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Enxertos de Pele: Técnica de Reconstrução Cirúrgica

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Mariana Marques – T29 
INTRODUÇÃO 
• Os enxertos são uma técnica de reconstrução 
cirúrgica que consiste em realizar transplantes 
cutâneos retirados de uma área corpórea doadora 
sem pedículos vasculares e implantados em uma 
área receptora que depende do desenvolvimento 
de um novo suprimento vascular. 
• Geralmente usados em casos de grandes feridas 
cutâneas, fraturas expostas com grandes perdas 
teciduais, remoções cirúrgicas de tecidos 
cancerosos e queimaduras. 
• É realizado quando não é possível fechar a ferida 
através da aproximação das bordas. 
• Os enxertos diferem-se dos retalhos cutâneos por 
não possuírem suprimento vascular próprio e nem 
uma ligação direta com o local doador através de 
um pedículo. 
 
RELEMBRANDO A ANATOMIA DA PELE 
• A pele é um órgão do sistema tegumentar, sendo o 
maior órgão do corpo humano e o mais pesado. 
• Responsável pela proteção do corpo contra agentes 
patogênicos, elevação/queda de temperaturas e 
excesso de perda hídrica. 
• A pele é composta por duas camadas distintas, a 
derme e a epiderme. 
EPIDERME: 
• Camada mais externa da pele, formada por tecido 
epitelial estratificado queratinizado, de origem 
ectodérmica. 
• É composta principalmente por queratinócitos que 
se encontram organizados em quatro camadas: 
basal, espinhosa, granulosa e córnea. 
• Outras células: melanócitos (síntese de pigmento 
melânico), células de Langerhans (células 
dendríticas importantes na reação imunológica), 
células de Merkel (mecanorreceptores responsáveis 
pela transmissão neurossensorial). 
• A epiderme é separada da derme pela membrana 
basal, uma estrutura proteica produzida por 
queratinócitos basais. 
DERME: 
• Tecido fibroso e resistente, abaixo da epiderme. 
• Possui características mecânicas e é suporte para 
as redes vasculares e nervosas e, anexos cutâneos 
que derivam da epiderme. 
• Composta por colágeno (resistência), elastinas 
(elasticidade) e glicosaminoglicanas (constituem a 
substância amorfa). 
• É dividida em papilar (parte externa da derme), 
reticular (parte interna da derme) e perianexial 
(localizada entre as dermes papilar e reticular). 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ENXERTOS DE PELE 
• Os enxertos simples são compostos por pele 
(enxerto cutâneo), cartilagem, osso, fáscia ou 
gordura (lipoenxerto). 
• Os enxertos compostos podem ser: condrocutâneo, 
osteocutâneo ou fasciocutâneo/miocutâneo. 
QUANTO À ORIGEM: 
• Autoenxerto: enxerto que é removido uma área 
doadora saudável do paciente para realocação na 
área receptora, do mesmo paciente. 
• Aloenxerto: consiste no recebimento de enxerto 
proveniente de outro indivíduo doador. 
• Isoenxerto: consiste no recebimento de um enxerto 
de outro indivíduo doador que possui material 
genético idêntico (gêmeos univitelinos). 
• Xenoenxerto: enxerto recebido de um indivíduo de 
outra espécie, sendo geralmente usada a de 
porcos ou a pele de tilápia. 
Enxertos de Pele 
 
 
Mariana Marques – T29 
QUANTO A FORMA: 
• Estampilha ou selos: quando se utiliza pequenos 
fragmentos do enxerto, espalhados como selos. 
Raramente utilizados atualmente. 
• Malhas: quando o enxerto é processado em um 
expansor de tecido, aumentando a superfície. É 
utilizados principalmente em grandes queimados 
com escassez de áreas doadoras, porém, resulta 
num pior resultado estético. 
• Lâminas: quando um fragmento de pele da área 
doadora, de formato original, é colocado na área 
receptora, apresentam melhores resultados 
estéticos e funcionais quando comparados aos 
enxertos em malha. 
 
QUANTO A ESPESSURA: 
• Enxertos de pele de espessura parcial (EPEP): 
➔ Quando há a epiderme e apenas uma parte da 
derme na área doada, podendo conter anexos. 
➔ É o mais utilizado, principalmente em grandes 
lesões, quando a ferida não pode ser fechada 
pela aproximação das bordas. 
➔ Pode ser retirado de qualquer área do corpo e 
permite várias retiradas. 
➔ Os enxertos de pele de espessura parcial 
podem ser classificados em três classes: 
- Fino (0,2-0,3mm): grandes queimados; 
- Intermediário (0,3-0,45mm); 
- Espesso (0,45-0,75mm): melhor resultado 
 estético entre os EPEP. 
• Enxertos de espessura total (EPET): 
➔ Enxertos em que a derme e a epiderme estão 
presentes de maneira íntegra na área doada. 
➔ Há a preservação dos anexos: glândulas 
sudoríparas/sebáceas e folículos pilosos. 
➔ Apresentam baixa disponibilidade de áreas 
doadoras, pois são áreas limitadas, que não se 
regeneram, sendo necessária uma sobra de 
pele para o fechamento primárioD. 
➔ São utilizados para pequenas lesões de áreas 
nobres como mãos e face. 
 
