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ANATOMIA GERAL: VISÃO GERAL DE DISTÚRBIOS GI Página 1 de Medicina HISTOLOGIA GERAL: • DA MOTILIDADE - Lesão da musculatura lisa - Ex: estenose do esôfago por ingestão ácida ou refluxo - Distúrbios neuronais/hormonais - Ex: Acalasia esofágica - No estômago: gastroparesia, dismotilidade por cirurgia, ressecção de parte do estômago, vagotomia ( → síndrome de dumping), estenose hipertrófica do piloro (congênita ou por hipertrofia), neuropatia intrínseca (por DMII: esvaziamento retardado, vômito e constipação) Distensão, náusea, saciedade precoce, vômito. Piloroplastia - No intestino delgado e colo: síndrome do intestino irritável = dor abd, Página 2 de Medicina - No intestino delgado e colo: síndrome do intestino irritável = dor abd, empachamento e diarreia alternada com constipação → na ausência de doença orgânica ou anormalidade estrutural. • DE SECREÇÃO - Produção de ácido (predispõe úlcera péptica → gástrica no estômago, duodenal no intestino), fator intrínseco ou muco pelo estômago; H. pylori presente é mais relevante na úlcera duodenal; úlcera gástrica é mais relacionada à defesa da mucosa diminuída (por menor produção de muco). - Prod. de enzimas digestivas e bicarbonato pelo pâncreas; - Prod. de bile pelo fígado; - P. de água e eletrólitos pelo intestino delgado (resposta à secretagogos). • DE DIGESTÃO E ABSORÇÃO - D e A Podem ocorrer ao longo de todo o trato - Maior importância no intestino e acessórios e suas enzimas • DE DOENÇAS SISTÊMICAS - Distúrbios endócrinos (predispõe à doença pancreática/úlcera péptica) - Complicações DMII: neuropatia autonômica e cetoacidose - Gravidez - Distúrbios carenciais (falta de zinco, niacina e ferro) - Síndromes neoplásicas, reumato... FISIOPATOLOGIA DE DISTÚRBIOS DO ESÔFAGO • ACALASIA ESOFÁGICA APRESENTAÇÃO CLÍNCA - Distúrbio motor: esfíncter inferior não relaxa - Obstrução funcional: disfagia, regurgitação e dor torácica - Progressiva:Distorção radiográfica grave do esôfago ETIOLOGIA - Degeneração do plexo mioentérico e perda de neuron. que liberam VIP e óxido nítrico. - Dilatam o esfíncter - Doença de Chagas associada (destroi plexos) + neoplasias malignas (= pressão manométrica/radiológica) PATOLOGIA E PATOGÊNESE - Tono do esfíncter com relaxamento intermitente = arco reflexo neural - Na acalasia está mais contraído pela perda de neurônios (de vias inibitórias). - Injetar toxina butolínica melhora sintomas. + Perda do peristaltismo normal - Ou contrações simultâneas de amplitude grande/pequena MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Aumento do esôfago - Pode contar até 1L de material pútrido, infectado, com risco de pneumonia por aspiração. - Perda de peso progressiva + dor torácica. - Ulceração da mucosa, infecção e ruptura esofágica (ocasionalmente) (= morte) • REFLUXO GASTROESOFÁGICO APRESENTAÇÃO CLÍNCA - Dor torácica em queimação (pirose) - Freq. pior a noite, decúbito, ou alimentos/fármacos que diminuem tono do esfíncter inferior ETIOLOGIA - Distúrbios que aumentam freq. de relaxamento transitórios espontâneos do esfínc. inf. Prejudicam reflexo de onda secundária de Página 3 de Medicina Prejudicam reflexo de onda secundária de peristaltismo - Condições que aumentam volume ou pressão no estômago (obstrução ou aumento de prod. de ácido) - Ocasionalmente pode ser causado por refluxo de secreção alcalina (pâncreas) - Hérnia de hiato PATOLOGIA E PATOGÊNESE - Perda da efetividade da barreira do esfíncter esofágico inferior - Perta de tono (oposto da acalasia) - Aumento da freq. de relaxamentos transitórios - Perda do peristaltismo secundário - Aumento do volume ou pressão do estômago - Produção aumentada de ácido (dor + erosão) - Predispõe à refluxo adicional: cicatrização do epitélio inflamado = dim. progressiva da competência. - Lesão recorrente = infiltração de granulócitos e eosinófilos + hiperplasia de células basais + úlceras sangrantes, friáveis, e exsudatos. - Relaxamentos transitórios decorrentes da distensão gástrica Defeitos