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1 LUANNA HONÓRIO PROFESSOR LUIZA TOSCANO – OFTALMO (P8) – 16/02/2022 CORONAVÍRUS • Coronavirus (CoVs) são vírus conhecidos por afetar pássaros e mamíferos. • Pode causar a síndrome respiratória aguda grave (SARS-cov/ 2002-2003). • Síndrome respiratória do oriente médio (2012). COVID 19 E OLHOS • A partir de analises de genoma e estruturais é relatado que o SARS-CoV-2 tem um sítio de ligação ao receptor parecido com o do SARS- CoV que permite que ele infecte as células hospedeiras através da via da enzima conversora de angiotensina 2 (ACE 2). • O olho humano possui seu próprio sistema renina angiotensina (RAS). • ACE 2 foi encontrado no humor aquoso. • ACE 2 é um receptor celular para o SARS-CoV- 2 • ACE 2 também é detectado na retina humana, coroide, EPR, epitélio da conjuntiva. OBS: Ou seja, a covid pode ser transmitida pelos olhos. Via de contaminação: o olho tem comunicação com a mucosa da nasofaringe, orofaringe etc.: MANIFESTAÇÕES OCULARES DE PACIENTES HOSPITALIZADOS COM DIAGNÓSTICO CONFIRMADO DE CORONAVIRUS • Primeiro relato da presença de RNA ao longo do tempo de amostras conjuntivais de um paciente com COVID-19 • Resultados sugerem que a carga viral diminua gradativamente com o tempo (diminuindo o potencial de transmissão) • Amostras conjuntivais podem representar uma fonte de contágio, especialmente na fase de maior carga viral do estágio agudo de complicações oculares. • A conjuntiva possivelmente não é o lugar ideal de coleta de amostras para testes diagnósticos da infecção pelo SARS-CoV-2. Hiperemia conjuntiva DIABETES MELLITUS E OLHO Alterações oculares: 1. Refracionais 2. Estrabismo 3. Catarata 4. Retinopatia diabética OBS: Quanto antes diagnosticado, mais fácil de tratar e menos chance de cegueira. ALTERAÇÕES REFRACIONAIS Altera hidratação do cristalino. A hipoglicemia altera a hidratação do cristalino. Deve-se fazer só o exame de refração após controle glicêmico. Faz quando a glicemia está abaixo de 150. 2 LUANNA HONÓRIO A hipoglicemia pode causar o comprometimento dos músculos extraoculares causando estrabismo e diplopia. CATARATA Pode resultar em hiper-hidratação osmótica do cristalino. Pode amadurecer em poucos dias. RETINOPATIA DIABÉTICA • Mais comum no tipo 1 • Principal causa de cegueira legal entre 20 a 65 anos • Início antes dos 30 anos: maior incidência de RD (após 10 anos de doença: 50% e após 30 anos de idade: 90% • Muito raro nos primeiros 5 anos da doença e antes da puberdade • 5% dos diabéticos tipo 2 apresentam forma leve na primeira consulta. OBS: É importante saber que o bom controle metabólico NÃO impede aparecimento da retinopatia diabética, mas RETARDA seu desenvolvimento por alguns anos! PATOGENIA Microangiopatia: arteríolas, capilares e vênulas retinianas: acontecendo oclusão e extravasamento; • Oclusão microvascular: lesão e proliferação e células endoteliais, deformação de hemácias com diminuição do transporte de oxigênio; aumento da viscosidade e agregação plaquetária →hipóxia retiniana → neovascularização (esses neovasos vão caracterizar a pior fase). • Extravasamento microvascular: redução do número de periquitos nos capilares aumentando permeabilidade vascular: hemorragia e edema retiniano. Fundo de olho direito normal: Fóvea temporal ao disco, fóvea lado direito = olho direito. ALTERAÇÕES DOS OLHOS Não proliferativa: caracterizadas por microneurisma, hemorragias, exsudatos duros e edema macular Exsudatos: pontos brancos/amarelos Manchas algodonosa: retina está má perfundida Hemorragias: pontos vermelhos 3 LUANNA HONÓRIO EXAMES Angiografia fluoresceínica: Injeta contraste e bate foto do fundo do olho para observar melhor o olho. TRATAMENTO Edema macular (aparece na forma proliferativa e não proliferativa): uso de anti-VEGF, pode usar implantes biodegradáveis dexametasona (Ozurdez) ou laser. Caso o paciente continue progredindo, vai progredir para proliferativa. 