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TXXIV Larissa Cardeal 7. HIPOPITUITARISMOS E TUMORES DA HIPÓFISE - a hipófise é uma glândula que está localizada na base do cérebro, muito pequena, do tamanho de uma ervilha - possui duas porções: | ANTERIOR = ADENOHIPÓFISE | POSTERIOR = NEUROHIPÓFISE - suas porções possuem origens embriológicas distintas e formam uma glândula única com o desenvolvimento | NEUROHIPÓFISE – é um prolongamento dos neurônios hipotalâmicos, particularmente dos núcleos supra ópticos e dos núcleos paraventriculares – produção de ADH e de ocitocina | ADENOHIPÓFISE = formada por uma população de células secretoras que encontram- se sob controle hipotalâmico > neurônios hipotalâmicos liberam fatores estimulatórios ou inibitórios da adenohipófise nos capilares (que se tornam vênulas e depois se recapilarizam na hipófise = SISTEMA PORTA-HIPOFISÁRIO) - se comunicam com o hipotálamo através da haste hipofisária - possuem relação próxima com o quiasma óptico > importante nas patologias - a hipófise encontra-se na base do crânio, em uma cavidade óssea em que se encontra alojada > local de alojamento da hipófise é denominado sela túrcica ou sela turca - há estruturas vasculares e o quiasma óptico próximo à hipófise - analogia: hipotálamo (pai); hipófise (mãe); órgãos (filhos) - a relação do hipotálamo com a hipófise é complexa - o ACTH é estimulado pelo CRH; o AVP (arginina- vasopressina) hipotalâmico também pode estimular a secreção hipofisária de ADH - secreção de LH e de FSH são estimuladas pela secreção pulsátil do GnRH hipotalâmico - secreção de GH é estimulado pelo GHRH (hormônio liberador de GH) e inibida pela somatostatina - secreção de TSH é estimulado pelo TRH, mas pode ser inibida por somatostatina - secreção de prolactina é predominantemente controlada por um tônus inibitório dopaminérgico, mas tem vias estimulatórias como VIP e TRH TXXIV Larissa Cardeal > TSH e PRL podem estar elevados no hipotireoidismo primário >> isso pode elevar a hiperprolactinemia no organismo - hipopituitarismo anterior (total ou parcial) > mais comuns - hipopituitarismo posterior (mais raro) - se há hipo misto = denominado pan- hipopituitarismo (mais raro) - tumor em região hipofisária que pode levar à deficiência ou nascer com problemáticas (sendo uma causa genética, por exemplo) - perda de 75% do parênquima da hipófise gera sintomas - adenomas hipofisários expansivos, que pressionam a hipófise podem produzir hipopituitarismo > o mais comum é a diminuição das gonadotrofinas > estão em ordem de incidência > a última afetada é a secreção de prolactina, visto que ela se encontra em tônus inibitório – em processos expansivos pode haver inibição do tônus dopaminérgico – última a sofrer disfunção | observar que a ordem de sequência de queda dos hormônios se dão até mesmo pela sequência de gravidade – ação da seleção natural - crise adrenal pode levar a morte - destaque: apoplexia hipofisária (etiologia vascular) > sangramento e necrose – acontece muito na presença de tumores da hipófise que podem sangrar e necrosar, podendo necrosar o restante da hipófise > “suicídio do tumor” > caso particular de apoplexia hipofisária ocorre na Síndrome de Sheehan – apoplexia hipofisária pós parto – ocorre pois, durante a gravidez, há estímulos para que a hipófise cresça (aumento de vascularização e tamanho da hipófise) | quando o parto ocorre de maneira normal, geralmente não ocorre a Sd de Sheehan, mas quando há parto traumático e a mãe tem sangramento importante (com sangramento e choque circulatório), pode haver apoplexia hipofisária (perda de vascularização suficiente para a hipófise) | a mãe evolui para agalactia pós parto | obs: nas hipofunções hormonais de origem central, a doença é diagnosticada com o encontro de dosagens baixas dos órgãos alvos - deficiência de gonadotrofinas = HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO - hiperprolactinemia é uma causa de hipogonadismo hipogonadotrófico >> tratar essa etiologia TXXIV Larissa Cardeal - mulher com hipotireoidismo primário pode ter