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Auxiliar Jurídico Mód II

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SUMÁRIO 
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL .................................................................................... 3 
CONSULTAR E ANALISAR PROCESSOS ........................................................................... 17 
AUDIÊNCIAS – CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO X INSTRUÇÃO E JULGAMENTO ......... 20 
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE REPRESENTAÇÃO, MANDATO E PROCURAÇÃO ......... 31 
GESTÃO DOCUMENTAL ......................................................................................................... 34 
SISTEMA NOTARIAL E REGISTRAL .................................................................................... 37 
PROCESSO CIVIL ..................................................................................................................... 41 
REGISTRO CIVIL: PESSOAS NATURAIS E PESSOAS JURÍDICAS ............................... 46 
REGISTRO DE IMÓVEIS, DE TÍTULOS E DE DOCUMENTOS .......................................... 49 
DEFINIÇÕES DE CERTIDÕES ................................................................................................ 52 
DIREITO DO CONSUMIDOR ................................................................................................... 58 
PORTUGUÊS JURÍDICO .......................................................................................................... 66 
VOCABULÁRIO E ESCRITA JURÍDICA ................................................................................ 68 
ÉTICA NO AMBIENTE DE TRABALHO ................................................................................. 72 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 76 
 
 
 
 
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL 
 
Chamado por alguns de direito adjetivo, é o ramo do Direito que se ocupa do processo, 
isto é, a série de atos com finalidade definida, que se identifica com o mesmo fim da 
jurisdição. Integra o Direito Público e congrega os preceitos e regras que dispõem sobre a 
jurisdição, que é o exercício da função típica do poder judiciário. 
Os princípios do Direito são definidos pelos doutrinadores tendo em conta a ideia de 
começo, germe, fonte, primeiras noções, determinação sob forma de lei, orientando um 
conjunto de fenômenos essenciais, considerado um alicerce da ciência do Direito. 
Na condição de regra básica, bem como de fonte do Direito, os princípios se constituem 
na estrutura central de todos os ramos do Direito em um sistema jurídico, o que 
representa dizer que se trata de normas fundamentais, provendo sustentáculo estrutural 
ao Direito, estabelecendo o comportamento a ser observado nas relações jurídicas. 
 
Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, 
disposição fundamental que irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e 
servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a 
lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá 
sentido harmônico. 
Considerados como precedente a tudo, os princípios não se limitam somente à ciência 
jurídica, estendendo-se a toda a essência do Direito, em termos gerais, totais, 
extrapolando as fronteiras do sistema jurídico de cada ente estatal. 
Sendo consideradas fontes do direito, os Princípios abrangem os fundamentos da ciência 
jurídica, onde os preceitos originários ou as normas científicas do Direito, que projetam as 
 
 
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concepções estruturais, encontram suporte. 
No direito processual, como em toda a área da ciência jurídica autônoma, os princípios 
norteadores estão definidos na Constituição da República, circunstância que determina a 
sua observância na elaboração das normas infraconstitucionais e na aplicação do direito 
processual, sob pena de violação da própria Constituição. 
Violar um princípio é muito mais grave do que transgredir uma norma. A desatenção ao 
princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo 
o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, 
conforme o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o 
sistema, subversão de seus valores fundamentais. 
 
No direito processual, os princípios são reputados como regras de Direito qualificadas, em 
torno das quais se localizam as normas jurídicas de grau inferior. Os Princípios inseridos 
na constituição Federal estão presentes em todo e qualquer processo judicial, devendo 
ser seguidos pelas partes e por todos os demais participantes da relação jurídica 
processual. 
Chegamos à concepção de que o princípio, sua idéia ou conceituação, vem a ser a fonte, 
o ponto de partida que devemos seguir em todo o percurso; ao mesmo tempo em que é o 
início, também é o meio a ser percorrido e o fim a ser atingido. Dessa forma, todo o 
ordenamento jurídico deve estar de acordo com os princípios, pois só eles permitem que 
o próprio ordenamento jurídico se sustente se mantenha e se desenvolva. 
Assim, a importância do assunto em referência, concorre para que o estudo dos princípios 
traga à baila debates relacionados com sua estrutura, suas funções no ordenamento 
jurídico, sua origem e fundamento. 
Portanto, este trabalho trata dos princípios pertinentes ao direito processual, insculpidos 
na Constituição Federal de 1988, realizando uma análise dos mesmos diante das 
situações jurídicas vivenciadas no cotidiano do estado e da sociedade de modo geral, 
 
 
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sem levar em conta a que ramo do Direito eles se encontram relacionados. 
 
Princípios do Direito Processual 
No âmbito jurídico, princípios representam as normas elementares ou requisitos 
primordiais instituídos com base, como alicerce de alguma coisa, revelando o conjunto de 
regras ou preceitos que se fixaram para servir de norma a toda espécie de ação jurídica, 
traçando a conduta a ser tida em qualquer operação jurídica. 
Os princípios podem ser considerados verdadeiros axiomas, sobrepujando até mesmo a 
norma ou a regra jurídica em importância, haja vista configurarem elementos 
fundamentais que servem de base para o Direito. 
 
Os princípios gerais do Direito podem ser definidos como fundamentos e pressupostos do 
direito universal, não só do direito nacional, como dos elementos fundamentais de cultura 
jurídica humana em nossos dias; e que se extrai das ideias que formam a base da 
civilização hodierna. 
O princípio assume diversos sentidos, podendo significar doutrina, teoria, idéia básica, 
primeiras noções, entendimento que deve servir de norte para inúmeros outros, ou 
mesmo um sistema. 
Nesse sentido, entende-se de importância capital que se estude os princípios, elementos 
que servem de base para qualquer área do direito, pois a partir deles são elaboradas leis, 
definidas regras jurídicas mais simples, comportamentos e condutas vivenciadas no dia a 
dia dos aplicadores do Direito. 
Da mesma forma, não poderia ser de modo diverso quanto ao Direito Processual, tendo 
em vista que os princípios estão presentes, em sua formação e na aplicação de suas 
normas. 
 
 
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Alguns princípios são comuns a todos os sistemas processuais, tem sua vigência restrita 
apenas a certos ordenamentos. Alguns têm aplicação diversa no campo de ação do 
processo civil e do processo penal, em determinadas ocasiões, com feições ambivalentes. 
Outros princípios, no entanto, têm aplicação idêntica em ambos os ramos do direito 
processual. 
 
Princípio da Imparcialidade do Juiz 
A imparcialidade do juiz se constitui garantia de justiça para os dois lados em litígio, 
sendo assim, desígnio para que a relação processual se instale validamente e se 
desenvolva de maneira natural. Nesse sentido, os doutrinadores afirmam que órgão 
jurisdicional deve ser subjetivamente capaz. 
Sendo imparcial, o juiz é isento e a isenção, tanto em relação às partes, quanto aos fatos 
da causa, é condiçãoindeclinável do órgão da relação jurisdicional, para a realização de 
um julgamento justo. Nesse contexto, o juiz deve transcender as partes, colocando-se 
entre e acima dos contendores: é a primeira condição para que possa exercer sua função 
dentro do processo. 
O juiz capaz não tem sua imparcialidade colocada em risco pelo impedimento ou pela 
suspeição. Essa imparcialidade do juiz dimana em garantia de ordem pública, não apenas 
das partes (que terão a lide solucionada com justiça), mas do próprio Estado (que quer 
que a lei seja aplicada corretamente), e, do próprio juiz (que terá seus atos resguardados 
de qualquer suspeita – arbítrio ou parcialidade). Como a imparcialidade do juiz é uma 
certeza de justiça para as partes, elas têm o direito de exigir a satisfação dessa condição, 
e o Estado, que reservou para si o exercício da função jurisdicional, como contrapartida, 
tem o dever de agir com imparcialidade na solução das causas que lhe são submetidas. 
 
 
 
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Princípio da Isonomia 
"Todos são iguais perante a lei", estabelece a Constituição Federal. A igualdade, que 
também significa uniformidade, equidade, perante a lei, é premissa para a afirmação da 
igualdade perante o juiz. Assim, os litigantes devem merecer e receber tratamento 
isonômico, de modo que tenham as mesmas oportunidades de fazer valer em juízo as 
suas razões. 
Com efeito, por via do princípio da igualdade, o que a ordem jurídica pretende firmar é a 
impossibilidade de este bem, este valor absorvido pelo Direito, o sistema normativo 
concebeu fórmula hábil que interdita o quanto possível, tais resultados, posto que, 
exigindo igualdade, assegura que os preceitos genéricos, os abstratos e os atos 
concretos colham a todos sem especificações arbitrárias, assim mais proveitosas que 
detrimentosas para os atingidos. 
O conceito primitivo de igualdade, formal e negativa (todos são iguais perante a lei), não 
concorre para um tratamento justo, razão pela qual os operadores do Direito reivindicaram 
pela passagem à igualdade substancial, evoluindo-se para o conceito realista, que pugna 
pela igualdade proporcional, que significa, em suma, tratamento igual aos 
substancialmente iguais aos desiguais. 
 
Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa 
Este princípio do contraditório é consequência de uma garantia fundamental de justiça: 
trata-se do princípio da audiência bilateral. Ele está tão intimamente ligado ao exercício do 
poder jurisdicional, sempre influente na esfera jurídica das pessoas, que a doutrina 
moderna o considera inerente à própria noção de processo. 
A garantia fundamental da Justiça e regra essencial do processo é o princípio do 
 
 
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contraditório, segundo este princípio, todas as partes devem ser postas em posição de 
expor ao juiz as suas razões antes que ele profira a decisão. As partes devem poder 
desenvolver suas defesas de maneira plena e sem limitações arbitrárias, qualquer 
disposição legal que contraste com essa regra deve ser considerada inconstitucional e por 
isso inválida. 
Pelo menos duas partes se fazem presentes nos processos contenciosos, que são: autor 
e réu. O primeiro instaura a relação processual, invocando a tutela jurisdicional. No 
entanto, só há complementação da relação processual e esta só provê a preparação do 
provimento judicial, com o réu sendo chamado a juízo. 
 
O juiz, por força de seu dever de imparcialidade, se situa entre das partes, mas 
equidistante delas, portanto, transcendente a elas, outorgando-lhes direitos e deveres, 
sempre na busca de um tratamento igualitário entre elas, objetivando possibilitar que 
possam esclarecer suas razões, mostrar suas provas, influindo no convencimento do 
julgador. 
Em um processo dialético, o juiz corporifica a síntese mediante a soma da parcialidade 
das partes (uma representando a tese e a outra, a antítese). Em razão disso, alguns 
doutrinadores dizem, em relação ao juiz, que as partes não têm papel de antagonistas, 
mas de "colaboradores necessários": cada qual dos contendores age no processo tendo 
em vista o próprio interesse, mas a ação combinada dos dois serve à justiça na 
eliminação do conflito ou controvérsia que os envolve. 
É necessário que se dê ciência a cada litigante dos atos praticados pelo juiz e pelo 
adversário, efetivando-se o contraditório e possibilitando a ampla defesa. A ciência dos 
atos processuais pode ser dada, dependendo da espécie do ato, através da citação, da 
intimação e da notificação. 
Ainda, segundo a doutrina, a distinção básica entre a notificação e intimação é que aquela 
tem como causa final a determinação da autoridade para a prática ou a abstenção de um 
ato que o notificado deva fazer ou deixar de fazer. Já a intimação consiste na informação 
de um ato já praticado, um despacho ou uma sentença. 
 
 
 
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Princípio da Ação (Processo Inquisitivo e Acusatório) 
Este princípio possui inúmeras denominações, entre as quais se referem princípio da 
demanda e princípio da iniciativa das partes, além de princípio da ação (o oficial), e ele 
denota que o Poder Judiciário, incumbido de oferecer a jurisdição, regido por outro 
princípio (inércia processual), para movimentar-se no sentido de dirimir os conflitos 
intersubjetivos, depende da provocação do titular da ação, instrumento processual 
destinado à defesa do direito substancial litigioso. 
 
No ordenamento jurídico brasileiro, se adota o sistema acusatório, que é o sistema 
processual penal de partes, em que o acusador e acusado se encontram em pé de 
igualdade; é, ainda, um processo de ação, com garantias da imparcialidade do juiz, do 
contraditório e da publicidade. A fase prévia representada pelo inquérito policial constitui 
procedimento administrativo, sem exercício da jurisdição, sem litigantes e mesmo 
acusado. Por isso, o fato de não ser contraditório não contraria a exigência constitucional 
do processo acusatório. 
Por oportuno, esclarece-se que o processo inquisitivo, cujas características é ser secreto, 
não-contraditório e escrito, é o processo em que o juiz instaura o processo por iniciativa 
própria, acabando ligado psicologicamente à pretensão, colocando-se em posição 
propensa a julgar favoravelmente a ela. No processo penal, o fenômeno é semelhante e o 
que vincula o juiz, delimitando o seu poder de decisão, não é o pedido de condenação por 
uma determinada infração penal, mas a determinação do fato submetido à sua indagação. 
 
Princípios da Disponibilidade e da Indisponibilidade 
Este princípio garante o direito das partes de exercer ou não seus direitos por meio do 
acesso ao Poder Judiciário. Esse procedimento é denominado poder dispositivo a 
liberdade que as pessoas têm de exercer ou não seus direitos. 
Em direito processual tal poder é configurado pela disponibilidade de apresentar ou não 
sua pretensão em juízo, da maneira que melhor lhes aprouver e renunciar a ela ou a 
 
 
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certas situações processuais. 
Esse poder de dispor das partes é quase que absoluto no processo civil, mercê da 
natureza do direito material que se visa fazer atuar. As limitações a esse poder ocorrem 
quando o próprio direito material é de natureza indisponível, por prevalecer o interesse 
público sobre o privado. 
O inverso acontece no direito penal, em que prevalece o princípio da indisponibilidade (ou 
da obrigatoriedade). O crime é sempre considerado uma lesão irreparável ao interesse 
público e a pena é realmente reclamada, para a restauração da ordem jurídica violada. 
 
Princípio da Livre Investigação e Apreciação das Provas 
Este princípio, chamado também de princípio dispositivo, consiste na regra de que o juiz 
depende da iniciativa das partes quanto à instauração da causa e às provas, assim como 
às alegações em que se fundamentará a decisão. 
A doutrina não destoa do entendimento de que o mais sólido fundamento do princípio 
dispositivo parece ser a necessidade de salvaguardar a imparcialidadedo juiz. A cada um 
dos sujeitos envolvidos no conflito sub judice, é que deve caber o primeiro e mais 
relevante juízo de valor sobre a conveniência, ou inconveniência, de demonstrar a 
veracidade dos fatos alegados. Em regra, o juiz deve deixar às partes o ônus de provar o 
que alegam. 
No entanto, diante da concepção publicista do processo, não é mais possível manter o 
juiz como mero espectador da batalha judicial. Afirmada a autonomia do direito processual 
em relação ao direito material, e enquadrado como ramo do direito público, e verificada a 
sua preponderante finalidade sócio-política, a função jurisdicional evidencia-se como um 
poder-dever do estado, em torno do qual se reúnem os interesses dos particulares e os 
do próprio estado. 
 
 
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Assim, paulatinamente, os poderes com função de instrução, foram aumentando, 
passando de espectador inerte à posição ativa, cabendo-lhe não só impulsionar o 
andamento das causas, mas também determinar provas, conhecer de ofício de 
circunstâncias que até então dependiam de alegações das partes, dialogar com elas, 
reprimir-lhes eventuais condutas irregulares. 
No campo penal sempre predominou o sistema da livre investigação de provas. Mesmo 
quando, no processo cível, se confiava exclusivamente no interesse das partes para o 
descobrimento da verdade, tal critério não poderia ser seguido nos casos em que o 
interesse público limitasse ou excluísse a autonomia privada. Isso porque, enquanto no 
processo civil, em princípio, o juiz pode satisfazer-se com a verdade formal, no processo 
penal, o juiz deve averiguar o descobrimento da verdade real, como fundamento da 
sentença. 
 
Identidade Física do Juiz 
Para que o julgamento seja considerado adequado, justo, o processo deve ter um mesmo 
juiz desde seu início até final decisão, de modo que não seja feito por um juiz que não 
acompanhou os fatos nem coligiu as provas. Tal princípio, previsto no art. 132 do CPC, é 
atenuado pela possibilidade de transferência, promoção ou aposentadoria do juiz, diretor 
do processo. 
Em outros períodos, antes do atual CPC, o princípio era de tal modo absoluto que, 
mesmo aposentado, transferido ou promovido, o juiz continuava vinculado ao processo. 
O princípio não vigora para processo penal. Havia uma exceção no art. 77 do CP, quando 
o juiz reconhecia a periculosidade real do réu. Contudo, essa figura da medida de 
segurança real foi revogada pela Lei 7.209/84. 
 
 
 
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Princípio da Oficialidade 
A repressão ao crime e ao criminoso constitui uma necessidade essencial e função 
precípua do estado, de modo que este, em virtude do ordenamento jurídico que tutela os 
bens sociais públicos, torna-se titular de um poder (poder-dever) de reprimir o 
transgressor da norma penal. 
Em tendo a função penal índole eminentemente pública, a pretensão punitiva do estado 
deve ser feita por um órgão público que deve iniciar o processo de ofício. Nisto consiste o 
princípio da oficialidade, isto é, os órgãos incumbidos da persecutio criminis são órgãos 
do estado, oficiais portanto. 
Desse princípio decorrem duas regras importantes: a 1ª é a da "autoridade" – os órgãos 
incumbidos das investigações e da ação devem ser uma autoridade (autoridade policial e 
o Ministério Público); a 2ª é a iniciativa de ofício dessas autoridades. 
 
