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MICROECONOMIA
Estruturas de Mercado
UNIDADE 04
Estruturas de mercado
UNIDADE 04
MICROECONOMIA
Sumário
Ponto de partida .....................................................................................................................
Roteiro do conhecimento ......................................................................................................
4.1 Recapitulando conteúdos ...............................................................................................
4.2 Conceito de Estruturas de Mercado .............................................................................
 4.2.1 Concorrência Pura ou Perfeita .........................................................................
 4.2.2 Monopólio ...........................................................................................................
 4.2.3 Oligopólio ............................................................................................................
4.3 Concorrência Monopolística ..........................................................................................
Glossário ..................................................................................................................................
4.4 Estruturas de mercado de fatores produtivos .............................................................
 4.4.1 Concorrência perfeita no mercado de fatores ..............................................
 4.4.2 Monopólio bilateral no mercado de fatores ..................................................
 4.4.3 Monopsônio (monopólio na compra de insumos) ........................................
 4.4.4 Oligopsônio (oligopólio na compra de insumos) ..........................................
4.5 Defesa da concorrência ..................................................................................................
Glossário ..................................................................................................................................
Aprenda um pouco mais ........................................................................................................
4.6 Análise de Equilíbrio Geral .............................................................................................
4.7 Teoria do Bem-Estar Econômico ....................................................................................
4.8 Falhas de mercado ...........................................................................................................
 4.8.1 Tipos de falhas .....................................................................................................
4.9 A existência do governo .................................................................................................
Pare e pense nisso ...................................................................................................................
Aprenda um pouco mais ........................................................................................................
O que aprendemos .................................................................................................................
Considerações finais ..............................................................................................................
Referências ..............................................................................................................................
PONTO DE PARTIDA
 Em primeiro lugar, gostaria de lhe dar os parabéns! A última unidade chegou! 
Esta unidade encerra nossos estudos de microeconomia.
 Vamos estudar as estruturas de mercado de bens e serviços finais. Nosso ob-
jetivo é conhecer um pouco mais como os mercados se caracterizam e como estão 
organizados. 
 Nesse sentido, a unidade está organizada da seguinte maneira: introdução, o 
conceito de estruturas de mercado, concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e 
concorrência monopolística.
 Depois, estudaremos a estrutura de mercado de fatores produtivos. O objeti-
vo é compreender como os mercados de fatores produtivos são caracterizados.
 Por fim, vamos compreender a teoria do equilíbrio geral e teoria do bem estar 
econômico.
 Vamos começar a unidade 4 com entusiasmo! Ótimo estudo!
ROTEIRO DO CONHECIMENTO
4.1 Recapitulando conteúdos
 Em primeiro lugar, precisamos lembrar o conceito de mercado, você lembra? 
Na unidade 2 estudamos: o mercado se forma no encontro entre demanda e oferta. 
 Quando estudamos sobre as estruturas de mercado, estamos estudando exa-
tamente sobre os mercados, pois existe uma interação entre oferta e demanda que 
é particular para cada tipo de estrutura. “[...] As interações entre oferta e demanda 
de determinado produto serão ditadas pela estrutura de mercado de cada bem em 
particular” (SOUZA, 2003, p.28). Assim, através da interação da oferta e demanda, 
o mercado é “estruturado”, organizado. 
 Existe um conjunto de elementos que caracterizam cada estrutura de mer-
cado, como o comportamento dos agentes da oferta e demanda, as características 
dos recursos produtivos e tipos dos produtos produzidos, como também o controle 
dos participantes sobre o preço, as possibilidades de concorrência extra preço e as 
condições para ingresso (entrada) de novos competidores no mercado. (ROSSETTI, 
2003)
 De maneira simplificada, vamos estudar três características básicas que defi-
nem, norteiam, as diferentes estruturas de mercado: 
 a) Número de agentes econômicos: refere-se a quantidade de ofertantes 
que atuam no mercado especificamente. 
 b) O tipo do produto: tanto os fatores de produção (matéria-prima), quanto 
os tipos de bens e serviços finais produzidos e oferecidos, podem ser homogêneos 
(iguais) ou heterogêneos (diferentes);
 c) Condições de acesso (entrada e saída) do mercado: refere-se a existên-
cia ou não de impedimentos para o ingresso ou abandono de determinada ativida-
de econômica. São conhecidas também como “barreiras de acesso aos mercados”.
 Assim, podemos compreender como está organizado, estruturado o mercado 
de bens e serviços e também de fatores de produção. O mercado de bens e serviços 
é o mercado de todos os tipos de bens finais e intermediários, como por exemplo: 
o pão é um bem final, pronto para o consumo, já os intermediários são “bens ma-
nufaturados ou matérias-primas processadas que são empregados para a produção 
de outros bens ou produtos finais. O lingote de aço é um exemplo” (SANDRONI, 
1999, p. 52). E também todo o tipo de prestação e serviços como saúde, educação 
e transporte. 
 Já o mercado de fatores de produção é o mercado dos recursos produtivos 
(recursos naturais, recursos humanos, capital, tecnologia e capacidade empresa-
rial). Este mercado possui diferentes estruturas que serão estudadas na próxima 
unidade.
 Nesta unidade especificamente vamos estudar as estruturas de mercado de 
bens e serviços. Vamos começar?
4.2 Conceito de Estruturas de Mercado
 Existem quatro estruturas básicas nos mercados de bens e serviços que de 
forma básica conceituam e diferenciam as estruturas de mercado: monopólio, oli-
gopólio, concorrência monopolística e concorrência pura ou perfeita (ROSSETTI, 
2003). Observe a figura a seguir:
Fonte: Byrns e Stone (1996, p. 188) adaptado pela autora.
 Observamos que o monopólio e a concorrência perfeita estão nos extremos 
opostos, enquanto a meio termo encontramos as estruturas – oligopólio - mais pró-
ximo do monopólio e concorrência monopolística, mais próxima da concorrên cia 
Assim, o monopólio e a concorrência pura ou perfeita são extremos
opostos. Enquanto o monopólio é altamente concentrado, a concorrência
pura ou perfeita é altamente desconcentrada.
 No meio da figura, estão as estruturas a meio termo. Mais próximo do mono-
pólio, está o oligopólio, sua posição na figura indica concentração menor que a do 
monopólio e maior que a da concorrência monopolística.
 A concorrência monopolística está mais à direita, mais próxima da concor-
rência pura ou perfeita, então, possui um grau de concentração menor que a do 
oligopólio,e maior que a concorrência pura ou perfeita.
 Vamos estudar agora cada uma de forma particular:
4.2.1 Concorrência Pura ou Perfeita
 São as seguintes as características que definem esta estrutura de mercado, de 
acordo com Rossetti (2003):
 1. Número de agentes econômicos: O número de agentes ofertantes e de-
mandantes é tão grande que nenhum pode modificar ou influenciar este mercado, 
seja no preço, extra preço ou outras características próprias desta estrutura. Suas 
decisões, quais forem, em nada interferem no mercado. Ou seja, as condições de 
equilíbrio de mercado não se modificam sob a ação de qualquer agente, os agen-
tes, individualmente, não influenciam às condições estabelecidas. A teoria econô-
mica utiliza o termo “atomização” para explicar a grande quantidade de agentes 
participantes nesta estrutura de mercado, em analogia a palavra “átomos” (que sig-
nifica a menor parte da matéria, que não pode ser dividida). A atomização significa, 
de acordo com Kupfer e Hasenclever (2002, p. 3) “ausência de poder de mercado; 
a empresa é tomadora de preços no mercado.” Esta expressão é utilizada para ex-
plicar que os agentes ofertantes e demandantes são como “átomos”, ou seja, são 
tantos que não podem ser contados. Se ingressarem ou desistirem do mercado em 
perfeita. 
 A flecha indica o grau da concentração das diferentes estruturas. O grau de 
concentração refere-se a quantas empresas atuam naquela estrutura específica 
do mercado. Quanto mais à direita, mais competitivo e menos concentrado é este 
mercado, ou seja, maior número de empresas atuam no mercado, dividindo-o. 
 Quanto mais à esquerda, menos competitivo e mais concentrado, ou seja, me-
nor o número de empresas que atuam nesta estrutura de mercado. No monopólio 
existe alta concentração, e o mercado é dominado por apenas uma empresa.
que atuam, não alteram suas condições.