1- Proliferativa: neovascularização (mais de ¼ da retina não perfundida), neovasos importantes, mais finos, tortuosos, frágeis, sangram mais fácil 2- Proliferação fibrovascular, descolamento da retina, marcas de laser 3- Hemorragias vítreas: Neovaso importante com sangramento, tracionado a retina causando descolamento tracional da retina. TRATAMENTO NA FORMA PROLIFERATIVA Tratamento clínico: fotocoagulação a laser quando necessário para reduzir a progressão dos neovasos Tratamento cirúrgico: viltrectomia via pars plana HIPERTENSÃO ARTERIAL E OLHO RETINOPATIA HIPERTENSIVA • Vasoconstricção: estreitamento arteriolares generalizados e focais. Na hipertensão severa, teremos uma obstrução de arteríolas e formação de exsudatos algodonosos. • Extravasamento: alteração da permeabilidade vascular que causa hemorragias, exsudatos duros, edema de retina e papiledema (edema de papila) • Arteriosclerose: é o espessamento das parede dos vasos e na retina podemos ver cruzamentos arteriovenosos (cronicidade). 4 LUANNA HONÓRIO Aumento da tortuosidade vascular, área de estreitamento vascular localizada (circulado): Edema de papila (não conseguimos enxergar os limites), quadro mais agudo: DOENÇA OCULAR TIREOIDIANA DOENÇA DE GRAVES Distúrbio autoimune, com aumento de produção dos hormônios tireoideanos. Acomete mulheres entre 40 e 50 anos Fatores de risco: tabagismo, sexo feminino PATOGÊNESE Anticorpo que reage contra células da glândula tireoide e fibroblastos orbitais causando inflamação dos músculos extraoculares, tecidos intersticiais, gordura orbital e glândulas lacrimais. Ocorre infiltração celular pleomórfica, associada ao aumento de secreção de glicosaminoglicanos e absorção osmótica da água. • Hipertrofia dos músculos extraoculares. • A degeneração subsequente leva a fibrose com encarceramento dos músculos, o que leva à miopatia restritiva e diplopias. OBS: Tem um aumento do conteúdo orbitário e PODE TER elevação secundária da PIO (pressão intraocular). ENVOLVIMENTO DOS TECIDOS MOLES O paciente pode apresentar: • Aspereza, olhos vermelhos, lacrimejamento, fotofobia, pálpebras inchadas e desconforto retrobulbar • Hiperemia epibulbar, edema periorbital, quemose, prolapso de gordura retrosseptal para as pálpebras, insuficiência lacrimal. • Erosões epiteliais ponteadas, ceratoconjuntivte límbica superior • Ceratite bacteriana que causam cicatrizes 5 LUANNA HONÓRIO • Alargamento do ventre muscular que poupa o tendão. RM mostrando assimetria bilateral e enlargamento sem uniformidade do músculo inferior e medial do olho: Doença tireoidiana ativa - paciente apresenta ptose bilateral, edema palpebral e quemose: Alargamento muscula poupando o tendão: SINAIS E SINTOMAS • Retração palpebral • Proptose • Miopatia restritiva: pode ter diplopia, defeito na elevação (contratura do músculo reto inferior), defeito na abdução, abaixamento e adução. NEUROPATIA ÓPTICA • Tem-se o comprometimento da visão central e apresentam outros sintomas de DOT. • Dessaturaçao de cor • Alteração na percepção da intensidade de luz • DPAR: defeito pupilar aferente da retina • PIO (pressão intraocular) elevada • Disco óptico normal, edemaciado ou atrófico TRATAMENTO DA DOENÇA OCULAR TIREOIDIANA • Cessação tabágica • Tratamento da tireoidopatia • Lubrificantes • Agentes anti-inflamatórios tópicos • Elevação da cabeça durante o sono (para reduzir edema periorbital) • Oclusão palpebral durante o sono Em casos moderados a graves: • Estreroides sistêmicos • Radioterapia fracionada de baixa dose • Terapia combinada: irradiação + azatioprina + prednisolona em baixa dose Tratamento Cirúrgico: • Cirurgia de descompressão • Cirurgia do estrabismo: diplopia