Princípio do Impulso Processual 
Este princípio está intimamente ligado ao procedimento, tendo em vista que, uma vez 
iniciada a relação processual, ao juiz cabe deslocar o procedimento de fase em fase, até 
que a função jurisdicional se extinga. 
Isso quer dizer que, após instalado o processo, o juiz detém a incumbência exclusiva de 
prosseguir com o mesmo, evoluindo sua marcha etapa por etapa, até o esgotamento da 
função jurisdicional (esgotamento de ações que o poder judiciário pode exercer). 
 
Princípio da Oralidade 
Da mesma forma que o anterior, este princípio, também, apresenta ligação indissolúvel 
com o procedimento, devendo o juiz observar a mesma forma de conduzir o processo. 
 
 
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O princípio propicia a garantia de permitir a documentação mínima dos atos processuais, 
sendo registrados apenas aqueles atos tidos como essenciais. É um princípio que se faz 
presente no artigo 13 da Lei 9099/95. 
 
Princípio da Livre Convicção (Persuasão Racional) 
A apreciação e a avaliação das provas produzidas e reunidas pelas partes, indicando que 
o juiz deve formar livremente sua convicção são reguladas por este princípio. 
Esse procedimento fica situado entre o sistema da prova legal e do julgamento secundum 
conscientiam (de acordo com o consentimento). No primeiro (prova legal), atribui aos 
elementos probatórios valor inalterável e prefixado, que o juiz aplica mecanicamente. O 
segundo significa o oposto: o juiz pode decidir com base na prova, mas também sem 
provas e até mesmo contra elas. 
Exemplo do caso da prova legal é dado pelo antigo processo germânico, onde a prova 
representava uma invocação a Deus. O juiz não julgava, mas apenas ajudava as partes a 
obter a decisão divina. Já o princípio secundum conscientiam é notado, embora com certa 
atenuação, pelos Tribunais do Júri. 
A partir do século XVI, porém, começou a delinear-se o sistema intermediário do livre 
convencimento do juiz, ou da persuasão racional que se consolidou sobretudo nos 
primados da Revolução Francesa. 
Essa liberdade de convicção, contudo, sofre temperamento pelo próprio sistema que 
exige a motivação do ato judicial (CF/88, art. 93, IX; CPP, art. 381, III; CPC, art. 131, 165 
e 458, II etc.). 
 
 
 
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Princípio da Motivação das Decisões 
Complementando o princípio do livre convencimento do juiz, surge a necessidade da 
motivação das decisões judiciárias. É uma garantia das partes, com vista à possibilidade 
de sua impugnação para efeito de reforma. Só por isso as leis processuais comumente 
asseguravam a necessidade de motivação. 
Mais modernamente foi sendo salientada a função política da motivação das decisões 
judiciais, cujos destinatários não são apenas as partes e o juiz competente para julgar 
eventual recurso, mas quaisquer do povo, com a finalidade de aferir-se em concreto a 
imparcialidade do juiz e a legalidade e justiça das decisões. 
 
Princípio da Publicidade 
Este princípio constitui uma preciosa garantia do indivíduo no tocante ao exercício da 
jurisdição. A presença do público nas audiências e a possibilidade do exame dos autos 
por qualquer pessoa representam o mais seguro instrumento de fiscalização popular 
sobre a obra dos magistrados, promotores públicos e advogados. O povo é o juiz dos 
juízes. 
Esse princípio também é corolário do princípio do devido processo legal e da ampla 
defesa. Esse princípio apresenta duas nuances: a primeira e dar conhecimento dos atos 
processuais aos litigantes. Já o segundo aspecto refere-se a dar o conhecimento à 
sociedade da atuação do Judiciário e aqueles que, por ventura, tenham interesse na 
causa em litígio possam se manifestar. 
O ordenamento jurídico brasileiro adota o princípio da publicidade dos atos 
processual restrita, por que apesar de todo o interesse de que o maior número de 
pessoas venham a conhecer os processos, existem alguns casos em que o interesse 
 
 
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público exige que seja resguardada as partes e os atos processuais naquele processo 
específico. 
Sobre o princípio, tem-se a manifestação de Rogério Lauria Tucci (1989), que afirma: 
Deve ser ressaltado, todavia, que a garantia da publicidade não se traduz na exigência da 
efetiva presença do público e/ou dos meios de comunicação aos atos em que o 
procedimento se desenrola, não obstante reclame mais do que uma simples 
‗potencialidade‘ abstrata (como quando, por exemplo, não se tem conhecimento da data, 
horário e do local da realização de determinado ato: publicidade deste reduz-se, então, a 
um nível meramente teórico). 
 
Princípio da Lealdade Processual 
Já foi visto que a finalidade supremado processo é a eliminação dos conflitos existentes 
entre as partes, possibilitando a estas respostas às suas pretensões, mas também para a 
pacificação geral na sociedade e para a atuação do direito, por isso que se exige de seus 
usuários e atores a dignidade que corresponda aos seus fins. 
O princípio que impõe esses deveres de moralidade e probidade a todos aqueles que 
participam do processo (partes, juízes e auxiliares da justiça; advogados e membros do 
Ministério Público), denomina-se princípio da lealdade processual. 
O desrespeito ao dever de lealdade processual constitui-se em ilícito processual (nele 
compreendendo o dolo e a fraude processual), ao qual correspondem sanções 
processuais. 
O CPC tem marcante preocupação na preservação do comportamento ético dos sujeitos 
do processo. Partes, advogados e serventuários, membros do Ministério Público e o 
próprio juiz estão sujeitos a sanções pela infração de preceitos éticos e deontológicos, 
que a lei define minuciosamente. 
 
 
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Princípios da Economia e da Instrumentalidade das Formas 
O princípio da economia significa a obtenção do máximo resultado na atuação do direito 
com o mínimo possível de dispêndio. É a conjugação do binômio: custo-benefício. A 
aplicação típica desse princípio encontra-se em institutos como a reunião de processos 
por conexão ou continência, reconvenção, ação declaratória incidente e litisconsórcio. 
Importante corolário da economia processual é o princípio do aproveitamento dos atos 
processuais. Por outro lado, não se pode perder de vista que a perspectiva 
instrumentalista (instrumento é meio; e todo meio só é tal e se legitima, em função dos 
fins a que se destina) do processo é por definição teleológica e o método teleológico 
conduz invariavelmente à visão do processo como instrumento predisposto à realização 
dos objetivos eleitos. 
 
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição 
Este princípio prevê a possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já julgadas 
pelo juiz de primeiro grau (ou de primeira instância), que corresponde à denominada 
jurisdição inferior, garantindo, assim, um novo julgamento, por parte dos órgãos da 
jurisdição superior, ou de segundo grau. 
O referido princípio funda-se na possibilidade de a decisão de primeiro grau ser injusta ou 
errada, por isso a necessidade de se permitir a sua reforma em grau de recurso. Adotado 
pela generalidade dos sistemas processuais contemporâneos. Corrente doutrinária 
opositora (minoria). Exceções ao princípio: hipóteses de competência originária do STF. 
 
 
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CONSULTAR E ANALISAR PROCESSOS 
 
Os portais dos tribunais trazem todas as informações que você precisa para atualizar os 
prazos dos seus processos e orientar os seus clientes sobre o andamento. 
Com apenas alguns cliques, e uma simples e rápida consulta na internet, você economiza 
tempo e fica por dentro das principais informações processuais sem ter que se deslocar 
para o fórum, o que é possível consultar: 
 A fase em que se encontra o processo; 
 Se estiver correndo prazo para alguma das partes; 
 Se o processo está disponível para consulta na secretaria; 
 Se o processo está concluso para julgamento ou algum despacho; 
 Se já houve algum tipo de decisão; 
 Há quanto tempo o processo está paralisado sem andamento, dentre outras 
informações. 
 
O primeiro passo para saber como consultar processo judicial é saber em qual tribunal ele 
está tramitando (Justiça do Estado, do Trabalho, Tribunal Regional Federal, Eleitoral, 
Justiça Militar). Depois é só acessar o site do órgão competente e ter em mãos: 
 Número do processo; 
 Nome completo de uma das partes envolvidas. 
 
Como consultar processo judicial na internet? 
Vamos usar como exemplo um processo na Justiça do Trabalho. O procedimento é o 
mesmo para os outros tribunais, o que pode mudar é o local no site onde você irá fazer a 
consulta. 
 
 
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 Entre no site http://www.tst.jus.br/; 
 Clique na aba ―Institucional‖ e depois na sub aba ―Justiça do trabalho — TRT‖; 
 Clique no TRT da região do processo. 
Ele irá te direcionar para outra página onde irá solicitar os dados do processo. 
 
