, consumindo carnes, leite e derivados regularmente e ingerir boa quantidade de água. Nota-se também que os óleos e gorduras devem ser consumidos, afim de auxiliar no aporte energético necessário e melhorar a aceitação dos alimentos, pois indivíduos com esse tipo de patologia apresentam frequentemente perda de apetite (CASTRO, 2009). Quando o paciente apresentar sintomas gastrointestinais, como a diarreia, é interessante que seja incentivado a diminuição de leite e derivados e a troca pelos seus substituintes sem lactose, além da retirada de fibras insolúveis, como as cascas das frutas, gorduras e cafeína, pois esses alimentos podem ser irritativos para o trato gastrointestinais e podem dificultar na melhora dos efeitos colaterais dos medicamentos ARV (BRASIL, 2006). Os níveis diminuídos de antioxidantes no organismo de indivíduos portadores de HIV são comuns, isso porque o vírus atuante contribuipara o estresse oxidativo, demandando maior acervo de antioxidantes, porém, caso não haja reposição dessas substâncias, esse processo irá prejudicar a progressão da patologia. Nota-se também que os antioxidantes podem ser de origem endógena (produzidos pelo próprio organismo), que são os que normalmente se apresentaram diminuídos na patologia, e os de origem exógena (obtidos a partir da alimentação), que serão os responsáveis por suprir a carga de antioxidantes necessária (WILKINSON et al., 2018). Diante do exposto, a falta de alimentação, efeito colateral causado pelo tratamento da patologia, impossibilita o aporte de antioxidantes necessários, portanto, terapias secundárias ao uso dos antirretrovirais (ARV) são importantes para suprir as demandas requeridas pelo organismo do paciente. Evidencia-se que a obtenção dos antioxidantes exógenos pode advir de alimentos ou suplementos, sendo ambos bem descritos na literatura como auxiliares para o manejo da patologia conforme o estresse oxidativo. Os antioxidantes de destaque para a AIDS são vitamina C, vitamina E, selênio e zinco (WILKINSON et al., 2018). 8. REFERÊNCIAS ASBRAN - Associação Brasileira de Nutrição. Manual orientativo: sistematização do cuidado de nutrição. São Paulo, SP: ASBRAN, 2014. Disponível em: <https://www.asbran.org.br/storage/arquivos/PRONUTRI-SICNUT-VD.pdf>. Acesso em: 9 jul. 2022. ANTUNES, M. C.; SILVA, M. A.; LIMA, M. B. C. Determinantes do estado nutricional em pacientes com AIDS. JBM, 67:209-20, 1994. ASPEN - Board of Directors and the Clinical Guidelines Task Force. Guidelines for the use of parenteral and enteral nutrition in adult and pediatric patients. JPEN, 26, 1SA- 138SA, 2002. AXELROD, D.; KAZMERSKI, K.; IYER, K. Pediatric enteral nutrition. 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