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Aula via Zoom 10.09.2021 Manifestações sistêmicas na órbita → onde o olho se insere 1. Orbitopatia de Graves – Doença Ocular Tireoidiana (diminuição do TSH e aumento de T3 e T4) • Doença autoimune com acometimento orbitário (retração palpebral, proptose, estrabismo restritivo ou neuropatia óptica compressiva); ✓ A própria doença autoimune contra receptores de Th1 vai liberar glicosaminoglicanos, fazendo um processo inflamatório de musculatura ocular, uma neoadipogênese, ou seja, o tecido de gordura em volta vai sofre um processo de aumento até chegar a uma neuropatia óptica compressiva, pois comprime o nervo óptico atrás por esse processo de ingurgitamento, inflamatório, proptose e exoftalmia que o Graves faz; • Inflamação de todos os tecidos da órbita; • Doença de graves caracterizada por auto anticorpos contra o receptor do hormônio estimulador da tireoide (r-TSH); • Sintomatologia: ✓ Retração palpebral presente em 90% dos casos (contração do músculo simático de muller) → essa musculatura faz a elevação da pálpebra, ou seja, esse paciente vai ter o olho esbugalhado e com retração da pálpebra; ✓ Exoftalmia: presente em 60% dos casos, inflamação dos tecidos retrooculares; ✓ Estrabismo restritivo: inflamação dos músculos oculares (42,5%) → paciente fica com olho mais desviado por processo inflamatório dos músculos extraoculares, podendo evoluir para diplopia, pois como ele perde o sinergismo bilateral do olho, devido a um olho estar maior e inflamado, começa a ter visão dupla; ✓ Neuropatia óptica compressiva (5%) → ocorre devido a neoadipogênese; • Fisiopatologia: ✓ Aumento dos linfócitos T nos tecidos orbitários; ✓ Th1 (helper produtor de il2, interferon e tnf alfa) → processos inflamatórios nas fases iniciais; ✓ Th2 (il4, 5 e 6) → nas fases mais tardias, já com compressão, diplopia; Aula via Zoom 10.09.2021 Aula via Zoom 10.09.2021 • Subtipos: ✓ Apesar de o acometimento muscular ser a regra, ele não é primariamente afetado. As células adiposas iniciam o processo de inflamação e multiplicação (neoadipogênese); ✓ Subtipo 1: Aumento da gordura orbitária e pouco ou nenhum acometimento muscular. Acomete mais mulheres e possui melhor prognóstico devido a ausência de disfunção muscular; ✓ Subtipo 2: Envolvimento muscular grave com espessamento, restrição, diplopia e proptose assimétrica, podendo comprimir o nervo óptico no anel de zinn. Sinais inflamatórios mais evidentes, mais comum em homens com idade avançada. ❖ Inicialmente tenta-se a pulsoterapia com corticoide, pra ver se diminui o processo inflamatório orbitário, a neoadipogênese e inflamação dos músculos extrínsecos; 2. Infecções orbitárias • Órbita aguda (edema, proptose, hiperemia, congestão venosa e limitação da mobilidade); ✓ É uma órbita inflamada; ✓ Etiologia: celulite, doença de graves, traumas, neoplasias, doenças granulomatosas (churg Strauss, granulomatose de wegner, poliarterite nodosa); ✓ Celulites ❖ Infecções comuns que acometem principalmente crianças com rinossinusite crônica e mal tratada; ❖ Sintomas: Aula via Zoom 10.09.2021 ▪ Dor, edema, congestão palpebral, proptose, quemose (conjuntiva fica cheia), diplopia, diminuição da motilidade ocular (sinal característico); ❖ Exame de imagem: TC contraste; ❖ Tratamento: internação + atb venoso (bactérias gram + anaeróbias devem ser cobertas); Hipertensão Arterial Sistêmica – Retinopatia hipertensiva • Estreitamento arteriolar por esclerose involucional; • Aumento da permeabilidade vascular; • Extravasamento = hemorragia em chama de vela, edema da retina, exsudatos; • Arteriosclerose = cruzamentos A-V patológicos; Geralmente quando é só pré-septal fica inflamada só a pele e conjuntiva. Aula via Zoom 10.09.2021 Diabetes – Retinopatia diabética • 12% de todos