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EMBRIOLOGIA DA FACE SUMÁRIO 1. Introdução ..................................................................... 3 2. Desenvolvimento Da Face ..................................... 4 3. Desenvolvimento Da Cavidade Nasal .............16 4. Seios Paranasais ......................................................19 Referências Bibliograficas .........................................22 3EMBRIOLOGIA DA FACE 1. INTRODUÇÃO O desenvolvimento da face e mandí- bulas é uma complexa sequência tridi- mensional de eventos em que ocorre padronização, o crescimento, a fusão e o modelamento de várias massas teciduais. Esses eventos ocorrem principalmente entre a quarta e oitava semana e no fim período embrioná- rio a face já tem aspecto humano. O ajuste de proporção e refinamento da face ocorrem no período fetal. As pri- meiras partes a serem formadas são mandíbula inferior e lábio inferior, e são resultado da fusão das extremi- dades mediais da proeminência man- dibular no plano mediano. SAIBA MAIS! Charmosas e desejadas, ‘covinhas’ no rosto são más formações genéticas, de depressões da pele do rosto ou do queixo. Fisicamente, elas acontecem porque nestas regiões o tecido fibro- so adere entre a pele e o osso da mandíbula (no queixo) ou entre a pele e os músculos da face (no rosto), causando uma pequena retração na pele, que é mais acentuada quando as pesso- as sorriem. Elas resultam da fusão das extremidades mediais da proeminência mandibular no plano mediano. A covinha comum do queixo resulta da fusão incompleta das proeminências. Figura 1. Bebê com covinha no queixo. Fonte: https://brasil.babycenter.com/thread/362029/ encerrado-concurso-babycenter---crian%C3%A7a-com-covinha?startIndex=100 4EMBRIOLOGIA DA FACE 2. DESENVOLVIMENTO DA FACE Os primórdios da face aparecem no início da quarta semana em torno do estomodeu. O estomodeu, que é a boca primitiva e que dá origem a cavidade, serve como um ponto de referência morfológico, e se localiza entre as proeminências maxilares, mandibulares e frontonasal. Obser- ve essas estruturas e seus processos de desenvolvimento neste período no diagrama 1. 5EMBRIOLOGIA DA FACE MAPA MENTAL Estomodeu Estomodeu Fosseta nasal Sulco nasolacrimal Mediana lateral Proeminência nasais Pálpebras fechadas Filtro do lábio Sulco nasolacrimal Pálpebra Testa Pálpebra Narina Mandíbula Orelha externa Meato acústico externo Proeminências nasais mediais fundindo-se uma com a outra e com as proeminências maxilares Segmento intermaxilar Meato acústico externo Proeminência nasal medial Proeminência nasal lateral Meato acústico externo e saliências auriculares 2º arco faríngeo Estomodeu Olho Sulco nasolacrimal Placoide do cristalino Placoide nasal Arcos faríngeos 24 dias 28 dias 31 dias 33 dias 35 dias 14 semanas 10 semanas 48 dias 40 dias Proeminência cardíaca Proeminência maxilar Proeminência frontonasal Proeminência mandibular Diagramas mostram vistas frontais e laterais ilustrando os estágios progressivos do desenvolvimento da face. Fonte: Embriologia Clínica - 10ª Ed. 2016. Autor: Moore, Keith 6EMBRIOLOGIA DA FACE O desenvolvimento da face depende da influência indutiva do prosencéfalo (através de gradientes morfogênicos) da zona ectodérmica frontonasal e do desenvolvimento dos olhos. Estes fatores estimulam o crescimento das zonas da face. O prosencéfalo é a parte mais rostral e frontal das vesículas cerebrais. É originado do tubo neural, que se mo- difica em vesículas encefálicas primá- rias, sendo o prosencéfalo uma delas (mesencéfalo e rombencéfalo são as demais). O prosencéfalo funcio- na como uma base mecânica e como uma região de sinalização para o co- meço do desenvolvimento