nas vias excitatórias Mudanças nos tipos de prostaglandinas produzidas Infecção por H pylori não parece contribuir MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Pirose Piora em decúbito - Desenv. de estenose no esôfago distal - Obstrução progressiva à alimentos sólidos e mais tarde líquidos (disfagia) - Hemorragia e perfuração - Rouquidão, tosse, sibilância - Pneumonia pela aspiração do conteúdo gástrico aos pulmões (sono principalmente) - Mudança do epitélio pela cronicidade: escamoso → colunar Esôfago de Barrett (mais comum em homens): risco maior de adenocarcinoma FISIOPATOLOGIA DE DISTÚRBIOS DO ESTÔMAGO • DOENÇA ACIDOPÉPTICA APRESENTAÇÃO CLÍNCA - Dor abdominal ou torácica crõnica leve persistente ou em queimação - Sangramento do trato GI = hematêmese ou melena - Perfuração e infecção = dor abd e sinais de abdômen agudo Página 4 de Medicina - Perfuração e infecção = dor abd e sinais de abdômen agudo Sinais: ausência de ruído, rigidez de parede, dor ao rechaço - Dor ocorre 1 a 3 horas após refeição (desperta paciente à noite) - Antiácidos ou alimentos produzem alívio - Idosos podem não apresentar dor ETIOLOGIA - Produção aumentada de ácido ou diminuída de muco; - Bactéria H. pylori (úlceras gastroduodenais + gastrite); PATOLOGIA E PATOGÊNESE - Infecção por H. pylori altera transdução de sinais entre células mucosas e imunes - Sinais de inflamação à endoscopia - Fatores genéticos e ambientais (tabagismo) - Variações nas cepas da bactéria e variação natural dos mediadores inflamatórios (TH1, TH2, TH17): - Explicam por que alguns casos são assintomáticos outros não Úlcera gástrica - Maioria na curvatura do estômago - Defesas deficientes na mucosa - Defeitos na motilidade (refluxo duodenal) - Isquemia da mucosa (pgs aumentam fluxo sanguíneo e secreção de bicarb e muco para reparar célular (uso de AINEs bloqueiam pgs) - Gastrite por AAS, AINEs, sais biliares, álcool podem ulcerar por: - atenuar barreira criada pelo epitélio ou muco e bicarb. diminuído - reduzir pgs produzidas que diminuiriam secreção de ácido Gastrite erosiva aguda - Inflamação por lesão superficial da mucosa, úlceras rasas (álcool, fámacos e estresse) - Álcool predispõe à gastrite mas não úlcera gástrica - Submucose e muscular não são penetradas - Hipersecreção, anoxia (choque), defesas alteradas (menos muco), renovação epitelial alterada, mudanças nas pgs, pH reduzido, déficiti de energia intramucosa. Gastrite atrófica crônica - Infiltração de células inflamatórias que atrofiam mucosa e mata células parietais + queda de glândulas - Se crônico: pode não detectar anormalidade endoscópica. - Capacidade de secretar ácido é reduzida + gastrina elevada para tentar compensar falta de células - Pode ser autoimune contra parietais, fator intrínseco e gastrina, ou infecção por H. Pylori. - Pode progredir para anemia perniciosa - Infecção por H. pylori pode gerar adenocarcinoma gástrico - Pode levar hiperplasia endócrina GI compensatória de células G reativas - Aumenta risco de MALToma (linfoma do tipo tedicual linfoide Úlcera duodenal - Sequelas de infecção por H pylori - Resposta inflamatória da infecção e secreção excessiva de ácido - Fatores de risco como dieta, tabagismo e álcool + não demonstrado associação café, picantes e úlcera - Genéticos - Estresse psicológico: mediação autonômica na secreção de ácido - Não provável que desenvolva atrofia pronunciada de células parietais Página 5 de Medicina MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Sangramento do GI agudo/crônico - Queda no hematócrito e complicações correlatas angina em paciente com doença arterial coronariana - Sangramento massivo = hematêmese - Sangramento retal ou melena depende do local de origem, velocidade do trânsito de sangue, extensão da hemorragia - Massiva aguda (>10% da volemia) = hipotensão, taquicardia, alterações ortostáticas da PA e freq. cardíaca. + hemorragia, complicações das úlceras = perfuração e obstrução com ameaça de morte. • GASTROPARESIA APRESENTAÇÃO CLÍNCA - Náusea, empachamento,vômito