 
 
MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO 
• Os enxertos são compostos por um pedaço de 
tecido que é retirado de uma área doadora para 
uma área receptora, sem preservação do 
suprimento vascular. 
• A vascularização desse tecido ocorre tardiamente 
e é essencial para a sobrevivência do enxerto. 
EMBEBIÇÃO PLASMÁTICA: 
• Primeiro estágio de integração: caracterizado por 
um breve período de isquemia em que há aumento 
do peso (edema). 
• A nutrição do enxerto de pele é realizada por 
difusão passiva de O2 e nutrientes entre o enxerto 
e o leito vascular da ferida. 
• Há formação de leito de fibrina. 
• Dura entre as primeiras 48 horas. 
INOSCULAÇÃO: 
• Segundo estágio de integração: etapa mais 
importante pois consiste na ligação dos vasos da 
derme do enxerto aos vasos presentes no tecido 
receptor. 
• Ocorre entre 48h e pode durar de 5 a 6 dias. 
• Dá início à fase vascular que acontece em fases: 
anastomose (reconexão entre os vasos do tecido 
doador e do tecido receptor), neovascularização 
(crescimento de novos vasos) e crescimento celular 
endotelial (proliferação celular endotelial). 
Mariana Marques – T29 
NEOVASCULARISAÇÃO: 
• Terceiro estágio de integração. 
• Inicia após revascularização completa do enxerto. 
• É a fase mais longa, que tem seu início após 5-6 
dias e pode durar mais de um ano. 
• Há produção de vasos sanguíneos e linfáticos 
devido a fatores de crescimento vascular. 
 
ÁREA RECEPTORA 
• A área receptora deve ser limpa, sem infecção e 
com boa vascularização. 
• Deve ser otimizada para garantir integração. 
• Contra indicações para área receptora receber o 
enxerto: osso sem periósteo, cartilagem sem 
pericôndrio e tendão sem paratendão. 
 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
ENXERTO DE PELE PARCIAL: 
• Para realizar a coleta do enxerto é necessária a 
realização de uma preparação da área doadora 
para reduzir o sangramento durante a coleta. 
• A remoção que pode ser feita através de duas 
técnicas principais diferentes. 
➔ Para pequenas áreas, pode-se utilizar uma 
lâmina cirúrgica, é rápida, mas, requer uma 
elevada habilidade do cirurgião para que o 
enxerto retirado seja de espessura uniforme. 
➔ Para áreas maiores, utiliza-se dermátomos 
elétricos, pois, esse instrumento possui escalas 
reguláveis para adaptar a espessura correta 
do enxerto, sendo mais preciso. 
ENXERTO DE PELE TOTAL: 
• A coleta do enxerto é realizada em três etapas: 
➔ A coleta se inicia com uma excisão por corte, 
de forma que não ocorra elevação do tecido 
subjacente e em seguida deve-se realizar a 
retirada de gordura (evita necrose da gordura 
após o transplante do enxerto, facilitando a 
revascularização). 
➔ Por fim, devem ser feitas incisões no enxerto 
para permitir a saída de líquido do leito da 
ferida, evitando grandes edemas. 
 
CURATIVO DE BROWN – TIE OVER: 
• O curativo de Brown é feito em todos os casos, e 
consiste no uso de pomadas vaselinadas sobre o 
enxerto, chumaços ou bolinhas de algodão 
umidificados e gaze com amarrias firmes. 
 
 
COMPLICAÇÕES 
• Hematomas: sangramento entre a ferida e o 
enxerto que pode prejudicar o processo de 
integração entre o tecido enxertado e a área 
receptora. 
• Seromas: complicação que pode surgir após 
qualquer cirurgia, sendo caracterizada peloacúmulo de líquido abaixo da pele enxertada. 
• Infecções: essa complicação gera acúmulo de pus 
abaixo do enxerto. 
• Discromias de área doadora e receptora: devido 
aos diferentes tons de pele entre diferentes partes 
do corpo. 
• Hipertrofia cicatricial: pode gerar contratura 
cicatricial, causando restrição mecânica de 
movimentos, diminuindo a funcionabilidade do 
tecido e deixando uma aparência não satisfatória. 
•

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