facial. Como citado, o estomodeu é o refe- rencial morfológico para o apareci- mento dos cinco primórdios faciais em forma de proeminências: • Uma proeminência frontonasal; • Um par de proeminências maxilares; • Um par de proeminências mandibulares. PRIMÓRDIO ESTRUTURAS DERIVADAS Proeminência fronto-nasal Parte frontal: testa; parte nasal: nariz. Duas proeminências maxilares bochechas superiores e o lábio superior. Duas proeminências mandibulares Queixo e região das bochechas Tabela 1. Primórdios faciais e estruturas derivadas] As proeminências surgem durante a quarta semana pela expansão da crista neural que se origina a partir das pregas neurais do mesencéfalo e do rombencéfalo rostral. As proe- minências maxilares e mandibulares são originadas a partir do primeiro par de arcos faríngeos. As células dessas proeminências são a principal fonte constituintes de tecido conjuntivo, in- cluindo cartilagem, osso e ligamentos nas regiões facial e bucal. A proeminência frontonasal está in- timamente em contato com a porção ventrolateral do prosencéfalo, e dá origem as vesículas precursoras dos olhos. Também dá origem a testa, e a parte nasal (esta limita o estomo- deu rostralmente e o nariz). Os limi- tes laterais do estomodeu são forma- dos pelas proeminências maxilares enquanto as proeminências mandi- bulares formam o limite caudal do estomodeu. Essas proeminências faciais são cen- tros ativos de crescimento da face pois estimulam o crescimento de ou- tros tecidos a partir dessas estruturas. Esses processos ocorrem com o cres- cimento do mesênquima subjacente 7EMBRIOLOGIA DA FACE que é um tecido conjuntivo embrio- nário contínuo de uma proeminência para outra. Ainda na quarta semana diversos processos ocorrem com o desenvol- vimento de algumas estruturas im- portantes como os placóides nasais e outras passam a ganhar formato como o estomodeu. Os placóides na- sais são o conjunto de células epite- liais nasais, e se espessam de forma ovalada bilateralmente. Esse proces- so ocorre nas partes ínfero laterais da proeminência frontonasal. O formato morfológico dos placóides inicialmen- te são convexos e posteriormente es- tirados, com uma depressão plana em cada placóide. O mesênquima produz as elevações em forma de ferradura, que são as proeminências nasais mediais e late- rais. Por fim, os placóides se assen- tam nessas depressões que são as fossetas nasais. As fossetas são os primórdios das cavidades nasais e as proeminências nasais laterais são os primórdios das asas do nariz. Figura 2. Micrografia eletrônica de varredura de um embrião 33 dias. Observe as estruturas: processo frontonasal pro- eminente (PFN), fossetas nasais (FN) (localizadas nas regiões ventrolaterais do PFN), proeminências maxilares (PMX), proeminências mandibulares fundidas (PMD), segundo arco faríngeo (2AF), terceiro arco (3AF).Fonte: Embriologia Clínica - 10ª Ed. 2016. Autor: Moore, Keith 8EMBRIOLOGIA DA FACE A proeminência maxilar e mandibular tem origem do primeiro arco faríngeo. Esse processo ocorre pouco tempo depois que as estruturas faciais to- mam formas, elas são invadidas por células mesodérmicas associadas ao primeiro e segundo arcos faríngeos. Assim como os demais arcos, o pri- meiro e o segundo arco faríngeo são preenchidos por mesênquima (que vem da crista neural), e estão asso- ciados a uma artéria principal e a um nervo craniano. Além disso, cada um contém uma haste central de mesên- quima pré-cartilaginoso, que dá ori- gem a cartilagens, ossos e ligamen- tos da região facial. O primeiro arco faríngeo recebe o nome de mandibular pois consti- tui tanto estruturas faciais (porção mandibular e maxilar) e da orelha. A haste central de mesênquima