 2. Tipo do produto: O bem ou serviço e também a matéria-prima são per-
feitamente homogêneos. Tanto o fator produtivo (matéria-prima) quanto o bem ou 
serviço final possuem perfeita homogeneidade, ou seja, não apresentam nenhuma 
diferença. Esta característica assegura a perfeita substitutibilidade, isto é, existem 
substitutos perfeitos, tanto para o fator produtivo (matéria-prima) quanto para o 
produto final.
 3. Condições de acesso (entrada e saída) do mercado: Os produtores po-
dem ingressar (entrada) ou abandonar (saída) o mercado a qualquer momento, sem 
que o mercado sofra interferência alguma desta atitude. A teoria econômica afirma 
que não existem barreiras (impedimentos de entrada ou saída), “técnicas, financei-
ras, legais, emocionais, ou de qualquer outra ordem” Rossetti (2003, p. 401).
 Pontos importantes a considerar na concorrência perfeita
 • Preços: o preço é encontrado livremente, através da atuação das forças de 
oferta e de procura, formado no mercado, é o preço de equilíbrio. Não existem ma-
nobras por parte dos produtores para praticar preços acima, nem abaixo do preço 
de equilíbrio.
 • Informações: compreendemos que neste tipo de estrutura, todas as infor-
mações sobre fornecedores, preços, entre outras, que podem influenciar o merca-
do de alguma maneira, são acessíveis a todos os agentes, sem nenhuma informação 
privilegiada por parte de algum agente. Dizemos neste sentido, que o mercado de 
concorrência perfeita é absolutamente transparente.
 Não há coordenação entre as empresas; as decisões são descentralizadas; as 
empresas são tomadoras de preços, pois elas não formam o preço do mercado; for-
mam o preço e a quantidade no ponto de equilíbrio; os lucros são maximizados 
(KUPFER e HASENCLEVER, 2002).
 Com estas características, a teoria econômica admite que a concorrência pura 
ou perfeita é apenas teórica. Não existe este tipo de estrutura na prática. Portanto, 
não encontramos exemplos que possam ser citados. 
 Poderíamos então nos perguntar, se esta estrutura não existe na prática, por-
que a estudamos? Ela é estudada porque é considerada uma “abstração teórica de 
referência. [...] promove a alocação eficiente e eficaz dos recursos, conciliando in-
teresses privados e públicos. [...] é o modelo de eficiência social.” (ROSSETTI, 2003, 
p.528). Um modelo a ser seguido pelas demais estruturas de mercado.
4.2.2 Monopólio
 Esta estrutura é o extremo oposto da concorrência pura ou perfeita. Existe na 
prática, e as suas características são:
 1. Número de agentes econômicos: apenas um ofertante atua neste mer-
cado. Por isto utiliza-se a expressão “unicidade”, existe UM ofertante apenas, para 
todos os demandantes. De acordo com Rossetti (2003, p. 402): “os conceitos de 
empresa e de ramo de atividade sobrepõe-se”. Ramo industrial e firma são expres-
sões que, neste caso, se equivalem.
 2. Tipo do produto: O produto que o monopolista oferece no mercado não 
possui substitutos próximos, ou seja, não existe similar.
 3. Condições de acesso (entrada e saída) do mercado: existem tantas bar-
reiras de acesso que, segundo Rossetti (2003, p. 402) “A entrada de um novo con-
corrente no mercado monopolista é, no limite, impossível. As barreiras de entra-
da são rigorosamente impeditivas.” As barreiras de acesso surgem em função de 
três critérios, que “justificam estruturas monopolistas de ‘exploração consentida’” 
(ROSSETTI, 2003, p. 504):
 3.1) Critério técnico: Existem algumas razões técnicas que admitem a existên-
cia de apenas um único produtor. Elas podem ser devido a processos de pesquisa e 
desenvolvimento, inovação, concessões técnicas. São exemplos de monopólio por 
critério técnico: patentes, direitos exclusivos de exploração, concessões de explo-
ração (ROSSETTI, 2003). 
 3.2) Critério estrutural: Devido aos custos elevados da implantação da uni-
dade produtora ou tamanho do mercado consumidor. É exemplo de monopólio por 
critério estrutural: linha de ônibus urbana em uma cidade de pequeno porte.
 3.3) Critério legal: Neste caso, a lei pode estabelecer que apenas um ofer-
tante atue no mercado, devido a determinadas explorações. São exemplos de mo-
nopólio por critério legal: segurança nacional (exército, aeronáutica e marinha), 
petróleo, urânio, gás natural, correios, casa da moeda.
 Fora estes três critérios, os monopólios são compreendidos como “não con-
sentidos”, ou seja, são os que se caracterizam por coalizões de empresas do mesmo 
setor, que se unem para monopolizarem determinado mercado. Este tipo de mo-
nopólio não se enquadra em nenhum dos critérios estudados e portanto, não “são 
consentidos” pelo governo. 
 Pontos importantes a considerar no monopólio
 • Preços: considera-se que o monopolista seja um “privilegiado”, pois como 
atua sozinho no mercado, não se preocupa com mecanismos extra preço. Admitem 
diminuir o preço quando precisam “melhorar a imagem pública” (ROSSETTI, 2003, 
p. 403).
 • Poder de mercado: Esta é uma condição que caracteriza o monopolista 
quanto ao preço e a quantidade, respectivamente: pode praticar preços ou mesmo 
produzir em uma determinada quantidade com escalas de produção que desesti-
mulem o ingresso de novos concorrentes; obter ao máximo os lucros (ROSSETTI, 
2003). Esta expressão “poder de mercado”, de acordo com Kupfer e Hasenclever 
(2002, p. 3), significa: “concentração da produção”.
 Compreendemos que neste tipo de estrutura, informações sobre fornecedo-
res, preços, custos, processos produtivos, quantidade produzida, entre outras infor-
mações da empresa são guardados dentro de “caixas pretas” (ROSSETTI, 2003, p. 
403). Ou seja, não são abertas e divulgadas pela empresa.
4.2.3 Oligopólio
 Esta é uma estrutura de mercado que está entre o monopólio e a concorrên-
cia perfeita, logo, “os conceitos são mais flexíveis” (ROSSETTI, 2003, p. 403). Pode-
mos encontrar na prática tipos diferentes de oligopólio. Vamos caracterizar este 
tipo de estrutura de mercado:
 1. Número de agentes econômicos: os ofertantes em geral são em número 
reduzido, mas, existem oligopólios com números de ofertantes bem variáveis, de-
pendendo dos setores produtivos a que pertencem.
 2. Tipodo produto: existem oligopólios com produtos diferenciados e tam-
bém oligopólios com produtos padronizados. De acordo com Rossetti (2003), exis-
tem os oligopólios: concentrado; diferenciado; diferenciado-concentrado e com-
petitivo.
 3.Condições de acesso (entrada e saída) do mercado: conseguir ingressar 
em um mercado oligopolista é algo considerado muito difícil. Não é tão impossí-
vel quanto o monopólio, nem tão fácil quanto a concorrência monopolística. As 
barreiras, geralmente são: “escalas de produção, altas exigências de capital para o 
estabelecimento de novos concorrentes. Domínio de tecnologia de processos [...], 
marcas e imagem.” (ROSSETTI, 2003, p. 404).
 Pontos importantes a considerar no oligopólio
 • Preço: O controle sobre o preço geralmente é grande. Existem acordos en-
tre os ofertantes quanto ao preço praticado no mercado. Entre os diversos tipos de 
acordos o mais conhecido é a formação de cartel. Ocorre também o contrário, nos 
oligopólios pode acontecer a chamada “guerra de preços” em que os ofertantes se 
tornam rivais, prejudicando-se mutuamente.
 • Rivalização: Dependendo do setor produtivo, existem ofertantes que são 
fortes rivais entre si, assim como existem os que se unem para colaborarem mutua-
mente.
 Devemos lembrar sempre que estamos estudando uma estrutura de merca
do a meio termo, entre o monopólio e a concorrência monopólio. Assim, também 
as informações sobre a empresa estão a meio termo. Não estão em “caixas pretas” 
como no monopólio, nem são tão abertas ao público como na concorrência perfei-
ta. Dependendo do tipo do produto (concentrado ou padronizado), as informações 
se tornam mais abertas ou menos abertas ao acesso do público.
4.3 Concorrência Monopolística
 Em 1930, Edward E. Chamberlin observou que na prática a grande maioria do 
mercado era “uma combinação de duas estruturas referenciais – o monopólio e 
a concorrência perfeita.” (ROSSETTI, 2003, p. 405) Assim, surgiram os estudos da 
concorrência monopolística, uma estrutura a meio termo, mais próxima da concor-
rência perfeita devido às suas características, mais próxima da realidade. Vamos 
entendê-la: 
 1. Número de agentes econômicos: é elevado o número de ofertantes, isto 
quer dizer que, a capacidade de competição entre os ofertantes é relativamen-
te próxima. A teoria econômica explica que nesta estrutura, o número de agentes 
econômicos fica entre a “atomização da concorrência perfeita e [...] o oligopólio.” 