os casos de cegueira; • Diabético possuem 20x mais chance de cegueira; • Diagnóstico < 30 anos de idade → 2% ao ano de ter RD; • 50% após 7 anos na fase de risco; • Pacientes que tem grandes variações da glicose ao longo do dia tem mais chances de desenvolver a cegueira devido ao vaso não aguentar a mudança; • RD Não Proliferativa e RD Proliferativa ✓ Não proliferativa → exsudatos, edema na retina, líquido, micro hemorragias; ✓ Proliferativa → presença de neovasos, fazem área de isquemia, hipóxia, pois o olho perde a oxigenação pela exsudação, hemorragia. Diabetes faz vasculopatia e começa a ter neovasos para suprir, porém isso não é bom, pois ele vai para retina, desce perifericamente pelo trabeculado e vai para íris causando glaucoma neovascular (glaucoma dos 100 dias). Resumindo: além de ser muito grave, causa glaucoma neovascular. • Alterações: Retina, Íris e Cristalino; Aula via Zoom 10.09.2021 • RD não proliferativa: ✓ Permeabilidade Vascular → exsudação → espessura da retina → reabsorção do componente seroso → depósitos amarelos brilhantes (exsudatos duros/lipídicos); ✓ Hemorragias Profundas e superficiais → hemorragias superficiais chamamos de “em vela”; ✓ Exsudatos Algodonosos → isquemia do tecido retiniano pelo bloqueio do fluxo axoplasmático; ❖ Mais comum em retinopatias hipertensivas, porém também pode ocorrer na diabética, até porque geralmente esse paciente tem retinopatia hipertensiva e diabética juntas, fazendo uma síndrome plurimetabólica; • RD proliferativa: ✓ Evolução da RD não proliferativa; ✓ Isquemia da Retina → neovasos de retina e nervo óptico → aderência do vítreo → contração dos neovasos; ✓ Hemorragia Vítrea; ✓ Fibrose Vítrea; ✓ Descolamento de Retina tracional → final da retinopatia diabética proliferativa; Aula via Zoom 10.09.2021 • Outras complicações oculares ✓ Alterações Cristalino: flutuações da refração causando miopização transitória, catarata precoce; ✓ Paralisia de MM extrínsecos: mais em Reto Lateral; ✓ Glaucoma Neovascular: neovasos no segmento anterior e seio camerular → pio, dor intensa, edema de córnea, hiperemia, neovasos em íris visíveis, difícil tratamento; • Alterações diabéticas ✓ Miopia; ✓ Miopização; ✓ Catarata; ✓ Glaucoma neovascular; Aula via Zoom 10.09.2021 ✓ Neovasos da íris → chamado de rubeosis iridis; ✓ Paralisia de RLD; Manifestações sistêmicas na úvea • Úvea → tecido uveal é um tecido vascularizado; compreende a túnica média (íris, corpo ciliar, coroide); ✓ Anterior → Íris: controla luz, miose, midríase, MM esfíncter pupilar (SNPS) e Radiais (SNS), pigmentos; ✓ Intermediária → Corpo Ciliar: secreção de humor aquoso (processos ciliares), zonula (sust. Cristalino), Pars plana (inserção da retina); ✓ Posterior → Coroide: leito vascular, túnica intermediaria, nutrição da retina 1. Uveítes agudas ou crônicas • Anteriores→ Irite: precipitados ceráticos finos ou grossos, edema de córnea, turvação do humor aquoso, hiperemia limbar, fotofobia, baixa visual, lacrimejamento; Aula via Zoom 10.09.2021 • Intermediárias → Ciclite: embainhamento dos vasos retinianos periféricos, turvação vítrea, snow ball (parece flocos de neve flutuando), aumento da pio, dor, fotofobia, baixa visual, hiperemia com injeção limbar; • Posteriores → Coroidite: foco de coriorretinite em atividade (exsudando), turvação vítrea intensa, baixa visual (maior se for em mácula), dor; PACIENTE FAZENDO UVEÍTE CRÔNICA RECORRENTE. O QUE DEVO PENSAR? DOENÇA REUMATOLÓGICA Doenças Reumáticas e Autoimunes • Pede-se toda parte reumatológica: FAM, fator reumatoide, VHS, proteína C reativa, anti-Ro e anti-LA (para Sjogren), marcadores HLAB27, HLAB51, sorologia de infecção – HIV, CMV, toxoplasmose, hepatite, herpes, rx de tórax (algumas doenças granulomatosas como sarcoidose e tuberculose, podem manifestar no