pré- -cartilaginoso é a cartilagem de Me- ckel, que é um importante compo- nente para mandíbula embrionária até que esta esteja envolta de osso, que é quando a mandíbula definitiva está constituída. A cartilagem de Me- ckel também dá origem ao ligamento esfenomandibular e o ligamento an- terior do martelo. A bigorna surge de um primórdio com característica se- melhante, a cartilagem quadrangu- lar. A musculatura originada do arco compõe o aparelho de mastigação, a faringe a orelha média. Todos essesmúsculos têm como característica em comum é a inervação pelo V par craniano. O segundo arco faríngeo (hioide) par- ticipa da formação de estruturas que vão do hioide até o estribo da orelha. Essas estruturas derivam da carti- lagem de Reichert, que consiste em uma dupla haste de cartilagem co- nectadas por um fio de tecido me- senquimal. O segundo arco é muito importante para a formação dos mús- culos da expressão facial com a mi- gração do mesoderme. Além da face, como citado, participa da constituição de elementos do ou- vido, com a formação do músculo do estribo, que está associado ao osso do estribo. Os músculos derivados do segundo arco são inervados pelo sé- timo par. Observe os arcos faríngeos e outras estruturas na Figura 3. 9EMBRIOLOGIA DA FACE Figura 3. Micrografia eletrônica de varredura mostra a vista ventral de um embrião com 30 a 32 dias. Fonte: Embrio- logia Clínica - 10ª Ed. 2016. Autor: Moore, Keith Com o crescimento que ocorre entre a 4ª e 8ª semana (diagrama 1), os pro- cessos nasomedial e maxilar come- çam a ser evidenciados, unindo-se até formar o lábio e o maxilar superior (figura 2 e 3). As proeminências ma- xilares limitam o estomodeu, e as pro- eminências mandibulares constituem o limite caudal do estomodeu entre a quarta e quinta semana de idade. Na imagem 2, que é uma micrografia ele- trônica de varredura, mostra a vista ventral de um embrião no estágio 14 de Carnegie, é possível ver que os placóides passam a se localizar em uma região mais lateral, e é também nessa época que os dois processos nasomediais se fundem. As vesículas ópticas são estruturas diencefálicas que assumem a lideran- ça na formação dos olhos. A forma- ção do olho começa com o sulco ópti- co, que é uma evaginação da parede 10EMBRIOLOGIA DA FACE lateral do diencéfalo. Este sulco cresce para formar as vesículas ópticas que induzem o ectoderme subjacente a formar o primórdio da lente. Estas es- truturas do olho em desenvolvimento são irrigadas pela artéria hialoide. SAIBA MAIS! A holoprosencefalia (HPS) é uma malformação cerebral onde a clivagem do prosencéfalo (o lóbulo frontal do cérebro do embrião) é incompleta, entre os dias 18 e 28 de gestação. Possui um espectro de tipos, sendo a alobar a mais grave, quando o cérebro não consegue se sepa- rar e está associado a anomalias faciais severas, a semilobar que é uma forma intermediária da doença e a lobar, em que há uma separação considerável dos hemisférios cerebrais e é a forma menos grave. Fatores genéticos e ambientais tem sido associado a essa condição. Sabe-se que o diabetes materno e substâncias teratogênicas podem destruir células em- brionárias na terceira semana, o que pode gerar defeitos congênitos no prosencéfalo, o que causa anomalias faciais resultantes de uma redução no tecido da proeminência facial. A HPS é geralmente suspeitada quando os olhos estão anormalmente juntos (hipotelorismo), ou até mesmo ciclopismo. Figura 4. Criança com holoprosencefalia alobar com múltiplas malformações faciais. Fonte: https://www.scielo.br/pdf/anp/v52n4/11.pdf 11EMBRIOLOGIA DA FACE Com o fim da sexta semana, as pro- eminências maxilares se fundem com a proeminência nasal lateral ao longo da linha do