(ROSSETTI, 2003, p. 405)
 2. Tipo do produto: os produtos são diferenciados. Esta é a característica que 
mais se destaca. Às vezes pode acontecer até que o produto ou a matéria-prima 
não apresentem diferenciação, então, para que um ofertante possa ser diferente 
do outro, ele oferece “serviços que se associam ao produto, formas de atendimen-
to, localização do concorrente, condições, marcas e imagem.” (ROSSETTI, 2003, p. 
406)
 3. Condições de acesso (entrada e saída) do mercado: Considera-se que as 
condições de acesso sejam baixas, é possível ingressar ou mesmo sair do mercado. 
 Pontos importantes a considerar na concorrência monopolística
 • Preço: Nesta estrutura utiliza-se a expressão preço-prêmio, que indica que 
o concorrente conseguiu fazer com que a diferenciação fosse percebida pelos con-
sumidores que adquiriram o produto, mesmo no meio de tanta concorrência. Logo, 
este ofertante que conseguiu efetivamente vender seu produto, foi premiado, den-
tre tantos outros. Mas manter esta capacidade é importante, pois precisa sempre 
reunir qualidades superiores à qualidade dos demais concorrentes. Mas, não é uma 
situação dominante, pois existe alta substitutibilidade dos produtos concorrentes 
(ROSSETTI, 2003).
 • Produtos substitutos: “Os produtos de todos os concorrentes substituem-
-se entre si” (ROSSETTI, 2003, p. 406). Mesmo compreendendo que a substituição 
não é perfeita, mas possível. Como o mercado é “fatiado”, ou seja, muito concorri-
do, há ameaça pelos concorrentes mais próximos.
 O adjetivo monopolista advém da diferenciação ou do produto, ou da maté-
ria-prima, ou do serviço prestado. Quanto maior a diferenciação maior o poder de 
monopolização.
 Agora, comparemos os tipos de estruturas de mercado. 
 Alguns exemplos
 a) Concorrência Pura ou Perfeita: não existem exemplos.
 b) Monopólio: metrô urbano, transporte ferroviário, exploração de serviços 
e instalações nucleares; pesquisa, refino, importação e exportação de petróleo e 
gás natural; Correios; Casa da Moeda; segurança nacional (Exército, Aeronáutica e 
Marinha).
 c) Oligopólio: Indústrias de alimentos; produtos de matérias plásticas e têx-
teis; as indústrias automobilísticas; química de base, petroquímica, mineração, 
metalurgia, siderúrgica; celulose e papel; serviços bancários; indústria de eletro-
domésticos; empresas aéreas; companhias telefônicas; redes de rádio e televisão; 
produtos farmacêuticos e de higiene; artefatos de madeira, móveis; artefatos de 
borracha; geração, transmissão e transformação de energia; transporte rodoviário 
de passageiros, de cargas; navegação (ROSSETTI, 2003).
 d) Concorrência monopolística: lojas de vestuário, padarias, postos de ga-
solina.
Glossário
 Altamente concentrado: domina o mercado sozinho.
 Altamente desconcentrado: não tem domínio sobre o mercado.
 Cartel: Grupo de empresas independentes que formalizam um acordo para 
sua atuação coordenada, com vistas a interesses comuns. [...] Os objetivos mais co-
muns são: controle do nível de produção e das condições de venda; fixação e con-
trole de preços (SANDRONI, 1999, p. 84).
 Agora, vamos estudar especificamente a estrutura de mercado de fatores de 
produção, ou matéria-prima. Vamos começar?
4.4 Estruturas de mercado de fatores produtivos
 Compreendemos facilmente que o mercado de bens e serviços, que estuda-
mos há pouco, precisa do mercado de fatores de produção (matéria-prima) para 
o processo produtivo. Se os consumidores de bens e serviços finais elevarem suas 
aquisições, o mercado de fatores produtivos também é aquecido (SOUZA, 2003).
Os mercados de fatores de produção são os mercados de mão-de-obra,
de matérias-primas e de outros insumos de produção (PINDYCK e
RUBINFELD, 2002).
 Estas estruturas de mercado de fatores produtivos possuem muita semelhan-
ça com o que já estudamos até agora, pois, “as mesmas forças que determinam a 
oferta e demanda dos mercados de produtos também influenciam os mercados de 
fatores.”. (PINDYCK e RUBINFELD, 2002, p. 503)
 As demandas das estruturas de mercado de fatores produtivos, são diferentes 
das demandas dos consumidores por bens e serviços, são consideradas:
“[...] Demandas derivadas, pois dependem e derivam do nível de produção
de uma empresa e dos custos dos insumos” (PINDYCK e RUBINFELD, 2002,
p. 504).
 São quatro as estruturas de mercado de fatores produtivos: concorrência per-
feita, monopsônio, oligopsônio e monopólio bilateral. (VASCONCELLOS e GARCIA, 
2004) Conforme as estruturas de mercado de bens e serviços finais, nestas estrutu-
ras de fatores de produção, também podemos observar na figura a seguir os graus 
de “poder de mercado” (competitividade) que cada um possui.
Monopólio
bilateral Monopsônio Oligopsônio
Concorrência
Perfeita
MERCADO COM PODER DE MONOPÓLIO MERCADO COMPETITIVO
Fonte: Elaborada pela autora.
 
 A figura demonstra as quatro estruturas de fatores de produção, compara-
das quanto a maior ou menor competitividade. Observe que existem dois extremos 
opostos: a concorrência perfeita do mercado de fatores de produção e o monopó-
lio bilateral. A flecha indica que a concorrência perfeita participa de um mercado 
totalmente competitivo, enquanto o monopólio bilateral participa de um mercado 
com poder de monopólio, ou seja, não é competitivo.
 As duas estruturas a meio termo são o oligopsônio, uma estrutura caracteriza-
da com menor grau de competitividade que dá concorrência perfeita, mas que não 
possui poder de monopólio como o monopólio bilateral. Já o monopsônio é uma 
estrutura que se assemelhaao monopólio bilateral, mas com um poder de monopó-
lio menor.
 Neste tipo de estrutura de mercado a principal característica de diferencia-
ção será o número de ofertantes e demandantes que participam do mercado de 
fatores de produção. Vamos então caracterizar cada estrutura.
4.4.1 Concorrência perfeita no mercado de fatores
 A estrutura do mercado de fatores de concorrência perfeita é caracterizada 
por:
 1. Número de agentes no mercado: muitos ofertantes e muitos demandan-
tes. São tantos que podem ser considerados abundantes. 
 Assim, por exemplo, se o fator de produção for mão-de-obra (fator trabalho), 
e se for abundante (muitos ofertantes e muitos demandantes), não existe poder de 
influenciar o preço, que é determinado pela força da oferta e da demanda. 
 • Preço do fator produtivo é constante.
 • Não existe condições dos produtores fixarem preços, pois, são tomadores 
de preços.
 • A curva de demanda é negativamente inclinada, igual a curva de demanda 
por bens e serviços. Pois, o preço do fator de produção é inversamente proporcio-
nal à demanda pelo fator de produção. 
4.4.2 Monopólio bilateral no mercado de fatores
 A estrutura do mercado de fatores de monopólio bilateral é caracterizada 
por:
 1. Número de agentes no mercado: um comprador e um vendedor. Assim, 
podemos utilizar um exemplo muito ilustrativo e simples que pode esclarecer me-
lhor: a empresa X encomenda uma determinada matéria-prima (um tipo de aço), 
que apenas a empresa Y produz. Neste caso compreende-se que a empresa X é 
monopsonista, pois, apenas esta empresa, ou seja, UMA única empresa encomenda 
especificamente um tipo de aço, portanto é a única demandante, a única compra-
dora neste mercado. Logo, a empresa Y, é monopolista, pois apenas esta empresa 
produz e fornece este tipo de aço, portanto é o único ofertante neste mercado 
(VASCONCELLOS e GARCIA, 2004).
 • Preços de mercado: são determinados pelos fatores econômicos, e tam-
bém do poder de negociação dos dois agentes, o ofertante e o demandante. Po-
demos compreender facilmente que o monopsonista (demandante) faz tentativas 
para pagar o preço mais baixo (usando a força de ser o único comprador), e o mo-
nopolista (vendedor) faz tentativas para vender por um preço mais elevado (usando 
o poder de ser o único fornecedor) (VASCONCELLOS e GARCIA, 2004).