oligorréia, amenorreia, disfunção de fertilidade, diminuição de libido - homem com hipotireoidismo primário pode ter diminuição de libido, disfunção erétil - insuficiência adrenal pode ser etiologia de hipogonadismo hipogonadotrófico > redução de pilificação e de libido - anorexia nervosa > distúrbio psiquiátrico de autopercepção do corporal – extrema magreza – mulher pode ficar amenorreica > amenorreia hipotalâmica (hipogonadismo hipogonadotrófico funcional) > trata-se o distúrbio psiquiátrico e retorna com a ingesta calórica - atletas olímpicos de alto rendimento pode levar à redução de massa gorda com baixo índice de adiposidade e estresse crônico > podem levar a um hipogonadismo hipogonadotrófico funcional > difícil tratamento, pois o ideal seria diminuir o nível de treinamento – deve-se começar reposição hormonal - há medicamentos que podem causar hipogonadismo hipogonadotrófico, especialmente anabolizantes com testosterona (muito efeito colateral – no homem pode dar ginecomastia, atrofia testicular, infertilidade) - testosterona e estradiol baixo - FSH e LH podem vir baixos ou normais - há opções de medicamentos injetáveis para o homem - para mulheres há opções de intradérmicos, adesivos, pílulas, injetáveis, implantes subcutâneos - o GH é importante para a manutenção da musculatura > deficiência pode gerar redução da massa magra - pode haver aparecimento de síndrome metabólica - o GH deve vir baixo, mas como tem liberação pulsátil, pode estar indetectável nas dosagens - IGF-1 é o hormônio do crescimento > dosagem mais importante – virá baixa em casos de deficiência de somatotrofina > sua concentração é mais estável - IGFBP3 proteína ligadora do IGF circulante TXXIV Larissa Cardeal > dosagem estará baixa - o IGF vindo baixo, deve-se fazer um teste confirmatório: TESTE DE TOLÊNCIA À INSULINA (ITT) > a introdução da insulina promove uma hipoglicemia no paciente – o organismo de pacientes sem deficiência de GH promove a liberação de outros hormônios que contrarregulam a hipoglicemia (cortisol e GH – hormônios hiperglicemiantes) > se frente a uma deficiência de GH, o indivíduo não responde ao teste > paciente deve estar com profissional ao lado e há riscos - sendo o ITT negativo, deve-se realizar um teste confirmatório: L-dopa ou glucagon > se positivo, confirma-se o diagnóstico - o tratamento é com o GH humano recombinante, aplicado de antes de dormir de forma semelhante à da insulina - obs: crianças com desnutrição crônica tendem a não crescer – IGF-1 dessas crianças é baixo > ao se renutrir essas crianças, o GH se restabelece e ela volta a crescer - obs: crianças com anemia (doença crônica) tendem a não crescer – IGF-1 dessas crianças é baixo - as manifestações clínicas de hipotireoidismo central são menos exuberantes, visto que a tireoide consegue manter de 10 a 15% sua produção hormonal, que ocorre independente da ação do TSH - T4 livre vem baixo, mas o TSH pode ainda estar normal e, por isso, pode não auxiliar no diagnóstico - tratamento com levotiroxina - monitoramento de hipotireoidismo central é feito com dosagem de T4 livre - deficiência da adrenal, com origem central - dosagem de ACTH fica baixa - TESTE DE TOLÊNCIA À INSULINA (ITT) > a introdução da insulina promove uma hipoglicemia no paciente – o organismo de pacientes sem deficiência de GH promove a liberação de outros hormônios que contrarregulam a hipoglicemia (cortisol e GH – hormônios hiperglicemiantes) > avaliação de resposta do cortisol frente à hipoglicemia >> ausênciade resposta do cortisol frente a uma hipoglicemia é confirmatória de deficiência de corticotrofina TXXIV Larissa Cardeal - tratamento com reposição controlada de corticoide - se a mulher tiver deficiência de prolactina, pode- se prescrever fórmula de leite para a criança - deficiência da hipófise posterior - promove desenvolvimento do diabetes insipidus (raro) > deficiência de ADH (vasopressina) – paciente terá diurese excessiva – há indivíduos que podem chegar a 6 a 8L/dia de diurese > manifestação de poliúria hipoosmolar– característica de urina não concentrada > osmolaridade