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Nicolas Martins 2025.1 - CM2 DIABETES MELLITUS - DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Diabetes mellitus é uma doença do metabolismo intermediário, caracterizada fundamentalmente pela ocorrência de HIPERGLICEMIA CRÔNICA, que em longo prazo promove lesões em órgãos-alvo, podendo cursar também com descompensações metabólicas agudas... De acordo com a etiopatogenia, os fatores que contribuem para a hiperglicemia são: ⇒ Déficit de insulina (absoluto ou relativo) e/ou resistência à insulina. De qualquer forma, o resultado final é sempre a diminuição da utilização periférica e aumento da produção (hepática) de glicose. EPIDEMIOLOGIA ● 7-10% da população (alguns trabalhos falam até 12%) ● Principal causa de amputação não-traumática de membros ● Segunda causa de DRC dialítica (além disso, geralmente anda junto com a HAS) ● Alto risco de doença coronariana → maior gravidade e mais precoce ● Principal causa de cegueira adquirida na meia idade ● 1/3 dos diabéticos não sabe que tem a doença DM2 tipo dois tendem a ser oligossintomáticos tendendo a ser uma doença silenciosa na maioria dos casos implicando um grande riscos de complicações e apresentando essas complicações já desenvolvidas no momento do diagnóstico As complicações macro e microvasculares são mais comuns e mais graves no paciente diabético, desse modo, o diabético morre mais, morre mais rápido, a sobrevida é menor do que em um paciente não diabético. ● Redução da expectativa de vida em diabéticos No gráfico a esquerda representam homens e o da direita mulheres, onde se observa a expectativa de anos de vida e vemos que paciente que é diagnosticado com DM aos 40 anos, perde em média de 6 a 7 anos de vida; tanto no sexo masculino, quanto feminino é igual; seja por doenças cardiovasculares e não cardiovasculares, como cãncer, infecções e cetoacidose. Pacientes com diagnóstico precoce e tratamento adequado conseguem preservar sua qualidade de vida e consequentemente sua expectativa de vida que chega a ser semelhante aos não diabéticos. O problema não é a doença em si, e sim o que ela representa no ponto de vista de impacto à saúde do indivíduo que tem essa patologia 1 / 3 dos diabéticos não sabem que possuem a doença. Dos 2/3 que sabem que têm a doença 73% estão sendo tratados de forma inadequada, ou seja, 1/3 não sabe que tem e aqueles que sabem que tem a maioria possui um controle péssimo controle da sua diabetes. Isso acaba afetando a expectativa de vida desses pacientes FISIOLOGIA ● HORMÔNIOS REGULADORES ( Insulina - anabólico ) - Glicose - Gliconeogênese - Lipogênese - Síntese Proteica ● HORMÔNIOS CONTRA-REGULADORES (Glucagon, Adrenalina, Cortisol, GH) - Gliconeogênese - Glicogenólise - Lipólise - Cetogênese - Proteólise No estado pós-prandial predomina o ANABOLISMO, marcado pela síntese de glicogênio hepático e muscular, de triglicerídeos nos adipócitos e de proteínas em todos os tecidos, juntamente à utilização da glicose pela via glicolítica como principal substrato energético. Ocorre predomínio da insulina em relação aos hormônios contrarreguladores. Ao comer a uma elevação de glicose no plasma e a insulina é secretada para armazenar aquela forma de energia e estocá-la nos órgão para que seja quebrada posteriormente sendo essa energia armazenada no tecido adiposo, fígado e muscular. Os hormônios contra-reguladores fazem o caminho inverso, ou seja, atuam transformando as formas de energia armazenada para produzir energia e tornar o ambiente propício para a quebra da gordura como fonte de energia. Se antes a insulina guardava os macronutrientes provenientes do alimento, os hormônios contrarreguladores vão fazer a quebra Se a gente fizer um jejum prolongado de horas e dias, essa produção de corpos cetônicos pode ocorrer. O jejum intermitente faz a gliconeogênese, ou seja, retira a energia dos locais de armazenamento para produzir glicose e quando prolongado esse lipídios são convertidos em corpos cetônicos dando a sessão de saciedade. No período