4.4.3 Monopsônio (monopólio na compra de insumos)
 
 A estrutura do mercado de fatores de monopólio bilateral (monopólio na 
compra de insumos) é caracterizada por:
 1. Número de agentes no mercado: um comprador para muitos vendedo-
res. Assim, por exemplo, uma determinada empresa é a única demandante do fator 
de produção mão-de-obra de uma pequena cidade. A empresa é a única que em-
prega a totalidade da mão-de-obra local. (VASCONCELLOS e GARCIA, 2004)
 • Preço: o preço do fator de produção poderá variar dependendo das quan-
tidades adquiridas. Existe a necessidade dos vendedores adaptarem preços e quan-
tidades dos insumos. Logo, o comprador poderá adquirir o fator de produção com 
um preço mais baixo do que se adquirisse em um mercado competitivo.
 • Poder: nesta estrutura, existe o poder de monopsônio, assim como o poder 
do monopólio, é fonte de lucro para seu detentor.
4.4.4 Oligopsônio (oligopólio na compra de insumos)
 
 A estrutura do mercado de fatores do oligopsônio (oligopólio na compra de 
insumos) é caracterizada por:
 1. Número de agentes no mercado: poucos compradores e muitos ven-
dedores. Assim, por exemplo, indústrias de laticínios, são poucas empresas que, 
adquirem a maior parte do leite dos produtores rurais locais. (VASCONCELLOS e 
GARCIA, 2004)
 • Preço: o preço do fator de produção está sob o controle dos poucos com-
pradores. Pode existir um maior ganho por parte dos compradores e um menor 
ganho por parte dos vendedores.
 • Quantidade: a quantidade adquirida de um fator de produção depende da 
necessidade do comprador, o que pode não ser interessante para os vendedores 
em determinado período de tempo.
4.5 Defesa da concorrência
 A defesa da concorrência no Brasil iniciou em 1960, objetivando limitar o po-
der de mercado das empresas, promover a concorrência e coibir abusos do poder 
econômico.
 Através da Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994, constituiu-se o Sistema Bra-
sileiro de Defesa da Concorrência (SBDC). O Sistema é responsável pela “promoção 
de uma economia competitiva, por meio da prevenção e da repressão de ações que 
possam limitar ou prejudicar a livre concorrência no Brasil.”. (MINISTÉRIO DA JUS-
TIÇA, 2014a) O SBDC conta com a seguinte estrutura:
 a) Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE): é a autorida-
de concorrencial, composta pelos seguintes órgãos:
 • Tribunal Administrativo de Defesa Econômica: órgão judicante;
 • Superintendência-Geral: órgão executivo, de monitoramento de mercado 
e investigativo, o qual substitui e incorpora as atribuições da Secretaria de Direito 
Econômico;
 • Departamento de Estudos Econômicos: órgão de assessoramento técnico 
em matéria econômica;
 b) Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE): órgão consultivo 
de caráter técnico-financeiro, subordinado ao Ministério da Fazenda, incumbido 
de promover a advocacia e a cultura da concorrência.
 A importância de uma legislação específica para a concorrência no mercado 
está no sentido de proporcionar ao consumidor o acesso aos bens e serviços tanto 
com qualidade assegurada, quanto com menores preços, obtidos através da con-
corrência entre os ofertantes. Assim, o Estado pode assegurar que não aconteçam 
atos abusivos no mercado, como controle de preços e quantidades (FIGUEIREDO, 
2013).
 São consideradas condutas anticompetitivas, segundo o Ministério Da Justiça 
(2014a):
 • Abuso de Posição Dominante: de acordo com a lei da defesa da concorrên-
cia, Lei n. 8.884/94, “posição dominante de mercado é ‘presumida’ quando uma 
empresa ou grupo de empresas controla 20% de mercado relevante.”.
 O Ministério da Justiça (2014) enumera as práticas abusivas:
 a) Acordos de exclusividade com fornecedores ou distribuidores: o acesso por 
concorrentes a insumos ou canais de distribuição é dificultado;
 b) Discriminação ou recusa no fornecimento de bens e serviços a concorren-
tes atuais ou potenciais;
 c) Dificultar injustificadamente o licenciamento de tecnologias;
 d) Obrigação de aquisição de produtos em conjunto (venda casada);
 e) Cobrança de preços abaixo do custo, para exclusão de concorrentes (preço 
predatório);
 f) Oferecimento de descontos a distribuidores que tenham o efeito de impe-
dir a entrada de novos fornecedores;
 g) Destruição de matérias primas sem justa causa (açambarcamento).
 O cartel, compreendido como “acordo explícito ou implícito entre concor-
rentes para [...] fixação de preços ou quotas de produção, divisão de clientes e de 
mercados de atuação.” Com objetivo de eliminar a concorrência, e aumentar os 
preços, é uma prática anticompetitiva descrita pelo Ministério Da Justiça (2014b).
 Compreendemos que existem ainda os seguintes tipos de práticas anticom-
petitivas:
 • Fusão: “União de duas ou mais companhias, formando uma única grande 
empresa sob controle administrativo da maior ou mais próspera delas.” (SANDRO-
NI, 1999, p.259)
 • Fusão horizontal: “Fusão de duas empresas que produzem o mesmo pro-
duto no mercado. Por exemplo, duas empresas que produzem cerveja.” (SANDRO-
NI, 1999, p.259)
 • Fusão vertical: “Fusão de duas empresas que produz produtos que perten-
cem a diferentes etapas do processo produtivo. Por exemplo, quando uma empresa 
que produz calçados se funde com uma empresa que vende calçados” (SANDRONI, 
1999, p. 259).
 Nesse sentido, para coibir práticas anticompetitivas foi publicado o GUIA 
PARA ANÁLISE ECONÔMICA DE ATOS DE CONCENTRAÇÃO HORIZONTAL, no 
Diário Oficial da União nº 158-E, em 17 de agosto de 2001. Através da Portaria nº 
50, de 1º de agosto de 2001, da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Mi-
nistério da Fazenda e da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça.
 O objetivo do Guiaé orientar os procedimentos e determinar os princípios na 
análise de atos de concentração horizontal. Menos para atos ou contratos como, 
por exemplo: acordos explícitos ou tácitos; joint-ventures; acordos ou contratos de 
distribuição exclusiva; restrição territorial; entre outros.
 Nesse sentido, o Guia esclarece que para a análise da existência de concen-
tração econômica, a SEAE e SDE adotam cinco etapas principais (MINISTÉRIO DA 
JUSTIÇA, 2014, p. 6): 
 1. Etapa I: Definição de mercado relevante;
 2. Etapa II: Determinação da parcela de mercado sob controle das empresas 
requerentes;
 3. Etapa III: Exame da probabilidade de exercício de poder de mercado;
 4. Etapa IV: Exame das eficiências econômicas gerados pelo ato;
 5. Etapa V: Avaliação da relação entre custos e benefícios derivados da con-
centração e emissão de parecer final. 
 São consideradas empresas participantes do mercado as que efetivamente 
produzem ou vendem no mercado relevante. Os dados podem ser referentes à ca-
pacidade produtiva, ao volume de vendas ou ao valor das vendas. 
 Considera-se a existência de concentração sempre que resultar em uma par-
ticipação igual ou superior a 20% do mercado relevante (conforme art. 20, §2º, da 
Lei nº 8.884/94); quando a soma da participação de mercado das quatro maiores 
empresas (C4) for igual ou superior a 75%; e se a participação da nova empresa for-
mada for igual ou superior a 10% do mercado relevante (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 
2014b).
Glossário
 Concentração horizontal: quando um grupo se une para controlar um único 
setor, o mesmo ramo de atividade.
 Concentração vertical: refere-se a empresas que pertencem a diferentes 
setores, mas complementares.
 Mercado relevante: Refere-se a uma unidade de análise, quanto ao produto 
e a dimensão geográfica, para avaliação do poder de mercado. (Ministério da Jus-
tiça, 2013a).
Aprenda um pouco mais
 Vamos ampliar nossos conhecimentos! 
Empresômetro
Perfil Empresarial Brasileiro, em 30 de setembro de 2013
IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário)
 Com o objetivo de exemplificarmos o que estudamos até aqui, vamos estudar 
alguns dos dados apresentados no documento elaborado pelo IBPT (Instituto Bra-
sileiro de Planejamento Tributário), que apresenta o Perfil Empresarial Brasileiro, 
com dados atualizados em 30 de setembro de 2013.
 a) Empresas brasileiras por região: a Tabela a seguir demonstra o total de 
empresas por região.
