Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 Cefaleias Primárias • 90% dos adultos apresentam cefaleia em algum momento da vida – mais incidente em mulheres • Cefaleias primárias são um distúrbio em si e correspondem, 90%, à enxaqueca, cefaleia tensional e em salvas o Cefaleia tensional episódica é a mais comum – mas a mais diagnosticada na APS é enxaqueca o A cefaleia em salvas corresponde a < 1%, mas sempre leva a procurar ao atendimento • CEFALEIAS SECUNDÁRIAS são causadas por uma condição subjacente – alertar para sinais de alarme o Na APS 39% das cefaleias decorrem de condição sistêmica – febre, pico hipertensivo, sinusite o 5% neurológica – pós-trauma, hemorragia subaracnóidea, tumor cerebral, distúrbio vascular... FISIOPATOLOGIA • A dor acontece quando nociceptores periféricos são estimulados por lesão tecidual, distensão visceral... o Ou quando vias de produção da dor no sistema nervoso são lesionadas ou ativadas em excesso • Sensibilidade dolorosa da cabeça (vasos, mucosa, tecidos, músculos) feita por aferentes trigeminais primários o Pele, subcutâneo, músculos nervos, membranas, dentes e vasos sanguíneos maiores são sensíveis a dor – seios venosos, veias de maior calibre a dura mater, aa durais e do polígono de Willis • Fibras nervosas atingem o gânglio trigeminal (n. trigêmeo e oftálmico) e núcleos sensitivo do V par e da raiz espinal – subnúcleo caudal recebe aferentes, e projeta para regiões da regulação de funções autonômicas o Informação nociceptiva talâmica ascende p córtex sensorial e outras áreas do cérebro • Cefaleias Secundárias → estimulam via nociceptiva por meio de inflamação, compressão, etc • Cefaleias Primárias → ocorrem espontaneamente, com mediadores químicos envolvidos o Eventos iniciam com ativação periférica pelo extravasamento neurogênico do plasma ativado espontaneamente, ou pela depressão alastrante cortical o Complexo trigeminocervical é ativado → alodinia → estímulo não nocivo percebido como doloroso AVALIAÇÃO • Cefaleias episódicas ocorrem < 15x por mês – mais que isso são crônicas • Inclui a exclusão de condições subjacentes graves e a procura de outras causas secundarias • Determinação do tipo da cefaleia primária, a partir da história detalhada!! • Pode haver sobreposição de cefaleias, principalmente enxaqueca e tensional, e enxaqueca e sinusite • Um diário da cefaleia pode ajudar para o esclarecimento da condição • Exames de imagem não são necessários na maioria dos casos – apenas se sinais de alarme História • Deve incluir a idade, tempo e modo de início, presença ou ausência de aura/pródromos • Frequência, intensidade e duração da crise – e número de crises no mês • Qualidade, local e irradiação da dor – e o grau de incapacidade • Fatores precipitantes e aliviadores – melhora ou piora com certa posição ou atividades Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 o Relação comidas e álcool, ciclo menstrual o Associação com trauma recente ou fatores ambientais o Revisão de medicamentos, incluindo método anticoncepcional e hormônios exógenos • Estado geral e sintomas associados o Mudanças recentes na visão, sono, exercício, peso ou dieta • História familiar de enxaqueca • Resposta à tratamentos prévios Exame Físico • Avaliação geral da coluna cervical por movimento passivo • Palpação da cabeça, pescoço e região de ombros – tambem de artérias temporais e cervicais o Atentar para sopros carotídeos, olhos e cabeça a procura de malformações arteriovenosas • Pressão arterial e pulso, pesquisa do estado CV e renal • Exame neurológico avaliando estado mental, pares cranianos, fundoscopia e otoscopia o Simetria em testes motores, de reflexos, coordenação e sensório o Teste de Romberg ❖ BAIXO RISCO → idade <=50, HF similar, sintomas típicos de cefaleias primarias, exame físico e neurológico normal/não preocupante, ausência de mudança importante no padrão da cefaleia ou comorbidades de risco o SEM INDICAÇÃO DE EXAMES DE IMAGEM • Achados específicos no EF: • Cefaleia tensional – tensão de músculos pericraniano • Enxaqueca – hiperalgesia e alodinia (sensibilização primaria de nociceptores/neurônio trigeminos) • Trigeminoautonomicas – evidência de ativação autonômica ❖ SINAIS DE PERIGO → indicam investigação mais profunda, como RNM ou TC o Pior cefaleia da vida, primeira cefaleia intensa o Sintomas sistêmicos como febre o Vômitos que precedem / Papiledema o História de neoplasia / imunodepressão o Deficit neurológico incluindo rebaixamento de consciência o Início após trauma / Início súbito ou abrupto / Início após os 50 anos o Mudança no padrão da dor - dor progressiva ou apresentação atípica o Cefaleia posicional o Dor + hipersensibilidade local (por exemplo, artéria temporal) o Precipitada por espirros, tosse ou exercício o Gravidez ou puerpério o Dor ocular + fatores autonômicos o Uso abusivo de analgésicos • Achados específicos que sugerem fonte secundária de dor: • Dor estritamente unilateral que não muda de lado → dor de cabeça cervicogénica e cefaleia pós-traumática o Neoplasia ic, dissecção artéria cervical, arterite de células gigantes, trombose do seio venoso cerebral • Visão deficiente ou visão de halos em torno da luz sugere glaucoma com ângulo de fechamento subagudo Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 o Duração < 1h sem critérios p enxaqueca após 50 anos • Defeitos de campo visual – lesão da via optica • Perda súbita, grave e unilateral da visão – neurite optica – com dor de dias a horas • PIC elevada – embaçamento de visão na flexão frontal da cabeça, cefaleia ao acordar cedo que melhora ao sentar, visão dupla ou perda de coordenação o Tambem em cefaleias crônicas, diárias e progressivas • Cefaleia aliviada em curvatura e exacerbada em postura direita – hipotensão IC, fuga de LCR • Tumor cerebral - náuseas, vômitos, agravamento com curvatura corporal, déficit neurológico focal, papiledema, convulsão de recém-nascidos, e/ou alteração significativa do padrão anterior da dor • Feocromocitoma - cefaleia intermitente + sudorese generalizada, taquicardia, e/ou hipertensão prolongada • Cefaleia matinal é inespecífica e pode na cefaleia primária ou ser secundária a apneia do sono, bruxismo, DPOC, abstinência de cafeína, uso excessivo de medicamentos, e síndrome da obesidade-hipoventilação. EMERGENCIA • Cefaleia em trovoada → grave e de início súbito (atinge a intensidade máxima em < 1min após o início o Hemorragia subaracnoide • Dor aguda ou subaguda no pescoço ou cefaleia com síndrome de Horner / déficit neurológico → dissecção da artéria cervical, resulta frequentemente em AVC isquêmico ou AIT. • Suspeita de meningite ou encefalite → febre, alteração do estado mental com ou sem rigidez nucal • Aumento da PIC → acompanha papiledema bilateral, deficit neuro focal, náuseas e vômitos • Cefaleia com deficiência visual, dor periorbital ou oftalmoplegia pode indicar glaucoma agudo de fechamento angular, infecção, trombose do seio cavernoso, malformação arteriovenosa ou tumor • Cefaleia + exposição a monóxido de carbono INDICAÇÕES EXAMES COMPLEMENTARES • Exames de imagem indicados se sinais de perigo ou provável cefaleia secundaria • TC mais disponível, rápida e segura na emergência – identifica hemorragias e tumores • RM inicial é reservada para novas cefaleias com edema de disco óptico ou dor no trigémeo, cefaleia crônica com novas características, ou dor de cabeça no contexto de bandeiras vermelhas o Feita para estudo eletivo,sendo mais sensível para as causas secundarias o Para analisar vasos, a angiografia cerebral e cervical com TC/RM é adicional e requer contraste IV. • Imagem das órbitas e ouvido (base do crânio e pituitária), face, e maxila (seios paranasais), ou a articulação temporomandibular podem ser feitos na suspeita de dx subjacente anatomicamente • Punção lombar indicada com urgência na suspeita clínica de hemorragia subaracnóidea quando TAC negativa ou normal da cabeça – tambem se suspeita de etiologia infecciosa, inflamatória ou