sérica tende a ficar elevada pela perda de água na urina – como o paciente tem sede, bebe água e compensa a osmolaridade - como se trata de uma doença rara, deve-se pesquisar outras doenças antes > pode-se solicitar um balanço hídrico para avaliar se realmente há uma poliúria > dosar glicemia para descartar DM (causa mais comum > potomania – paciente acredita que precisa beber muita água por distúrbio psiquiátrico e urina muito, por essa causa - há medicamentos que geram poliúria também > diuréticos (furosemida), hidroclorotiazida, inibidores do GLT-2 - deve-se internar o paciente, fazer o TESTE DE RETENÇÃO HIDRICA (avalia capacidade do paciente de concentrar ou não a urina diante da desidratação) | paciente normal em retenção hídrica urina menos e concentra mais a urina | paciente com diabetes insipidus não tem essa capacidade > urina em grande volume com concentração alta e fica um pouco desidratado, observa-se também uma perda de peso corporal > durante o teste de restrição hídrica, deve-se fazer um teste terapêutico com desmopressina intranasal (spray) – atua como a vasopressina, concentra a urina do paciente e, assim, fecha-se o diagnóstico - sintomatologia diversa > paciente tem sintomas do tumor + sintomas da disfunção hormonal (que pode estar em excesso em tumores produtores, normais ou diminuídos em lesões compressivas) > tumor secretor mais comum é o prolactinoma > tumor secretor de GH gera acromegalia TXXIV Larissa Cardeal - são comuns alterações visuais por compressão do quiasma óptico - campimetria evidenciando hemianopsia temporal à esquerda e quandrantopsia temporal superior à D - cefaleia é pouco comum - compressão da haste pode inibir o tônus dopaminérgico que é inibitório sobre a prolactina > ocorre aumento da secreção de prolactina - ressonância de sela túrcica - quando o tumor é pequeno, há maior preocupação com hiperfunção; quando é maior, preocupa-se mais com efeito de massa (pode haver hiperprodução do hormônio que o tumor está produzindo e hipossecreção do resto por compressão da haste) - pode haver galactorreia espontânea ou à secreção - não é específica de prolactinoma, há outras causas de galactorreia - nem sempre há galactorreia na hiperprolactinemia - pode haver tumor secretor de GH + prolactina (tumor co-secretor) - os níveis de prolactina nos tumores macroprolactinomas tendem a ser mais altos; já nos microprolactinomas, tendem a ser mais baixos - o hipotireoidismo pode dar hiperprolactinemia, mas geralmente aumenta pouco os níveis de prolactina - é importante tentar avaliar as hipóteses diagnósticas de acordo com a quantidade hormonal TXXIV Larissa Cardeal | O efeito gancho se caracteriza pela presença de níveis falsamente baixos de prolactina (PRL), quando se empregam imunoensaios de dois sítios em pacientes com grandes prolactinomas e hiperprolactinemia muito acentuada. O efeito gancho pode ser identificado através de uma nova dosagem da PRL após diluição do soro a 1:100, quando se observará um aumento dramático do valor da PRL. Ele deve ser excluído em qualquer paciente com um macroadenoma e níveis séricos de PRL <200ng/mL. A macroprolactinemia responde por cerca de 10% dos casos de hiperprolactinemia. Resulta de um excesso de PRL polimérica (macroprolactina ou big big prolactin), cuja biodisponibilidade é diminuída. Assim, a maioria dos pacientes com macroprolactinemia não apresenta os sintomas clássicos da hiperprolactinemia e habitualmente não requerem tratamento. - hiperprolactinemia pode gerar distúrbios menstruais, galactorreia e aumento dos hormônios adrenais na mulher > o aumento dos hormônios adrenais gera acne e hirsutismo | pode ser confundido com SOP (Síndrome do ovário policístico – SOP é um diagnóstico de exclusão) - o padrão ouro do tratamento é Cabergolina - visualizar redução do tumor com o uso de Cabergolina pelo paciente - obesidade centrípeta, estrias violáceas, fácies Cushingoide, equimoses, giba, fraturas vertebrais, osteoporose - fácies acromegálica, acrocordons, aumento de extremidades
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