 Observamos na tabela acima, que a região Sudeste apresentou 49,67% do to-
tal das empresas brasileiras, seguida da região Sul, com 18,59% e a região Nordeste 
com 18,14%. A região com menor participação foi a região Norte, com 5,17%.
 b) Empresas brasileiras por estado: a Tabela a seguir demostra o total de 
empresas por estado.
 Podemos observar que, do total das empresas brasileiras por estado, o estado 
com maior número de empresas é o estado de São Paulo, com 29, 11% das empre-
sas brasileiras. Em segundo e terceiro lugar, ficaram respectivamente, Minas Gerais 
com 10,16%, e Rio de Janeiro, com 8,38%. O estado do Paraná ficou em quinto lu-
gar com 6,67%. Já o estado de Roraima apresentou o menor percentual, 0,19%.
 c) Empresas brasileiras por setor: a tabela a seguir demonstra a participa-
ção das empresas brasileiras nos diferentes setores da atividade econômica.
 Observamos na tabela acima que o setor de serviços participa com 45,19% 
do total dos setores da atividade econômica no Brasil, seguidos pelo comércio 
(41,79%), e a indústria (7,17%). 
 d) Empresas brasileiras por faturamento: a tabela a seguir demonstra a 
participação das empresas brasileiras por faturamento, em 2012.
 Compreendemos que a indústria foi o setor que mais apresentou faturamen-
to, 28,26%, seguida do comércio (26,35%) e serviços (19,23%). As entidades públi-
cas e privadas foram as que menos participaram (3,49%).
 Sucintamente, o estudo conclui que, o maior número de empresas está no se-
tor de serviços com mais de 7,2 milhões dos estabelecimentos (45,19% do total); o 
maior número de empresas, com quase 1,5 milhão de estabelecimentos (9,33% do 
total) encontram-se na cidade de São Paulo; o comércio varejista de artigos do ves-
tuário e acessórios apresentam o maior número de empresas, com mais de 1 milhão 
de estabelecimentos (6,39% do total).
 Os microempreendedores individuais, microempresas e empresas de peque-
no porte totalizam 74% de todos os empreendimentos ativos, mas apresentam 15% 
do faturamento empresarial; as empresas brasileiras são em sua maioria familiares. 
(Empresômetro, 2013)
Fonte: IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário). Empresômetro (disponível em: www. https://
www.ibpt.org.br).
4.6 Análise de Equilíbrio Geral
 O pioneiro na análise do equilíbrio geral é Antoine Augustin Cournot, ma-
temático e economista francês. Em sua obra, Princípios Matemáticos da Teoria da 
Riqueza (1838), iniciou a sistematização formal da economia, sendo o pioneiro a 
usar funções matemáticas para descrever conceitos econômicos, tais como deman-
da, oferta e preço. Foi ele quem observou que o sistema econômico faz parte de 
um conjunto em que todas as partes que o compõe relacionam-se e influenciam-se 
mutuamente (ARAÚJO, 1988).
 Estudamos, nas unidades anteriores, os mercados, a teoria do comportamen-
to do consumidor e a teoria do comportamento da firma, sempre de uma maneira 
parcial isto é, como preços e quantidades de equilíbrio são encontrados, indepen-
dente dos efeitos que poderiam ser causados por outros mercados. Agora, na aná-
lise do equilíbrio geral, compreende-se que os agentes econômicos, consumidores, 
produtores, ofertantes de fatores produtivos são interdependentes (FERGUSON, 
2003).
“A análise de Equilíbrio Geral determina os preços e as quantidades em
todos os mercados simultaneamente” (PINDYCK e RUBINFELD, 2002).
 Nesse sentido, admite-se, por exemplo, que possa acontecer um determina-
do ajuste de preço ou quantidade em um determinado mercado, devido a ajustes 
de preço e quantidade em outros mercados. Pindyck e Rubinfeld, (2002, p. 568 
e 569), analisam dois mercados competitivos e interdependentes para explicar o 
equilíbrio geral: Aluguel de fitas de vídeo e ingressos de cinema. Vamos compreen-
der o exemplo proposto:
 1. Bens: Aluguel de fitas de vídeo e ingressos de cinema;
 2. Uma variação de R$1,00 de imposto sobre cada ingresso de cinema, au-
mentará a demanda por fitas de vídeo;
 3. Esta é uma análise parcial;
 4. Na Análise do Equilíbrio Geral é possível,
 (I) examinar o efeito do imposto sobre os ingressos no mercado de vídeo: Um 
preço mais elevado para os ingressos devido ao imposto faz com que haja um au-
mento no preço da locação de fitas;
 (II) verificar os efeitos de feedback do mercado de vídeo sobre o mercado de 
ingressos: O aumento no preço das fitas de vídeo aumenta a demanda por ingressos 
de cinema;
 5. Estes efeitos serão contínuos;
 6. As fitas de vídeo e os ingressos de cinema são bens substitutos. Você lembra 
este conceito? Bem substituto é aquele bem que substitui o consumo de outro bem, 
ou seja, supre a mesma necessidade;
 7. A determinação do preço e da quantidade de equilíbrio (equilíbrio geral) 
deverá ser simultânea (mercado de ingressos e de fita de vídeo).
 Nesta altura do nosso estudo, você poderia estar se perguntando: para que 
serve um modelo de equilíbrio geral? Qual sua aplicabilidade prática? A resposta a 
essas indagações é: a análise do equilíbrio geral é importante para os formuladores 
de políticas públicas. É possível assim, analisar as políticas que afetam diferentes 
setores, compreendendo que uma determinada política (aumento de imposto, por 
exemplo) pode ter um efeito positivo (arrecadação de impostos), e negativo (dimi-
nuir a quantidade de venda de um determinado bem).
 Assim, compreendemos que existe interação contínua entre demandantes e 
ofertantes, que buscam da melhor maneira possível atingir seus objetivos, conforme 
estudamos nas unidades do comportamento do consumidor e do comportamentoda firma. Sabemos então que os agentes buscam maximizar, ou seja, alcançar da 
melhor maneira possível seus objetivos. 
 As firmas pretendem obter lucros, os consumidores, adquirir a maior quanti-
dade de produtos com qualidade, ao menor nível possível de preços. Existem obje-
tivos opostos entre os agentes, que interagem e se influenciam mutuamente. Nes-
se sentido, encontram-se os estudos da análise de equilíbrio geral. Assim vamos 
compreender no próximo item como obter eficiência nas trocas entre os agentes 
econômicos.
4.7 Teoria do Bem-Estar Econômico
 A Teoria do Bem-Estar Econômico compreende que o bem estar pode ocorrer 
quando existe eficiência nas trocas e na produção. Uma condição ideal seria a prá-
tica da concorrência perfeita, pois o mercado encontraria o preço e a quantidade 
de equilíbrio, livremente, através da interação da oferta e demanda, sem a inter-
venção do Estado. Mas, compreendemos que na prática, não existe a concorrência 
perfeita. Então como compreender a eficiência nas trocas?
A eficiência nas trocas de bens e serviços, de acordo com o exemplo de Pindyck e 
Rubinfeld (2002, p. 572), é assim compreendida:
 1. Dois consumidores;
 2. Cada um possui uma mercadoria;
 3. Se trocarem as mercadorias entre si, ambos poderão ter um aumento em 
seu bem-estar;
 4. Esta é uma situação economicamente ineficiente.
 Mas, então, como explicar uma troca eficiente?
 O economista italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), desenvolveu o conceito 
de Eficiência ou Ótimo de Pareto. É exatamente aqui que se explicam as trocas efi-
cientes:
Ótimo de Pareto: é impossível melhorar a situação de algum indivíduo,
sem piorar a situação de outro (FERGUSON, 2003).
 Precisamos compreender que no Ótimo de Pareto não se supõem necessaria-
mente um aspecto socialmente benéfico. As trocas entre consumidores dependem 
da “capacidade de negociação das duas partes” (PINDYCK e RUBINFELD, 2002, p. 
576). Supondo-se que, se não ficarem contentes com alguma negociação, poderão 
procurar um vendedor que atenda suas expectativas.