Como consultar processo judicial digitalizado? 
O passo a passo é bem simples: 
 Acesse o site do TRT da sua região; 
 Clique na aba ―PJe (Processo Judicial Eletrônico)‖; 
 Irá abrir nova janela onde você irá clicar no campo ―Acesso ao PJe (TRT2)‖; 
 Clique em ―Consulta Processual‖; 
 Preencha os campos com o número do seu processo. 
Para otimizar seu trabalho, confira as dicas de como realizar suas consultas de processos 
judiciais: 
 
Fixe um horário para consultar 
Independente de quantos funcionários existam em seu escritório ou quantos clientes 
tenha, é preciso definir um momento específico do dia ou da semana para fazer a gestão 
dos processos. 
Seja revisar os andamentos, acompanhar publicações, dar feedback para o cliente ou 
organizar os prazos. Com o dia determinado, você consegue fazer essa atividade com 
mais rapidez e evita que ela fique esquecida por conta da rotina corrida. 
 
 
 
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Confira os Diários Oficiais e Tribunais 
Como cada estado e causa possuem o seu Diário de Justiça, que são responsáveis pela 
divulgação das atualizações dos processos. Saber onde o processo judicial está 
tramitando é essencial para uma pesquisa mais rápida. 
Outra dica para otimizar e agilizar a sua consulta frequente de processos judiciais é 
organizando os seus clientes de acordo com suas causas e regiões. Dessa forma, você 
consegue pesquisar nos Diários Oficiais e tribunais com mais agilidade. 
 
Gestão das tarefas 
Às vezes perdemos muito tempo com tarefas rotineiras e manuais e acabamos ficando 
sem tempo para atividades mais estratégicas que nos deixam mais próximos dos 
resultados e dos clientes. Uma forma de mudar esse cenário é unindo a tecnologia aos 
seus processos. Softwares automatizam o acompanhamento de processos fazendo com 
que você tenha mais tempo para se preocupar apenas com análises dos dados, e tomada 
de decisões. Quando o software encontra atualizações, os responsáveis do escritório são 
imediatamente atualizados. Além de tudo isso, cruza informações para acesso à pesquisa 
de Jurisprudência realizada a partir de diferentes filtros. 
 
Padronize e mantenha as informações atualizadas 
A tecnologia pode te ajudar a ter as informações mais rápidas, mas de nada adianta se 
você não tem registro de todos dados dos processos ou se eles estão perdidos nas 
diversas pastas e documentos no seu escritório. 
Por isso, padronizar esses registros de processos judiciais vão te ajudar a fazer as 
pesquisas mais rápidas, evitar erros sérios e principalmente retrabalhos. 
 
 
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AUDIÊNCIAS – CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO X INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
 
Audiência de Conciliação ou Mediação é o ato no qual as partes se reúnem com um 
conciliador ou mediador para, juntos, acharem uma solução ou acordo que ponha fim ao 
conflito. Deve ser designada sempre que o juiz constatar que a petição inicial preencher 
os requisitos essenciais e que não for o caso de improcedência liminar do pedido. 
Normalmente é designada antes do réu apresentar sua contestação, mas pode ser 
novamente marcada, caso as partes manifestem interesse no decorrer do processo, ou 
quando o magistrado entender que a tentativa de conciliação é possível. 
 
 Já a Audiência de Instrução e Julgamento é o ato em que as partes se reúnem para que 
um juiz decida o conflito. Mesmo na audiência de instrução, o magistrado deve tentar a 
conciliação. Trata-se da oportunidade em que as partes podem produzir suas provas 
orais, momento em que o juiz vai ouvi-las, bem como as testemunhas e peritos, se for o 
caso. Em regra, a audiência de instrução e julgamento deve ocorrer em ato único e 
contínuo, ou seja, no mesmo dia, mas dependendo da complexidade da causa, pode ser 
dividida e remarcada para outras datas. Após as oitivas,as partes deverão apresentar 
suas razões ou alegações finais, podendo o magistrado proferir sentença na própria 
audiência ou no prazo de 30 dias. Em casos nos quais não haja necessidade de provas 
orais, a audiência de instrução pode ser dispensada. 
 
Código de Processo Civil - Lei no 13.105, de 16 de março de 2015. 
Audiência de Conciliação ou de Mediação 
 Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de 
 
 
21 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de 
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com 
pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência 
de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as 
disposições da lei de organização judiciária. 
 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não 
podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, 
desde que necessárias à composição das partes. 
 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. 
 4º A audiência não será realizada: 
 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição 
consensual; 
II - quando não se admitir a autocomposição. 
 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, 
e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de 
antecedência, contados da data da audiência. 
 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser 
manifestado por todos os litisconsortes. 
 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, 
nos termos da lei. 
 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de 
conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado 
com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da 
causa, revertida em favor da União ou do Estado. 
 
 
22 
 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores 
públicos. 
 10º A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, 
com poderes para negociar e transigir. 
 11º A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. 
 12º A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de 
modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o 
início da seguinte. 
 
A mediação é um dos métodos consensuais de solução de conflitos, previsto no Novo 
Código de Processo Civil, através do qual, um mediador, pessoa imparcial e 
independente, irá atuar nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, 
auxiliando-as a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que elas 
possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções 
consensuais que gerem benefícios mútuos. 
A conversa desenvolvida no processo consensual de mediação servirá para esclarecer 
situações, recuperar a comunicação direta, eliminar resíduos e falhas verificadas na 
comunicação anterior e pode até melhorar o relacionamento entre os interessados nas 
suas relações posteriores. 
Regida pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, 
da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada, a mediação 
é dividida, para alguns doutrinadores, em cinco etapas: pré-mediação, investigação, 
―cáucus‖, criação de opções e fechamento. 
 
Pré-mediação 
A fase preliminar, também conhecida como pré-mediação, é o primeiro contato do 
 
 
23 
mediador com as partes e, possivelmente, destas com o método. Neste momento, caberá 
ao mediador apresentar-se como terceiro independente e imparcial, explicando às partes 
a sua função no procedimento e a maneira como ele será conduzido, estabelecendo 
regras sobre as reuniões, como, por exemplo, se estas serão individuais ou coletivas, as 
datas, período de duração. 
 
Três questionamentos básicos da mediação, destacando a importância da fase preliminar: 
O primeiro é relativo ao conflito que os levou a solicitar a mediação e se o mesmo pode 
ser objeto da mediação. O segundo sobre o efetivo interesse das partes em se submeter 
ao processo. E o terceiro, mais relativo ao papel que cabe ao terceiro imparcial e 
independente, se refere à escolha do mediador para o caso, podendo recair ou não em 
profissional que os informou sobre o processo, o pré-mediador. Em sendo positivas as 
respostas a estas questões, deverão avaliar conjuntamente sobre a conveniência de ser 
utilizada. No âmbito extrajudicial é apresentada, também nesta etapa, a minuta do 
contrato de prestação do serviço da mediação, em que estará contemplado o modo em 
que se realizará. É o momento em que nasce a confiança das partes no processo. A 
prática frequente deste momento prévio auxilia e muito na quebra de paradigmas, bem 
como no início do ―desarmamento‖ das partes para a administração do conflito. 
O mediador também deverá expor às partes o seu direito de cancelar ou interromper o 
procedimento, preparando-as para a aceitação ou não do método, pois só existirá o 
processo se as pessoas efetivamente quiserem dele fazer parte e, para tanto, é 
fundamental que conheçam seus objetivos, seu dinamismo, bem como seu alcance e 
limitações. A fase de pré-mediação tem como objetivo: 
 Proporcionar conhecimento do processo, sua amplitude e a natureza dos 
 
 
24 
resultados que poderão ser obtidos; 
 Obter a responsabilização dos participantes, tanto sobre a escolha das opções 
como pela sua implementação; 
 Conhecer os comportamentos adequados às sessões de mediação, o que inclui 
respeito à outra parte, obediência às determinações do mediador, comportamento 
cortês e cooperativo. 
 Filtragem, para assegurar que somente pessoas realmente interessadas em 
encontrar saída para o conflito sejam conduzidas à mediação. 
 
Investigação 
A fase de investigação na mediação tem como objetivo permitir que as partes sejam 
ouvidas e relatem os seus conhecimentos e percepções do conflito apresentado. A 
doutrina propõe diversas técnicas de comunicação entre as partes, como o rapport 
técnica que envolve três elementos: atenção mútua, sentimento positivo compartilhado e 
um dueto não verbal bem coordenado. 
 