persistentenas posições primárias ou de leitura desde que a fase inflamatória tenha regredido e que o ângulo de desvio esteja estável há pelo menos 6 a 12 meses • Cirurgia das pálpebras 6 LUANNA HONÓRIO Oftalmopatia infiltrativa da Doença de Graves. Exoftalmos bilateral. Aumento da fenda palpebral. COLAGENOSES Olho seco: • É comum após 40 anos em pessoas saudáveis. • Deve-se usar lubrificantes. • Pode ser lúpus eritematosos sistêmico e artrite reumatoide e síndrome de Sjogren Artrite reumatoide juvenil pauciarticular (oligoartrite): • Irite assintomática • Catarata • Glaucoma • Calcificação da córnea • Referir ao oftamologista SINDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA AQUIRIDA (AIDS) E OLHO Complicações oculares acometem em 75% dos pacientes. SARCOMA DE KAPOSI É a 2ª manifestação mais frequente na aids. A conjuntiva e pálpebra são acometidas em 20%. TRATAMENTO • Antirretroviral • Quimioterapia MICROANGIOPATIA RETINIANA NÃO INFECCIOSA 60% dos pacientes com aids: exsudatos algodonosos, hemorragia e microaneurismas. DOENÇAS OPORTUNISTAS Retinite por citomegalovírus: oportunista • Tratamento: Ganciclovir HERPES ZOSTER E OLHO Herpes zoster oftálmico: • O ramo oftálmico do nervo trigêmeo é acometido: envolvimento do nasociliar (Sinal de Hutchinson) • Ceratite – acometimento da córnea: fluorescenia – usado para diagnosticar • Uveíte anterior: 40% dos casos de herpes • Necrose aguda da retina: rara, mas devastador • Paralisia do nervo oculomotor • Referir ao oftalmologista TRATAMENTO • Uveíte: corticoides tópicos • Quadros sistêmico: aciclovir MIASTENIA GRAVE E OLHO • A miastenia é uma doença autoimune, com redução de receptores de acetilcolina nas terminações nervosas da placa motora dos membros esqueléticos. • Enfraquecimento e fadiga muscular • Acomete mais mulheres 7 LUANNA HONÓRIO • Sintomas pioram no final da tarde • Quadro ocular presente em 90% dos casos QUADRO OCULAR • Ptose: bilateral e assimétrica • Diplopia: por causa da paralisia dos músculos extraoculares TRATAMENTO • Tratamento sistêmico: drogas anticolinérgicas – evitam ação da enzima anticolinesterase, esteroides sistêmicos; esteroides sistêmicos, azatioprina – reduz anticorpos. • Timectomia: reduz anticorpos • Cirurgia do estrabismo HANSENÍASE E OLHO • A hanseníase tem um tropismo pelo olho. • Mais alta incidência de complicações oculares das doenças sistêmica. • Mais alta incidência de complicações oculares das doenças sistêmicas. • Agente patogênico: Mycobacterium laprae • Afinidade pela pele, nervos periféricos e segmento anterior do olho. QUADRO CLÍNCO Leões externa: conjuntitive, ceratite, esclerite, perda de cílios, triquíase, lagoftalmo, anestesia corneana e infecção secundária. Lagoftalmia (direita, opacificação da córnea secundária as outras alterações): Face leonina: OBS: Irite aguda e crônica: maior causa de cegueira. TRATAMENTO • Rifampicina • Dapsona • Clofazimina TROMBOSE DO SEIO CAVERNOSO Coagulação dentro do seio cavernoso, geralmente resultante de uma infecção, com sinusite, celulite pré- septal ou orbitária ou otite. Elevada taxa de mortalidade: 20% quando tratada e 100% em não tratadas. SINAIS E SINTOMAS Tem início rápido: • Dor de cabeça intensa, mal-estar, náusea, vômito, proptose uni ou bilateral, quemose, congestão facial, conjuntiva e veias da retina, visão reduzida e sinais resultantes de função comprometida do 3º ao 4º nervo craniano, que passam pelo seio cavernoso. DIAGNÓSTICO • RM e venografia por RM • Investigação sistêmica para infecção, incluindo punção lombar TRATMENTO ATB EV e, por vezes, drenagem cirúrgica. 8 LUANNA HONÓRIO CASO CLINCO • AV: acuidade visual – prejudicada bilateralmente • MOE: motilidade orbital extrínseca Exames solicitados: Diagnóstico e tratamento:
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