 Entendemos que as trocas acontecem nos mercados, e que “existem algumas 
circunstâncias conhecidas como ‘falhas de mercado’, que impedem que ocorra uma 
situação de ótimo de Pareto.” (GIAMBIAGI E ALÉM, 2000, p. 24) 
4.8 Falhas de mercado
 Quando estudamos sobre a atividade econômica, estamos nos referindo so-
bre os recursos produtivos (recursos naturais, recursos humanos, capital, tecnologia 
e capacidade empresarial), seu emprego e transformação em bens e serviços finais.
 A evolução da própria sociedade modificou os modos de produção, o consu-
mo, a vida em sociedade. Assim, modificaram-se também as funções do governo 
a partir do século XX. Não apenas quanto “à regulação da economia, ofertando 
bens públicos, como educação, saúde e segurança, como também bens privados, a 
exemplo de produtos siderúrgicos, energia e transportes.” (SOUZA, 2003).
 Assim, admitimos que o Estado intervenha quando possam ocorrer imperfei-
ções da concorrência, que também conhecemos como “falha de mercado” ocorre 
quando os mecanismos de mercado, não regulados pelo estado e deixados livre-
mente ao seu próprio funcionamento, originam resultados econômicos não efi-
cientes ou indesejáveis do ponto de vista social.
 Uma falha de mercado é compreendida como:
Efeitos sobre terceiros, ou sobre a sociedade como um todo, causados
pelas ações ou comportamentos de agentes envolvidos em determinado
ato econômico.
 Estas falhas são geralmente provocadas pelas imperfeições do mercado, no-
meadamente informação incompleta dos agentes econômicos, custos de transa-
ções elevadas, existência de exterioridades e ocorrência de estruturas de mercado 
do tipo concorrência imperfeita. 
4.8.1 Tipos de falhas
 As falhas de mercado são:
 a) Existência de bens públicos: quando as pessoas não são capazes de re-
solver os problemas das externalidades privadamente, o governo frequentemente 
entra em ação.
 Mas, mesmo assim, a sociedade não pode deixar completamente de lado to-
das as forças do mercado. Mais exatamente, o governo pode abordar o problema 
exigindo que os tomadores de decisão arquem totalmente com os custos de suas 
ações. Uma vez identificam uma “falha” no funcionamento do mercado livre, as-
sume-se, de forma geralmente implícita, que o governo, naturalmente dotado de 
boas intenções, tem ao seu dispor os meios, os conhecimentos e as capacidades 
necessárias para, intervindo no mercado (economia), estabeleça uma situação so-
cialmente mais vantajosa. 
 Bens públicos não são nem excludentes nem vitais. Ou seja, as pessoas não 
podem ser impedidas de usar um bem público e, isso não reduz a disponibilidade 
dele, podendo ser utilizado por outras pessoas sem prejuízo de nenhuma delas. 
 b) Falha de competição, em que existem monopólios naturais: conforme 
já estudamos sobre os monopólios, às vezes em função do tamanho do mercado, 
pode ser que seja mais vantajoso apenas um produtor atuar naquele mercado. O 
que poderia se justificar em função dos custos de produção. Exemplo: distribuição 
de energia elétrica.
 Nesse caso, o governo poderia:
 (I) regular os monopólios naturais, impedindo abusos de mercado, como alta 
nos preços;
 (II) ele mesmo produzir o bem ou serviço (GIAMBIAGI E ALÉM, 2000).
 c) Externalidades: “a ação de um indivíduo ou de uma empresa afeta dire-
ta ou indiretamente outros agentes do sistema econômico.”. (GIAMBIAGI E ALÉM, 
2000, p. 26) Essas ações podem ser negativas, ou positivas:
 • Externalidade negativa: a ação causa dano, aos demais agentes, ou ao meio 
ambiente, o que elevam os custos. Exemplo: algumas fábricas emitem poluição.
 • Externalidade positiva: a ação beneficia os demais agentes, ou o meio am-
biente. Exemplo: população mais instruída.
 As externalidades referem-se à compensação do impacto da ação de uma 
pessoa sobre o bem estar de outras que não participam da ação. Elas ocorrem quan-
do alguém exerce uma atividade que influencia o bem estar de outras pessoas e 
não recebe, nem paga nenhuma compensação por aquele efeito. 
 d) Mercados incompletos: um bem não é produzido, mesmo que “o custo 
de produção esteja abaixo do preço que os potenciais consumidores estariam dis-
postos a pagar.”. (GIAMBIAGI E ALÉM, 2000, p. 27) Às vezes o setor privado não 
assume determinados riscos, deixando para o Estado a responsabilidade. Exemplo: 
industrialização acelerada de um país que esteja atrasado. (GIAMBIAGI E ALÉM, 
2000)
 e) Falhas de informação: ocorre quando uma parte de uma transação tem 
mais acesso à informação relevante do que outra. Frequentemente, o vendedor de 
determinado produto conhece mais a respeito da qualidade do produto do que o 
comprador. Os trabalhadores geralmente conhecem suas próprias habilidades me-
lhor do que os empregadores. Mostrando assim que cada responsável pelo seu bem 
respectivo conhece mais a respeito dele. 
 Isso mostra que geralmente uma parte entende mais do produto do que a 
outra, as Informações Assimétricas explicam a razão de que muitos arranjos institu-
cionais ocorrem na nossa sociedade. 
 Ela explica por que as empresas oferecem garantias para seus próprios pro-
dutos, por que empresas e funcionários assinam contratos que incluem incentivos 
e recompensas e por que acionistas devem monitorar o comportamento dos admi-
nistradores de empresas.
 Diariamente temos notícias de intervenções do governo na economia, o go-
verno decide onde gastar os recursos públicos, também estipula qual vai ser a meta 
da inflação utilizada, determina o percentual da taxa de juros básica da economia e 
vários outros fatores que integram a economia, todos estes fatores são determinan-
tes para influenciar a vida do cidadão brasileiro. O mundo vem se tornando cada 
vez mais complexo de forma que o governo é indispensável para regular a econo-
mia, promover a estabilidade do nível de produção, do emprego e dos preços. 
 O mercado competitivo gera uma situação eficiente, mas isso é uma visão 
idealizada do sistema, na realidade existem algumas circunstânciasque são conhe-
cidas como falha de mercado que impedem que ocorra uma situação ótima. O go-
verno existe para guiar corrigir e complementar o sistema de mercado, resolvendo 
as falhas existentes. 
 f) Desemprego e inflação: são problemas em que existem politicas próprias 
à disposição do governo para solucioná-las.
4.9 A existência do governo
 A teoria econômica compreende que em um sistema econômico capitalista, o 
governo tem como responsabilidade, “guiar, corrigir e complementar o sistema de 
mercado que, sozinho, não é capaz de desempenhar todas as funções econômicas.” 
(GIAMBIAGI E ALÉM, 2000).
 O governo através da política fiscal assume três funções que são básicas em 
um sistema econômico (GIAMBIAGI E ALÉM, 2000): (a) função alocativa; (b) função 
distributiva e (c) função estabilizadora. Vamos compreendê-las melhor!
 Primeiro, vamos conceituar política fiscal: “refere-se a todos os instrumentos 
de que o governo dispõe para arrecadar tributos (política tributária) e controlar 
suas despesas (política de gastos).” (VASCONCELLOS E GARCIA, 2004, p. 91).
 Através da política fiscal, o governo assume três funções básicas:
 a) Função alocativa: refere-se ao fornecimento de bens públicos. Assim, o 
governo deve: “determinar o tipo e a quantidade de bens públicos a serem oferta-
dos e calcular o nível de contribuição de cada consumidor.” (GIAMBIAGI E ALÉM, 
2000, p. 32)
 b) Função distributiva: refere-se a “ajustes distributivos feitos pelo gover-
no, no sentido de promover uma distribuição considerada justa pela sociedade.” 
O governo arrecada impostos e assim, poderá realocar a renda através de alguns 
instrumentos como:
 • Transferências: seguro-desemprego, aposentadorias;
 • Impostos: impostos dos indivíduos com renda mais alta podem financiar 
moradias populares;
 • Subsídios: o governo pode auxiliar a produção de determinados tipos de 
bens específicos, com subsídios diretos ou indiretos;
 c) Função estabilizadora: o governo pode “proteger a economia de flutua-
ções bruscas, caracterizadas por alto nível de desemprego e/ou alto nível de infla-
ção” (GIAMBIAGI E ALÉM, 2000, p. 35).
Pare e pense nisso
“O sistema econômico é um conjunto no qual todas suas partes estão
relacionadas entre si e se influem mutuamente.”