neoplásica Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 Cefaleia do Tipo Tensional • Mais prevalente entre as primarias – 42% da população adulta, impacto funcional em apenas 8% • Pico 30-39 anos, prevalência semelhante entre sexos • Possivelmente por sensibilidade aumentada das vias de dor, com ON podendo ser um gatilho molecular o Consequência de estímulo nocivo físico ou psicológico causando contração persistente da musculatura do crânio e nuca – com isquemia e dor • TTH episódica pouco frequente, com dores < 1 dia/mês • TTH episódica frequente, dores 1 a 14 dias por mês o Comum coexistir com enxaqueca sem aura • HTT crônica, com dores >= 15 dias /mês por > 3 meses ou > 180 dias/ano o Impacto maior na qualidade de vida, pctes abusam de analgésicos MANIFESTAÇÕES E DIAGNOSTICO • Cefaleia bilateral em pressão ou aperto, de intensidade leve a moderada, sem manifestações associadas o Que persiste de maneira mais ou menos contínua e intensa – de 30 min à 7 dias o Pode haver foto OU fonofobia • Surge geralmente no fim da tarde – estresse físico, muscular ou emocional, pode melhorar com atv física • EF normal – pode haver sensibilidade dolorosa pericraniana na palpação TRATAMENTO • Não há tratamento curativo, orientar sobre benignidade – alívio da dor em 2-4 horas • Aliviar e tratar comorbidades como TAG e depressão – estilo de vida saudável ❖ CTT episódica → analgésicos comuns (paracetamol e dipirona) e AINES, AAS o Graves ou sem resposta – antieméticos e analgésicos (cetorolaco 30mg, metoclopramida 10 mg) o Reavaliar o dx na ausência de resposta – enxaqueca s/ aura, TTH crônica... o Sintomas refratários – analgésicos simples + cafeína ❖ CTT crônica → acupuntura, TCC, técnicas de relaxamento, estimulação elétrica do nervo supraórbito • Profilaxia com amitriptilina 10-12,5 mg iniciada de forma gradual – retirando se melhora > 80% em 4-6 meses Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 Enxaqueca • Cefaleia primária herdada, geralmente unilateral, intensidade moderada a intensa, agravada pela atividade física de rotina, associada a náuseas e vômitos, e acompanhada de fotofobia e fonofobia o Dor ocorre a qualquer momento e persiste por 4-72 horas – com crises recorrentes • 12% da população geral – prevalência 30-50 anos, mulheres 2:1 – 70% dos pacientes têm HF positiva o Genes associados na enxaqueca com aura, enxaqueca hemiplégica familiar (canais iônicos) o Importância pela dor frequentemente incapacitante • Pctes sensíveis a estímulos ambientais e sensoriais → fatores gatilho como estresse, menstruação, estímulos visuais, fome, trocas de tempo, nitratos, vinho, distúrbios do sono... o Disfunção dos sistemas de controle sensitivos monoaminérgicos no tronco e hipotálamo • SUBTIPOS incluem enxaqueca com aura, hemiplégica, retiniana, vestibular, menstrual e crônica MANIFESTAÇÕES • Crise tem fases → premonitória/aura/cefaleia e sintomas associados/resolução • Sintomas do episódio variáveis entre indivíduos e entre crises no mesmo indivíduo ❖ Pródromo → 48h antes da dor – alteração de humor, irritabilidade, avidez por carboidratos, sonolência ❖ Aura → ocorre em 1/5 – fenômeno de excitação neuronal que se desloca pelo córtex cerebral, ativando aferentes trigeminais e alterando a permeabilidade da barreira hematoencefálica • Causando sintomas neurológicos reversíveis que precedem ou acompanham a dor o Iniciam gradualmente em ao menos 5 min e duram ate 60min o Sintomas visuais (90%, com escotomas cintilantes ou escuros), sensitivos, fala e linguagem, motores, tronco cerebral e retiniano (hemiparestesia, disfasia...) ❖ Cefaleia → geralmente unilateral – 2/3 região temporal anterior (canto interno ou atrás do globo ocular, fronte – tbm pode irradiar pra nuca, pescoço e ombro) • Tambem causada pela depressão cortical – inflamação neurogênica e maior sensibilidade de nociceptores... o Intensidade forte (prejuízo AVD), pulsátil ou latejante o Podendo ser acompanhada de náuseas, vômitos, foto e fonofobia, e osmofobia ❖ Resolução → alívio da