pós-prandial, predomina uma situação de anabolismo, onde o substrato energético é a glicose; vou ter um predomínio da insulina e uma supressão dos contrarreguladores, aumentando os estoques e diminuindo a hiperglicemia no período pósprandial. No período interprandial ocorre o inverso, predominando o catabolismo, objetivando manter um nível adequado de glicose plasmática, evitando que haja uma hipoglicemia FISIOPATOLOGIA Para a fisiopatologia precisamos pensar em duas palavras para cada tipo de DM: 1. DM1 = Hipoinsulinismo absoluto - Se assemelha a um periodo de jejum - Gliconeogênese - Glicogenólise - Lipólise - Cetogênese - Proteólise Na DM1 temos um prejuízo dos mecanismos de regulação da glicemia. Prejuízo é mais grave, afetando o metabolismo da glicose de forma direta e indiretamente do lipídio e da proteína. Aqui temos alteração predominante da contrarregulação com um aumento da gliconeogênese e glicogenólise, mas como o DM1 é incapaz de produzir a insulina e pelo aumento do glucagon, isso se assemelha a um período de jejum absoluto → Ocorre lipólise, proteólise e pode haver a produção de corpos cetônicos ( Podem complicar para cetoacidose diabética ) 2. DM2 = Hipoinsulinismo relativo - Gliconeogênese - Glicogenólise Na DM2 possuímos alterações fisiológicas onde ocorre uma incapacidade de produzir insulina para o ambiente necessário, ou seja, produzir de forma insuficiente em relação à necessidade, mas é suficiente para que não ocorra comprometimento da contrarregulação em relação ao metabolismo dos lipidios e proteinas. Temos uma gliconeogênese exacerbada, principalmente no fígado, uma glicogenólise e a ausência de lipólise, proteólise e cetogênese Não posso dizer que o DM1 é muito mais grave que o DM2, do ponto de vista fisiopatológico, ambos vão culminar no aumento da glicemia, porém no DM1 tenho essas nuances metabólicas, que torna o controle glicêmico mais difícil. Quando falamos em prognóstico, risco, temos que levar em consideração outros fatores, como por exemplo, o DM2 que acomete indivíduos de maior idade, com outras comorbidades associadas. Tanto DM1 e 2 são de alta complexidade. CRITÉRIO DIAGNÓSTICO 2 OU MAIS CRITÉRIOS EM RELAÇÃO À GLICOSE Existe um critério que não preciso repetir, basta ter uma glicemia plasmática pontual > 200 + sintomas característicos (poliúria, polidipsia e perda de peso) GLICEMIA CAPILAR NÃO É CRITÉRIO DIAGNÓSTICO ● Para validação do diagnóstico, a hemoglobina glicada tem que ser realizada pelo método HPLC ou por algum outro método que seja validado pelo NGSP ● A glicemia capilar serve para monitorização, mas não é critério diagnóstico (pois tem uma variação de até 20% CLASSIFICAÇÃO Na DM1 há um distúrbio autoimune, com destruição das células β pancreáticas O DM 2 (cerca de 90%) é o mais comum, associado à resistência insulínica, o indivíduo tem a capacidade de produzir insulina, mas o organismo é resistente, mesmo com aumento da produção, é insuficiente para manter o controle da glicemia a longo prazo OUTROS TIPOS ESPECÍFICOS ⇒ Devemos destacar o uso de glicocorticóides. Devem ser usados só se necessário na menor dose possível e no menor tempo possível ⇒ Endocrinopatias - Cushing, Hipotireoidismo e hipertireoidismo ⇒ Feocromocitoma ⇒ Pancreatite aguda e crônica ⇒ CA de pâncreas QUADRO CLÍNICO ● DM1 Hiperinsulinismo absoluto vai resultar no aumento da glicemia, lipólise e proteólise. ⇒ Consumo da musculatura e reserva adiposa - Perda de peso, paciente fraco e desanimado ⇒ Apresenta sintomas de hiperglicemia como: Polidipsia, polifagia, poliúria, perda de peso e enfraquecimento Método de apresentação inicial do DM1 deixa claro a suspeita diagnóstica fazendo com que se consiga diagnosticar de forma precoce, conseguindo na maioria dos casos fazer o diagnóstico na maioria dos casos pela sintomatologia + glicemia plasmática > 200 A formação de corpos cetônicos é importante. Na pediatria, o DM1 vai ser diagnosticado após uma internação, cerca de 30% desses pacientes abrem o quadro com uma cetoacidose diabética ● DM2 O DM2, hipoinsulinismo