e constipação ou diarreia. - Silenciosamente pode produzir desarranjos glicêmicos em diabéticos ETIOLOGIA - Comum em DMII mal controlado (neuropatia autonômica) PATOLOGIA E PATOGÊNESE Alterações de função: 1. reservatório de sólidos e líquidos 2. mistura e homogeneização do alimento 3. barreira que permite apenas pequenas qte de quimo para intestino Obstrução parcial ou completa da via de saída gástrica com esvaziamento retardado Alterações na contratilidade intrínseca, sistema nervoso entérico e hormônios Perda de controle vagal = contração tônica excessiva Ou esvaziamento muito rápido do estômago Piloro que abre de modo infrequente e libera grandes quantidades síndrome de dumping = má absorção e sintomas diarreicos Hormônio motilina: análogos da eritromicina melhoram motilidade Página 6 de Medicina análogos da eritromicina melhoram motilidade MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Bezoares por conteúdo gástrico retido - Supercrescimento bacteriano - Controle errático da glicemia - Perda de peso se náusea e vômito intensos DISTÚRBIOS DA VESÍCULA BILIAR Deve-se mais comumentos à cálculos biliares • COLELITÍASE APRESENTAÇÃO CLÍNCA Geralmente assintomáticos Náusea leve, desconforto abdominal após ingerir gordura ou fritura Dor intensa QSD ou Mesoepigástrio + Icterícia História de sintomas leves e crônicos quase sempre precede episódio agudo de dor abdominal Maior no sexo feminino (com história de alta ingestão de gorduras+ gestações anteriores - papel dos estrogênios - e 40-50 anos.) ETIOLOGIA Maioria de colesterol com ou sem depósitos de cálcio Podem formar cálculos de bilirrubina em doentes hemolíticos crônicos Podem ser grande e individuais; cálculos menores múltiplos ou uma lama biliar PATOLOGIA E PATOGÊNESE Requer formação de bile com concentração de colesterol maior que solubilidade Bile normalmente não permanece tempo suficiente para ser litogênica Assim, fatores predisponentes são: perda de motilidade da parede muscular da vesícula + contração esfincteriana excessiva que dificulta esvaziamento Ocorre por absorção diminuída de água ou composição alterada da bile resultante de conteúdo elevado de colesterol ou saturação Outros fatores: Presença de fatores nucleadores vs antinucleadores na bile + tamanho, composição e pool de ácidos biliares + fatores: estrogênios, prostaglandinas, aumento de prod. de muco e glicoproteína, colonização ou infecção bac. crônica Estrogênios podem diminuir motilidade da vesícula = estase, formação de lama biliar, litogenicidade Protaglandinas pelo mesmo mecanismo. AINEs são benéficos para prevenir cálculos biliares em predispostos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Inflamação da vesícula biliar (colecistite); Aguda, crônica, ou crônica em agudização Pode progredir para pancreatite aguda se cálculo descer pelo colédoco mas não passar do esfíncter de oddi Vesícula inflamada pode se tornar infectada ou sofrer infarto e necrose → cenário para sepse sistêmica. Página 7 de Medicina FISIOPATOLOGIA DE DISTÚRBIOS DO INTESTINO DELGADO E DO COLO • DIARREIA APRESENTAÇÃO CLÍNCA - Freq. fecal aumentada - Dim. da consistência das fezes - Pode ser constipado crõnico e ter diarreia um dia a cada 3 sem defecar - Aguda <2 semanas - crônica >4 semanas - Osmótica (disabortica)=nutrientes e eletrólitos mal absorvidos - Secretora=secretagogos mantém taxa de líquido para fora do intestino elevada Não altera com jejum. ETIOLOGIA - Ingestão oral direta excessiva - Manifestação de doença genética (intolerância) - Secreção aumentada por secretagogos liberando VIP, intoxicação ou cólera - Absorção alterada por toxina do álcool, lesão da mucosa por infecção ou citocina e procinéticos PATOLOGIA E PATOGÊNESE - Sintomas devidos às toxinas que alteram secreção e absorção no intestino ou invasão direta da mucosa - Efeito direto sobre ptna G que controla secreção de íon Cl-, cólera ativa entérico a causar secreção dos líquidos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Desidratação, má nutrição, perda de