Nessa etapa, o papel do mediador é ouvir atentamente as partes colhendo todas as 
informações necessárias para, assim, conseguir ter uma visão geral dos fatos e, ao 
mesmo tempo, já apreender algumas das questões e interesses envolvidos. 
É importante que cada parte tenha liberdade para falar aquilo que lhe vem à mente, 
devendo o mediador zelar para que esse momento de expressão não saia do seu controle 
durante a sessão. Ele deve auxiliar os mediandos a dar sentido às frases, a organizar 
suas falas, e controlar as manifestações, não permitindo que haja interrupções entre as 
falas de cada um. 
Entre as vantagens de relatar os acontecimentos para um terceiro encontram-se: a 
 
 
25 
oportunidade de organizar os próprios pensamentos, externar a emoção, a oportunidade 
de manifestar coisas que não seriam ditas se a parte se estivesse a sós com a outra, não 
ser interrompido e não se sujeitar a agressão física ou verbal, praticada voluntária ou 
involuntariamente, a oportunidade de compreender aquilo que incomoda o outro e, ainda 
ter a certeza de que, talvez pela primeira vez, será realmente ouvido. 
Ainda, é importante que o mediador provoque o diálogo entre as partes e, para isso ele 
pode formular questões ou solicitar a interpretação de pontos de vista por este ou aquele 
mediando, a título de melhor compreender e obter esclarecimentos. 
Concluídas as narrativas, o mediador realiza uma análise dos acontecimentos, separa as 
diferentes causas apontadas, clarificaos fatos, detalha suas percepções dos mediandos 
e, explicita os conteúdos essenciais. Deve ficar claro para todos quais são os reais 
interesses e as posições de cada mediando , se há ou não a necessidade de convocação 
de perito ou se há novos dados e informações que deverão ser apresentados. Dessa 
forma, o mediador assegura que ocorreu convergência de entendimentos. 
É a partir da narração do conflito que as partes conseguem ouvir o ponto de vista uma da 
outra, permitindo que todos compreendam as diferenças de percepções a respeito dos 
acontecimentos, e comecem a enxergar os seus interesses individuais e coletivos para 
que possam, a partir daí, construir opções de acordo. 
 
Caucus 
Caucus ou sessões privadas são reuniões entre o mediador e uma das partes , permitindo 
a esta expor fatos ou sentimentos e esclarecer alguma questão ainda obscura . Referidas 
sessões permitem ao mediador descobrir as ―motivações ocultas‖ das partes. 
As sessões individuais são uma prerrogativa do mediador, e podem ser realizadas em 
casos em que há ―um elevado grau de animosidade entre as partes, uma dificuldade de 
uma ou outra parte de se comunicar ou expressar adequadamente seus interesses e as 
questões presentes no conflito. 
Nas sessões individuais, a confidencialidade com relação às informações obtidas também 
é aplicável, em conformidade com o artigo 31 da Lei 13.140/2015: Art. 31. Será 
 
 
26 
confidencial a informação prestada por uma parte em sessão privada, não podendo o 
mediador revelá-la às demais, exceto se expressamente autorizado. Como se verá 
adiante, alguns métodos de mediação pressupõem a existência de sessões individuais, 
enquanto outros se posicionam de forma contrária a tal técnica. 
 
Fechamento 
Esta é a etapa final da audiência de mediação, consistindo na possibilidade de 
concordância integral, parcial ou discordância entre as partes. Caso haja a concordância, 
a mediação é encerrada com a assinatura de um termo final, que representa a celebração 
de um acordo satisfatória para as partes conforme artigo 20 da Lei 13.140/2015 e, 
conforme o parágrafo único do mesmo artigo, o termo final constitui título executivo 
extrajudicial e, após homologação judicial, título executivo judicial. 
Na formalização do acordo contido no termo final, é importante que alguns elementos 
sejam considerados e presentes: os aspectos legais do acordo; as responsabilidades de 
cada parte se houverem, e como, quando e onde tais responsabilidades ou deveres serão 
executados. Além de passível de tal execução, o acordo deve ser objetivo, claro, simples 
e, na medida do possível, positivo para as partes, não contrariando os bons costumes e 
as normas de ordem pública. O encerramento da mediação, no entanto, pode ocorrer de 
outras formas além da assinatura de termo final e a realização de um acordo, 
especialmente quando não há concordância entre elas. Nesse caso, o mediador pode 
declarar que não se justificam novos esforços para obtenção de consenso. Além disso, no 
decorrer do procedimento, qualquer uma das partes pode manifestar-se por encerrá-lo. 
 
Audiência de Instrução e Julgamento 
Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e 
 
 
27 
julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras 
pessoas que dela devam participar. 
 Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do 
emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a 
mediação e a arbitragem. 
  
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe: 
I - manter a ordem e o decoro na audiência; 
II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem 
inconvenientemente; 
III - requisitar, quando necessário, força policial; 
IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e 
da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo; 
V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. 
 Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, 
preferencialmente: 
I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos 
requeridos no prazo e na forma do art. 477 , caso não respondido anteriormente por 
escrito; 
II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais; 
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas. 
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as 
testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem 
licença do juiz. 
 Art. 362. A audiência poderá ser adiada: 
I - por convenção das partes; 
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva 
 
 
28 
necessariamente participar; 
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do 
horário marcado. 
 1º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o 
sendo, o juiz procederá à instrução. 
 2º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo 
advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a 
mesma regra ao Ministério Público. 
 3º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas. 
  
Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a 
requerimento da parte, determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de 
advogados para ciência da nova designação. 
 Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem 
como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, 
sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) 
minutos, a critério do juiz. 
 1º Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da 
prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não 
convencionarem de modo diverso. 
 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate 
oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo 
autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua 
intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos 
autos. 
 Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente 
cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das 
partes. 
 
 
29 
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do 
julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima 
possível, em pauta preferencial. 
 Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em 
audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias. 
 Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido 
na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se 
proferida no ato. 
 1º Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-lhe-á as 
folhas, que serão encadernadas em volume próprio. 
 2º Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério Público e o 
escrivão ou chefe de secretaria, dispensadas as partes, exceto quando houver ato 
de disposição para cuja prática os advogados não tenham poderes. 
 3º O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos cópia autêntica do 
termo de audiência. 
 4º Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código, em 
legislação específica e nas normas internas dos tribunais. 
 5º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio 
digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos 
julgadores,observada a legislação específica. 
 6º A gravação a que se refere o § 5º também pode ser realizada diretamente por 
qualquer das partes, independentemente de autorização judicial. 
 
 Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais. 
Todavia, há casos em que o decoro ou o interesse público recomenda a não divulgação 
dos atos judiciais. Diante disso, serão praticados em segredo de justiça. Quando isso 
ocorrer, a audiência realiza-se de portas fechadas, mas com presença assegurada às 
partes e seus advogados. 
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os 
processos: 
 
 
30 
I - em que o exija o interesse público ou social; 
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união 
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; 
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde 
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. 
 
Vale pontuar que o juiz atua como presidente dos trabalhos durante a audiência, 
exercendo poder de polícia, um dos poderes constitucionais inerentes à soberania estatal, 
incumbindo-lhe: 
 Manter a ordem e o decoro na audiência; 
 Ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem 
inconvenientemente; requisitar, quando necessário, força policial; 
 Tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público 
e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo; 
 Registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em 
audiência. 
A audiência será realizada em dia e hora designados pelo juiz, com prévia intimação das 
partes, sendo sempre considerada una e contínua. Insta esclarecer que ―una‖ expressa a 
ideia de unidade, isto é, embora a audiência seja fracionada em diversas sessões, ela 
será tratada como um todo. 
Dessa forma, ocorrendo nulidade no início de uma sessão, todos os atos posteriores 
estarão contaminados, em observância ao princípio da unidade da audiência. 
Por fim, vale pontuar que a audiência compreende, na sistemática do Novo Código, atos 
 
 
31 
de quatro espécies, quais sejam: 
 Atos preparatórios. 
 Atos de tentativa de conciliação das partes. 
 Atos de instrução. 
 Atos de julgamento. 
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE REPRESENTAÇÃO, MANDATO E 
PROCURAÇÃO 
 
As pessoas realizam negócios pessoalmente, através de sua própria manifestação 
volitiva. Porém, há situações em que, por determinação legal ou por conveniência do 
agente, o interessado é representado por outra pessoa para a prática do ato. 
No que tange à representação, sempre haverá quando uma pessoa manifesta vontade 
em nome de outrem na prática de um determinado ato jurídico. 
A representação pode ser legal, quando decorrer do poder familiar e ocorre em relação 
aos pais sobre os filhos menores. Pode ser judicial, se decorrer de um processo judicial, 
como ocorre com os tutores, curadores, síndicos e administradores de falência. 
 
Finalmente, a representação pode ser convencional, quando decorrer de um negócio 
jurídico específico denominado mandato. 
Ressalta-se que há outros negócios jurídicos que denotam também o exercício de 
representação, como ocorre com a comissão, preposição, gestão e agência. 
Desta análise preliminar, nota-se que representação é gênero cujo mandato é a espécie. 
A representação decorre da lei, enquanto que o mandato sempre decorrerá da vontade 
das partes. 
 
 
32 
Etimologicamente, a palavra mandato possui dois sentidos. O primeiro advém do latim 
―mandatum‖ ou ―mandare‖ no sentido de ―confiar a ou encarregar‖. Já no Direito romano, 
significava ―manus dare‖ ou ―dar as mãos‖, configurando expressão de confiança e 
amizade. 
 