cefaleia, com cansaço e exaustão, problema de concentração e desconforto (~1d) DIAGNOSTICO • Clínico, com imagem feita quando achados anormais no exame neurológico, sintomas atípicos e que não se encaixem nos critérios – ou fatores de risco para secundarias como imunodepressão CEFALEIA POR ABUSO DE ANALGÉSICOS • Cefaleia diariamente ou quase diariamente, muitas vezes ao acordar – local e características da dor variam • Náuseas, irritabilidade e dificuldade de concentração podem estar presentes ❖ CRITÉRIOS → cefaleia que ocorre ≥ 10-15 dias/mês em um pcte com cefaleia preexistente o Uso excessivo regular de ≥ 1 fármacos para tto agudo ou preventivo da cefaleia por > 3 meses o Ergotamina, triptanos, opioides ou analgésicos combinados tomados >= 10 dias/mês OU Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 o Único analgésico simples como paracetamol, dipirona, AAS ou AINE tomado >= 15 dias/mês o Nenhum outro tipo de cefaleia que explique melhor as manifestações clínicas ❖ TRATAMENTO • Prevenção da cefaleia subjacente • Interrupção do fármaco utilizado em excesso → pode aumentar frequência e intensidade das crises nas primeiras 4 semanas • Fármacos de resgate (antipsicóticos, corticoides, di-hidroergotamina) p cefaleia no período de abstinência • Depois de tratar, deve-se instruir os pctes a limitar o uso agudo de todos os fármacos contra cefaleia a o < 6 dias/mês para AINES, < 4 dias/mês para triptanos, ergotamina ou analgésicos combinados o Desencoraja-se o uso de fármacos anteriormente utilizados em excesso. • Terapia cognitiva, biofeedback e educação Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 TRATAMENTO CRISE • Considerar eficácia, efeitos adversos, contraindicações, intensidade e resposta prévia • Identificar e evitar gatilhos, estilo de vida regulado, tratar comorbidades – exercícios aeróbicos, TCC ❖ Crise leve → analgésicos e AINES (paracetamol, dipirona, naproxeno, ibuprofeno) ❖ Crise moderada a intensa → triptanos (sumatriptana, zolmitriptana, naratriptana), usados imediatamente quando a dor começar ou na aura – ou triptano + naproxeno o Considerar medicação EV/SC e antieméticos em casos graves o Ergotamina VO episódios recorrentes ou longos (e alternativa) ▪ Tto adjuvante dexametasona IV/IM para reduzir recorrência precoce ❖ Estado migranoso – crise típica de migrânea com duração > 72h → neuroléptico inibidor do receptor de dopamina (clorpromazina EV 0,1mg/kg e/ou cetorolaco, valproato TRATAMENTO PROFILÁTICO • Indicado quando 4+ crises por mês ou de longa duração (12+) horas, incapacidade significativa... • Meds iniciadas em dose baixa, aumentando gradualmente até ter benefício terapêutico/dose máxima • Usado até não haver mais crises, ou até 2 crises leves a moderadas por mês, que cessam com a medicação abortiva – geralmente18 a 24 meses de tto, fazendo o desmame após o B-bloqueadores – metoprolol e propanolol 160 mg/d ▪ Inibe norepinefrina e reduz atv catecolaminas, bloqueia síntese de oxido nítrico, reduz excitabilidade neuronal o Antidepressivos – amitriptilina (25-100mg), nortriptilina e venlafaxina o Antipiléticos – valproato de sódio e topiramato o Anticorpos monoclonais – antagonistas do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina, 1x/mês o Alternativas → BCC – flunarizina e verapramil, IECA, gabapentina Cefaleias Trigeminoautonômicas • Caracterizam-se por dor trigeminal associada à manifestações parassimpáticas autonômicas – sudorese, ptose, miose, hiperemia ocular, congestão nasal e/ou rinorreia. o Há estimulação do ramo V1 do nervo trigêmeo – ativa reflexos parassimpáticos cranianos • Devem ser diferenciadas das cefaleias de curta duração sem síndromes autonômicas proeminentes – neuralgia do trigêmeo, cefaleia primária em facada e cefaleia hípnica • O diagnostico se baseia na análise das crises → exames de imagem indicados para todos com CTA pois podem ser secundarias à infecções, malformações vasculares ou tumores EM SALVAS • Mais comum em homens (3:1), adultos jovens – mais rara (0,1%) o Pode ser desencadeada/agravada por ingesta alcoólica – 85% associada a apneia obstrutiva do sono o Associada ao tabagismo e TCE Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 • Crises de dor lancinante unilateral (orbitária, supraorbitária e/ou temporal) com pelo menos 1 sintoma autonômico ipsilateral e/ou agitação → crises de 15 a 180 min – 1 a cada 2 dias até 8x/dia o Hiperemia conjuntival, lacrimejamento, congestão e rinorreia, edema palpebral, sudorese facial, miose e ptose – alguns sintomas sensoriais podem ocorrer o SEM exacerbação com movimento • Episódica → crise de 6-12 semanas com remissões de pelo menos 3 meses • Crônica → ataques ocorrem por 1 ano ou mais, sem remissão (ou < 3 meses) • Diagnostico em pctes com critérios clínicos → RM com gadolínio para avaliação inicial em todos Tratamento • Conscientizar sobre a benignidade, apesar da intensidade da dor • Em alguns casos os episódios ocorrem em intervalos de tempo identificáveis – pode-se iniciar o tto antes ❖ Tto Agudo → O2 úmido a 100% 7-12 L/min em máscara com reservatório por 20 min o Tronco levemente fletido para frente, com cotovelos nas coxas o Sumatriptana 6 mg SC consegue abordar a crise (efeitos colaterais) o Alternativas – lidocaína intranasal, ergotaminas ❖ Transição → corticoides (prednisona 60 mg/dia por 8-10d) com posterior desmame ❖ Profilaxia → verapramil (dose inicial 240 mg fracionada em 3x/dia), topiramato, gabapentina e lítio o Instala o tratamento de transição + profilático de início para episódios de > 4 semanas (benefício) o Se episódios < 3sem inicia corticoide isolado – pred 60-100 mg 1x/d/3d, reduzindo 10mg a cada 3d • Condição que permanece ao longo da vida, mas ataques parecem diminuir com a idade HEMICRANIANA PAROXÍSTICA • Cefaleia episódica ou crônica (ataques diários sem remissão por pelo menos 1 mês, é a maioria) • Geralmente entre 35-45 anos, mulheres – rara ❖ Critérios → dor excruciante, pulsátil/queimação/pontadas, fronto-orbital, estritamente unilateral o Duração de 2 a 30 min, 1 até 40x ao dia (média 10x) o Ocorrência de ao menos 1 sinal autonômico – principalmente lacrimejamento, hiperemia conjuntival, congestão nasal ou rinorreia • Ddx com outras TACs e cefaleias secundarias – confirmada com um teste terapêutico o Neuroimagem sempre feita → se sá resposta, sintomas atípicos – testes de função hipofisária, hemograma, tela de vasculite, punção lombar, RX tórax • Tratamento com indometacina 25 mg 3x/dia por 3 dias (até 50mg) – resposta absoluta em até 48h • No tipo crônico há dor unilateral moderada e continua que oscila com crises agudas SINDROME SUNCT E SUNA ❖ SUNCT → cefaleia de curta duração, unilateral, neuralgiforme com hiperemia conjuntival e lacrimejamento • Duração de 5-250 segundos (~60s) → 3-200 crises por dia (mínimo 20 para diagnostico) o Mais comum em homens por volta de 30-60 anos Feito por Kamila Maragno Peruch Medicina UNESC – 192 ❖ SUNA → ccd unilateral, neuralgiforme com sintomas autonômicos (e hiperemia OU lacrimejamento) • A dor pode se dar de 4 formas – facadas únicas ou repetitivas, ataques serrilhados e do tipo platô • Suspeitada quando desencadeamento cutâneo das crises, ausência de período refratário e ausência de resposta à indometacina e O2 – alguns tem fatores precipitantes (movimentos do pescoço, pontos-gatilho) o Geralmente afeta o ramo oftálmico V1 e maxilar V2 do trigêmeo • Fazer exame de imagem – com avaliação da fossa posterior e estruturas hipofisárias Tratamento • Ataques agudos, frequentes e debilitantes → infusão IV de lidocaína (monitoramento com ECG) • Refratário ou intolerância (maioria) – ttos agudos usados para outras CAT podem ser tentados • Prevenção → quando dor menos intensa, ataques muito breves com longos intervalos ou dor interictal • Inicialmente lamotrigina – alternativas: oxcarbazepina, topiramato, carbamazepina, duloxetina, gabapentina • Bloqueios locais, procedimentos cirúrgicos ou neuromoduladores RESUMO FEITO COM BASE NO UPTODATE - 2023
Compartilhar