sulco nasolacrimal (Figura 5). Assim, é feita a continuidade en- tre o lado do nariz que é formado pela proeminência nasal lateral e a bo- checha, originada pela proeminência maxilar. Figura 5. Micrografia eletrônica de varredura da região nasal direita de um de aproximadamente 41 dias, mostra a proeminência maxilar (PMX) fundindo-se com a proeminência nasal medial (PNM). Pontes epiteliais podem ser ob- servadas entre essas proeminências. A depressão representando o sulco nasolacrimal encontra-se entre a PMX e a proeminência nasal lateral (PNL). Observe a fosseta nasal (FN). Fonte: Embriologia Clínica - 10ª Ed. 2016. Autor: Moo- re, Keith 12EMBRIOLOGIA DA FACE O desenvolvimento das regiões de maxila, filtro labial, palato primário tem processos em comum. Estes proces- sos envolvem o crescimento subse- quente das proeminências maxilares e nasais mediais em direção ao plano mediano com fusão com as demais proeminências. Até a sexta semana, o que se enten- de por mandíbula primordial são mas- sas de tecido mesenquimal. A partir desse tecido, lábios e gengivas se desenvolvem quando o ectoderma se espessa linearmente através da lâmi- na lábio gengival, e crescem no tecido subjacente. Com o tempo, a lâmina se degenera, deixando um sulco labio- gengival entre os lábios e a gengiva. Uma área residual dessa lâmina for- ma o freio do lábio superior, que liga o lábio à gengiva. Estes eventos estão esquematizados no diagrama 2. 13EMBRIOLOGIA DA FACE Úvula Palato mole Rafe palatina Gengiva Lábio superior Papila incisivaFreio do lábio Processo palatino lateral Osso em desenvolvimento na proeminência maxilar Septo nasal Cavidade nasal Mandíbula Septo nasal Proeminência maxilar Septo nasal Olho Língua Cavidade oral Lábio superior em desenvolvimentoProcesso palatino mediano Encéfalo Plano das secções C, E e G Cavidade nasal Língua Nervos olfatórios Proeminência mandibular Nervos olfatórios Processo palatino lateral Palato primário Septo nasal Processo palatino mediano Processo palatino lateral Septo nasal Gengiva em desenvolvimento Lâmina labiogengival Processo palatino mediano Processo palatino lateral Local da futura fusão Sulco labiogengival Filtro Gengiva Processo palatino lateral Palato secundário Concha nasal Cavidade oral Conchas nasais Cartilagem do 1º arco faríngeo Palato duro Língua Osso em desenvolvi- mento na maxila Processos palatinos laterais fundidos MAPA MENTAL A, Secção sagital da cabeça embrionária na sexta semana, mostra o processo palatino mediano. B, D, F e H, Secções do teto da boca da sexta à 12ª semana mostra o desenvolvimento do palato. As linhas tracejadas em D e F indicam a fusão dos processos palatinos. As setas indicam o crescimento medial e posterior dos processos palatinos laterais. C, E e G, Secções frontais da cabeça mostram a fusão dos processos palatinos laterais entre si, o septo nasal e a separação das cavidades nasal e oral. Fonte: Embriologia Clínica - 10ª Ed. 2016. Autor: Moore, Keith 14EMBRIOLOGIA DA FACE Durante o período da sétima e déci- ma semanas, há a fusão das proemi- nências nasais mediais com as proe- minências maxilares e nasais. Neste processo ocorre o entrelaçamento das células mesenquimais subjacentes. A fusão dessas proeminências resulta na continuidade da mandíbula supe- rior e do lábio, e também as fossetas nasais são separadas do estomodeu. A fusão das proeminências nasais mediais formam um segmento inter- maxilar, e é esse segmento que for- ma a parte média do lábio superior – o filtro –, a parte pré-maxilar da maxila, gengivas, e o palato primá- rio. O lábio superior é formado intei- ramente a partir das proeminências maxilares. Segmentos inferiores das proeminências nasais mediais se po- sicionam profundamente e interagem com extensões mediais das proemi- nências maxilares para formarem o filtro. Como podemos observar, vá- rios ossos e músculos são derivados do mesênquima nas proeminências faciais. 