O conceito de mandato se encontra no art. 653 do Código Civil que estabelece que se 
opere mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar 
atos ou administrar interesses. A principal característica do mandato é que implica sempre 
em representatividade. Porém, há doutrina que sustenta haver mandato sem 
representatividade quando o mandante confia ao mandatário à realização de um ato em 
nome do próprio mandatário, mas no seu interesse e por sua conta. Neste caso, o 
mandatário age em nome próprio e não de mandante, adquirindo os direitos e assumindo 
as obrigações decorrentes do negócio que celebra. Trata-se de noção do contrato 
celebrado por interposta pessoa, pois na verdade o mandatário age em seu nome, mas 
sob ordens, orientações, por conta e interesse do mandante. 
Analisados os aspectos principais de representação e de mandato, passa-se a tratar da 
procuração. 
A doutrina conceitua procuração como o instrumento jurídico unilateral, por meio do qual 
uma pessoa física ou jurídica outorga poderes de representação para outrem. Importante 
ressaltar que a procuração não é a forma do mandato, mas sim a consequência. 
Não se deve confundir procuração com mandato. Enquanto este é um contrato, aquela é 
uma manifestação unilateral que, enquanto não for aceita consubstancia mera oferta de 
contratar. 
Ademais, a procuração pode apenas corporificar um contrato prévio de mandato, sendo 
seu instrumento. Isto porque no mandato pode haver cláusulas que não interessam a 
 
 
33 
terceiros que irão contratar com o representado, como é o caso da remuneração paga ao 
mandatário. 
Ressalta-se que é possível procuração sem mandato, pois se trata de promessa de 
contrato, vez que só haverá mandato se o outorgado na procuração aceitar. Em razão 
disso, afere-se a natureza jurídica da procuração, que é de ato jurídico unilateral. Mais 
uma vez não se confunde com mandato, que é contrato bilateral. 
 
A outorga da procuração pode ser anterior, concomitante ou posterior ao contrato de 
mandato. Ela servirá para instrumentalizar o mandato para terceiro. Se a procuração for 
anterior ao mandato, o contrato só se considera formado com a aceitação do outorgado. 
Enquanto não aceita, a procuração é mera promessa de contratar. Se o procurador 
pratica um ato se valendo da procuração, entende-se por firmado o contrato de mandato, 
pois este aceita sua forma tácita para a configuração. Porém, se o outorgado da 
procuração não praticar qualquer ato ou recusar expressamente, tem-se por não firmado 
o mandato, sendo a procuração um instrumento existente, válido, porém, ineficaz. 
Importante diferenciar ainda mandato em causa própria e procuração em causa própria. 
No mandato em causa própria há verdadeira alienação, vez que comparecem mandante e 
mandatário, possuindo o contrato ingresso no registro de imóveis dado o seu caráter 
translativo. Porém, a procuração em causa própria é mera declaração unilateral de 
vontade e por isso necessita de um novo ato notarial para transferir a propriedade. 
Portanto, nota-se que representação, mandato e procuração são institutos jurídicos 
diversos, devendo o notário ou qualquer outro operador de direito se atentar para que 
confira o nome correto ao instrumento realizado. Isto porque, a aplicação da terminologia 
adequada, além de cumprir o princípio da tecnicidade, ajuda a delimitar o alcance do ato 
firmado, sendo mais um elemento garantidor da segurança jurídica. 
 
 
34 
 
GESTÃO DOCUMENTAL 
 
Gestão de documentos é um conjunto de processos que envolvem o armazenamento, 
organização e uso inteligente dos arquivos da empresa, como contratos, escrituras, guias 
de impostos e folhas de pagamento. Pode ser feita física ou digitalmente, de acordo com 
a natureza dos documentos e os recursos disponíveis na companhia. 
Ao longo dos anos de funcionamento, o volume de arquivos produzidos pela empresa 
aumenta exponencialmente. Isso gera problemas de falta de espaço, lentidão nos 
processos e até perda de informações importantes, o quetorna a gestão de documentos 
absolutamente necessária para o funcionamento sustentável da organização. Com esse 
método, é possível preservar dados que são considerados patrimônio da empresa e ainda 
transformá-los em recursos de competitividade. 
 
Quais são os benefícios da gestão de documentos? 
Mais agilidade nos processos 
Uma boa gestão de documentos consiste em armazenar os arquivos da empresa de 
acordo com sua natureza e necessidade. Documentos sigilosos devem estar em um local 
seguro, como um sistema criptografado ou cofre de difícil acesso, para reduzir o risco de 
invasões e roubo de dados. 
Documentos muito utilizados no dia a dia, por sua vez, precisam ser guardados em locais 
de fácil acesso, para simplificar sua busca e dar mais agilidade aos processos. 
Imagine uma empresa com alta rotatividade de colaboradores, na qual o RH precisa 
manusear os contratos de trabalho com muita frequência. Para facilitar a rotina, esses 
documentos devem estar visíveis, digital ou fisicamente, para que o departamento não 
tenha que fazer longas buscas para ter o documento em mãos. 
Dessa forma, os funcionários conseguem dedicar seu tempo a tarefas realmente 
relevantes, sem gastar horas e horas procurando informações difíceis de encontrar. 
 
 
35 
Redução de custos 
Ao tornar os processos mais eficientes, a empresa reduz gastos, já que os funcionários 
conseguem produzir mais em menos tempo. Falta de planejamento e organização gera 
custos extras, como erros operacionais e necessidade de retrabalho. Esses problemas 
minam o orçamento não apenas em uma área específica, mas em todos os 
departamentos. 
A gestão de documentos tem como objetivo realizar mais ações com o menor 
investimento possível. Isso envolve práticas como a impressão de cópias na quantidade 
certa e o armazenamento otimizado, apostando alto em sistemas tecnológicos. 
 
Garantia de segurança jurídica 
Documentos servem como garantia de que a empresa age dentro da lei. O controle de 
ponto, por exemplo, comprova que os funcionários estão cumprindo a jornada de trabalho 
conforme combinado em contrato. Em caso de horas extras, as folhas de 
pagamento revelam se elas foram pagas ou não. Tudo isso protege a organização em 
eventuais ações trabalhistas. 
O mesmo vale para comprovantes de pagamento a fornecedores e guias de recolhimento 
de impostos. A gestão documental é importante para organizar esses arquivos de forma 
que eles não se percam e estejam disponíveis quando forem requisitados. 
É fundamental validar esses documentos oficialmente, por meio de assinaturas e 
carimbos. No caso de versões digitais, a assinatura eletrônica é uma ótima forma de 
comprovar a autenticidade dos arquivos. 
 
Como fazer uma gestão de documentos eficiente? 
Invista em tecnologia 
A maneira mais eficiente de organizar arquivos é por meio da gestão eletrônica de 
 
 
36 
documentos (GED). Essa ferramenta consiste em um software altamente flexível que 
integra todos os dados da companhia em uma única plataforma. Os documentos 
digitalizados podem ser separados por categorias e outros filtros, o que facilita sua busca 
e acesso. 
Além de agilizar as tarefas diárias, investir em GED traz muitos outros benefícios. A 
tecnologia uniformiza os processos, tornando-os mais compreensíveis para os 
colaboradores; faz backups automáticos, minimizando a perda de dados; e possibilita um 
fluxo de informações mais seguro e eficiente. 
Há, ainda, a opção de fazer o armazenamento eletrônico na nuvem. Nesse modelo, em 
vez de usar um software, os colaboradores acessam os documentos em uma plataforma 
online. A grande vantagem dessa opção é o espaço praticamente ilimitado para os 
arquivos, além da possibilidade de acessá-los remotamente de qualquer dispositivo 
conectado à internet. 
 
Otimize o espaço físico da empresa 
Investir em tecnologia é uma excelente maneira de otimizar o uso da estrutura da 
empresa, já que arquivos digitais não ocupam espaço. Mas isso não significa que 
documentos em papel devem ser deixados de lado. Algumas peças como contratos e 
escrituras precisam ser mantidos também em versões físicas, para uso em caso de 
necessidade. 
No entanto, muitas empresas negligenciam o armazenamento correto desses arquivos, 
deixando-os dispersos em gavetas aleatórias ou em depósitos sem organização. Para 
evitar esse problema, o ideal é separar uma área específica para guardar os documentos, 
com prateleiras e corredores devidamente identificados. 
Além de facilitar o manuseio dos arquivos, isso contribui para que o ambiente do escritório 
se torne mais organizado e agradável para se trabalhar. 
 
 
37 
Considere a vida útil dos documentos 
Cada documento tem uma vida útil, e nem todos precisam ser guardados para sempre. 
Descartar parte dos papéis ou arquivos digitais é necessário para liberar espaço nas 
prateleiras ou softwares da empresa. Com isso, é possível garantir acesso rápido e fácil 
ao que realmente interessa. 
No entanto, antes de descartar um documento, é preciso levar em conta sua natureza. 
Isso é determinante para saber se ele ainda será necessário ou não. Uma carta de pedido 
de demissão, por exemplo, deve ser mantida por cerca de 5 anos. Já os comprovantes de 
quitação com a Previdência Social precisam estar acessíveis por pelo menos 30 anos. 
Uma boa dica é elaborar uma tabela com os tipos de documentos e suas respectivas 
validades para evitar erros na hora de decidir o que manter no arquivo ou não. 
 