(Cournot, 1838)
Aprenda um pouco mais
 Leia atentamente parte da introdução da dissertação o apresentada ao curso 
de Pós-Graduação da FGVIEAESP.
EXTERNALIDADES NEGATIVAS E SEUS IMPACTOS NO MERCADO
Emília Salgado Soares
 [...] Mais de duzentos anos depois do início da Revolução Industrial, os homens 
passaram a se deparar com as consequências ambientais geradas pelas máquinas e 
os processos produtivos advindos destas. Rios e atmosfera poluídos são apenas dois 
aspectos de um problema bem mais complexo; as manchetes alertando-nos sobre 
problemas como o efeito estufa ou mesmo sobre os primeiros sinais de esgotamen-
to dos recursos do planeta são cada vez mais frequentes nos meios de comunicação 
de massa. Como marco das preocupações ligadas ao meio ambiente, podemos citar 
a Conferência Mundial para o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, em 1972. 
Nesta, evidenciou-se a existência de conflitos entre os países desenvolvidos e os 
não desenvolvidos. Conforme Barbieri (1997, p.19), enquanto os primeiros estavam 
preocupados com a poluição industrial, a escassez de recursos e muitos outros pro-
blemas ligados ao desenvolvimento, os segundos tinham como preocupação maior 
a pobreza e objetivavam perseguir o desenvolvimento tal como conheciam até en-
tão. Com a frase: “A maior poluição é a pobreza”, lndira Ghandi, Primeira Ministra 
da Índia, deixou sua mensagem. A partir de então foi criado o Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente. O Programa tinha por objetivo principal montar um 
sistema de dados que possibilitasse um monitoramento global das condições e mu-
danças do meio ambiente. 
 Desde então, inúmeras conferências têm sido realizadas no mundo inteiro. 
Em 1992, foi realizada aqui no Brasil a ECO 92, como ficou conhecida. Na realidade, 
houve no Rio de Janeiro dois eventos: a Conferência das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (C NUMAD), onde estiveram presentes os represen-
tantes de cento e setenta e oito países, sendo deste total cem chefes de estados. 
Paralelamente a esta Conferência, realizou-se o Fórum Global das ONGs, contando 
com a presença de aproximadamente quatro mil entidades. Para se ter uma ideia, a 
Conferência de Estocolmo (1972) reuniu cerca de quinhentas ONGS. Segundo Bar-
bieri (1997), esta crescente participação “reflete a ampliação da conscientização 
em nível mundial da necessidade de implementar outro estilo de desenvolvimen-
to.”
 [...] A partir de 1992, outras convenções se realizaram, como, por exemplo, 
a Convenção de Genebra, na Suíça, em 1996, onde se reuniram representantes de 
mais de cento e vinte países e decidiram assinar o Painel Intergovernamental so-
bre Mudança Climática (IPCC). O IPCC concluía que o aquecimento global já havia 
começado, e, caso não fossem tomadas medidas sérias para reduzir as emissões de 
C02, consequências graves sobre o meio ambiente poderiam ocorrer. Em junho de 
1997, uma segunda cúpula da Terra foi realizada em Nova York, não conseguindo 
estabelecer um acordo entre os países. 
 A Convenção UNFCCC-COP3 - Quadro das Nações Unidas sobre Mudança 
no Clima - Conferência das Partes, Terceira Sessão ocorreu em Kyoto, no período 
de 10 a 11 de dezembro de 1997. Cento e cinquenta e nove países participaram da 
reunião sobre mudanças climáticas em Kyoto, Japão, onde foi decidida a redução 
de emissão de poluentes e de gases – estufa [...].
Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/5362/1199901398.pdf?se-
quence=1
O que aprendemos
 • Estruturas de mercado: “As interações entre oferta e demanda de determi-
nado produto serão ditadas pela estrutura de mercado de cada bem em particu-
lar.”. (SOUZA, 2003) 
 • Através da interação da oferta e demanda, o mercado é “estruturado”, orga-
nizado. 
 • Existe um conjunto de elementos que caracterizam cada estrutura de mer-
cado, como o comportamento dos agentes da oferta e demanda, as características 
dos recursos produtivos e tipos dos produtos produzidos, como também o controle 
dos participantes sobre o preço, as possibilidades de concorrência extrapreço e as 
condições para ingresso (entrada) de novos competidores no mercado. (ROSSETTI, 
2003)
 • De maneira simplificada, existem três características básicas que definem, 
norteiam, as diferentes estruturas de mercado: 
 - Número de agentes econômicos: refere-se a quantidade de que atuam no 
mercado especificamente;
 - Tipo do produto: tanto os fatores de produção (matéria-prima), quanto os 
tipos de bens e serviços finais produzidos e oferecidos, podem ser homogêneos 
(iguais) ou heterogêneos (diferentes);
 - Condições de acesso (entrada e saída) do mercado: refere-se a existência 
ou não de impedimentos para o ingresso ou abandono de determinada atividade 
econômica. São conhecidas também como “barreiras de acesso aos mercados”.
 • Existem quatro estruturas básicas nos mercados de bens e serviços classifi-
cados por Stackelberg e Marchal que de forma básica conceituam e diferenciam as 
estruturas de mercado: monopólio, oligopólio, concorrência monopolística e con-
corrência pura ou perfeita. (ROSSETTI, 2003)
 • Concorrência pura ou perfeita: (I) Número de agentes econômicos, grande 
que nenhum pode modificar ou influenciar este mercado, seja no preço, extra pre-
ço ou outras características próprias desta estrutura. O termo “atomização” expli-
ca a grande quantidade de agentes participantes nesta estrutura de mercado, em 
analogia a palavra “átomos”; (II) Tipo do produto, perfeitamente homogêneos; (III) 
Condições de acesso (entrada e saída) do mercado: Os produtores podem ingressar 
(entrada) ou abandonar (saída) o mercado a qualquer momento, sem que o merca-
do sofra interferência alguma desta atitude, não existem barreiras (impedimentos 
de entradaou saída).
 • Monopólio: (I) Número de agentes econômicos: apenas um ofertante atua 
neste mercado; (II) Tipo do produto: O produto que o monopolista oferece no mer-
cado não possui substitutos próximos, ou seja, não existe similar; (III) Condições de 
acesso (entrada e saída) do mercado: existem tantas barreiras de acesso que podem 
ser consideradas impossíveis;
 • Existem três critérios para os monopólios consentidos: a) Critério técnico; b) 
Critério estrutural; c) Critério legal.
 • Fora destes três critérios, os monopólios são compreendidos como “não con-
sentidos”, ou seja, são os que se caracterizam por coalizões de empresas do mesmo 
setor, que se unem para monopolizarem determinado mercado.
 • Oligopólio: (I) Número de agentes econômicos: os ofertantes em geral são 
em número reduzido, mas, existem oligopólios com números de ofertantes bem va-
riáveis, dependendo dos setores produtivos a que pertencem; (II) Tipo do produto: 
existem oligopólios com produtos diferenciados e também oligopólios com pro-
dutos padronizados; (III) Condições de acesso (entrada e saída) do mercado: muito 
difícil. 
 • Concorrência monopolística: (I) Número de agentes econômicos: é elevado 
o número de ofertantes; (II) Tipo do produto: os produtos são diferenciados; (III) 
Condições de acesso (entrada e saída) do mercado: Considera-se que as condições 
de acesso sejam baixas, é possível ingressar ou mesmo sair do mercado.
 • O mercado de bens e serviços precisa do mercado de fatores de produção 
(matéria-prima) para o processo produtivo.
 • Se os consumidores de bens e serviços finais elevarem suas aquisições, o 
mercado de fatores de produtivos também é aquecido (Souza, 2003).
 • Os mercados de fatores de produção são os mercados de mão-de-obra, de 
matérias-primas e de outros insumos de produção (PINDYCK e RUBINFELD, 2002).
 • As demandas das estruturas de mercado de fatores produtivos são diferen-
tes das demandas dos consumidores por bens e serviços. “São consideradas deman-
das derivadas, pois dependem e derivam do nível de produção de uma empresa e 
dos custos dos insumos.”. (PINDYCK e RUBINFELD, 2002, p. 504)
 • São quatro as estruturas de mercado de fatores produtivos: concorrência 
perfeita, monopsônio, oligopsônio e monopólio bilateral (VASCONCELLOS e GAR-
CIA, 2004).
 • A estrutura do mercado de fatores de concorrência perfeita é caracterizada 
por muitos ofertantes e muitos demandantes. São tantos que podem ser considera-
dos abundantes. 
 • A estrutura do mercado de fatores de monopólio bilateral é caracterizada 
por número de agentes no mercado: um comprador e um vendedor. 