olho), PPD; • Artrite Reumatoide Juvenil: idiopática, inicio dos sintomas inferior há 16 anos de idade, uveite anterior (PKs finos, turvação do humor aquoso, sinéquias posteriores), mais frequente em forma poliarticular (80% dos casos): ✓ Tratamento: corticoide (aumento da pio, catarata), cloroquina (pigmentos maculares); • Síndrome de Sjogren: hipergamaglobulinemia (50%), artrite reumatoide (70 a 90%), Acc antinuclear (80%), xerostomia, mucosas secas, olho seco (destruição das glândulas lacrimais, pessoas com mais de 40 anos); ✓ Tratamento paliativo sintomático, lubrificantes, ciclosporina tópica; • Lúpus Eritematoso Sistêmico: lesões cutâneas em borboleta, pericardite, Fenômeno de Reynaud, nefropatia, artrite, anemia, doenças do SNC; ✓ OLHO = esclerite, conjuntivite, olho seco (25%), raramente uveíte e retinopatia; • Orbitopatia de Graves: por hipertireoidismo, proptose por infiltração de tecidos retrobulbares e musculatura extrínseca ocular por alterações imunológicas: exoftalmia, retração e congestão palpebral, hiperemia, alterações da motilidade ocular. Fazer exoftalmometria, pulsoterapia, descompressão de nervo óptico; Aula via Zoom 10.09.2021 • Espondilite Anquilosante: rigidez gradual e dor lombar em esqueleto axial, mais em homens 2ª a 3ª década de vida, artrite soronegativa; ✓ OLHO: irite recorrente (30%), unilateral, alternada, prognóstico reservado. HLAB27 +; • Síndrome de Reiter: uretrite, artrite soronegativa, e ceratoconjuntivite mucopurulenta bilateral com irite aguda (20%). HLAB27+; Hipopio -> células inflamatórias na câmara anterior; Doença que faz muito hipopio móvel bilateral -> doença de Behçet; Aula via Zoom 10.09.2021 • Doença de Behçet: multissistêmica, idiopática, mais em jovens masculino 3ª ou 4ª década de vida, do leste Mediterrâneo e Japão, vasculite obliterante por imunocomplexos anômalos, aftas orais, úlceras genitais recorrentes e lesões dermatológicas (eritema nodoso, pústulas e úlceras), tromboflebites, artropatias, gastropatias, alterações de SNC. HLAB51 +; ✓ OLHO: uveítes (70%), recorrentes anteriores com hipópio e posteriores com retinite; ❖ Uveíte bilateral, dolorida, muito inflamada e com hipópio móvel; Doenças infecciosas • Tuberculose: 1 a 2% dos BKs +, tubérculos em pálpebras, conjuntivite, ceratite intersticial, esclerite, pan uveíte, anterior (com PKs grossos) e posterior (com granuloma de coroide); ✓ Tratamento: infectologia → tríplice ATBs; Sindrome de Sjogren tem uma alteração das células caliciformes que ajudam na lubrificação ocular; Aula via Zoom 10.09.2021 • Sífilis: treponema pallidum, DST sistêmica em 3 estágios não tratada, forma ocular: RARA (mais no 3º estágio), coroidite multifocal, neurite óptica e < CV; • AIDS: infecções exacerbadas, imunodepressão; ✓ 75%, microangiopatias retinianas com hemorragias agudas e necrose, tumores (sarcoma de Kaposi palpebral), irite anterior, Herpes Zoster (se for na face e acometer o nervo nasociliar, pode ter comprometimento ocular); • CMV: 40% dos aidéticos, retinite com necrose geográfica (lesão típica queijo-ketchup → uma área branca e outra vermelha); Aula via Zoom 10.09.2021 • Toxoplasmose → por toxoplasma gondii; ✓ Gato: hospedeiro definitivo, esporocistos; ✓ Homem, rato, suínos, bovinos: hospedeiros intermediários, bradizoítas; ✓ Forma ocular: 1/100, foco mais em área macular, recorrente, focos satélites, turvação vítrea, baixa visual definitiva, se congênita transmissão transplacentária (taquizoíta) com calcificações cerebrais, cegueira uni ou bilateral; ✓ Tratamento: sulfadiazina, pirimetamina, rovamicina, corticoide (VO 60mg se tiver acometimento na mácula ou no nervo óptico), atropina tópicos, sulfametoxazol + trimetropim (quando tem foco na retina – Bactrim F 12/12h por 40 dias);
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