peso e síndrome de def. vitamínica (glossite, queilose e estomatite) - Gastroenterite - Podem ser assintomáticos ou até ter morte por perfuração intestinal. Página 8 de Medicina intestinal. • DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL APRESENTAÇÃO CLÍNCA - Diarreia sanguinolenta mucopurulenta recorrente - Falta de culturas patogênicas conhecidas ETIOLOGIA - Doenças de Chron - Transmural, granulomatoso (qualquer lugar no trato) - Colite ulcerativa - superficial e limitada à mucosa do colo. PATOLOGIA E PATOGÊNESE - Genético: alteração na modulação imune, autofagia e funçção epitelial - Ambientais: bactérias e vírus, microbiota, dieta e tabagismo, imune defeituoso e psicossocial. - Efeitos maternos (microbiota vêm da mãe na amamentação) - - Perfis de citocina TH1 E TH17 - Ausência de inibidores de TH1 apresentam inflamação - Infecções, alergias e imunidade contra bacs e autoantígenos - Aspectos comuns às duas doenças: ulceração da mucosa e infalamção do trato GI; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Chron Mais freq. no íleo distal Áreas de ulcera e inflama descontínuas Toda espessura da parede Aspecto de pavimentação com pedras Perfuração, fístulas, abscessos e obstrução frequetnes Sangramento franco Enteropatia com perda de ptnas Maior incidência de câncer intestinal Frequentemente sintomas fora do GI Artrite, eritema nodoso, uveíte, irite, úlceras aftosas, hepatite crônica autoimune, nefrolitíase (1/3) Desnutrição e estados carenciais Colite Inf. restrita a mucose do colo e reto Não possui obstrução, formação de fístulas ou abscessos Risco aumentado de adenocarcinoma Pode causar megacolo tóxico Pode excesso de tecido de granulação com protrusão (pseudopólipos) Tratamento monoclonais anti-TNF • DOENÇA DIVERTICULAR APRESENTAÇÃO CLÍNCA Dor aguda intermitente e imprevisível no abd inferior Febre, sintomas de irritação peritoneal (rigidez de parede, dor rechaço, ausência de ruídos) Fezes fracamente sanguinolentas ou sangue oculto ETIOLOGIA Deformidade no colo em que mucosa e submucose sofrem herniação na muscular Alimentos refinados e com menos fibras aumentam constipação e prevalência PATOLOGIA E PATOGÊNESE diverticulose Anormalidades adquiridas no tecido conectivo são base estrutural da resistência diminuída à herniação Constipação crônica e aumento da pressão transmural do lúmen Contração muscular aumentada é o que causa a dor Tratamento com opiáceos é contraindicado sangramento diverticular Ramos das artérias intramurais (vasos retos) Página 9 de Medicina Ramos das artérias intramurais (vasos retos) Hemorragia digestiva baixa massiva Geralmente indolor sem foco de inflamação Diferenciais de hemorragias internas Angiodisplasia diverticullite Complicação com inflamação de área focal Por fecalito Dor abdominal + febre com risco de abscesso Potencial para fístulas alto MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Sangramento diverticular/diverticulites Isquemia por aterosclerose, vasculite, estados de hipercoagulabilidade, IC ou choque Diferenciais: carcinoma, doença inflamatória intestinal, infecção e lesão isquêmica • SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL APRESENTAÇÃO CLÍNCA hábitos intestinais alterados dor na ausência de qualquer patologia orgânica detectável ou anormalidadeda motilidade/estrutura ETIOLOGIA Gás intralúmen Estresse PATOLOGIA E PATOGÊNESE Alteração de sensibilidade do sistema nervoso extrínseco e intrínseco Alteração do equilíbrio entre secreção e absorção Página 10 de Medicina Alteração do equilíbrio entre secreção e absorção Influxo aumentado de células inflamatórias (linfócitos) para o interior do colo e destruição de neurônios entéricos Micróbios também podem estar alterados Se desenvolve como resultado de um episódio anterior e cuirado de inflamação intersticial MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Diarreia e constipação Dor causada por espasmos Empachamento ou distensão perceptível Página 11 de Medicina
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