Crie políticas para uso dos documentos 
Uma informação em mãos erradas pode significar enormes prejuízos para a empresa. Por 
isso, é fundamental ter políticas claras para uso dos documentos. Dessa forma, é possível 
gerenciar quais arquivos têm acesso livre e quais são restritos apenas às lideranças. 
Esse controle pode ser feito por senhas, métodos de solicitação e normas de uso dos 
documentos. Com isso, a empresa garante que todos os arquivos serão realocados assim 
que forem usados e que só colaboradores autorizados acessem determinados dados. 
SISTEMA NOTARIAL E REGISTRAL 
 
O sistema notarial e registral são formados pelas Serventias Extrajudiciais popularmente 
tratadas como ―Cartórios‖. A lei 8.935 de 1994 regula o artigo 236 da Constituição 
Federal, entre outros temas, e a Lei 6.015 de 1973 (Lei dos Registros Públicos) cuida da 
 
 
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parte da atividade ligada aos registros e normas gerais. 
Os serviços notariais e de registro conforme a Constituição Federal, artigo 236, serão 
exercidos: ―em caráter privado, por delegação do Poder Público, sendo que lei regulará 
suas atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, oficiais de 
registro e de seus prepostos, definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário, 
sendo que lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos 
aos atos praticados pelos serviços de registro e o ingresso na atividade dependerá de 
concurso público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, 
sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses.‖ 
 
A figura responsável pela Serventia é o Tabelião ou Notário, Oficial de Registro ou 
registrador público, profissionais do direito, dotados de fé pública, aprovados em concurso 
público e delegados do Poder Público por autoridade competente. Para alguns 
doutrinadores atuam como colaboradores do Poder Público. 
Esta é a estrutura geral e as regras básicas do sistema: caráter privado, delegação do 
Poder Público, lei que disciplina a responsabilidade civil e criminal, fiscalização pelo 
Judiciário, lei federal que estabelece normas gerais para a fixação dos emolumentos e 
concurso público. 
São conceitos base da atividade: autenticidade, segurança, eficácia e publicidade dos 
atos jurídicos. Em poucas palavras autenticidade é a qualidade de legitimo, verdadeiro 
que se atribui a um titulo ou documento atravésdo seu registro. Por segurança jurídica 
entende-se a oferta de que o direito que advém do registro só poderá ser alterado por via 
legislativa, nenhuma outra forma pode oferecer ameaça, pois o registro garante a 
segurança do direito. 
Já a eficácia é a aptidão de se produzir efeitos na esfera jurídica, consequência da fé-
pública do registrador e tabelião. As certidões emitidas pelos registradores e notários têm 
a mesma força probante que os originais, de acordo com o artigo 217 do Código Civil. 
 
 
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Por fim a publicidade é o que permite que terceiros através do acesso ao conteúdo dos 
registros afastem a clandestinidade dos documentos. A garantia é a emissão de certidões 
aos interessados independentemente da exposição de seus motivos. 
Neste contexto o Estado atua intervindo nos negócios jurídicos particulares através dos 
registros, pois considera que determinados atos produzem efeitos que transcendem os 
interesses das partes e se tornam públicos. Tal modalidade de atuação estatal se chama 
administração pública dos interesses privados. 
 
Formado os pilares, o sistema registral está dividido em quatro modalidades de 
registro que são: 
 Registro civil de pessoas naturais 
 Registro civil de pessoas jurídicas 
 Registro de títulos e documentos 
 Registro de imóveis. 
Por sua vez, os titulares dos referidos serviços de registro são os: oficiais de registro de 
imóveis; oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas; oficiais 
de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas. 
 
O sistema notarial está dividido em três modalidades que são: 
 Notas; 
 Protesto de títulos; 
 Contratos marítimos. 
 
Os princípios que se aplicam a atividade se dividem em: 
 Princípios que se referem aos requisitos para registro: legalidade, disponibilidade, 
continuidade, especialidade, unitariedade, territorialidade e rogação ou instância; 
 Princípios que se referem aos efeitos do registro: publicidade, presunção e fé 
pública, oponibilidade a terceiros (inscrição ou obrigatoriedade), legitimação e 
prioridade. 
A cadeia registral deve ser continua e ininterrupta. Só poderá ser objeto de registro ou 
averbação o documento que tiver suas informações relacionadas com o anterior, de forma 
 
 
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a garantir a transmissão perfeita dos direitos e responsabilidades. Não se admite lacunas 
ou incoerências durante o processo de registro ligado a numero ou matricula anterior. 
O Oficial verificará as pessoas, identidades, legitimidade de representação e dados do 
bem, imóvel, matricula ou ato antecedente para que a transmissão seja segura. A 
continuidade ou trato sucessivo observada nos registros é principio básico de segurança 
jurídica e atua junto com o controle da legalidade no momento qualificação, ou seja, da 
análise pelo oficial ou seu preposto da autenticidade, eficácia, validade e conformação 
legal do registro ou averbação requeridos. 
 
O oficial por ocasião da qualificação confere se o objeto de registro está de acordo com 
as leis vigentes e impede que atos que atentem a legalidade adentrem ao registro. É 
importante durante este estudo ter sempre em mente que os registros embora tenham 
uma função de conservar e publicar os atos do seu arquivo é, sobretudo uma ferramenta 
de interesse no sentido de proteção e preservação de direitos através da qualificação, ou 
seja, o registrador antes de disponibilizar seu arquivo via publicidade, analisa a legalidade 
para fins de, conforme a Lei de Registros Públicos, conferir a autenticidade, segurança e 
eficácia dos atos jurídicos. Se assim não fosse não haveria responsabilidade inerente aos 
registros e tampouco sua indispensabilidade por ordenação legal e até mesmo 
especificamente na Lei de Registros Públicos quando dispõe em seus artigos 156 e 
157que o oficial deverá recusar registro a título e a documento que não se revistam das 
formalidades legais. 
Após o registro é através da especialidade que a publicidade terá sua eficácia assegurada 
e a informação disponível terá a garantia de integridade. Sabe-se, por sua vez, da 
importância atual de uma informação objetiva e eficaz. A certidão quando emitida é 
 
 
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especifica a determinada situação, pessoa ou imóvel. Desta forma, o imóvel objeto de 
registro deve ser descrito em sua máxima especialização, pois cada detalhe tem sua 
relevância no exercício do direito real assegurado pós-registro e como já dita pode refletir 
até numa execução, ação de usucapião, delimitação de área, regularização fundiária, 
parcelamento e desmembramento. Os registros por vezes são utilizados para a defesa 
judicial de direitos e mais uma vez a especialidade se torna importante para que no 
momento do ajuizamento e pedido constante da inicial não ocorra confusão. 
Cada imóvel terá sua matricula própria, este princípio é direcionado ao Registro de 
Imóveis que por sua natureza e estrutura legal demanda que cada propriedade tenha sua 
matricula única e inconfundível dentro do competente território e somente esta será valida 
para fins de defesa de direitos e publicidade. Tal principio facilita o acesso e localização 
de informações relevantes em relação a um imóvel. Também é aplicado quanto à emissão 
de notificações extrajudiciais, nascimento, casamentos, óbitos, registro civil de pessoas 
jurídicas, entre outros atos. 
Em relação à responsabilidade tributária é principio que o tributo deve ser cobrado de 
quem pratica o fato gerador, ou seja, do sujeito passivo direto (contribuinte). Quando para 
atingir a finalidade do Estado for necessário cobrar terceiro, tem se a figura do sujeito 
passivo indireto (responsável tributário). Este é responsável por disposição legal 
expressa. 
 
PROCESSO CIVIL 
 
O Direito Processual Civil está incluído na modalidade de direito público e abarca o grupo 
de normas jurídicas que dispõem sobre a ação, a jurisdição e o processo. 
Esse ramo serve para criar estratégias essenciais para a supressão de divergências de 
 
 
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natureza não penal e não tratada em legislação específica. 
Com suas linhas primordiais fundamentadas no Direito Constitucional, o Direito 
Processual Civil abriga as regras do processo, por meio do qual é desenvolvida a 
resolução da lide, isto é, a estrutura que orienta os procedimentos a serem adotados com 
o propósito de se garantir um direito. 
O processo civil se divide em duas partes mais relevantes. Veja abaixo: 
 Processo de conhecimento: quando o processo é instaurado com a finalidade de 
se conquistar a efetivação de um direito; 
 Processo de execução: nessa fase, o direito já obteve seu reconhecimento, mas 
ainda se procura a consolidação física dele. Para tanto, o instrumento utilizado é a 
sentença previamente constituída ou o título executivo extrajudicial. 
Existe, ainda, a ideia de cautelaridade que, com o advento do Novo Código do Processo 
Civil, se perfaz por meio do regime das tutelas provisórias. No Direito Processual Civil, em 
relação ao tempo, a Lei Processual é empregada imediatamente aos processos em curso, 
mas não pode incluir atos processuais ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor. 
Isso significa que, quando a Lei Processual é modificada, ela atinge os processos 
pendentes, mas, nesse caso, é válida para atos processuais que ainda serão praticados 
após a entrada em vigor de sua mais recente versão. 
Em relação ao espaço, a aplicação da Lei Processual Civil está condicionada ao princípio 
da territorialidade. Desse modo, os juízes brasileiros devem aplicar o que determina a 
legislação brasileira, ignorando os textos internacionais, salvo nas situações previstas em 
lei e nas quais for configurada a homologação de uma cooperação entre os Judiciários de 
um ou mais países. 
 