15EMBRIOLOGIA DA FACE MAPA MENTAL Palato primário Cavidade oral Placoide nasal Proeminências nasal lateral Cavidade oral Sulco nasolacrimal Fosseta nasal Nível de secções Proeminências nasais medial e lateral Mesênquima Parede do prosencéfalo Fosseta nasal Proeminências frontonasal Proeminências nasal medial Proeminências nasais mediais fundindo-se entre si Proeminência maxilar Proeminência maxilar Proeminências nasais mediais fundidas Processo palatino mediano (segmento intermaxilar) Filtro do lábio Maxila em desenvolvimento Primórdio da parte pré-maxilar da maxila Desenvolvimento inicial da maxila, do palato, e do lábio superior. A, Diagrama da face de um embrião de 5 semanas. B e C, Esquemasde secções horizontais da estrutura A. As setas indicam o crescimento subsequente das proeminências maxilares e nasais mediais em direção ao plano mediano e a fusão dessas proeminências uma com as outras. D a F, Secções semelhantes de embriões mais desenvolvidos ilustra a fusão das proeminências nasais mediais entre si e com as proeminências maxilares para formar o lábio superior. Fonte: Embriologia Clínica - 10ª Ed. 2016. Autor: Moore, Keith 16EMBRIOLOGIA DA FACE O desenvolvimento facial necessita de todos os seguintes componentes: • A proeminência nasal frontal forma a testa, dorso e o ápice do nariz. • As proeminências nasais laterais formam as asas (lados) do nariz. • As proeminências nasais mediais formam o septo nasal, o osso et- moide e a placa cribriforme (aber- turas para a passagem dos nervos olfatórios). • As proeminências maxilares for- mam as regiões das bochechas superiores e o lábio superior. • As proeminências mandibulares formam o queixo, o lábio inferior e as regiões das bochechas 3. DESENVOLVIMENTO DA CAVIDADE NASAL Como já foi citado, os placóides na- sais ao serem deprimidos formam as fossetas nasais. O mesênquima cir- cundante dá origem as proeminên- cias nasais mediais e laterais, que resultam na formação dos sacos na- sais primitivos. No começo, os sacos são separados da cavidade oral pela membrana oronasal, que rompe na sexta semana, criando a comunica- ção entre as cavidades nasal e oral. Então, tampões epiteliais são sur- gem nas cavidades nasais até a 16ª semana. 17EMBRIOLOGIA DA FACE MAPA MENTAL Proeminência frontonasal Placoide nasal Estomodeu Mesênquima (derivado do mesoderma) Placoide nasal Prosencéfalo Placoide nasal Fosseta nasal Proeminência nasal lateral Proeminência nasal lateral Nariz (narina) Proeminência nasal medial Saco nasal (primórdio da cavidade nasal) Fosseta nasal Nível das secções B a E Estágios progressivos no desenvolvimento do saco nasal (primórdio da cavidade nasal). A, Vista ventral de um em- brião com aproximadamente 28 dias. De B até E são secções transversais do lado esquerdo do saco nasal em desen- volvimento. Fonte: Embriologia Clínica - 10ª Ed. 2016. Autor: Moore, Keith 18EMBRIOLOGIA DA FACE Essas comunicações entre as cavi- dades nasal e oral recebem o nome de coanas primitivas (observe-as na figura 6). Com o desenvolvimento do palato secundário as coanas locali- zam-se na junção da cavidade nasal e faringe. As conchas nasais (supe- rior, média e inferior) se desenvolvem juntamente a essas alterações, e o epitélio ectodérmico das cavidades nasais se especializam para formar o epitélio olfatório, sendo que algumas células se tornam células receptoras olfativas (neurônios). Os nervos olfató- rios são constituídos por axônios neu- rais comunicantes com os bulbos ol- fatórios