Buscar

Cefaleia: diagnóstico e tratamento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

NEUROCIÊNCIA CLÍNICA
Cefaleia
Cefaleia
Quando fazemos o atendimento e a prescrição de um esquema terapêutico para um paciente com queixa de cefaleia, é importante ter em mente que cerca de 5% dos indivíduos que chegam à emergência com esta queixa apresentam cefaleia potencialmente grave — sendo fundamental, portanto, fazer o diagnóstico diferencial e descartar a possibilidade. No AVCh de sangramento subaracnóideo, por exemplo, a dor de cabeça pode ser a única queixa do paciente — apesar de chamar mais atenção pela sua extrema intensidade, rápida instalação e duração de pelo menos 48h.
A dor de cabeça pode ser tanto um sintoma, quanto a doença em si.
Cefaleias primárias: doenças causadas por uma predisposição biológica/genética nas quais a dor de cabeça é o sintoma mais importante; outros sintomas associados — fotofobia, fonofobia, osmofobia, náusea, sinais autonômicos cranianos.
1. Migrânea/enxaqueca
2. Cefaleia do tipo tensão
a. Significativamente prevalente (acometendo de 30% a 78% da população), mas pouco vista no consultório;
b. Tipicamente holocraniana, em pressão ou aperto e de intensidade fraca a moderada (não incapacitante);
c. As crises podem durar de 30 minutos a 7 dias;
d. Não piora com a atividade física rotineira;
e. Não está associada à náusea, mas pode acompanhar fotofobia ou fonofobia. 
		
Tratamento: para uma queixa simples e aguda, utiliza-se analgésicos comuns; quando o quadro persiste e perturba a rotina do paciente, utiliza-se antidepressivos tricíclicos em baixa dose (10, 25 a 50mg).
3. Cefaleias trigeminoautonômicas
a. Cefaleia em salvas (em cacho, em cluster): crises curtas, porém de dor excruciante; localização orbitária, supraorbitária ou temporal; unilateral em 97% dos casos; presença de sinais autonômicos cranianos ipsilaterais à dor (lacrimação, coriza, congestão nasal/rinorreia, ptose, edema da pálpebra ou da face, hiperemia conjuntival, inquietação motora); duração de 15 a 180 minutos, se não tratada; frequência varia de 1 crise a cada 2 dias até 8 crises por dia; ritmo: padrão circanual e circadiano; tratamento eficaz disponível.
i. Ativação da substância cinzenta e branca do Hipotálamo, interação com o grupo salivatório superior e com o gânglio esfenopalatino.
ii. Tratamento: oxigênio (alto fluxo, nível A), sumatriptano subcutâneo (nível A), sumatriptano nasal (nível B).
iii. Tratamento transicional: infiltração do nervo occipital maior com esteróides, esteróides orais.
4. Outras: da tosse, do exercício, relacionada à atividade sexual, em trovoada, por estímulo frio, por pressão externa, em facada, numular, hípnica, persistente e diária desde o ínicio (CPDI)
Cefaleias secundárias: distinguem-se, em relação à causa subjacente, em benignas (secundárias à quadros de gripe e sinusite, por exemplo) e potencialmente danosas (secundárias à hemorragias intracranianas ou quadros de meningite bacteriana, por exemplo).
1. Cefaleia atribuída a trauma ou lesão encefálica e/ou cervical;
2. Cefaleia atribuída a transtorno psiquiátrico;
3. Cefaleia atribuída a transtorno vascular craniano ou cervical;
4. Cefaleia atribuída a transtorno intracraniano não-vascular (humores, por exemplo);
5. Cefaleia atribuída a uma substância, ou à sua retirada;
6. Cefaleia atribuída a infecção;
7. Cefaleia atribuída a transtorno da homeostase (na diálise, por exemplo);
8. Cefaleia ou dor facial atribuída a transtorno do crânio, pescoço, olhos, ouvidos, nariz, seios da face, dentes, boca ou outra estrutura facial/craniana;
*Na hemorragia subaracnóidea, a dor de cabeça pode ser o único sintoma do paciente
	SNOOP4 → Para diagnosticar cefaleia secundária
	Systemic
	Sinais e sintomas sistêmicos (HIV, neoplasias, etc.)
	Neurologic
	Sinais neurológicos focais
	Onset
	Início súbito, pior cefaleia da vida
*O paciente com esta apresentação, mesmo mediante melhora da queixa com a medicação, não pode ser liberado!
	Older
	Início após os 50 anos de idade
	Previous
	Mudança do padrão prévio de dor de cabeça
	Postural
	Padrão postural (componente ortostático)
*Devemos pensar em hipotensão liquórica espontânea ou em uma cefaleia pós punção dural
	Precipitated
	Precipitada (e não piorada, como ocorre com a Migrânea) por manobra de Valsalva ou esforço físico
*Pensar em alguma patologia da fossa posterior → malformação de chiari, por exemplo
	Papilledema
	Edema de papila (hipertensão intracraniana)
	
	Para descartar cefaleia secundária:
	Cefaleias anteriores idênticas
	Ausência de outros sintomas (exceto náuseas, vômitos e foto/fonofobia, que podem estar relacionados à quadros primários de cefaleia)
	Nível de consciência preservado e comportamento adequado
	Ausência de dúvidas quanto aos sinais meníngeos
	Exame clínico normal, incluindo os sinais vitais
	Melhora durante a observação

Continue navegando