Como o advogado pode atuar? 
O Direito Processual Civil é altamente indicado para preparar os candidatos ao ingresso 
nas carreiras jurídicas públicas. Desse modo, quemquiser ser juiz, procurador ou 
defensor público, entre outras possibilidades, deve investir nesse ramo do Direito. 
Também existe a possibilidade da atuação do advogado no tribunal, para solução de 
contencioso cível, o que engloba representar partes junto à primeira instância em Varas 
 
 
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Cíveis, Varas de Fazenda, Varas de Registros Públicos e de Família e Sucessões. 
Ainda como advogado, é possível exercer a atividade junto aos tribunais de segunda 
instância, tanto os estaduais como os federais, além dos tribunais superiores. 
 
Quais são os princípios do Direito Processual Civil? 
Os princípios são as normas que embasam uma disciplina jurídica e eles têm a função de 
assegurar a higidez do sistema jurídico, isto é, fazer com que ele funcione com a máxima 
perfeição possível. 
Dessa forma, um juiz não pode emitir uma sentença na Lei Processual que se 
contraponha a eles. Por essa razão, entender quais são os princípios do Direito 
Processual Civil é muito importante para os estudos jurídicos. 
A palavra ―princípio‖ tem origem no latim (principiu) e significa início, origem, começo, 
ponto de partida. Nesse contexto, aprender sobre os princípios dá ao profissional uma 
noção basilar dos preceitos que contribuíram para o surgimento dessa matéria. 
Eles desempenham o papel de fonte no direito, como se fossem a espinha dorsal para o 
ordenamento jurídico. Trata-se de normas elementares que orientam o modo de agir em 
qualquer que seja a relação jurídica. 
Os princípios que conduzem a atuação no Direito Processual Civil estão no próprio 
Código e na Constituição da República e, por essa razão, os profissionais desse ramo 
precisam dominá-los, sob pena de a própria Carta Magna ser violada. Abaixo, confira 
alguns deles. 
 
Princípios constitucionais 
Os princípios constitucionais são normas qualificadas que disciplinam as relações 
jurídicas de forma abstrata. Toda a norma processual deve ser ajustada e empregada em 
conformidade com a Constituição, que está em grau hierárquico superior. 
 
Princípio da imparcialidade 
A conduta de um juiz tem de ser indiscutivelmente imparcial para que haja Justiça em sua 
 
 
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plenitude. Esse princípio recomenda aos magistrados que evitem decisões e 
comportamentos tendenciosos em favor de uma das partes sem embasamento nos autos. 
A imparcialidade é crucial para uma evolução sadia do processo. 
 
Princípio da igualdade 
Ambas as partes em um processo civil devem receber o mesmo tratamento por parte do 
juiz responsável pela ação. Caso contrário, a própria imparcialidade também estará 
comprometida. Desse modo, as regras devem ser aplicadas da mesma forma para o réu e 
para o autor. 
 
Princípio do contraditório e ampla defesa 
É assegurado às partes relacionadas em um processo o direito à manifestação sobre 
qualquer tema ligado a essa ação, bem como também é garantida pela lei a oportunidade 
para se defender em qualquer questionamento surgido durante os trâmites jurídicos. 
 
Princípio da ação ou demanda 
O princípio da ação, também conhecido como princípio de demanda, atesta aos cidadãos 
o direito de ter iniciativa para provocar a função jurisdicional, ou seja, confirma o direito de 
acesso às funções proporcionadas pelo Judiciário. 
 
Princípio do juiz natural 
Esse princípio proíbe que o processo seja julgado por magistrado ou corte de exceção. 
Regras gerais e abstratas definem qual é o juiz competente para cada causa. Isso 
acontece para assegurar que as ações sejam encaminhadas aos magistrados com 
 
 
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fundamento em quesitos impessoais, objetivos e predeterminados. Na prática, esse 
princípio objetiva a imparcialidade e a independência funcional dos juízes. 
 
Princípio da disponibilidade e da indisponibilidade 
O princípio da disponibilidade e da indisponibilidade está relacionado ao poder dispositivo, 
que é liberdade assegurada a todos os cidadãos de exercer seus direitos. 
No Direito Processual Civil, ele pode ser interpretado como a chance de manifestar em 
juízo uma intenção. 
 
Princípio da livre investigação das provas 
Já no princípio da livre investigação das provas, é determinado que o juiz dê a sua 
sentença com base nas provas produzidas pelas partes. 
Essa norma basilar também diz que o juiz está autorizado a ordenar a produção de 
provas para que haja mais nitidez no convencimento. Em outras palavras, a legislação 
vigente garante aos magistrados a livre investigação de provas. 
 
Princípio da economia e instrumentalidade das formas 
Essa norma afirma que a ação, por ser um instrumento de acesso aos direitos, não pode 
ter custas em excesso, sendo necessária certa proporcionalidade entre as despesas e os 
valores dos bens alvo da divergência. 
Além disso, o formalismo exacerbado deve ser evitado, sendo que quando determinado 
ato atingir sua finalidade, mesmo que não cumprida a forma, será válido, exceto nos 
casos em que a forma seja determinante.. 
 
Princípio do duplo grau de jurisdição 
O princípio da publicidade assegura a todos a disponibilidade de dados de um processo, o 
que é considerada uma relevante ferramenta para a fiscalização popular. 
 
 
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Princípio da publicidade 
O princípio da publicidade assegura a todos a disponibilidade de dados de um processo, o 
que é considerada uma relevante ferramenta para a fiscalização popular. 
 
Princípio da motivação das decisões judiciais 
Esse princípio orienta os juízes a elaborar suas sentenças de maneira coerente, 
fundamentada, apresentando os argumentos pelos quais chegaram às suas decisões, isto 
é, de que maneira eles raciocinaram para compor tal arbítrio. 
 
Princípio do devido processo legal 
Trata-se de uma norma fundamental do Direito que visa garantir que todos os atos 
processuais aconteçam em obediência à legislação vigente. O propósito desse princípio é 
impedir que as partes sejam prejudicadas com práticas não especificadas em lei. 
 
REGISTRO CIVIL: PESSOAS NATURAIS E PESSOAS JURÍDICAS 
 
Dá-se o nome de registro civil à instituição estatal que proporciona constância de diversos 
acontecimentos e ações vinculados com o estado civil dos indivíduos. O Registro Civil de 
Nascimento (RCN) é o registro feito nos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais, 
e é previsto e regulamentado pela Lei 6.015/73. 
É neste documento que diferentes dados estarão disponíveis, como a data de nascimento 
e de óbito, o casamento, sendo todas estas informações lavradas por um funcionário 
responsável. A primeira via da certidão de nascimento é sempre gratuita. A segunda via 
 
 
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também é gratuita para pessoas reconhecidamente pobres, de acordo com a Lei n° 9.534 
de 10 de dezembro 1997. O estado de pobreza será comprovado por declaração da 
própria pessoa interessada. Se esta for analfabeta, o documento precisa da assinatura de 
duas testemunhas. 
O Cartório de Registro Civil é responsável pela prática de registrar atos de registro de 
nascimento, de casamento, de óbito, entre outros. Ele é responsável por: 
 Interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
 Expedição de certidões relativa aos atos registrados; 
 Sentença declaratória de ausência ou de morte presumida; 
 Nascimentos; 
 Sentenças que deferirem a legitimação adotiva; 
 Casamentos; 
 Averbação da emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; 
 Óbitos; 
 Averbação de separações ou conversões de divórcio. 
Antigamente sob o poder da Igreja Católica, durante a época do Império, onde as 
condições e normas de casamento eram regulamentadas, o registro civil também era 
lavrado a partir do batismo, sendo, considerada atualmente – por meio de todas as 
conquistas – uma instituição universal, compreendendo nos assentos em livros próprios, 
por Oficial Delegado, para a qualquer tempo poder certificar-se, com relação a 
determinada pessoa, a existência de três fatos: o nascimento, o casamento e a morte. 
 
Certidão de Nascimento 
No cartório

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