 • A estrutura do mercado de fatores de monopólio bilateral (monopólio na 
compra de insumos) é caracterizada por número de agentes no mercado: um com-
prador para muitos vendedores.
 • A estrutura do mercado de fatores do oligopsônio (oligopólio na compra de 
insumos) é caracterizada por número de agentes no mercado: poucos compradores 
e muitos vendedores. 
 • Através da Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994, constituiu-se o Sistema 
Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC).
 • São consideradas condutas anticompetitivas, segundo o Ministério Da Jus-
tiça (2014a): Abuso de Posição Dominante, de acordo com a lei da defesa da con-
corrência, Lei n. 8.884/94. São práticas abusivas:
 - Acordos de exclusividade com fornecedores ou distribuidores: o acesso por 
concorrentes a insumos ou canais de distribuição é dificultado;
 - Discriminação ou recusa no fornecimento de bens e serviços a concorrentes 
atuais ou potenciais;
 - Dificultar injustificadamente o licenciamento de tecnologias;
 - Obrigação de aquisição de produtos em conjunto (venda casada);
 - Cobrança de preços abaixo do custo, para exclusão de concorrentes (preço 
predatório);
 - Oferecimento de descontos a distribuidores que tenham o efeito de impedir 
a entrada de novos fornecedores; 
 - Destruição de matérias primas sem justa causa (açambarcamento).
 • Cartel: “acordo explícito ou implícito entre concorrentes para [...] fixação 
de preços ou quotas de produção, divisão de clientes e de mercados de atuação.” 
(Ministério Da Justiça, 2014b).
 • GUIA PARA ANÁLISE ECONÔMICA DE ATOS DE CONCENTRAÇÃO HORI-
ZONTAL: etapas para caracterizar concentração econômica; Etapa I: Definição de 
mercado relevante; Etapa II: Determinação da parcela de mercado sob controle das 
empresas requerentes; Etapa III: Exame da probabilidade de exercício de poder de 
mercado; Etapa IV: Exame das eficiências econômicas gerados pelo ato; Etapa V: 
Avaliação da relação entre custos e benefícios derivados da concentração e emis-
são de parecer final.
 • Análise de equilíbrio geral: “determina os preços e as quantidades em todos 
os mercados simultaneamente” (PINDYCK e RUBINFELD, 2002).
 • Na análise do equilíbrio geral, compreende-se que os agentes econômicos, 
consumidores, produtores, ofertantes de fatores produtivos são interdependentes. 
(FERGUSON, 2003)
 • A análise do Equilíbrio Geral é importante para os formuladores de políti-
cas públicas. É possível assim, analisar as políticas que afetam diferentes setores, 
compreendendo que uma determinada política (aumento de imposto, por exem-
plo) pode ter um efeito positivo (arrecadação de impostos), e negativo (diminuir a 
quantidade de venda de um determinado bem).
 • Ótimo de Pareto: é impossível melhorar a situação de algum indivíduo, sem 
piorar a situação de outro (FERGUSON, 2003).
 • Imperfeições da concorrência: que também conhecemos como “falha de 
mercado” ocorre quando os mecanismos de mercado, não regulados pelo estado e 
deixados livremente ao seu próprio funcionamento, originam resultados econômi-
cos não eficientes ou indesejáveis do ponto de vista social.
 • Uma falha de mercado é compreendida como: Efeitos sobre terceiros, ou 
sobre a sociedade como um todo, causados pelas ações ou comportamentos de 
agentes envolvidos em determinado ato econômico.
 • Tipos de falhas de mercado: 
 - Existência de bens públicos: quando as pessoas não são capazes de resolver 
os problemas das externalidades privadamente, o governo frequentemente entra 
em ação;
 - Falha de competição: em que existem monopólios naturais: conforme já es-
tudamos sobre os monopólios, às vezes em função do tamanho do mercado, pode 
ser que seja mais vantajoso apenas um produtor atuar naquele mercado. O que po-
deria se justificar em função dos custos de produção;
 - Externalidades: “a ação de um indivíduo ou de uma empresa afeta direta 
ou indiretamente outros agentes do sistema econômico.” (GIAMBIAGI E ALÉM, 
2000, p. 26). Essas ações podem ser negativas, ou positivas: Externalidade negativa: 
a ação causa dano, aos demais agentes, ou ao meio ambiente, o que elevam os cus-
tos. Exemplo: fábricas emitem poluição; Externalidade positiva: a ação beneficia os 
demais agentes, ou o meio ambiente. Exemplo: população mais instruída;
 - Mercados incompletos: um bem não é produzido, mesmo que “o custo de 
produção esteja abaixo do preço que os potenciais consumidores estariam dispos-
tos a pagar.”. (GIAMBIAGI E ALÉM, 2000, p. 27) Às vezes o setor privado não assume 
determinados riscos, deixando para o Estado a responsabilidade. Exemplo: indus-
trialização acelerada de um país que esteja atrasado. (GIAMBIAGI E ALÉM, 2000);
 - Falhas de informação: ocorre quando uma parte de uma transação tem mais 
acesso à informação relevante do que outra. Frequentemente, o vendedor de de-
terminado produto conhece mais a respeito da qualidade do produto do que o 
comprador. Os trabalhadores geralmente conhecem suas próprias habilidades me-
lhor do que os empregadores. Mostrando assim que cada responsável pelo seu bem 
respectivo conhece mais a respeito dele;
 - Desemprego e inflação: são problemas em que existem politicas próprias à 
disposição do governo para solucioná-las.
 • A teoria econômica compreende que em um sistema econômico capitalista, 
o governo tem como responsabilidade, “guiar, corrigir e complementar o sistema 
de mercado que, sozinho, não é capaz de desempenhar todasas funções econômi-
cas.” (GIAMBIAGI E ALÉM, 2000).
 • O governo, através da política fiscal, assume três funções que são básicas em 
um sistema econômico (GIAMBIAGI E ALÉM, 2000): (a) função alocativa; (b) função 
distributiva e (c) função estabilizadora.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Prezado(a) aluno(a):
 No término a nossa disciplina de microeconomia, tivemos a oportunidade de 
aprender sobre os mercados, suas características, formação, tipos de mercados e 
suas diferentes estruturas. Estudamos também o comportamento da firma, do con-
sumidor e o equilibro geral do mercado e o bem estar.
 Foi possível olhar em alguns momentos específicos para nossos próprios com-
portamentos enquanto consumidores e compreendermos também o comporta-
mento dos produtores. Espero que estas quatro lições tenham contribuído para en-
riquecer seus conhecimentos! Gostaria de parabenizá-lo(a) por esta etapa vencida: 
MEUS PARABÉNS!!!
 E também deixar um pequeno lembrete: 
SEMPRE EM FRENTE COM MUITA VONTADE DE APRENDER MAIS!!!
Referências
BYRNS, R.T.; STONE, G.W., Microeconomia, 1996. São Paulo: Makron Books, 1996.
FERGUSON, C.E. Microeconomia 20 ed. Rio de janeiro: Forense Universitária, 2003.
FIGUEIREDO, L.V., Lições de Direito Econômico. 6 ed. Editora Forense, Rio de Ja-
neiro, 2013.
GIAMBIAGI, F.; ALÉM, A.C., Finanças Públicas, teoria e prática no Brasil. 2 ed. Rio de 
Janeiro, Editora Campus, 2000.
IBPT, Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário. Empresômetro –censo das 
Empresas e Entidades públicas e privadas Brasileiras. Disponível em: www. https://
www.ibpt.org.br/. Acesso em 10 de fevereiro de 2014.
KUPFER, D.; HASENCLEVER, L., Economia Industrial. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Guia Prático do CADE, a defesa da concorrência no Bra-
sil. Disponível em http://portal.mj.gov.br/. Acesso em 15 de fevereiro de 2014 (a).
_____________, Portaria Conjunta SEAE/SDE, 2001. Disponível em http://portal.mj.
gov.br/. Acesso em 10 de fevereiro de 2014 (b).
PINDYCK, R.; RUBINFELD, D.L. Microeconomia. 7ª ed. São Paulo: Pearson Educa-
tion do Brasil, 2002.
ROSSETTI, J. P. Introdução À Economia. 20 ed. São Paulo. Atlas, 2003.
SOUZA, N.J. Curso de economia. 2ed.São Paulo: Atlas, 2003.
VASCONCELLOS, M.A.S; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 2 ed. São Pau-
lo: Saraiva, 2004.
www.ead.fag.edu.br

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