do encéfalo. Esses processos podem ser visualizados na figura 6. Cavidade oral Coana primitiva Cavidade nasal Epitélio olfatório Nervos olfatórios Palato secundário Coana Orofaringe Nervos olfatórios Língua Faringe Palato primário Narina Cavidade oral Saco nasal Coração Parede do encéfalo Ectoderma superficial Membrana oronasal Cavidade nasal Cavidade oral Ruptura da membrana oronasal Coração Bulbo olfatório Plugue epitelial Palato primário Fibras do nervo olfatório Lábio inferior Figura 6. Desenvolvimento das cavidades nasais. Observe que o septo nasal foi removido. Em A, desenvolvimento com cinco semanas. B, com seis semanas, a membrana oronasal rompe-se. C, com sete semanas, a cavidade nasal comunica-se com a cavidade oral e o epitélio olfatório se desenvolve. D, com 12 semanas, o palato e a parede lateral da cavidade nasal se desenvolvem. Fonte: Embriologia Clínica - 10ª Ed. 2016. Autor: Moore, Keith SAIBA MAIS! Disfunções do desenvolvimento da proeminência frontonasal podem originar malformações congênitas como a displasia frontonasal. A displasia frontonasal são malformações nasais que resultam do excesso de tecido no processo frontonasal. O fenotípico geralmente inclui ponte nasal larga e hipertelorismo (distância excessiva entre os olhos). Em casos muito gra- ves, as duas narinas externas são separadas, muitas vezes por vários centímetros, e pode ocorrer a formação de lábio leporino mediano. 19EMBRIOLOGIA DA FACE 4. SEIOS PARANASAIS Uma parte dos seios paranasais co- meçam a se desenvolver na parte final da vida fetal, enquanto outra parte se desenvolvem após o nascimento. São formados a partir de protuberâncias das cavidades nasais e são segmen- tos aerados (pneumáticos) das ca- vidades nasais dos ossos (como por exemplo os seios maxilares na maxila e os seios frontais no osso frontal). Figura 7. Variados graus de displasia frontonasal. Fonte: CARLSON, B. M. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5ªED Figura 8. Crescimento progressivo dos seios da face. Fonte: https://www.elmann.com/sinusite-em-bebes-e-criancas/ 20EMBRIOLOGIA DA FACE Na maioria dos recém-nascidos os seios paranasais estão ausentes ou se presente de forma rudimentar. Os seios maxilares costumam ser peque- nos neste momento e crescem lenta- mente até a puberdade e terminam- -se de desenvolver antes de todos os dentes do adulto jovem nascerem. Os seios esfenoidais e frontais não existem no nascimento. Os seios et- moidais são pequenos até os 2 anos de idade, com uma curva de cresci- mento acentuada entre 6 e 8 anos de idade. Os seios etmoidais mais an- teriores crescem com 2 anos, e dão origem aos seios frontais. Os cresci- mentos de todos esses seios são im- portantes para alteração e formato da face, além de conferir a característica de ressonância à voz na adolescência. 21EMBRIOLOGIA DA FACE DESENVOLVIMENTO DA FACE FACE CAVIDADES NASAIS SEIOS PARANASAIS Fenda labiopalatina Epitélio olfatório Superior Proeminência frontonasal Duas proeminências maxilares Duas proeminências mandibulares Holoprosencefalia Comunicação oral-nasal Média Displasia frontonasal Coanas Inferior Displasia frontonasal 4ª a 8ª semana Microstomia congênita Pós-natal Pré-natal Narina única Frontais Maxilares Nariz bífido Esfenoidais Malformações Desenvolvimento Desenvolvimento Conchas nasais Estruturas primordiais Tempo Malformações 22EMBRIOLOGIA DA FACE REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Embriologia Clínica - 10ª Ed. 2016. Autor: Moore, Keith | CARLSON, B. M. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5ªED LAMEGO, Isabel. HOLOPROSENCEFALIA - ESTUDO DE SEIS CASOS, 1994. 23EMBRIOLOGIA DA FACE
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