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Questões nefro UFRN 2020 1 Questões nefro UFRN 2020 54. Paciente idoso de 72 anos recebeu diagnóstico de mieloma múltiplo, após investigação de insuficiência renal, hipercalcemia e anemia. Chama atenção dos estudantes de Medicina o sumário de urina e exames do paciente, os quais são apresentados no quadro abaixo. Sumário de urina: pH = 5,5 ; densidade = 1015; Reação de fita: proteínas +, heme negativo, glicose +, nitrito negativo, urobilinogêneo negativo, esterase leucocitária negativa. Sem cristais, cilindros ou células.Hemograma: Hematócrito 27%; Leucócitos = 9200; Plaquetas 103.000. Bioquímica: Creatinina = 2,3 mg/dL; Ureia = 98 mg/dL; Sódio = 144 meq/L; Potássio = 3,1 meq/L; Glicemia = 87 mg/dL; Ácido úrico = 2,7 mg/dL; Cálcio = 12,1 mg/dL; Magnésio = 2,1 mg/dL; Fósforo = 2,7 mg/dL. Presença de proteinúria de Bence Jones. Nesse caso, a lesão que justifica os achados apresentados decorre de lesão A) vascular. - teria achado de hipertensão por exemplo B) intersticial. - apresenta leucocitúria devido a inflamação do tecido renal. C) glomerular. - Disfunções glomerulares cursam em geral com hematúria dismórfica, proteinúria e leucocitúria D) tubular. o paciente apresenta glicosúria mesmo com glicemia normal, apresenta redução de eletrólitos. A manifestação renal do mieloma pode ser Lesão de tubulo proximal ou nefropatia por cilindros (a qual pode ser tubular mais frequentemente ou glomerular). Questões nefro UFRN 2020 2 Na lesão tubular proximal o paciente terá redução dos eletrólitos porque não será possivel sua reabsorção no tubulo proximal que está lesado; o esperado no MM é que haja a reação de fita não detecte proteinúria, já que as proteínas ou imunoglobulinas produzidas são de cadeias leve e o exame só detecta albumina, mas quando se dosa a proteinúria detecta-se grande quantidade. 59. A Síndrome de Lise Tumoral (SLT), decorrente da destruição maciça de células neoplásicas e com elevado potencial de mortalidade, é uma complicação temível em pacientes oncológicos. Sobre o diagnóstico e manejo da SLT, considere as seguintes afirmações: Revisão do tema: A síndrome de lise tumoral representa as alterações clínico- laboratoriais resultantes da destruição maciça de células malignas e consequente liberação do conteúdo intracelular na circulação. Pode se desenvolver de forma espontânea (geralmente em neoplasias de alta taxa de replicação celular) ou secundária ao tratamento quimioterápico. As alterações laboratoriais decorrentes da liberação do conteúdo intracelular são:acidose metabólica hiperfosfatemia, hipercalemia, hiperuricemia, aumento de DHL, e hipocalcemia (o fósforo em excesso na corrente sanguínea se liga ao cálcio e precipita, reduzindo a fração de cálcio livre no sangue) → TUDO AUMENTA E SÓ O CALCIO CAI. Diagnóstico: Critérios de Cairo e Bishop: 2 critérios laboratoriais + 1 clinico Tratamento • hidratação venosa com grandes volumes de solução cristaloide. objetivo de débito urinário de 200-300mL/hora Questões nefro UFRN 2020 3 • Rasburicase: aumenta solubilidade do ácido úrico por transformá-lo em alantoína, impedindo a obstrução tubular causada pelo ácido urico •Alopurinol: reduz a formação de ácido úrico, no entanto, ele não atua dissolvendo os cristais já formados. •Alcalinização urinária: evidência controversa porque por um lado solubiliza ácido úrico, mas por outro, precipita o fosfato de cálcio , por isso não é uma medida muito difudida na prática clínica I síndrome de Lise Tumoral Laboratorial ocorre quando duas ou mais das seguintes anormalidades surgem espontaneamente ou após início de terapia oncológica: hiperuricemia, hipercalemia, hiperfosfatemia e hipercalcemia. II Síndrome de Lise Tumoral Clínica acontece quando a Síndrome de Lise Tumoral Laboratorial vem acompanhada de alguma complicação: elevação da creatinina, convulsões, arritmia cardíaca ou parada cardiorrespiratória. ✅ III Rasburicase ehidratação com fluidos intravenosos são recomendados como tratamento de primeira linha para pacientes com alto risco para Síndrome de Lise Tumoral Clínica.✅ IVA alcalinização urinária com bicarbonato de sódio aumenta a solubilidade do fosfato de cálcio nos túbulos renais, devendo ser indicada em pacientes com insuficiência renal, decorrente da Síndrome de Lise Tumoral. 60. Paciente do sexo masculino, 18 anos, recebeu diagnóstico de Diabetes Mellitus do tipo 1, após quadro de cetoacidose diabética, diagnosticada há 2 anos. Apresenta um quadro de anasarca de início insidioso há 3 meses. Refere início de edema em membros inferiores e face, com ganho de peso de aproximadamente 7 kg no período. Vem em tratamento regular com insulinoterapia e nega uso prévio de inibidores da enzima conversora da angiotensina, anti-inflamatórios ou hipolipemiantes.Os exames apresentados revelaram: Hb = 12,3g/dL leucócitos 6320 plaquetas 290.000. Creatinina = 0,6; Ureia = 67; Na = 131 ; K = 4,5; Albumina = 2,1; Colesterol total = 290; LDL = 178; TGL = 190.Glicemia de jejum = 115 ; Hemoglobina glicada = 7,0%. Questões nefro UFRN 2020 4 EAS: proteínas 4+, presença de corpúsculos ovais graxos, ausência de hematúria. A respeito do quadro apresentado, justifica-se A) repetir o sumário de urina e proceder biópsia renal apenas se identificada hematúria glomerular. B) realizar mapeamento da retina para diagnóstico associado de retinopatia e nefropatia diabética. C) realizar biópsia de rim para diagnóstico de glomerulopatia não relacionada ao diabetes. ✅D) solicitar pesquisa de complementos séricos e proceder biópsia de rim se resultados estiverem baixos. essa questão aborda um caso de um paciente jovem com tempo curto de diabetes (apenas 2 anos) e bom controle glicêmico (hemoglobina glicada 7%) que desenvolve um quadro de síndrome nefrótica. Como identificar se esse quadro é decorrente de uma nefropatia diabética ou outra glomerulopatia não diabética? O método padrão-ouro para identificar as alterações renais é a realização de biópsia renal: o exame histopatológico direto consegue diferenciar qual a doença primária lesando o rim!
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